Tarcísio assume discurso bolsonarista em relação a vacinas, aborto, saidinha de presos e democracia


Candidato do Republicanos afirma que decisão de se vacinar é individual e, repetindo discurso negacionista do governo Bolsonaro, afirma que pegou doença após vacina

Por Redação
Atualização:

O candidato do Republicanos ao Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio de Freitas, afirmou nesta quarta-feira, 24, durante sabatina organizada pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), que vai acabar com a obrigatoriedade de os servidores estaduais tomarem vacina contra a covid-19.

“Essa questão, essa opção vacinal ou não é de cada um. Com certeza, vou acabar com a obrigatoriedade. Não tem que ter obrigatoriedade. Eu exerci a minha liberdade e tomei, mas ninguém tem que ser obrigado a tomar”, afirmou.

Afinado ao discurso adotado pelo presidente Jair Bolsonaro ao longo de toda a sabatina, Tarcísio de Freitas também se declarou contra a ‘saidinha de presos’ e o aborto, criticou os manifestos a favor da democracia divulgados por universidades e entidades da sociedade civil - com mais de 1 milhão de assinaturas - e defendeu os empresários bolsonaristas que foram alvo de busca de apreensão pela Polícia Federal após declarações dadas, por WhatsApp, defenderem um golpe de Estado em caso de derrota do presidente nas urnas.

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Segundo o ex-ministro, os decretos de busca e apreensão e de bloqueio de bens são “desarrazoados”, “desproporcionais” e uma “extrapolação”. “Não vejo que uma conversa num grupo de WhatsApp entre amigos tenha qualquer condão de promover um golpe de Estado. Quem vai dar um golpe? Meia dúzia de empresários? Isso não faz o menor sentido”, disse.

Defesa da democracia

Tarcísio foi questionado pelos entrevistadores se assinou os manifestos em defesa da democracia promovidos por universidades, como a USP, e entidades, como a Fiesp e Febraban. Em sua resposta, o candidato optou por atacar o PT e os candidatos do partido, de forma indireta, e afirmou ainda não ver sentido em tais iniciativas.

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Repetindo o argumento de Bolsonaro e de seus apoiadores, Tarcísio alegou que os signatários do manifesto são favoráveis a regimes autoritários da América Latina, como Nicarágua e Cuba. “Acho o ‘fim da picada’ haver pessoas assinando a carta se dizendo defensores da democracia no Brasil, mas defendendo ditadura na Nicarágua, na Venezuela. Não faz o menor sentido.”

Tarcísio acrescentou que a única carta que ele leva em consideração é a Constituição. Ao fim de sua resposta, a colunista Eliane Cantanhêde, mediadora do evento, ponderou que o manifesto pela democracia teve mais de 1 milhão de adesões, inclusive de entidades ligadas à Indústria e ao setor financeiro, como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que claramente não defendem ditaduras na América Latina.

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Forasteiro

Tarcísio diz que “pisou na bola” ao dizer que São Paulo precisa de um “forasteiro” para governar o Estado. “Essa frase foi descontextualizada. A gente está exposto o tempo todo. O tempo todo a gente dá declarações, nem sempre a gente vai ser feliz. Na menor pisada de bola, a gente é crucificado”, disse.

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O ex-ministro de Infraestrutura afirmou ainda que “em momento nenhum” quis dizer que a população paulista não é capaz de governar seu Estado. “O pessoal é que questiona muito a minha capacidade de lidar com os problemas de São Paulo.”

Tarcísio disse estar “sensível” com os problemas de São Paulo, embora não seja natural do Estado. Ele voltou a argumentar que sua experiência como ex-ministro do governo Jair Bolsonaro faz com que ele conheça o que precisa ser feito no Estado. “Eventualmente, você vai ter um cara de fora concluindo o Rodoanel (obra em andamento há anos em São Paulo). Eu não disse que um paulista não é capaz”.

Sobre seu domicílio eleitoral - Tarcísio afirmou à Justiça Eleitoral ter se mudado para São José dos Campos, no interior -, o candidato listou todos os Estados do País pelos quais passou seja estudando ou trabalhando. Essa experiência, segundo ele, é mais relevante do que o fato de ele não ser de São Paulo.

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Controle da PM e ‘saidinha’

Questionado sobre sua posição a respeito do projeto defendido pela base bolsonarista que tira dos governadores o poder e o controle sobre o comando da Polícia Militar (PM), o candidato disse que a “polícia é uma competência do Estado”. Pela proposta, uma lista tríplice seria usada como forma de escolha dos comandantes-gerais da PM. Por meio dela, os comandantes ganhariam um mandato de dois anos e autonomia orçamentária para comandar as corporações, sem interferência, portanto, dos governadores.

O governo federal acompanha todos os passos da preparação do projeto, elaborado em consulta às associações, e também fez sugestões, por intermédio do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Segundo Tarcísio, no entanto, Bolsonaro nunca tratou do tema com ele. “Nunca ouvi o presidente, aliás falando sobre isso”, desconversou.

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O candidato aproveitou a pergunta sobre o controle da PM nos Estados para defender outro projeto de seus aliados no Congresso: o que altera as normas existentes para a saída temporária de presos, como em feriados. “Não tem que ter saidinha, preso tem de ficar na cadeia mesmo. O que vi o presidente falando é: respeite sua polícia, trate sua polícia como ela deve ser tratada.”

Vacina

Seguindo a linha adotada pelo presidente Jair Bolsonaro em relação à obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 no Brasil e no serviço público, Tarcísio de Freitas se declarou a favor da liberdade individual, repetindo o discurso negacionista que marcou a gestão Bolsonaro ao longo da pandemia.

“Por que vou obrigar uma pessoa a se vacinar? Acho que cada um tem de ter a liberdade para escolher”, disse. Questionado ainda, caso eleito, vai manter a política atual do governo do Estado que prevê que servidores públicos estejam vacinados, ele disse que não. “Essa questão, essa opção vacinal ou não é de cada um. Com certeza, vou acabar com a obrigatoriedade. Não tem que ter obrigatoriedade. Eu exerci a minha liberdade e tomei, mas ninguém tem que ser obrigado a tomar”, afirmou.

