Saiba o que Mauro Cid revelou e o que escondeu em novo depoimento ao STF


Ex-ajudante de ordens negou ter sido pressionado por policiais para fazer delação, admitiu que falou ‘besteira’ e reclamou que amigos o chamam de ‘leproso’

Por Gabriel de Sousa
Atualização:

BRASÍLIA – Antes de ser preso pela Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira, 22, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi interrogado por um juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes. O magistrado cobrou explicações sobre os áudios em que atacou o próprio ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e a PF. Mauro Cid admitiu que errou, mas não quis contar com quem fez o “desabafo” sobre as investigações contra Bolsonaro.

Nesta quinta-feira, 21, a revista Veja divulgou os áudios de Cid, que falava com um interlocutor desconhecido sobre a delação premiada que fechou com a PF em setembro. Em uma das gravações, o tenente-coronel afirmou que os investigadores “não queriam saber a verdade” sobre a tentativa de golpe de Estado e que Alexandre de Moraes seria “a lei”. “Ele prende, ele solta quando ele ele quiser, com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, disse o ex-ajudante de ordens da Presidência.

A seguir, veja o que o militar contou e o que não falou em seu novo interrogatório:

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Mauro Cid negou ter sofrido pressão para acertar delação premiada que pode incriminar o ex-presidente Jair Bolsonaro Foto: Wilton Junior/Estadão

As ‘besteiras’ e o desabafo do coronel

Ao STF, Mauro Cid negou que tivesse sofrido pressão por parte da PF ou do Judiciário para realizar a delação premiada. Segundo ele, os áudios com ataques aos investigadores foram um mero desabafo de “quem quer chutar a porta e acaba falando besteira”. O tenente-coronel disse também que a conversa era “privada, informal, particular e sem o intuito de ser exposta pela revista”.

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“É um desabafo, quer chutar a porta e acaba falando besteira. Genérico, todo mundo acaba dizendo coisas que não eram para serem ditas. Em razão da situação que está vivendo, foi um desabafo. É um desserviço que a Veja faz ao inquérito, à minha família, às minhas filhas”, diz um trecho do depoimento.

Mauro Cid não se lembra do interlocutor

O tenente-coronel do Exército foi questionado sobre a pessoa com quem ele conversou e reclamou da atuação dos investigadores do inquérito que apura tentativa de golpe de Estado. Mauro Cid desconversou. Alegou que não se lembrava. Disse que só anda conversando com pessoas mais próximas, incluindo parentes.

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O militar afirmou que “está recluso, praticamente em casa, não tem vida social e não trabalha. Não lembra para quem falou essas frases de desabafo, num momento ruim. Não conseguiu ainda identificar quem foi essa pessoa. Não acredita que alguém do núcleo próximo tenha contato com a imprensa. Possivelmente, a conversa teria ocorrido por telefone. Provavelmente celular”, disse.

Cid admitiu ressentimento com Bolsonaro

Em um dos áudios divulgados pela Veja, Cid revelou ter um ressentimento de Bolsonaro por ter sido o único que ficou “fudido” após o início das investigações contra o ex-presidente. O tenente-coronel disse que o ex-chefe do Executivo ficou “milionário” a partir de transferências feitas via Pix por apoiadores, enquanto ele teve a carreira no Exército e a vida financeira prejudicadas.

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Segundo Cid, enquanto Bolsonaro enriqueceu por meio das transferências e os outros generais investigados pela tentativa de golpe estão na reserva das Forças Armadas, ele está com a “carreira desabando”. O ex-ajudante de ordens afirmou também que os seus amigos o tratam como “um leproso, com medo de se prejudicar”. “Quer ter a vida de volta. Está enclausurado. A imprensa sempre fica indo atrás. Está agoniado. Engordou mais de 10 quilos. O áudio é um desabafo. Acredita que as pessoas deviam o estar apoiando e dando sustentação”, diz outro trecho do depoimento.

Em outra gravação, o tenente-coronel diz que Bolsonaro e outros investigados terão penas acima de 100 anos de prisão. Cid também cita os presos pelos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro de 2023, chamando-os de “bagrinhos” que foram condenados a 17 anos pelo STF.

