Escolha de vices em SP mostra foco na segurança e alianças guiadas por duelo entre Lula e Bolsonaro


Cientistas políticos apontam que a escolha de militares para compor a chapa de três candidatos indica que o tema da criminalidade terá lugar de destaque ao longo da corrida eleitoral

Por Hugo Henud e Pedro Lima
Atualização:

A escolha dos candidatos a vice-prefeito nas eleições municipais deste ano em São Paulo reforça o papel central que o debate da segurança pública terá na corrida eleitoral. No caso específico das escolhas de Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), os nomes refletem outro elemento que pesou durante todo o processo de construção das campanhas: a polarização entre o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro e o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de onde vieram, respectivamente, Ricardo Mello Araújo e Marta Suplicy.

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Com vices indicados por padrinhos políticos, focados em agendas específicas de campanha ou compondo chapas "puro-sangue", nomes que ocupam a posição terão papéis importantes na disputa deste ano pela Prefeitura de São Paulo. Foto: Felipe Araújo/ESTADÃO

Marta Suplicy (PT), vice de Guilherme Boulos (PSOL)

A escolha de Marta Suplicy para compor a chapa representou a oficialização da aliança do PSOL com o PT, que pela primeira vez desde que foi fundado abriu mão de ter um cabeça de chapa na capital.

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É verdade que o acordo entre os psolistas e os petistas já estava sendo costurado desde as eleições de 2022, quando Boulos era apresentado como pré-candidato ao governo de São Paulo. Na ocasião, ele aceitou retirar sua pré-candidatura para apoiar Fernando Haddad (PT) na disputa pelo Executivo estadual. Em troca, concorreu à Câmara Federal e foi o candidato mais votado para o cargo no Estado e recebeu a promessa de apoio do PT para sua candidatura à Prefeitura em 2024.

No entanto, a costura política para incluir o nome de Marta na chapa não foi simples, já que ela nem sequer estava filiada ao PT. Petista histórica, com mais de 30 anos de partido, Marta estava afastada da sigla desde 2015. No MDB, atuava como secretária municipal de Relações Internacionais no governo do maior adversário de Boulos: o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes, renunciando apenas para assumir o lugar na chapa psolista.

A volta de Marta Suplicy para o PT, depois de ter passado pelo MDB e ser integrante de uma das secretarias da gestão Nunes, é fruto de intensa articulação do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: Felipe Rau/Estadão
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Para Rachel Meneguello, pesquisadora e professora do Departamento de Ciência Política da Unicamp, a escolha de Marta permite que Boulos amplie seu alcance nas regiões mais pobres da cidade e representa “a consolidação do campo político à esquerda que une PSOL e PT”. “Mais que isso, [Marta] é uma força política importante na cidade, pois constituiu um reduto de apoio forte sobretudo na periferia da cidade quando foi prefeita”, diz.

O cientista político Antonio Lavareda também destaca que Marta pode ajudar a suavizar a imagem “radical” atribuída a Boulos, contribuindo para reduzir os índices de rejeição do psolista.

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Ricardo de Mello Araújo (PL), vice de Ricardo Nunes (MDB)

No caso de Ricardo Mello Araújo, a indicação reforça tanto a polarização, já que se tratou de uma escolha direta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que rechaçou os nomes prediletos de Nunes e de Tarcísio, quanto a preocupação em incluir na pauta a temática da segurança.

A opção pelo coronel Araújo, na avaliação de Rachel Meneguello, revela tanto a tentativa de Nunes de ocupar o espaço à direita, quanto a nacionalização da disputa eleitoral na cidade.

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“A segurança pública é uma das principais preocupações dos moradores de São Paulo. Vou contribuir para o debate sobre ela ao longo desta campanha. Faço parte da equipe que está elaborando as propostas de Ricardo Nunes (MDB) (sobre o tema)", declarou o vice, coronel Mello Araújo (PL), indicado por Jair Bolsonaro (PL) para a chapa da candidatura à reeleição do atual prefeito. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

“São Paulo é uma cidade dividida, e essa eleição traduz esse quadro claramente. E exatamente por isso a nacionalização da eleição paulistana é natural. O país continua partido ao meio, e os apoios de Lula e Bolsonaro dividem em boa medida o terreno da campanha política, levando a que seus candidatos constituam as duas principais forças em competição”, diz ela.

