Sabatina de Bolsonaro ao JN expõe componente pessoal no desafio da reeleição; leia análise


Presidente ainda precisa convencer de que ‘fez o melhor’ diante da mal-estar da maioria do eleitorado com a direção do País

Por Rafael Cortez
Atualização:

A campanha presidencial entra na fase na qual os partidos diretamente buscam influenciar as preferências do eleitor, após o processo de seleção das candidaturas, estrutura de campanha e da construção dos palanques nos estados. Sob a ótica da campanha presidencial, a campanha serve basicamente para impactar a visão do eleitor em relação ao desempenho do governo, uma vez que uma corrida presidencial é fundamentalmente o plebiscito da atual administração. Quando a maioria do eleitorado aprova o atual mandatário, a tendência é de continuidade do grupo no poder. Se o eleitor não gostou dos resultados gerados pelo governo e encontra uma alternativa segura na oposição, a direção da eleição aponta para alternância de poder.

A sabatina com o presidente Bolsonaro no Jornal Nacional, então, foi bastante desafiadora para o presidente, dado que o “sentimento natural” do eleitor é de reprovação à atual administração. A tarefa do presidente, então, simultaneamente mudar a cabeça do eleitor sobre o seu governo e ainda desgastar seu principal adversário, o ex-presidente Lula.

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Havia duas opções na mesa para o presidente. Dobrar a aposta na estratégia de tensionamento institucional e da imagem de contestador do status quo, incluindo os grandes veículos da comunicação apostando no sentimento de rejeição a “política tradicional” ou apresentar uma nova faceta apostando no efeito moderador do jogo eleitoral.

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Os protestos, que ocorreram sob gritos de “fora Bolsonaro”, foram registrados em capitais do País

O presidente mobilizador de tensões deu lugar a uma tentativa de mostrar serenidade diante da enxurrada de agenda negativa mobilizada pelos entrevistadores. O candidato Bolsonaro em boa medida foi vítima do presidente Bolsonaro. Quase a totalidade da entrevista foi dedicada menos a apontar resultados do governo e propostas de avanços e mais para justificar comportamento referente às urnas eletrônicas, pandemia e alianças políticas. Mais do que a defesa do governo, uma parte da sabatina se voltou para ritos básicos de um presidente da República, por exemplo, diante da postura do mandatário da nação reagindo aos óbitos da pandemia ou da metamorfose em réptil (ou figura de linguagem) em caso de vacinação.

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O real efeito da sabatina será decorrente da repercussão dos trechos e imagens que passam a circular nas redes sociais. A enxurrada de temas gera custo alto para o eleitor acompanhar as justificativas do presidente que, na média, teve tempo de apresentar defesa do seu legado.

A construção da reeleição é ainda tarefa em construção. O presidente ainda precisa convencer de que “fez o melhor” diante da mal-estar da maioria do eleitorado com a direção do país. A sabatina expôs que a defesa do governo pode esbarrar na imagem pessoal do presidente.

Rafael Cortez é Sócio da Tendências Consultoria é Doutor em Ciência Política (USP)

A campanha presidencial entra na fase na qual os partidos diretamente buscam influenciar as preferências do eleitor, após o processo de seleção das candidaturas, estrutura de campanha e da construção dos palanques nos estados. Sob a ótica da campanha presidencial, a campanha serve basicamente para impactar a visão do eleitor em relação ao desempenho do governo, uma vez que uma corrida presidencial é fundamentalmente o plebiscito da atual administração. Quando a maioria do eleitorado aprova o atual mandatário, a tendência é de continuidade do grupo no poder. Se o eleitor não gostou dos resultados gerados pelo governo e encontra uma alternativa segura na oposição, a direção da eleição aponta para alternância de poder.

A sabatina com o presidente Bolsonaro no Jornal Nacional, então, foi bastante desafiadora para o presidente, dado que o “sentimento natural” do eleitor é de reprovação à atual administração. A tarefa do presidente, então, simultaneamente mudar a cabeça do eleitor sobre o seu governo e ainda desgastar seu principal adversário, o ex-presidente Lula.

Havia duas opções na mesa para o presidente. Dobrar a aposta na estratégia de tensionamento institucional e da imagem de contestador do status quo, incluindo os grandes veículos da comunicação apostando no sentimento de rejeição a “política tradicional” ou apresentar uma nova faceta apostando no efeito moderador do jogo eleitoral.

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O presidente mobilizador de tensões deu lugar a uma tentativa de mostrar serenidade diante da enxurrada de agenda negativa mobilizada pelos entrevistadores. O candidato Bolsonaro em boa medida foi vítima do presidente Bolsonaro. Quase a totalidade da entrevista foi dedicada menos a apontar resultados do governo e propostas de avanços e mais para justificar comportamento referente às urnas eletrônicas, pandemia e alianças políticas. Mais do que a defesa do governo, uma parte da sabatina se voltou para ritos básicos de um presidente da República, por exemplo, diante da postura do mandatário da nação reagindo aos óbitos da pandemia ou da metamorfose em réptil (ou figura de linguagem) em caso de vacinação.

O real efeito da sabatina será decorrente da repercussão dos trechos e imagens que passam a circular nas redes sociais. A enxurrada de temas gera custo alto para o eleitor acompanhar as justificativas do presidente que, na média, teve tempo de apresentar defesa do seu legado.

A construção da reeleição é ainda tarefa em construção. O presidente ainda precisa convencer de que “fez o melhor” diante da mal-estar da maioria do eleitorado com a direção do país. A sabatina expôs que a defesa do governo pode esbarrar na imagem pessoal do presidente.