Ao ser confrontado sobre o risco de seu discurso, de negar a importância da vacina e assim ajudar na disseminação do vírus, Tarcísio ganhou aplausos da plateia que o acompanha na sabatina ao dizer que pegou covid-19 duas vezes: “Uma antes da vacina e outra, depois.”

Já sobre a vacinação para outras doenças, como a poliomielite - doença que havia sido erradicada no País e corre o risco de voltar pela baixa adesão à vacinação -, Tarcísio voltou a dizer que o caminho para melhorar os índices não é a obrigatoriedade, mas a realização de mais campanhas de vacinação para convencer os pais a vacinarem seus filhos.

“Entendo que a vacina da pólio e do sarampo fazem parte do plano nacional de imunização há muito tempo. Cabe ao Estado fomentar, incentivar, fazer as campanhas de vacinação, disponibilizar as vacinas, alertar para o risco que é não vacinar seus filhos. Vamos combater a poliomielite, vamos combater o sarampo, vamos combater todas as doenças que têm vacina disponível. Sempre houve liberdade de escolha e as mães sempre vacinaram seus filhos.”

Aborto legal

Questionado sobre sua posição sobre o aborto, à luz da saúde pública, por uma aluna da Faap, o candidato se declarou mais uma vez contra a prática. “É uma questão de fé, acredito na vida desde a concepção”, disse. Na sequência, afirmou aos jornalistas presentes que, se eleito, vai trabalhar para garantir que os hospitais estaduais cumpram a lei no que diz respeito ao aborto legal.

“O legislador tem a competência para disciplinar questões relacionadas ao aborto. O que está previsto na legislação é o que nós vamos cumprir”, afirmou o candidato. “A lei disciplinou as hipóteses em que o aborto é possível e legal. É uma política pública importante e elas (as mulheres) vão ter todo suporte para isso”, completou. São três as condições previstas atualmente na legislação brasileira para o aborto legal: estupro, anencefalia e risco de vida da mãe.

O candidato também comentou seus planos para a saúde, que, segundo ele, vão focar na prevenção. “Vamos investir muito em prevenção na saúde, telemedicina, para que as pessoas não tenham que ir para os pronto-socorros”, disse Tarcísio, sobre seu plano de governo na área médica. Ele ainda afirmou que pretende incentivar e investir a prática de esportes em escolas, com o foco em crianças e adolescentes, assim como lançar medidas específicas para quem sofre de depressão.

Mobilidade

Ao responder pergunta enviada por um leitor do Estadão sobre problemas enfrentados pelos paulistas nas linhas de transporte metropolitano, por meio da #sabatinaestadaofaap, o candidato do Republicanos afirmou que pretende avaliar os contratos existentes, como os que envolvem concessões de linhas do Metrô e da CPTM, mas dentro dos limites contratuais.

“A gente vai atuar para que os contratos sejam cumpridos, usar o poder de polícia, o poder do poder concedente para fazer com que esse contrato seja cumprido, que a servidões sejam cumpridos, que os padrões os parâmetros de desempenho sejam observados, e aplicar as penalidades previstas no contrato”, afirmou Tarcísio, que se comprometeu a expandir linhas de metrô, especialmente no sentido da zona leste da capital.

Tarcísio é o quinto sabatinado da série cuja ordem foi definida em sorteio. O candidato do PDT, Elvis Cezar, participou do evento no dia 17. Fernando Haddad, do PT, foi entrevistado na última sexta-feira, 19, o governador Rodrigo Garcia (PSDB), no dia 22. Vinícius Poit (Novo) foi o último entrevistado, nesta quinta-feira, 23.

O candidato do Republicanos ao Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio de Freitas, afirmou nesta quarta-feira, 24, durante sabatina organizada pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), que vai acabar com a obrigatoriedade de os servidores estaduais tomarem vacina contra a covid-19.

“Essa questão, essa opção vacinal ou não é de cada um. Com certeza, vou acabar com a obrigatoriedade. Não tem que ter obrigatoriedade. Eu exerci a minha liberdade e tomei, mas ninguém tem que ser obrigado a tomar”, afirmou.

Afinado ao discurso adotado pelo presidente Jair Bolsonaro ao longo de toda a sabatina, Tarcísio de Freitas também se declarou contra a ‘saidinha de presos’ e o aborto, criticou os manifestos a favor da democracia divulgados por universidades e entidades da sociedade civil - com mais de 1 milhão de assinaturas - e defendeu os empresários bolsonaristas que foram alvo de busca de apreensão pela Polícia Federal após declarações dadas, por WhatsApp, defenderem um golpe de Estado em caso de derrota do presidente nas urnas.

Segundo o ex-ministro, os decretos de busca e apreensão e de bloqueio de bens são “desarrazoados”, “desproporcionais” e uma “extrapolação”. “Não vejo que uma conversa num grupo de WhatsApp entre amigos tenha qualquer condão de promover um golpe de Estado. Quem vai dar um golpe? Meia dúzia de empresários? Isso não faz o menor sentido”, disse.

Defesa da democracia

Tarcísio foi questionado pelos entrevistadores se assinou os manifestos em defesa da democracia promovidos por universidades, como a USP, e entidades, como a Fiesp e Febraban. Em sua resposta, o candidato optou por atacar o PT e os candidatos do partido, de forma indireta, e afirmou ainda não ver sentido em tais iniciativas.

Repetindo o argumento de Bolsonaro e de seus apoiadores, Tarcísio alegou que os signatários do manifesto são favoráveis a regimes autoritários da América Latina, como Nicarágua e Cuba. “Acho o ‘fim da picada’ haver pessoas assinando a carta se dizendo defensores da democracia no Brasil, mas defendendo ditadura na Nicarágua, na Venezuela. Não faz o menor sentido.”