Para Lavareda, a opção por um nome ligado à segurança pública reforça a percepção, já observada em pesquisas, de que o tema será central nas eleições majoritárias na capital paulista, embora seja um assunto mais comumente debatido em eleições estaduais, por ser atribuição originária do Estado.

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Além de Mello Araújo, outros dois vices são oriundos das forças militares: o coronel Priell Neto, que compõe a chapa de Marina Helena (Novo), e a policial militar Antônia de Jesus, escolha de Pablo Marçal (PRTB).

Ao Estadão, Mello Araújo reforçou que o tema é uma das principais preocupações dos moradores de São Paulo. “Essa é uma questão que conheço na prática, e vou contribuir para o debate sobre ela ao longo desta campanha”, mesma percepção do deputado federal e presidente nacional do MDB, Baleia Rossi.

Lavareda também destaca que a escolha de um nome alinhado ao bolsonarismo foi uma estratégia do entorno do prefeito para evitar que o PL lançasse uma candidatura própria, o que poderia atrair o eleitorado mais à direita, além de garantir o apoio de Bolsonaro após a entrada de Pablo Marçal na corrida eleitoral.

Segundo aliados de Nunes, o ex-Rota deverá ter um papel mais discreto na campanha, focado em agendas relacionadas à segurança pública e atuando mais nos bastidores, principalmente na elaboração do plano de governo para essa área.

José Aníbal (PSDB), vice de José Luiz Datena (PSDB)

Após especulações sobre a permanência de José Luiz Datena (PSDB) na disputa eleitoral, o apresentador foi oficializado como candidato tucano no fim do mês passado, em uma convenção tumultuada. Na ocasião, o próprio Datena anunciou seu vice em uma chapa “puro-sangue”: José Aníbal (PSDB), deputado federal por cinco mandatos, suplente do senador José Serra (PSDB) entre 2021 e 2022 e presidente do diretório municipal tucano em São Paulo. Aníbal foi um dos principais defensores da candidatura de Datena, que anteriormente havia sido cogitado como vice de Tabata Amaral (PSB).

Na avaliação de Lavareda, a chapa “puro-sangue” reflete a falta de articulação do PSDB em atrair outros partidos, o que, por sua vez, pode prejudicar o desempenho na corrida eleitoral. “Mesmo Datena sendo um nome muito forte, o ideal sempre é ampliar o eleitorado, trazer pessoas de outros partidos.”

"Datena (PSDB) está muito bem preparado e focado nas questões da cidade. Isso vai ser objeto da nossa campanha durante os próximos dois meses", afirmou José Aníbal (PSDB) à reportagem. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Além de ser o candidato a vice na chapa, Aníbal também é o nome que comanda a operação política da candidatura de Datena. “Estou indo em todas as agendas, acompanhando até onde posso. As agendas vão se tornar mais intensas a partir do momento em que se puder fazer propaganda aberta”, disse ao Estadão. O ex-senador reconhece que os trabalhos da chapa começaram “muito depois de todas as demais” e afirma que todos os processos de decisões internas, como a definição da composição de chapa, foram “intensos”.

Lúcia França (PSB), vice de Tabata Amaral (PSB)

Desde o início da pré-campanha de Tabata Amaral (PSB), as especulações sobre quem ocuparia a posição de vice em sua chapa dividiram espaço com suas tentativas de se tornar mais conhecida pelo eleitorado paulistano. Por muito tempo, o nome de Datena foi cotado para a vaga. Ele começou a pré-campanha no PSB, mas a deputada articulou sua ida para o PSDB, em uma tentativa de garantir o apoio dos tucanos à sua pré-candidatura.