Segundo Cid, ele se assusta com as sentenças que estão sendo feitas contra os envolvidos nos atos golpistas e “imagina a pena que os mais altos vão pegar”.

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Moraes tira sigilo para não pairar dúvida

Nesta sexta, 22, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo do novo depoimento de Cid. No despacho, o magistrado justificou que o fazia para não deixar dúvidas de que o militar não foi forçado a fazer delação premiada. “Diante da necessidade de afastar qualquer dúvida sobre a legalidade, espontaneidade e voluntariedade da colaboração de Mauro César Barbosa Cid, que confirmou integralmente os termos anteriores de suas declarações”, escreveu o ministro do STF.

Assim que deixou o STF, Cid foi preso pela PF e levado para um quartel da Polícia do Exército, onde ficou encarcerado entre maio e setembro do ano passado. O tenente-coronel foi detido pela primeira vez durante a Operação Venire, que investigou fraudes em cartões de vacina de Bolsonaro e da sua filha Laura.

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BRASÍLIA – Antes de ser preso pela Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira, 22, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi interrogado por um juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes. O magistrado cobrou explicações sobre os áudios em que atacou o próprio ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e a PF. Mauro Cid admitiu que errou, mas não quis contar com quem fez o “desabafo” sobre as investigações contra Bolsonaro.

Nesta quinta-feira, 21, a revista Veja divulgou os áudios de Cid, que falava com um interlocutor desconhecido sobre a delação premiada que fechou com a PF em setembro. Em uma das gravações, o tenente-coronel afirmou que os investigadores “não queriam saber a verdade” sobre a tentativa de golpe de Estado e que Alexandre de Moraes seria “a lei”. “Ele prende, ele solta quando ele ele quiser, com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, disse o ex-ajudante de ordens da Presidência.

A seguir, veja o que o militar contou e o que não falou em seu novo interrogatório:

Mauro Cid negou ter sofrido pressão para acertar delação premiada que pode incriminar o ex-presidente Jair Bolsonaro Foto: Wilton Junior/Estadão

As ‘besteiras’ e o desabafo do coronel

Ao STF, Mauro Cid negou que tivesse sofrido pressão por parte da PF ou do Judiciário para realizar a delação premiada. Segundo ele, os áudios com ataques aos investigadores foram um mero desabafo de “quem quer chutar a porta e acaba falando besteira”. O tenente-coronel disse também que a conversa era “privada, informal, particular e sem o intuito de ser exposta pela revista”.

“É um desabafo, quer chutar a porta e acaba falando besteira. Genérico, todo mundo acaba dizendo coisas que não eram para serem ditas. Em razão da situação que está vivendo, foi um desabafo. É um desserviço que a Veja faz ao inquérito, à minha família, às minhas filhas”, diz um trecho do depoimento.

Mauro Cid não se lembra do interlocutor

O tenente-coronel do Exército foi questionado sobre a pessoa com quem ele conversou e reclamou da atuação dos investigadores do inquérito que apura tentativa de golpe de Estado. Mauro Cid desconversou. Alegou que não se lembrava. Disse que só anda conversando com pessoas mais próximas, incluindo parentes.

O militar afirmou que “está recluso, praticamente em casa, não tem vida social e não trabalha. Não lembra para quem falou essas frases de desabafo, num momento ruim. Não conseguiu ainda identificar quem foi essa pessoa. Não acredita que alguém do núcleo próximo tenha contato com a imprensa. Possivelmente, a conversa teria ocorrido por telefone. Provavelmente celular”, disse.

Cid admitiu ressentimento com Bolsonaro

Em um dos áudios divulgados pela Veja, Cid revelou ter um ressentimento de Bolsonaro por ter sido o único que ficou “fudido” após o início das investigações contra o ex-presidente. O tenente-coronel disse que o ex-chefe do Executivo ficou “milionário” a partir de transferências feitas via Pix por apoiadores, enquanto ele teve a carreira no Exército e a vida financeira prejudicadas.