Tarcísio acrescentou que a única carta que ele leva em consideração é a Constituição. Ao fim de sua resposta, a colunista Eliane Cantanhêde, mediadora do evento, ponderou que o manifesto pela democracia teve mais de 1 milhão de adesões, inclusive de entidades ligadas à Indústria e ao setor financeiro, como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que claramente não defendem ditaduras na América Latina.

Forasteiro

Tarcísio diz que “pisou na bola” ao dizer que São Paulo precisa de um “forasteiro” para governar o Estado. “Essa frase foi descontextualizada. A gente está exposto o tempo todo. O tempo todo a gente dá declarações, nem sempre a gente vai ser feliz. Na menor pisada de bola, a gente é crucificado”, disse.

O ex-ministro de Infraestrutura afirmou ainda que “em momento nenhum” quis dizer que a população paulista não é capaz de governar seu Estado. “O pessoal é que questiona muito a minha capacidade de lidar com os problemas de São Paulo.”

Tarcísio disse estar “sensível” com os problemas de São Paulo, embora não seja natural do Estado. Ele voltou a argumentar que sua experiência como ex-ministro do governo Jair Bolsonaro faz com que ele conheça o que precisa ser feito no Estado. “Eventualmente, você vai ter um cara de fora concluindo o Rodoanel (obra em andamento há anos em São Paulo). Eu não disse que um paulista não é capaz”.

Sobre seu domicílio eleitoral - Tarcísio afirmou à Justiça Eleitoral ter se mudado para São José dos Campos, no interior -, o candidato listou todos os Estados do País pelos quais passou seja estudando ou trabalhando. Essa experiência, segundo ele, é mais relevante do que o fato de ele não ser de São Paulo.

Controle da PM e ‘saidinha’

Questionado sobre sua posição a respeito do projeto defendido pela base bolsonarista que tira dos governadores o poder e o controle sobre o comando da Polícia Militar (PM), o candidato disse que a “polícia é uma competência do Estado”. Pela proposta, uma lista tríplice seria usada como forma de escolha dos comandantes-gerais da PM. Por meio dela, os comandantes ganhariam um mandato de dois anos e autonomia orçamentária para comandar as corporações, sem interferência, portanto, dos governadores.

O governo federal acompanha todos os passos da preparação do projeto, elaborado em consulta às associações, e também fez sugestões, por intermédio do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Segundo Tarcísio, no entanto, Bolsonaro nunca tratou do tema com ele. “Nunca ouvi o presidente, aliás falando sobre isso”, desconversou.

O candidato aproveitou a pergunta sobre o controle da PM nos Estados para defender outro projeto de seus aliados no Congresso: o que altera as normas existentes para a saída temporária de presos, como em feriados. “Não tem que ter saidinha, preso tem de ficar na cadeia mesmo. O que vi o presidente falando é: respeite sua polícia, trate sua polícia como ela deve ser tratada.”

Vacina

Seguindo a linha adotada pelo presidente Jair Bolsonaro em relação à obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 no Brasil e no serviço público, Tarcísio de Freitas se declarou a favor da liberdade individual, repetindo o discurso negacionista que marcou a gestão Bolsonaro ao longo da pandemia.

“Por que vou obrigar uma pessoa a se vacinar? Acho que cada um tem de ter a liberdade para escolher”, disse. Questionado ainda, caso eleito, vai manter a política atual do governo do Estado que prevê que servidores públicos estejam vacinados, ele disse que não. “Essa questão, essa opção vacinal ou não é de cada um. Com certeza, vou acabar com a obrigatoriedade. Não tem que ter obrigatoriedade. Eu exerci a minha liberdade e tomei, mas ninguém tem que ser obrigado a tomar”, afirmou.

Ao ser confrontado sobre o risco de seu discurso, de negar a importância da vacina e assim ajudar na disseminação do vírus, Tarcísio ganhou aplausos da plateia que o acompanha na sabatina ao dizer que pegou covid-19 duas vezes: “Uma antes da vacina e outra, depois.”

Já sobre a vacinação para outras doenças, como a poliomielite - doença que havia sido erradicada no País e corre o risco de voltar pela baixa adesão à vacinação -, Tarcísio voltou a dizer que o caminho para melhorar os índices não é a obrigatoriedade, mas a realização de mais campanhas de vacinação para convencer os pais a vacinarem seus filhos.

“Entendo que a vacina da pólio e do sarampo fazem parte do plano nacional de imunização há muito tempo. Cabe ao Estado fomentar, incentivar, fazer as campanhas de vacinação, disponibilizar as vacinas, alertar para o risco que é não vacinar seus filhos. Vamos combater a poliomielite, vamos combater o sarampo, vamos combater todas as doenças que têm vacina disponível. Sempre houve liberdade de escolha e as mães sempre vacinaram seus filhos.”

Aborto legal

Questionado sobre sua posição sobre o aborto, à luz da saúde pública, por uma aluna da Faap, o candidato se declarou mais uma vez contra a prática. “É uma questão de fé, acredito na vida desde a concepção”, disse. Na sequência, afirmou aos jornalistas presentes que, se eleito, vai trabalhar para garantir que os hospitais estaduais cumpram a lei no que diz respeito ao aborto legal.

“O legislador tem a competência para disciplinar questões relacionadas ao aborto. O que está previsto na legislação é o que nós vamos cumprir”, afirmou o candidato. “A lei disciplinou as hipóteses em que o aborto é possível e legal. É uma política pública importante e elas (as mulheres) vão ter todo suporte para isso”, completou. São três as condições previstas atualmente na legislação brasileira para o aborto legal: estupro, anencefalia e risco de vida da mãe.

O candidato também comentou seus planos para a saúde, que, segundo ele, vão focar na prevenção. “Vamos investir muito em prevenção na saúde, telemedicina, para que as pessoas não tenham que ir para os pronto-socorros”, disse Tarcísio, sobre seu plano de governo na área médica. Ele ainda afirmou que pretende incentivar e investir a prática de esportes em escolas, com o foco em crianças e adolescentes, assim como lançar medidas específicas para quem sofre de depressão.