A professora Lúcia França (PSB), usando roupas verdes, é a terceira pessoa na foto, da esquerda para a direita. Lúcia era o nome mais defendido por Tabata Amaral (PSB) internamente para o posto de vice na chapa, segundo a própria deputada. Foto: Alex Silva/Estadão

A articulação naufragou após os tucanos convidarem Datena para ser candidato a prefeito. Com isso, a candidatura de Tabata foi oficializada na convenção do PSB, no final do mês passado, ainda sem um vice definido.

Após não conseguir fechar alianças a escolha foi a da professora Lúcia França, também do PSB e mulher do ministro do Empreendedorismo do governo Lula, Márcio França (PSB), um dos principais fiadores da candidatura da deputada. A vaga estava sendo disputada entre ela e Lu Alckmin, esposa do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), outro nome importante que apoia Tabata.

“A professora Lúcia foi o nome que eu mais defendi, e fiquei muito feliz que tenha dado certo”, disse a candidata do PSB ao Estadão.

Lúcia chama de “potência” a chapa composta por duas mulheres e diz que quer reforçar o compromisso com educação, segurança e questões sociais. “Faremos agendas juntas e também caminhadas independentes na cidade. A barreira do desconhecimento será rompida com uma campanha forte nas ruas e nas redes sociais”, declarou a candidata a vice.

O coordenador da campanha, Orlando Faria, negou que o nome de Lúcia tenha sido escolhido de última hora e disse que a decisão foi baseada na percepção de que São Paulo nunca teve duas mulheres no comando do Executivo. “Queremos inovar e mostrar a força das mulheres em uma campanha dominada por homens.”

Faria também minimiza o fato de Lúcia ser pouco conhecida entre o eleitorado paulista e afirma que, assim como em 2022, quando foi candidata a vice-governadora na chapa de Fernando Haddad, ela participará ativamente das agendas de campanha.

A cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, professora da UFSCar, avalia que a formação da chapa é importante para fortalecer alianças e posicionar tanto o partido quanto Tabata no maior colégio eleitoral do país. “Mesmo que não vença as eleições, a chapa é uma importante sinalização para consolidar o nome de Tabata.”

Antônia de Jesus (PRTB), vice de Pablo Marçal (PRTB)

Durante a convenção do PRTB, em uma espécie de “chá revelação”, foi oficializada a candidatura de Pablo Marçal à Prefeitura de São Paulo. Na ocasião, também foi anunciada a candidata a vice-prefeita na chapa “puro-sangue”: a policial Antônia de Jesus. O ex-coach já havia expressado o desejo de ter uma mulher como vice, afirmando que elas são mais “inteligentes e sensíveis”.

Ao apresentar sua vice, Marçal fez questão de dizer que ela “conhece a periferia da cidade.” Católica, Antônia destacou sua posição contrária ao aborto e sugeriu que a prática estaria associada a jovens que passavam muito tempo “à toa.” A baiana de 45 anos afirmou, durante discurso no evento, que resolveu entrar na política porque se cansou “dos discursos que fazem para mulher, negros e pobres. Só prometem, não cumprem nada”.

“Foi a percepção da necessidade das pessoas, principalmente as de baixa renda, que me fez entrar na política. Quero ser uma voz para os que não têm voz”, afirmou a vice de Marçal ao Estadão.

Antônia de Jesus (PRTB), vice de Pablo Marçal (PRTB), tem 45 anos, é policial militar e diz que entrou na política porque se cansou de candidatos que “só prometem, mas não cumprem nada”. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Antônia atua na Polícia Militar de São Paulo desde 2001, servindo no 49º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, no mesmo distrito onde mora —Pirituba, na zona norte de São Paulo. Antes, integrou as equipes do 4º Batalhão, também em Pirituba, e do 18º Batalhão, na região de Taipas. Nascida em Ubatã, uma pequena cidade ao sul de Salvador, a policial e mãe de dois filhos se mudou para São Paulo em 1996, há 28 anos, e vive em Pirituba há 22 anos.

Maria do Socorro Sousa Braga, cientista política e professora da UFSCar, afirma que, apesar de Antônia ser um nome desconhecido, o perfil da vice de Marçal pode ajudá-lo a conquistar votos em regiões mais periféricas da cidade. “Ela é militar e leva essa bandeira que foi muito forte para eleger Bolsonaro. Em uma eleição tão disputada, essas escolhas [ de vice] fazem a diferença”.