Segundo Cid, enquanto Bolsonaro enriqueceu por meio das transferências e os outros generais investigados pela tentativa de golpe estão na reserva das Forças Armadas, ele está com a “carreira desabando”. O ex-ajudante de ordens afirmou também que os seus amigos o tratam como “um leproso, com medo de se prejudicar”. “Quer ter a vida de volta. Está enclausurado. A imprensa sempre fica indo atrás. Está agoniado. Engordou mais de 10 quilos. O áudio é um desabafo. Acredita que as pessoas deviam o estar apoiando e dando sustentação”, diz outro trecho do depoimento.

Em outra gravação, o tenente-coronel diz que Bolsonaro e outros investigados terão penas acima de 100 anos de prisão. Cid também cita os presos pelos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro de 2023, chamando-os de “bagrinhos” que foram condenados a 17 anos pelo STF.

Segundo Cid, ele se assusta com as sentenças que estão sendo feitas contra os envolvidos nos atos golpistas e “imagina a pena que os mais altos vão pegar”.

Moraes tira sigilo para não pairar dúvida

Nesta sexta, 22, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo do novo depoimento de Cid. No despacho, o magistrado justificou que o fazia para não deixar dúvidas de que o militar não foi forçado a fazer delação premiada. “Diante da necessidade de afastar qualquer dúvida sobre a legalidade, espontaneidade e voluntariedade da colaboração de Mauro César Barbosa Cid, que confirmou integralmente os termos anteriores de suas declarações”, escreveu o ministro do STF.

Assim que deixou o STF, Cid foi preso pela PF e levado para um quartel da Polícia do Exército, onde ficou encarcerado entre maio e setembro do ano passado. O tenente-coronel foi detido pela primeira vez durante a Operação Venire, que investigou fraudes em cartões de vacina de Bolsonaro e da sua filha Laura.

BRASÍLIA – Antes de ser preso pela Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira, 22, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi interrogado por um juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes. O magistrado cobrou explicações sobre os áudios em que atacou o próprio ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e a PF. Mauro Cid admitiu que errou, mas não quis contar com quem fez o “desabafo” sobre as investigações contra Bolsonaro.

Nesta quinta-feira, 21, a revista Veja divulgou os áudios de Cid, que falava com um interlocutor desconhecido sobre a delação premiada que fechou com a PF em setembro. Em uma das gravações, o tenente-coronel afirmou que os investigadores “não queriam saber a verdade” sobre a tentativa de golpe de Estado e que Alexandre de Moraes seria “a lei”. “Ele prende, ele solta quando ele ele quiser, com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, disse o ex-ajudante de ordens da Presidência.

A seguir, veja o que o militar contou e o que não falou em seu novo interrogatório:

Mauro Cid negou ter sofrido pressão para acertar delação premiada que pode incriminar o ex-presidente Jair Bolsonaro Foto: Wilton Junior/Estadão

As ‘besteiras’ e o desabafo do coronel

Ao STF, Mauro Cid negou que tivesse sofrido pressão por parte da PF ou do Judiciário para realizar a delação premiada. Segundo ele, os áudios com ataques aos investigadores foram um mero desabafo de “quem quer chutar a porta e acaba falando besteira”. O tenente-coronel disse também que a conversa era “privada, informal, particular e sem o intuito de ser exposta pela revista”.

“É um desabafo, quer chutar a porta e acaba falando besteira. Genérico, todo mundo acaba dizendo coisas que não eram para serem ditas. Em razão da situação que está vivendo, foi um desabafo. É um desserviço que a Veja faz ao inquérito, à minha família, às minhas filhas”, diz um trecho do depoimento.

Mauro Cid não se lembra do interlocutor

O tenente-coronel do Exército foi questionado sobre a pessoa com quem ele conversou e reclamou da atuação dos investigadores do inquérito que apura tentativa de golpe de Estado. Mauro Cid desconversou. Alegou que não se lembrava. Disse que só anda conversando com pessoas mais próximas, incluindo parentes.