Mobilidade

Ao responder pergunta enviada por um leitor do Estadão sobre problemas enfrentados pelos paulistas nas linhas de transporte metropolitano, por meio da #sabatinaestadaofaap, o candidato do Republicanos afirmou que pretende avaliar os contratos existentes, como os que envolvem concessões de linhas do Metrô e da CPTM, mas dentro dos limites contratuais.

“A gente vai atuar para que os contratos sejam cumpridos, usar o poder de polícia, o poder do poder concedente para fazer com que esse contrato seja cumprido, que a servidões sejam cumpridos, que os padrões os parâmetros de desempenho sejam observados, e aplicar as penalidades previstas no contrato”, afirmou Tarcísio, que se comprometeu a expandir linhas de metrô, especialmente no sentido da zona leste da capital.

Tarcísio é o quinto sabatinado da série cuja ordem foi definida em sorteio. O candidato do PDT, Elvis Cezar, participou do evento no dia 17. Fernando Haddad, do PT, foi entrevistado na última sexta-feira, 19, o governador Rodrigo Garcia (PSDB), no dia 22. Vinícius Poit (Novo) foi o último entrevistado, nesta quinta-feira, 23.

O candidato do Republicanos ao Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio de Freitas, afirmou nesta quarta-feira, 24, durante sabatina organizada pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), que vai acabar com a obrigatoriedade de os servidores estaduais tomarem vacina contra a covid-19.

“Essa questão, essa opção vacinal ou não é de cada um. Com certeza, vou acabar com a obrigatoriedade. Não tem que ter obrigatoriedade. Eu exerci a minha liberdade e tomei, mas ninguém tem que ser obrigado a tomar”, afirmou.

Afinado ao discurso adotado pelo presidente Jair Bolsonaro ao longo de toda a sabatina, Tarcísio de Freitas também se declarou contra a ‘saidinha de presos’ e o aborto, criticou os manifestos a favor da democracia divulgados por universidades e entidades da sociedade civil - com mais de 1 milhão de assinaturas - e defendeu os empresários bolsonaristas que foram alvo de busca de apreensão pela Polícia Federal após declarações dadas, por WhatsApp, defenderem um golpe de Estado em caso de derrota do presidente nas urnas.

Segundo o ex-ministro, os decretos de busca e apreensão e de bloqueio de bens são “desarrazoados”, “desproporcionais” e uma “extrapolação”. “Não vejo que uma conversa num grupo de WhatsApp entre amigos tenha qualquer condão de promover um golpe de Estado. Quem vai dar um golpe? Meia dúzia de empresários? Isso não faz o menor sentido”, disse.

Defesa da democracia

Tarcísio foi questionado pelos entrevistadores se assinou os manifestos em defesa da democracia promovidos por universidades, como a USP, e entidades, como a Fiesp e Febraban. Em sua resposta, o candidato optou por atacar o PT e os candidatos do partido, de forma indireta, e afirmou ainda não ver sentido em tais iniciativas.

Repetindo o argumento de Bolsonaro e de seus apoiadores, Tarcísio alegou que os signatários do manifesto são favoráveis a regimes autoritários da América Latina, como Nicarágua e Cuba. “Acho o ‘fim da picada’ haver pessoas assinando a carta se dizendo defensores da democracia no Brasil, mas defendendo ditadura na Nicarágua, na Venezuela. Não faz o menor sentido.”

Tarcísio acrescentou que a única carta que ele leva em consideração é a Constituição. Ao fim de sua resposta, a colunista Eliane Cantanhêde, mediadora do evento, ponderou que o manifesto pela democracia teve mais de 1 milhão de adesões, inclusive de entidades ligadas à Indústria e ao setor financeiro, como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que claramente não defendem ditaduras na América Latina.

Forasteiro

Tarcísio diz que “pisou na bola” ao dizer que São Paulo precisa de um “forasteiro” para governar o Estado. “Essa frase foi descontextualizada. A gente está exposto o tempo todo. O tempo todo a gente dá declarações, nem sempre a gente vai ser feliz. Na menor pisada de bola, a gente é crucificado”, disse.

O ex-ministro de Infraestrutura afirmou ainda que “em momento nenhum” quis dizer que a população paulista não é capaz de governar seu Estado. “O pessoal é que questiona muito a minha capacidade de lidar com os problemas de São Paulo.”

Tarcísio disse estar “sensível” com os problemas de São Paulo, embora não seja natural do Estado. Ele voltou a argumentar que sua experiência como ex-ministro do governo Jair Bolsonaro faz com que ele conheça o que precisa ser feito no Estado. “Eventualmente, você vai ter um cara de fora concluindo o Rodoanel (obra em andamento há anos em São Paulo). Eu não disse que um paulista não é capaz”.

Sobre seu domicílio eleitoral - Tarcísio afirmou à Justiça Eleitoral ter se mudado para São José dos Campos, no interior -, o candidato listou todos os Estados do País pelos quais passou seja estudando ou trabalhando. Essa experiência, segundo ele, é mais relevante do que o fato de ele não ser de São Paulo.

Controle da PM e ‘saidinha’

Questionado sobre sua posição a respeito do projeto defendido pela base bolsonarista que tira dos governadores o poder e o controle sobre o comando da Polícia Militar (PM), o candidato disse que a “polícia é uma competência do Estado”. Pela proposta, uma lista tríplice seria usada como forma de escolha dos comandantes-gerais da PM. Por meio dela, os comandantes ganhariam um mandato de dois anos e autonomia orçamentária para comandar as corporações, sem interferência, portanto, dos governadores.

O governo federal acompanha todos os passos da preparação do projeto, elaborado em consulta às associações, e também fez sugestões, por intermédio do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Segundo Tarcísio, no entanto, Bolsonaro nunca tratou do tema com ele. “Nunca ouvi o presidente, aliás falando sobre isso”, desconversou.

