Ruth Cardoso defendeu mais participação feminina no governo, diz FHC


Em seminário virtual, ex-presidente conta que antropóloga era feminista e queria maior representação das mulheres e também das classes populares

Por Bianca Gomes
Atualização:

Engajada com os movimentos sociais, a antropóloga Ruth Cardoso, que completaria 90 anos neste mês, defendeu mais participação feminina nos ministérios e nas indicações do então marido e presidente Fernando Henrique Cardoso ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Seminário com Beatriz Cardoso, FHC eAntonio Prata falou sobre atrajetória de Ruth Cardoso
Seminário com Beatriz Cardoso, FHC eAntonio Prata falou sobre atrajetória de Ruth Cardoso Foto: Reprodução

“A Ruth sempre teve um pendor para a composição feminina”, contou FHC nesta quarta-feira, 22, durante seminário virtual sobre a trajetória da antropóloga. O evento contou também com a presença de Beatriz Cardoso, pedagoga e conselheira da Fundação FHC, e do escritor e roteirista Antonio Prata

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“Na hora de nomear ministro do Supremo, também. Não que influenciasse, ela sabia o que podia ou não, mas eu prestava atenção, botava mulher, botava negro”, contou o ex-presidente, responsável pela indicação de Ellen Gracie para o STF, primeira mulher a ocupar uma cadeira na Suprema Corte do Brasil. “Ela tinha uma visão clara: tem que ter representação de todos, inclusive das classes populares.”

Em 1999, durante participação no programa Roda Viva, a então primeira-dama saiu em defesa dos direitos das mulheres e falou sobre temas como gravidez na adolescência, desigualdade salarial entre homens e mulheres e aborto – pauta vista ainda hoje como tabu na política. “Acho que se deve garantir às mulheres o direito de usarem ou não essa possibilidade (aborto). Isso é um direito que as mulheres têm, mas não uma imposição.”

Ruth tinha uma visão democrática e liberal, diz FHC: “Era feminista”. E mesmo com tantas responsabilidades, levava tudo numa boa, conta o ex-presidente. “Ao mesmo tempo em que era mãe, dona de casa e mulher do presidente da República, era uma pessoa que acompanhava a cultura, a vida.”

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Nascida em Araraquara, a antropóloga herdou da “vida interiorana” a habilidade com a comunicação, segundo FHC. “Sempre foi espontânea no modo de falar e deu atenção às pessoas sem olhar para o status.” Na política, não simpatizava com o rótulo de primeira-dama, mas soube usar a posição para trazer a sociedade civil para o debate das políticas sociais, como colocou o economista Ricardo Paes de Barros em outro seminário virtual. 

Com o Comunidade Solidária, um marco de sua trajetória, desenhou um modelo no qual poderia participar da sociedade civil e também da política. “Mas o coração sempre esteve com a sociedade. Nunca ao lado do poder” , disse FHC.

Engajada com os movimentos sociais, a antropóloga Ruth Cardoso, que completaria 90 anos neste mês, defendeu mais participação feminina nos ministérios e nas indicações do então marido e presidente Fernando Henrique Cardoso ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Seminário com Beatriz Cardoso, FHC eAntonio Prata falou sobre atrajetória de Ruth Cardoso Foto: Reprodução

“A Ruth sempre teve um pendor para a composição feminina”, contou FHC nesta quarta-feira, 22, durante seminário virtual sobre a trajetória da antropóloga. O evento contou também com a presença de Beatriz Cardoso, pedagoga e conselheira da Fundação FHC, e do escritor e roteirista Antonio Prata

“Na hora de nomear ministro do Supremo, também. Não que influenciasse, ela sabia o que podia ou não, mas eu prestava atenção, botava mulher, botava negro”, contou o ex-presidente, responsável pela indicação de Ellen Gracie para o STF, primeira mulher a ocupar uma cadeira na Suprema Corte do Brasil. “Ela tinha uma visão clara: tem que ter representação de todos, inclusive das classes populares.”