O militar afirmou que “está recluso, praticamente em casa, não tem vida social e não trabalha. Não lembra para quem falou essas frases de desabafo, num momento ruim. Não conseguiu ainda identificar quem foi essa pessoa. Não acredita que alguém do núcleo próximo tenha contato com a imprensa. Possivelmente, a conversa teria ocorrido por telefone. Provavelmente celular”, disse.

Cid admitiu ressentimento com Bolsonaro

Em um dos áudios divulgados pela Veja, Cid revelou ter um ressentimento de Bolsonaro por ter sido o único que ficou “fudido” após o início das investigações contra o ex-presidente. O tenente-coronel disse que o ex-chefe do Executivo ficou “milionário” a partir de transferências feitas via Pix por apoiadores, enquanto ele teve a carreira no Exército e a vida financeira prejudicadas.

Segundo Cid, enquanto Bolsonaro enriqueceu por meio das transferências e os outros generais investigados pela tentativa de golpe estão na reserva das Forças Armadas, ele está com a “carreira desabando”. O ex-ajudante de ordens afirmou também que os seus amigos o tratam como “um leproso, com medo de se prejudicar”. “Quer ter a vida de volta. Está enclausurado. A imprensa sempre fica indo atrás. Está agoniado. Engordou mais de 10 quilos. O áudio é um desabafo. Acredita que as pessoas deviam o estar apoiando e dando sustentação”, diz outro trecho do depoimento.

Em outra gravação, o tenente-coronel diz que Bolsonaro e outros investigados terão penas acima de 100 anos de prisão. Cid também cita os presos pelos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro de 2023, chamando-os de “bagrinhos” que foram condenados a 17 anos pelo STF.

Segundo Cid, ele se assusta com as sentenças que estão sendo feitas contra os envolvidos nos atos golpistas e “imagina a pena que os mais altos vão pegar”.

Moraes tira sigilo para não pairar dúvida

Nesta sexta, 22, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo do novo depoimento de Cid. No despacho, o magistrado justificou que o fazia para não deixar dúvidas de que o militar não foi forçado a fazer delação premiada. “Diante da necessidade de afastar qualquer dúvida sobre a legalidade, espontaneidade e voluntariedade da colaboração de Mauro César Barbosa Cid, que confirmou integralmente os termos anteriores de suas declarações”, escreveu o ministro do STF.

Assim que deixou o STF, Cid foi preso pela PF e levado para um quartel da Polícia do Exército, onde ficou encarcerado entre maio e setembro do ano passado. O tenente-coronel foi detido pela primeira vez durante a Operação Venire, que investigou fraudes em cartões de vacina de Bolsonaro e da sua filha Laura.

BRASÍLIA – Antes de ser preso pela Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira, 22, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi interrogado por um juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes. O magistrado cobrou explicações sobre os áudios em que atacou o próprio ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e a PF. Mauro Cid admitiu que errou, mas não quis contar com quem fez o “desabafo” sobre as investigações contra Bolsonaro.

Nesta quinta-feira, 21, a revista Veja divulgou os áudios de Cid, que falava com um interlocutor desconhecido sobre a delação premiada que fechou com a PF em setembro. Em uma das gravações, o tenente-coronel afirmou que os investigadores “não queriam saber a verdade” sobre a tentativa de golpe de Estado e que Alexandre de Moraes seria “a lei”. “Ele prende, ele solta quando ele ele quiser, com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, disse o ex-ajudante de ordens da Presidência.

A seguir, veja o que o militar contou e o que não falou em seu novo interrogatório:

Mauro Cid negou ter sofrido pressão para acertar delação premiada que pode incriminar o ex-presidente Jair Bolsonaro Foto: Wilton Junior/Estadão

As ‘besteiras’ e o desabafo do coronel

Ao STF, Mauro Cid negou que tivesse sofrido pressão por parte da PF ou do Judiciário para realizar a delação premiada. Segundo ele, os áudios com ataques aos investigadores foram um mero desabafo de “quem quer chutar a porta e acaba falando besteira”. O tenente-coronel disse também que a conversa era “privada, informal, particular e sem o intuito de ser exposta pela revista”.