O candidato aproveitou a pergunta sobre o controle da PM nos Estados para defender outro projeto de seus aliados no Congresso: o que altera as normas existentes para a saída temporária de presos, como em feriados. “Não tem que ter saidinha, preso tem de ficar na cadeia mesmo. O que vi o presidente falando é: respeite sua polícia, trate sua polícia como ela deve ser tratada.”

Vacina

Seguindo a linha adotada pelo presidente Jair Bolsonaro em relação à obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 no Brasil e no serviço público, Tarcísio de Freitas se declarou a favor da liberdade individual, repetindo o discurso negacionista que marcou a gestão Bolsonaro ao longo da pandemia.

“Por que vou obrigar uma pessoa a se vacinar? Acho que cada um tem de ter a liberdade para escolher”, disse. Questionado ainda, caso eleito, vai manter a política atual do governo do Estado que prevê que servidores públicos estejam vacinados, ele disse que não. “Essa questão, essa opção vacinal ou não é de cada um. Com certeza, vou acabar com a obrigatoriedade. Não tem que ter obrigatoriedade. Eu exerci a minha liberdade e tomei, mas ninguém tem que ser obrigado a tomar”, afirmou.

Ao ser confrontado sobre o risco de seu discurso, de negar a importância da vacina e assim ajudar na disseminação do vírus, Tarcísio ganhou aplausos da plateia que o acompanha na sabatina ao dizer que pegou covid-19 duas vezes: “Uma antes da vacina e outra, depois.”

Já sobre a vacinação para outras doenças, como a poliomielite - doença que havia sido erradicada no País e corre o risco de voltar pela baixa adesão à vacinação -, Tarcísio voltou a dizer que o caminho para melhorar os índices não é a obrigatoriedade, mas a realização de mais campanhas de vacinação para convencer os pais a vacinarem seus filhos.

“Entendo que a vacina da pólio e do sarampo fazem parte do plano nacional de imunização há muito tempo. Cabe ao Estado fomentar, incentivar, fazer as campanhas de vacinação, disponibilizar as vacinas, alertar para o risco que é não vacinar seus filhos. Vamos combater a poliomielite, vamos combater o sarampo, vamos combater todas as doenças que têm vacina disponível. Sempre houve liberdade de escolha e as mães sempre vacinaram seus filhos.”

Aborto legal

Questionado sobre sua posição sobre o aborto, à luz da saúde pública, por uma aluna da Faap, o candidato se declarou mais uma vez contra a prática. “É uma questão de fé, acredito na vida desde a concepção”, disse. Na sequência, afirmou aos jornalistas presentes que, se eleito, vai trabalhar para garantir que os hospitais estaduais cumpram a lei no que diz respeito ao aborto legal.

“O legislador tem a competência para disciplinar questões relacionadas ao aborto. O que está previsto na legislação é o que nós vamos cumprir”, afirmou o candidato. “A lei disciplinou as hipóteses em que o aborto é possível e legal. É uma política pública importante e elas (as mulheres) vão ter todo suporte para isso”, completou. São três as condições previstas atualmente na legislação brasileira para o aborto legal: estupro, anencefalia e risco de vida da mãe.

O candidato também comentou seus planos para a saúde, que, segundo ele, vão focar na prevenção. “Vamos investir muito em prevenção na saúde, telemedicina, para que as pessoas não tenham que ir para os pronto-socorros”, disse Tarcísio, sobre seu plano de governo na área médica. Ele ainda afirmou que pretende incentivar e investir a prática de esportes em escolas, com o foco em crianças e adolescentes, assim como lançar medidas específicas para quem sofre de depressão.

Mobilidade

Ao responder pergunta enviada por um leitor do Estadão sobre problemas enfrentados pelos paulistas nas linhas de transporte metropolitano, por meio da #sabatinaestadaofaap, o candidato do Republicanos afirmou que pretende avaliar os contratos existentes, como os que envolvem concessões de linhas do Metrô e da CPTM, mas dentro dos limites contratuais.

“A gente vai atuar para que os contratos sejam cumpridos, usar o poder de polícia, o poder do poder concedente para fazer com que esse contrato seja cumprido, que a servidões sejam cumpridos, que os padrões os parâmetros de desempenho sejam observados, e aplicar as penalidades previstas no contrato”, afirmou Tarcísio, que se comprometeu a expandir linhas de metrô, especialmente no sentido da zona leste da capital.

Tarcísio é o quinto sabatinado da série cuja ordem foi definida em sorteio. O candidato do PDT, Elvis Cezar, participou do evento no dia 17. Fernando Haddad, do PT, foi entrevistado na última sexta-feira, 19, o governador Rodrigo Garcia (PSDB), no dia 22. Vinícius Poit (Novo) foi o último entrevistado, nesta quinta-feira, 23.

O candidato do Republicanos ao Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio de Freitas, afirmou nesta quarta-feira, 24, durante sabatina organizada pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), que vai acabar com a obrigatoriedade de os servidores estaduais tomarem vacina contra a covid-19.

“Essa questão, essa opção vacinal ou não é de cada um. Com certeza, vou acabar com a obrigatoriedade. Não tem que ter obrigatoriedade. Eu exerci a minha liberdade e tomei, mas ninguém tem que ser obrigado a tomar”, afirmou.

Afinado ao discurso adotado pelo presidente Jair Bolsonaro ao longo de toda a sabatina, Tarcísio de Freitas também se declarou contra a ‘saidinha de presos’ e o aborto, criticou os manifestos a favor da democracia divulgados por universidades e entidades da sociedade civil - com mais de 1 milhão de assinaturas - e defendeu os empresários bolsonaristas que foram alvo de busca de apreensão pela Polícia Federal após declarações dadas, por WhatsApp, defenderem um golpe de Estado em caso de derrota do presidente nas urnas.