A escolha dos candidatos a vice-prefeito nas eleições municipais deste ano em São Paulo reforça o papel central que o debate da segurança pública terá na corrida eleitoral. No caso específico das escolhas de Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), os nomes refletem outro elemento que pesou durante todo o processo de construção das campanhas: a polarização entre o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro e o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de onde vieram, respectivamente, Ricardo Mello Araújo e Marta Suplicy.

Com vices indicados por padrinhos políticos, focados em agendas específicas de campanha ou compondo chapas "puro-sangue", nomes que ocupam a posição terão papéis importantes na disputa deste ano pela Prefeitura de São Paulo. Foto: Felipe Araújo/ESTADÃO

Marta Suplicy (PT), vice de Guilherme Boulos (PSOL)

A escolha de Marta Suplicy para compor a chapa representou a oficialização da aliança do PSOL com o PT, que pela primeira vez desde que foi fundado abriu mão de ter um cabeça de chapa na capital.

É verdade que o acordo entre os psolistas e os petistas já estava sendo costurado desde as eleições de 2022, quando Boulos era apresentado como pré-candidato ao governo de São Paulo. Na ocasião, ele aceitou retirar sua pré-candidatura para apoiar Fernando Haddad (PT) na disputa pelo Executivo estadual. Em troca, concorreu à Câmara Federal e foi o candidato mais votado para o cargo no Estado e recebeu a promessa de apoio do PT para sua candidatura à Prefeitura em 2024.

No entanto, a costura política para incluir o nome de Marta na chapa não foi simples, já que ela nem sequer estava filiada ao PT. Petista histórica, com mais de 30 anos de partido, Marta estava afastada da sigla desde 2015. No MDB, atuava como secretária municipal de Relações Internacionais no governo do maior adversário de Boulos: o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes, renunciando apenas para assumir o lugar na chapa psolista.

A volta de Marta Suplicy para o PT, depois de ter passado pelo MDB e ser integrante de uma das secretarias da gestão Nunes, é fruto de intensa articulação do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: Felipe Rau/Estadão

Para Rachel Meneguello, pesquisadora e professora do Departamento de Ciência Política da Unicamp, a escolha de Marta permite que Boulos amplie seu alcance nas regiões mais pobres da cidade e representa “a consolidação do campo político à esquerda que une PSOL e PT”. “Mais que isso, [Marta] é uma força política importante na cidade, pois constituiu um reduto de apoio forte sobretudo na periferia da cidade quando foi prefeita”, diz.

O cientista político Antonio Lavareda também destaca que Marta pode ajudar a suavizar a imagem “radical” atribuída a Boulos, contribuindo para reduzir os índices de rejeição do psolista.

Ricardo de Mello Araújo (PL), vice de Ricardo Nunes (MDB)

No caso de Ricardo Mello Araújo, a indicação reforça tanto a polarização, já que se tratou de uma escolha direta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que rechaçou os nomes prediletos de Nunes e de Tarcísio, quanto a preocupação em incluir na pauta a temática da segurança.

A opção pelo coronel Araújo, na avaliação de Rachel Meneguello, revela tanto a tentativa de Nunes de ocupar o espaço à direita, quanto a nacionalização da disputa eleitoral na cidade.

“A segurança pública é uma das principais preocupações dos moradores de São Paulo. Vou contribuir para o debate sobre ela ao longo desta campanha. Faço parte da equipe que está elaborando as propostas de Ricardo Nunes (MDB) (sobre o tema)", declarou o vice, coronel Mello Araújo (PL), indicado por Jair Bolsonaro (PL) para a chapa da candidatura à reeleição do atual prefeito. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

“São Paulo é uma cidade dividida, e essa eleição traduz esse quadro claramente. E exatamente por isso a nacionalização da eleição paulistana é natural. O país continua partido ao meio, e os apoios de Lula e Bolsonaro dividem em boa medida o terreno da campanha política, levando a que seus candidatos constituam as duas principais forças em competição”, diz ela.

