RIO – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da França, Emmanuel Macron, visitarão o Complexo Naval em Itaguaí (RJ), nesta quarta-feira, 27, para batismo e lançamento ao mar do submarino Tonelero (S42), embarcação construída em uma parceria entre os dois países com orçamento estimado em R$ 40 bilhões.
O Tonelero é o terceiro submarino convencional com propulsão diesel-elétrica construído totalmente no Brasil pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). O programa é uma iniciativa que teve origem em acordo firmado com a França, em 2008, no segundo mandato de Lula na Presidência. Desenvolvido para a construção das embarcações, o Prosub utiliza da transferência de tecnologia entre os países para o desenvolvimento de quatro submarinos convencionais da classe da embarcação francesa Scorpène e a fabricação do primeiro submarino brasileiro de propulsão nuclear.
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Na cerimônia desta quarta-feira, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, será a madrinha de batismo do novo submarino, seguindo uma tradição da Marinha. A embarcação, segundo a Força, contribuirá para a defesa da costa brasileira.
Em 14 de dezembro de 2018, Marcela Temer, mulher do então presidente Michel Temer (MDB) batizou o primeiro submarino construído pelo Prosub, o Riachuelo. Já para o Submarino Humaitá, batizado em 2020, a madrinha foi Adelaide Chaves Azevedo e Silva, mulher do então Ministro da Defesa do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Fernando Azevedo. Michelle Bolsonaro, então primeira-dama, não esteve na cerimônia na época.
O Tonelero tem a capacidade de comportar até 35 tripulantes em 71,62 metros de comprimento e 6,2 metros de diâmetro. A embarcação pode chegar a 250 metros de profundidade e se locomover em uma velocidade máxima de 37 quilômetros por hora. Segundo a Marinha, o submarino pode ficar aproximadamente 70 dias em operação, tempo que varia de acordo com as atividades desenvolvidas em cada missão.
O plano do Prosub é entregar cinco submarinos – quatro com propulsão convencional e um nuclear – até 2033. Dois já estão em operação: Humaitá e Riachuelo. E outros três em construção Tonelero, Angostura e SCPN Álvaro Alberto, com propulsão nuclear.
O Tonelero é equipado com seis turbos de armas capazes de lançar torpedos, mísseis antinavio e minas. O Sistema de Combate do submarino tem ainda sensores acústicos, eletro-ópticos e óticos, além de equipamentos de guerra eletrônica.
Dois submarinos já foram lançados ao mar
Entre as embarcações previstas no projeto, dois submarinos já foram lançados ao mar. O lançamento do S-40 Riachuelo ocorreu na gestão Temer, em dezembro de 2018. Na época, compareceram ao evento o então presidente eleito Jair Bolsonaro e outras autoridades dos Três Poderes.
Em setembro de 2022, o Riachuelo foi incorporado à frota naval da Marinha e ficou à disposição para uso em operações. A estreia ocorreu um ano depois, em setembro de 2023, na Operação “Tropicalex 2023″, com exercícios e manobras no mar, operações de guerra naval, ações de superfície, aéreas, de submarinos, de guerra eletrônica e de guerra cibernética, além de patrulha naval.
Em dezembro do mesmo ano, na gestão de Jair Bolsonaro, foi a vez de a embarcação S-41 Humaitá ser lançada ao mar. Naquele mês, o então presidente participou da solenidade de batismo do submarino. A embarcação tem 72 metros de comprimento. O Humaitá foi entregue ao setor de operações da Marinha em janeiro deste ano.
Origem do nome Tonelero
Os submarinos de propulsão diesel-elétrica construídos pelo Prosub recebem nomes de batalhas vencidas pela Marinha no século XIX. O submarino Riachuelo, primeiro da classe, homenageia a vitória brasileira na batalha naval do Riachuelo, na Guerra do Paraguai (1864-1870) entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
O submarino Humaitá homenageia a passagem da Esquadra brasileira pelo complexo fortificado de Humaitá no rio Paraguai, considerado um feito pela Marinha, durante a Guerra do Paraguai.
O batismo do submarino Tonelero faz menção à principal ação naval da Marinha Imperial brasileira na Guerra do Prata (1851-1852), também conhecida como Guerra contra Oribe e Rosas. A “Passagem de Tonelero” foi uma manobra em que os navios brasileiros transpuseram, sob ataque do Exército argentino, o Passo de Tonelero, uma região às margens do rio Paraná, em território argentino.