Segundo o ex-ministro, os decretos de busca e apreensão e de bloqueio de bens são “desarrazoados”, “desproporcionais” e uma “extrapolação”. “Não vejo que uma conversa num grupo de WhatsApp entre amigos tenha qualquer condão de promover um golpe de Estado. Quem vai dar um golpe? Meia dúzia de empresários? Isso não faz o menor sentido”, disse.

Defesa da democracia

Tarcísio foi questionado pelos entrevistadores se assinou os manifestos em defesa da democracia promovidos por universidades, como a USP, e entidades, como a Fiesp e Febraban. Em sua resposta, o candidato optou por atacar o PT e os candidatos do partido, de forma indireta, e afirmou ainda não ver sentido em tais iniciativas.

Repetindo o argumento de Bolsonaro e de seus apoiadores, Tarcísio alegou que os signatários do manifesto são favoráveis a regimes autoritários da América Latina, como Nicarágua e Cuba. “Acho o ‘fim da picada’ haver pessoas assinando a carta se dizendo defensores da democracia no Brasil, mas defendendo ditadura na Nicarágua, na Venezuela. Não faz o menor sentido.”

Tarcísio acrescentou que a única carta que ele leva em consideração é a Constituição. Ao fim de sua resposta, a colunista Eliane Cantanhêde, mediadora do evento, ponderou que o manifesto pela democracia teve mais de 1 milhão de adesões, inclusive de entidades ligadas à Indústria e ao setor financeiro, como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que claramente não defendem ditaduras na América Latina.

Forasteiro

Tarcísio diz que “pisou na bola” ao dizer que São Paulo precisa de um “forasteiro” para governar o Estado. “Essa frase foi descontextualizada. A gente está exposto o tempo todo. O tempo todo a gente dá declarações, nem sempre a gente vai ser feliz. Na menor pisada de bola, a gente é crucificado”, disse.

O ex-ministro de Infraestrutura afirmou ainda que “em momento nenhum” quis dizer que a população paulista não é capaz de governar seu Estado. “O pessoal é que questiona muito a minha capacidade de lidar com os problemas de São Paulo.”

Tarcísio disse estar “sensível” com os problemas de São Paulo, embora não seja natural do Estado. Ele voltou a argumentar que sua experiência como ex-ministro do governo Jair Bolsonaro faz com que ele conheça o que precisa ser feito no Estado. “Eventualmente, você vai ter um cara de fora concluindo o Rodoanel (obra em andamento há anos em São Paulo). Eu não disse que um paulista não é capaz”.

Sobre seu domicílio eleitoral - Tarcísio afirmou à Justiça Eleitoral ter se mudado para São José dos Campos, no interior -, o candidato listou todos os Estados do País pelos quais passou seja estudando ou trabalhando. Essa experiência, segundo ele, é mais relevante do que o fato de ele não ser de São Paulo.

Controle da PM e ‘saidinha’

Questionado sobre sua posição a respeito do projeto defendido pela base bolsonarista que tira dos governadores o poder e o controle sobre o comando da Polícia Militar (PM), o candidato disse que a “polícia é uma competência do Estado”. Pela proposta, uma lista tríplice seria usada como forma de escolha dos comandantes-gerais da PM. Por meio dela, os comandantes ganhariam um mandato de dois anos e autonomia orçamentária para comandar as corporações, sem interferência, portanto, dos governadores.

O governo federal acompanha todos os passos da preparação do projeto, elaborado em consulta às associações, e também fez sugestões, por intermédio do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Segundo Tarcísio, no entanto, Bolsonaro nunca tratou do tema com ele. “Nunca ouvi o presidente, aliás falando sobre isso”, desconversou.

O candidato aproveitou a pergunta sobre o controle da PM nos Estados para defender outro projeto de seus aliados no Congresso: o que altera as normas existentes para a saída temporária de presos, como em feriados. “Não tem que ter saidinha, preso tem de ficar na cadeia mesmo. O que vi o presidente falando é: respeite sua polícia, trate sua polícia como ela deve ser tratada.”

Vacina

Seguindo a linha adotada pelo presidente Jair Bolsonaro em relação à obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 no Brasil e no serviço público, Tarcísio de Freitas se declarou a favor da liberdade individual, repetindo o discurso negacionista que marcou a gestão Bolsonaro ao longo da pandemia.

“Por que vou obrigar uma pessoa a se vacinar? Acho que cada um tem de ter a liberdade para escolher”, disse. Questionado ainda, caso eleito, vai manter a política atual do governo do Estado que prevê que servidores públicos estejam vacinados, ele disse que não. “Essa questão, essa opção vacinal ou não é de cada um. Com certeza, vou acabar com a obrigatoriedade. Não tem que ter obrigatoriedade. Eu exerci a minha liberdade e tomei, mas ninguém tem que ser obrigado a tomar”, afirmou.

Ao ser confrontado sobre o risco de seu discurso, de negar a importância da vacina e assim ajudar na disseminação do vírus, Tarcísio ganhou aplausos da plateia que o acompanha na sabatina ao dizer que pegou covid-19 duas vezes: “Uma antes da vacina e outra, depois.”

Já sobre a vacinação para outras doenças, como a poliomielite - doença que havia sido erradicada no País e corre o risco de voltar pela baixa adesão à vacinação -, Tarcísio voltou a dizer que o caminho para melhorar os índices não é a obrigatoriedade, mas a realização de mais campanhas de vacinação para convencer os pais a vacinarem seus filhos.

“Entendo que a vacina da pólio e do sarampo fazem parte do plano nacional de imunização há muito tempo. Cabe ao Estado fomentar, incentivar, fazer as campanhas de vacinação, disponibilizar as vacinas, alertar para o risco que é não vacinar seus filhos. Vamos combater a poliomielite, vamos combater o sarampo, vamos combater todas as doenças que têm vacina disponível. Sempre houve liberdade de escolha e as mães sempre vacinaram seus filhos.”