Em 1999, durante participação no programa Roda Viva, a então primeira-dama saiu em defesa dos direitos das mulheres e falou sobre temas como gravidez na adolescência, desigualdade salarial entre homens e mulheres e aborto – pauta vista ainda hoje como tabu na política. “Acho que se deve garantir às mulheres o direito de usarem ou não essa possibilidade (aborto). Isso é um direito que as mulheres têm, mas não uma imposição.”

Ruth tinha uma visão democrática e liberal, diz FHC: “Era feminista”. E mesmo com tantas responsabilidades, levava tudo numa boa, conta o ex-presidente. “Ao mesmo tempo em que era mãe, dona de casa e mulher do presidente da República, era uma pessoa que acompanhava a cultura, a vida.”

Nascida em Araraquara, a antropóloga herdou da “vida interiorana” a habilidade com a comunicação, segundo FHC. “Sempre foi espontânea no modo de falar e deu atenção às pessoas sem olhar para o status.” Na política, não simpatizava com o rótulo de primeira-dama, mas soube usar a posição para trazer a sociedade civil para o debate das políticas sociais, como colocou o economista Ricardo Paes de Barros em outro seminário virtual. 

Com o Comunidade Solidária, um marco de sua trajetória, desenhou um modelo no qual poderia participar da sociedade civil e também da política. “Mas o coração sempre esteve com a sociedade. Nunca ao lado do poder” , disse FHC.

Engajada com os movimentos sociais, a antropóloga Ruth Cardoso, que completaria 90 anos neste mês, defendeu mais participação feminina nos ministérios e nas indicações do então marido e presidente Fernando Henrique Cardoso ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Seminário com Beatriz Cardoso, FHC eAntonio Prata falou sobre atrajetória de Ruth Cardoso Foto: Reprodução

“A Ruth sempre teve um pendor para a composição feminina”, contou FHC nesta quarta-feira, 22, durante seminário virtual sobre a trajetória da antropóloga. O evento contou também com a presença de Beatriz Cardoso, pedagoga e conselheira da Fundação FHC, e do escritor e roteirista Antonio Prata

“Na hora de nomear ministro do Supremo, também. Não que influenciasse, ela sabia o que podia ou não, mas eu prestava atenção, botava mulher, botava negro”, contou o ex-presidente, responsável pela indicação de Ellen Gracie para o STF, primeira mulher a ocupar uma cadeira na Suprema Corte do Brasil. “Ela tinha uma visão clara: tem que ter representação de todos, inclusive das classes populares.”

Em 1999, durante participação no programa Roda Viva, a então primeira-dama saiu em defesa dos direitos das mulheres e falou sobre temas como gravidez na adolescência, desigualdade salarial entre homens e mulheres e aborto – pauta vista ainda hoje como tabu na política. “Acho que se deve garantir às mulheres o direito de usarem ou não essa possibilidade (aborto). Isso é um direito que as mulheres têm, mas não uma imposição.”

Ruth tinha uma visão democrática e liberal, diz FHC: “Era feminista”. E mesmo com tantas responsabilidades, levava tudo numa boa, conta o ex-presidente. “Ao mesmo tempo em que era mãe, dona de casa e mulher do presidente da República, era uma pessoa que acompanhava a cultura, a vida.”

Nascida em Araraquara, a antropóloga herdou da “vida interiorana” a habilidade com a comunicação, segundo FHC. “Sempre foi espontânea no modo de falar e deu atenção às pessoas sem olhar para o status.” Na política, não simpatizava com o rótulo de primeira-dama, mas soube usar a posição para trazer a sociedade civil para o debate das políticas sociais, como colocou o economista Ricardo Paes de Barros em outro seminário virtual. 

Com o Comunidade Solidária, um marco de sua trajetória, desenhou um modelo no qual poderia participar da sociedade civil e também da política. “Mas o coração sempre esteve com a sociedade. Nunca ao lado do poder” , disse FHC.