“É um desabafo, quer chutar a porta e acaba falando besteira. Genérico, todo mundo acaba dizendo coisas que não eram para serem ditas. Em razão da situação que está vivendo, foi um desabafo. É um desserviço que a Veja faz ao inquérito, à minha família, às minhas filhas”, diz um trecho do depoimento.

Mauro Cid não se lembra do interlocutor

O tenente-coronel do Exército foi questionado sobre a pessoa com quem ele conversou e reclamou da atuação dos investigadores do inquérito que apura tentativa de golpe de Estado. Mauro Cid desconversou. Alegou que não se lembrava. Disse que só anda conversando com pessoas mais próximas, incluindo parentes.

O militar afirmou que “está recluso, praticamente em casa, não tem vida social e não trabalha. Não lembra para quem falou essas frases de desabafo, num momento ruim. Não conseguiu ainda identificar quem foi essa pessoa. Não acredita que alguém do núcleo próximo tenha contato com a imprensa. Possivelmente, a conversa teria ocorrido por telefone. Provavelmente celular”, disse.

Cid admitiu ressentimento com Bolsonaro

Em um dos áudios divulgados pela Veja, Cid revelou ter um ressentimento de Bolsonaro por ter sido o único que ficou “fudido” após o início das investigações contra o ex-presidente. O tenente-coronel disse que o ex-chefe do Executivo ficou “milionário” a partir de transferências feitas via Pix por apoiadores, enquanto ele teve a carreira no Exército e a vida financeira prejudicadas.

Segundo Cid, enquanto Bolsonaro enriqueceu por meio das transferências e os outros generais investigados pela tentativa de golpe estão na reserva das Forças Armadas, ele está com a “carreira desabando”. O ex-ajudante de ordens afirmou também que os seus amigos o tratam como “um leproso, com medo de se prejudicar”. “Quer ter a vida de volta. Está enclausurado. A imprensa sempre fica indo atrás. Está agoniado. Engordou mais de 10 quilos. O áudio é um desabafo. Acredita que as pessoas deviam o estar apoiando e dando sustentação”, diz outro trecho do depoimento.

Em outra gravação, o tenente-coronel diz que Bolsonaro e outros investigados terão penas acima de 100 anos de prisão. Cid também cita os presos pelos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro de 2023, chamando-os de “bagrinhos” que foram condenados a 17 anos pelo STF.

Segundo Cid, ele se assusta com as sentenças que estão sendo feitas contra os envolvidos nos atos golpistas e “imagina a pena que os mais altos vão pegar”.

Moraes tira sigilo para não pairar dúvida

Nesta sexta, 22, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo do novo depoimento de Cid. No despacho, o magistrado justificou que o fazia para não deixar dúvidas de que o militar não foi forçado a fazer delação premiada. “Diante da necessidade de afastar qualquer dúvida sobre a legalidade, espontaneidade e voluntariedade da colaboração de Mauro César Barbosa Cid, que confirmou integralmente os termos anteriores de suas declarações”, escreveu o ministro do STF.

Assim que deixou o STF, Cid foi preso pela PF e levado para um quartel da Polícia do Exército, onde ficou encarcerado entre maio e setembro do ano passado. O tenente-coronel foi detido pela primeira vez durante a Operação Venire, que investigou fraudes em cartões de vacina de Bolsonaro e da sua filha Laura.

BRASÍLIA – Antes de ser preso pela Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira, 22, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi interrogado por um juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes. O magistrado cobrou explicações sobre os áudios em que atacou o próprio ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e a PF. Mauro Cid admitiu que errou, mas não quis contar com quem fez o “desabafo” sobre as investigações contra Bolsonaro.

Nesta quinta-feira, 21, a revista Veja divulgou os áudios de Cid, que falava com um interlocutor desconhecido sobre a delação premiada que fechou com a PF em setembro. Em uma das gravações, o tenente-coronel afirmou que os investigadores “não queriam saber a verdade” sobre a tentativa de golpe de Estado e que Alexandre de Moraes seria “a lei”. “Ele prende, ele solta quando ele ele quiser, com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, disse o ex-ajudante de ordens da Presidência.