Aborto legal

Questionado sobre sua posição sobre o aborto, à luz da saúde pública, por uma aluna da Faap, o candidato se declarou mais uma vez contra a prática. “É uma questão de fé, acredito na vida desde a concepção”, disse. Na sequência, afirmou aos jornalistas presentes que, se eleito, vai trabalhar para garantir que os hospitais estaduais cumpram a lei no que diz respeito ao aborto legal.

“O legislador tem a competência para disciplinar questões relacionadas ao aborto. O que está previsto na legislação é o que nós vamos cumprir”, afirmou o candidato. “A lei disciplinou as hipóteses em que o aborto é possível e legal. É uma política pública importante e elas (as mulheres) vão ter todo suporte para isso”, completou. São três as condições previstas atualmente na legislação brasileira para o aborto legal: estupro, anencefalia e risco de vida da mãe.

O candidato também comentou seus planos para a saúde, que, segundo ele, vão focar na prevenção. “Vamos investir muito em prevenção na saúde, telemedicina, para que as pessoas não tenham que ir para os pronto-socorros”, disse Tarcísio, sobre seu plano de governo na área médica. Ele ainda afirmou que pretende incentivar e investir a prática de esportes em escolas, com o foco em crianças e adolescentes, assim como lançar medidas específicas para quem sofre de depressão.

Mobilidade

Ao responder pergunta enviada por um leitor do Estadão sobre problemas enfrentados pelos paulistas nas linhas de transporte metropolitano, por meio da #sabatinaestadaofaap, o candidato do Republicanos afirmou que pretende avaliar os contratos existentes, como os que envolvem concessões de linhas do Metrô e da CPTM, mas dentro dos limites contratuais.

“A gente vai atuar para que os contratos sejam cumpridos, usar o poder de polícia, o poder do poder concedente para fazer com que esse contrato seja cumprido, que a servidões sejam cumpridos, que os padrões os parâmetros de desempenho sejam observados, e aplicar as penalidades previstas no contrato”, afirmou Tarcísio, que se comprometeu a expandir linhas de metrô, especialmente no sentido da zona leste da capital.

Tarcísio é o quinto sabatinado da série cuja ordem foi definida em sorteio. O candidato do PDT, Elvis Cezar, participou do evento no dia 17. Fernando Haddad, do PT, foi entrevistado na última sexta-feira, 19, o governador Rodrigo Garcia (PSDB), no dia 22. Vinícius Poit (Novo) foi o último entrevistado, nesta quinta-feira, 23.

O candidato do Republicanos ao Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio de Freitas, afirmou nesta quarta-feira, 24, durante sabatina organizada pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), que vai acabar com a obrigatoriedade de os servidores estaduais tomarem vacina contra a covid-19.

“Essa questão, essa opção vacinal ou não é de cada um. Com certeza, vou acabar com a obrigatoriedade. Não tem que ter obrigatoriedade. Eu exerci a minha liberdade e tomei, mas ninguém tem que ser obrigado a tomar”, afirmou.

Afinado ao discurso adotado pelo presidente Jair Bolsonaro ao longo de toda a sabatina, Tarcísio de Freitas também se declarou contra a ‘saidinha de presos’ e o aborto, criticou os manifestos a favor da democracia divulgados por universidades e entidades da sociedade civil - com mais de 1 milhão de assinaturas - e defendeu os empresários bolsonaristas que foram alvo de busca de apreensão pela Polícia Federal após declarações dadas, por WhatsApp, defenderem um golpe de Estado em caso de derrota do presidente nas urnas.

Segundo o ex-ministro, os decretos de busca e apreensão e de bloqueio de bens são “desarrazoados”, “desproporcionais” e uma “extrapolação”. “Não vejo que uma conversa num grupo de WhatsApp entre amigos tenha qualquer condão de promover um golpe de Estado. Quem vai dar um golpe? Meia dúzia de empresários? Isso não faz o menor sentido”, disse.

Defesa da democracia

Tarcísio foi questionado pelos entrevistadores se assinou os manifestos em defesa da democracia promovidos por universidades, como a USP, e entidades, como a Fiesp e Febraban. Em sua resposta, o candidato optou por atacar o PT e os candidatos do partido, de forma indireta, e afirmou ainda não ver sentido em tais iniciativas.

Repetindo o argumento de Bolsonaro e de seus apoiadores, Tarcísio alegou que os signatários do manifesto são favoráveis a regimes autoritários da América Latina, como Nicarágua e Cuba. “Acho o ‘fim da picada’ haver pessoas assinando a carta se dizendo defensores da democracia no Brasil, mas defendendo ditadura na Nicarágua, na Venezuela. Não faz o menor sentido.”

Tarcísio acrescentou que a única carta que ele leva em consideração é a Constituição. Ao fim de sua resposta, a colunista Eliane Cantanhêde, mediadora do evento, ponderou que o manifesto pela democracia teve mais de 1 milhão de adesões, inclusive de entidades ligadas à Indústria e ao setor financeiro, como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que claramente não defendem ditaduras na América Latina.

Forasteiro

Tarcísio diz que “pisou na bola” ao dizer que São Paulo precisa de um “forasteiro” para governar o Estado. “Essa frase foi descontextualizada. A gente está exposto o tempo todo. O tempo todo a gente dá declarações, nem sempre a gente vai ser feliz. Na menor pisada de bola, a gente é crucificado”, disse.

O ex-ministro de Infraestrutura afirmou ainda que “em momento nenhum” quis dizer que a população paulista não é capaz de governar seu Estado. “O pessoal é que questiona muito a minha capacidade de lidar com os problemas de São Paulo.”

Tarcísio disse estar “sensível” com os problemas de São Paulo, embora não seja natural do Estado. Ele voltou a argumentar que sua experiência como ex-ministro do governo Jair Bolsonaro faz com que ele conheça o que precisa ser feito no Estado. “Eventualmente, você vai ter um cara de fora concluindo o Rodoanel (obra em andamento há anos em São Paulo). Eu não disse que um paulista não é capaz”.