Para Lavareda, a opção por um nome ligado à segurança pública reforça a percepção, já observada em pesquisas, de que o tema será central nas eleições majoritárias na capital paulista, embora seja um assunto mais comumente debatido em eleições estaduais, por ser atribuição originária do Estado.

Além de Mello Araújo, outros dois vices são oriundos das forças militares: o coronel Priell Neto, que compõe a chapa de Marina Helena (Novo), e a policial militar Antônia de Jesus, escolha de Pablo Marçal (PRTB).

Ao Estadão, Mello Araújo reforçou que o tema é uma das principais preocupações dos moradores de São Paulo. “Essa é uma questão que conheço na prática, e vou contribuir para o debate sobre ela ao longo desta campanha”, mesma percepção do deputado federal e presidente nacional do MDB, Baleia Rossi.

Lavareda também destaca que a escolha de um nome alinhado ao bolsonarismo foi uma estratégia do entorno do prefeito para evitar que o PL lançasse uma candidatura própria, o que poderia atrair o eleitorado mais à direita, além de garantir o apoio de Bolsonaro após a entrada de Pablo Marçal na corrida eleitoral.

Segundo aliados de Nunes, o ex-Rota deverá ter um papel mais discreto na campanha, focado em agendas relacionadas à segurança pública e atuando mais nos bastidores, principalmente na elaboração do plano de governo para essa área.

José Aníbal (PSDB), vice de José Luiz Datena (PSDB)

Após especulações sobre a permanência de José Luiz Datena (PSDB) na disputa eleitoral, o apresentador foi oficializado como candidato tucano no fim do mês passado, em uma convenção tumultuada. Na ocasião, o próprio Datena anunciou seu vice em uma chapa “puro-sangue”: José Aníbal (PSDB), deputado federal por cinco mandatos, suplente do senador José Serra (PSDB) entre 2021 e 2022 e presidente do diretório municipal tucano em São Paulo. Aníbal foi um dos principais defensores da candidatura de Datena, que anteriormente havia sido cogitado como vice de Tabata Amaral (PSB).

Na avaliação de Lavareda, a chapa “puro-sangue” reflete a falta de articulação do PSDB em atrair outros partidos, o que, por sua vez, pode prejudicar o desempenho na corrida eleitoral. “Mesmo Datena sendo um nome muito forte, o ideal sempre é ampliar o eleitorado, trazer pessoas de outros partidos.”

"Datena (PSDB) está muito bem preparado e focado nas questões da cidade. Isso vai ser objeto da nossa campanha durante os próximos dois meses", afirmou José Aníbal (PSDB) à reportagem. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Além de ser o candidato a vice na chapa, Aníbal também é o nome que comanda a operação política da candidatura de Datena. “Estou indo em todas as agendas, acompanhando até onde posso. As agendas vão se tornar mais intensas a partir do momento em que se puder fazer propaganda aberta”, disse ao Estadão. O ex-senador reconhece que os trabalhos da chapa começaram “muito depois de todas as demais” e afirma que todos os processos de decisões internas, como a definição da composição de chapa, foram “intensos”.

Lúcia França (PSB), vice de Tabata Amaral (PSB)

Desde o início da pré-campanha de Tabata Amaral (PSB), as especulações sobre quem ocuparia a posição de vice em sua chapa dividiram espaço com suas tentativas de se tornar mais conhecida pelo eleitorado paulistano. Por muito tempo, o nome de Datena foi cotado para a vaga. Ele começou a pré-campanha no PSB, mas a deputada articulou sua ida para o PSDB, em uma tentativa de garantir o apoio dos tucanos à sua pré-candidatura.

A professora Lúcia França (PSB), usando roupas verdes, é a terceira pessoa na foto, da esquerda para a direita. Lúcia era o nome mais defendido por Tabata Amaral (PSB) internamente para o posto de vice na chapa, segundo a própria deputada. Foto: Alex Silva/Estadão

A articulação naufragou após os tucanos convidarem Datena para ser candidato a prefeito. Com isso, a candidatura de Tabata foi oficializada na convenção do PSB, no final do mês passado, ainda sem um vice definido.