Rafael Cortez é Sócio da Tendências Consultoria é Doutor em Ciência Política (USP)

A campanha presidencial entra na fase na qual os partidos diretamente buscam influenciar as preferências do eleitor, após o processo de seleção das candidaturas, estrutura de campanha e da construção dos palanques nos estados. Sob a ótica da campanha presidencial, a campanha serve basicamente para impactar a visão do eleitor em relação ao desempenho do governo, uma vez que uma corrida presidencial é fundamentalmente o plebiscito da atual administração. Quando a maioria do eleitorado aprova o atual mandatário, a tendência é de continuidade do grupo no poder. Se o eleitor não gostou dos resultados gerados pelo governo e encontra uma alternativa segura na oposição, a direção da eleição aponta para alternância de poder.

A sabatina com o presidente Bolsonaro no Jornal Nacional, então, foi bastante desafiadora para o presidente, dado que o “sentimento natural” do eleitor é de reprovação à atual administração. A tarefa do presidente, então, simultaneamente mudar a cabeça do eleitor sobre o seu governo e ainda desgastar seu principal adversário, o ex-presidente Lula.

Havia duas opções na mesa para o presidente. Dobrar a aposta na estratégia de tensionamento institucional e da imagem de contestador do status quo, incluindo os grandes veículos da comunicação apostando no sentimento de rejeição a “política tradicional” ou apresentar uma nova faceta apostando no efeito moderador do jogo eleitoral.

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O presidente mobilizador de tensões deu lugar a uma tentativa de mostrar serenidade diante da enxurrada de agenda negativa mobilizada pelos entrevistadores. O candidato Bolsonaro em boa medida foi vítima do presidente Bolsonaro. Quase a totalidade da entrevista foi dedicada menos a apontar resultados do governo e propostas de avanços e mais para justificar comportamento referente às urnas eletrônicas, pandemia e alianças políticas. Mais do que a defesa do governo, uma parte da sabatina se voltou para ritos básicos de um presidente da República, por exemplo, diante da postura do mandatário da nação reagindo aos óbitos da pandemia ou da metamorfose em réptil (ou figura de linguagem) em caso de vacinação.

O real efeito da sabatina será decorrente da repercussão dos trechos e imagens que passam a circular nas redes sociais. A enxurrada de temas gera custo alto para o eleitor acompanhar as justificativas do presidente que, na média, teve tempo de apresentar defesa do seu legado.

A construção da reeleição é ainda tarefa em construção. O presidente ainda precisa convencer de que “fez o melhor” diante da mal-estar da maioria do eleitorado com a direção do país. A sabatina expôs que a defesa do governo pode esbarrar na imagem pessoal do presidente.

Rafael Cortez é Sócio da Tendências Consultoria é Doutor em Ciência Política (USP)

A campanha presidencial entra na fase na qual os partidos diretamente buscam influenciar as preferências do eleitor, após o processo de seleção das candidaturas, estrutura de campanha e da construção dos palanques nos estados. Sob a ótica da campanha presidencial, a campanha serve basicamente para impactar a visão do eleitor em relação ao desempenho do governo, uma vez que uma corrida presidencial é fundamentalmente o plebiscito da atual administração. Quando a maioria do eleitorado aprova o atual mandatário, a tendência é de continuidade do grupo no poder. Se o eleitor não gostou dos resultados gerados pelo governo e encontra uma alternativa segura na oposição, a direção da eleição aponta para alternância de poder.

A sabatina com o presidente Bolsonaro no Jornal Nacional, então, foi bastante desafiadora para o presidente, dado que o “sentimento natural” do eleitor é de reprovação à atual administração. A tarefa do presidente, então, simultaneamente mudar a cabeça do eleitor sobre o seu governo e ainda desgastar seu principal adversário, o ex-presidente Lula.

Havia duas opções na mesa para o presidente. Dobrar a aposta na estratégia de tensionamento institucional e da imagem de contestador do status quo, incluindo os grandes veículos da comunicação apostando no sentimento de rejeição a “política tradicional” ou apresentar uma nova faceta apostando no efeito moderador do jogo eleitoral.

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O presidente mobilizador de tensões deu lugar a uma tentativa de mostrar serenidade diante da enxurrada de agenda negativa mobilizada pelos entrevistadores. O candidato Bolsonaro em boa medida foi vítima do presidente Bolsonaro. Quase a totalidade da entrevista foi dedicada menos a apontar resultados do governo e propostas de avanços e mais para justificar comportamento referente às urnas eletrônicas, pandemia e alianças políticas. Mais do que a defesa do governo, uma parte da sabatina se voltou para ritos básicos de um presidente da República, por exemplo, diante da postura do mandatário da nação reagindo aos óbitos da pandemia ou da metamorfose em réptil (ou figura de linguagem) em caso de vacinação.

O real efeito da sabatina será decorrente da repercussão dos trechos e imagens que passam a circular nas redes sociais. A enxurrada de temas gera custo alto para o eleitor acompanhar as justificativas do presidente que, na média, teve tempo de apresentar defesa do seu legado.

A construção da reeleição é ainda tarefa em construção. O presidente ainda precisa convencer de que “fez o melhor” diante da mal-estar da maioria do eleitorado com a direção do país. A sabatina expôs que a defesa do governo pode esbarrar na imagem pessoal do presidente.

Rafael Cortez é Sócio da Tendências Consultoria é Doutor em Ciência Política (USP)

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