Sobre seu domicílio eleitoral - Tarcísio afirmou à Justiça Eleitoral ter se mudado para São José dos Campos, no interior -, o candidato listou todos os Estados do País pelos quais passou seja estudando ou trabalhando. Essa experiência, segundo ele, é mais relevante do que o fato de ele não ser de São Paulo.

Controle da PM e ‘saidinha’

Questionado sobre sua posição a respeito do projeto defendido pela base bolsonarista que tira dos governadores o poder e o controle sobre o comando da Polícia Militar (PM), o candidato disse que a “polícia é uma competência do Estado”. Pela proposta, uma lista tríplice seria usada como forma de escolha dos comandantes-gerais da PM. Por meio dela, os comandantes ganhariam um mandato de dois anos e autonomia orçamentária para comandar as corporações, sem interferência, portanto, dos governadores.

O governo federal acompanha todos os passos da preparação do projeto, elaborado em consulta às associações, e também fez sugestões, por intermédio do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Segundo Tarcísio, no entanto, Bolsonaro nunca tratou do tema com ele. “Nunca ouvi o presidente, aliás falando sobre isso”, desconversou.

O candidato aproveitou a pergunta sobre o controle da PM nos Estados para defender outro projeto de seus aliados no Congresso: o que altera as normas existentes para a saída temporária de presos, como em feriados. “Não tem que ter saidinha, preso tem de ficar na cadeia mesmo. O que vi o presidente falando é: respeite sua polícia, trate sua polícia como ela deve ser tratada.”

Vacina

Seguindo a linha adotada pelo presidente Jair Bolsonaro em relação à obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 no Brasil e no serviço público, Tarcísio de Freitas se declarou a favor da liberdade individual, repetindo o discurso negacionista que marcou a gestão Bolsonaro ao longo da pandemia.

“Por que vou obrigar uma pessoa a se vacinar? Acho que cada um tem de ter a liberdade para escolher”, disse. Questionado ainda, caso eleito, vai manter a política atual do governo do Estado que prevê que servidores públicos estejam vacinados, ele disse que não. “Essa questão, essa opção vacinal ou não é de cada um. Com certeza, vou acabar com a obrigatoriedade. Não tem que ter obrigatoriedade. Eu exerci a minha liberdade e tomei, mas ninguém tem que ser obrigado a tomar”, afirmou.

Ao ser confrontado sobre o risco de seu discurso, de negar a importância da vacina e assim ajudar na disseminação do vírus, Tarcísio ganhou aplausos da plateia que o acompanha na sabatina ao dizer que pegou covid-19 duas vezes: “Uma antes da vacina e outra, depois.”

Já sobre a vacinação para outras doenças, como a poliomielite - doença que havia sido erradicada no País e corre o risco de voltar pela baixa adesão à vacinação -, Tarcísio voltou a dizer que o caminho para melhorar os índices não é a obrigatoriedade, mas a realização de mais campanhas de vacinação para convencer os pais a vacinarem seus filhos.

“Entendo que a vacina da pólio e do sarampo fazem parte do plano nacional de imunização há muito tempo. Cabe ao Estado fomentar, incentivar, fazer as campanhas de vacinação, disponibilizar as vacinas, alertar para o risco que é não vacinar seus filhos. Vamos combater a poliomielite, vamos combater o sarampo, vamos combater todas as doenças que têm vacina disponível. Sempre houve liberdade de escolha e as mães sempre vacinaram seus filhos.”

Aborto legal

Questionado sobre sua posição sobre o aborto, à luz da saúde pública, por uma aluna da Faap, o candidato se declarou mais uma vez contra a prática. “É uma questão de fé, acredito na vida desde a concepção”, disse. Na sequência, afirmou aos jornalistas presentes que, se eleito, vai trabalhar para garantir que os hospitais estaduais cumpram a lei no que diz respeito ao aborto legal.

“O legislador tem a competência para disciplinar questões relacionadas ao aborto. O que está previsto na legislação é o que nós vamos cumprir”, afirmou o candidato. “A lei disciplinou as hipóteses em que o aborto é possível e legal. É uma política pública importante e elas (as mulheres) vão ter todo suporte para isso”, completou. São três as condições previstas atualmente na legislação brasileira para o aborto legal: estupro, anencefalia e risco de vida da mãe.

O candidato também comentou seus planos para a saúde, que, segundo ele, vão focar na prevenção. “Vamos investir muito em prevenção na saúde, telemedicina, para que as pessoas não tenham que ir para os pronto-socorros”, disse Tarcísio, sobre seu plano de governo na área médica. Ele ainda afirmou que pretende incentivar e investir a prática de esportes em escolas, com o foco em crianças e adolescentes, assim como lançar medidas específicas para quem sofre de depressão.

Mobilidade

Ao responder pergunta enviada por um leitor do Estadão sobre problemas enfrentados pelos paulistas nas linhas de transporte metropolitano, por meio da #sabatinaestadaofaap, o candidato do Republicanos afirmou que pretende avaliar os contratos existentes, como os que envolvem concessões de linhas do Metrô e da CPTM, mas dentro dos limites contratuais.

“A gente vai atuar para que os contratos sejam cumpridos, usar o poder de polícia, o poder do poder concedente para fazer com que esse contrato seja cumprido, que a servidões sejam cumpridos, que os padrões os parâmetros de desempenho sejam observados, e aplicar as penalidades previstas no contrato”, afirmou Tarcísio, que se comprometeu a expandir linhas de metrô, especialmente no sentido da zona leste da capital.

Tarcísio é o quinto sabatinado da série cuja ordem foi definida em sorteio. O candidato do PDT, Elvis Cezar, participou do evento no dia 17. Fernando Haddad, do PT, foi entrevistado na última sexta-feira, 19, o governador Rodrigo Garcia (PSDB), no dia 22. Vinícius Poit (Novo) foi o último entrevistado, nesta quinta-feira, 23.

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