A seguir, veja o que o militar contou e o que não falou em seu novo interrogatório:

Mauro Cid negou ter sofrido pressão para acertar delação premiada que pode incriminar o ex-presidente Jair Bolsonaro Foto: Wilton Junior/Estadão

As ‘besteiras’ e o desabafo do coronel

Ao STF, Mauro Cid negou que tivesse sofrido pressão por parte da PF ou do Judiciário para realizar a delação premiada. Segundo ele, os áudios com ataques aos investigadores foram um mero desabafo de “quem quer chutar a porta e acaba falando besteira”. O tenente-coronel disse também que a conversa era “privada, informal, particular e sem o intuito de ser exposta pela revista”.

“É um desabafo, quer chutar a porta e acaba falando besteira. Genérico, todo mundo acaba dizendo coisas que não eram para serem ditas. Em razão da situação que está vivendo, foi um desabafo. É um desserviço que a Veja faz ao inquérito, à minha família, às minhas filhas”, diz um trecho do depoimento.

Mauro Cid não se lembra do interlocutor

O tenente-coronel do Exército foi questionado sobre a pessoa com quem ele conversou e reclamou da atuação dos investigadores do inquérito que apura tentativa de golpe de Estado. Mauro Cid desconversou. Alegou que não se lembrava. Disse que só anda conversando com pessoas mais próximas, incluindo parentes.

O militar afirmou que “está recluso, praticamente em casa, não tem vida social e não trabalha. Não lembra para quem falou essas frases de desabafo, num momento ruim. Não conseguiu ainda identificar quem foi essa pessoa. Não acredita que alguém do núcleo próximo tenha contato com a imprensa. Possivelmente, a conversa teria ocorrido por telefone. Provavelmente celular”, disse.

Cid admitiu ressentimento com Bolsonaro

Em um dos áudios divulgados pela Veja, Cid revelou ter um ressentimento de Bolsonaro por ter sido o único que ficou “fudido” após o início das investigações contra o ex-presidente. O tenente-coronel disse que o ex-chefe do Executivo ficou “milionário” a partir de transferências feitas via Pix por apoiadores, enquanto ele teve a carreira no Exército e a vida financeira prejudicadas.

Segundo Cid, enquanto Bolsonaro enriqueceu por meio das transferências e os outros generais investigados pela tentativa de golpe estão na reserva das Forças Armadas, ele está com a “carreira desabando”. O ex-ajudante de ordens afirmou também que os seus amigos o tratam como “um leproso, com medo de se prejudicar”. “Quer ter a vida de volta. Está enclausurado. A imprensa sempre fica indo atrás. Está agoniado. Engordou mais de 10 quilos. O áudio é um desabafo. Acredita que as pessoas deviam o estar apoiando e dando sustentação”, diz outro trecho do depoimento.

Em outra gravação, o tenente-coronel diz que Bolsonaro e outros investigados terão penas acima de 100 anos de prisão. Cid também cita os presos pelos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro de 2023, chamando-os de “bagrinhos” que foram condenados a 17 anos pelo STF.

Segundo Cid, ele se assusta com as sentenças que estão sendo feitas contra os envolvidos nos atos golpistas e “imagina a pena que os mais altos vão pegar”.

Moraes tira sigilo para não pairar dúvida

Nesta sexta, 22, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo do novo depoimento de Cid. No despacho, o magistrado justificou que o fazia para não deixar dúvidas de que o militar não foi forçado a fazer delação premiada. “Diante da necessidade de afastar qualquer dúvida sobre a legalidade, espontaneidade e voluntariedade da colaboração de Mauro César Barbosa Cid, que confirmou integralmente os termos anteriores de suas declarações”, escreveu o ministro do STF.

Assim que deixou o STF, Cid foi preso pela PF e levado para um quartel da Polícia do Exército, onde ficou encarcerado entre maio e setembro do ano passado. O tenente-coronel foi detido pela primeira vez durante a Operação Venire, que investigou fraudes em cartões de vacina de Bolsonaro e da sua filha Laura.

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