Após não conseguir fechar alianças a escolha foi a da professora Lúcia França, também do PSB e mulher do ministro do Empreendedorismo do governo Lula, Márcio França (PSB), um dos principais fiadores da candidatura da deputada. A vaga estava sendo disputada entre ela e Lu Alckmin, esposa do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), outro nome importante que apoia Tabata.

“A professora Lúcia foi o nome que eu mais defendi, e fiquei muito feliz que tenha dado certo”, disse a candidata do PSB ao Estadão.

Lúcia chama de “potência” a chapa composta por duas mulheres e diz que quer reforçar o compromisso com educação, segurança e questões sociais. “Faremos agendas juntas e também caminhadas independentes na cidade. A barreira do desconhecimento será rompida com uma campanha forte nas ruas e nas redes sociais”, declarou a candidata a vice.

O coordenador da campanha, Orlando Faria, negou que o nome de Lúcia tenha sido escolhido de última hora e disse que a decisão foi baseada na percepção de que São Paulo nunca teve duas mulheres no comando do Executivo. “Queremos inovar e mostrar a força das mulheres em uma campanha dominada por homens.”

Faria também minimiza o fato de Lúcia ser pouco conhecida entre o eleitorado paulista e afirma que, assim como em 2022, quando foi candidata a vice-governadora na chapa de Fernando Haddad, ela participará ativamente das agendas de campanha.

A cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, professora da UFSCar, avalia que a formação da chapa é importante para fortalecer alianças e posicionar tanto o partido quanto Tabata no maior colégio eleitoral do país. “Mesmo que não vença as eleições, a chapa é uma importante sinalização para consolidar o nome de Tabata.”

Antônia de Jesus (PRTB), vice de Pablo Marçal (PRTB)

Durante a convenção do PRTB, em uma espécie de “chá revelação”, foi oficializada a candidatura de Pablo Marçal à Prefeitura de São Paulo. Na ocasião, também foi anunciada a candidata a vice-prefeita na chapa “puro-sangue”: a policial Antônia de Jesus. O ex-coach já havia expressado o desejo de ter uma mulher como vice, afirmando que elas são mais “inteligentes e sensíveis”.

Ao apresentar sua vice, Marçal fez questão de dizer que ela “conhece a periferia da cidade.” Católica, Antônia destacou sua posição contrária ao aborto e sugeriu que a prática estaria associada a jovens que passavam muito tempo “à toa.” A baiana de 45 anos afirmou, durante discurso no evento, que resolveu entrar na política porque se cansou “dos discursos que fazem para mulher, negros e pobres. Só prometem, não cumprem nada”.

“Foi a percepção da necessidade das pessoas, principalmente as de baixa renda, que me fez entrar na política. Quero ser uma voz para os que não têm voz”, afirmou a vice de Marçal ao Estadão.

Antônia de Jesus (PRTB), vice de Pablo Marçal (PRTB), tem 45 anos, é policial militar e diz que entrou na política porque se cansou de candidatos que “só prometem, mas não cumprem nada”. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Antônia atua na Polícia Militar de São Paulo desde 2001, servindo no 49º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, no mesmo distrito onde mora —Pirituba, na zona norte de São Paulo. Antes, integrou as equipes do 4º Batalhão, também em Pirituba, e do 18º Batalhão, na região de Taipas. Nascida em Ubatã, uma pequena cidade ao sul de Salvador, a policial e mãe de dois filhos se mudou para São Paulo em 1996, há 28 anos, e vive em Pirituba há 22 anos.

Maria do Socorro Sousa Braga, cientista política e professora da UFSCar, afirma que, apesar de Antônia ser um nome desconhecido, o perfil da vice de Marçal pode ajudá-lo a conquistar votos em regiões mais periféricas da cidade. “Ela é militar e leva essa bandeira que foi muito forte para eleger Bolsonaro. Em uma eleição tão disputada, essas escolhas [ de vice] fazem a diferença”.

A escolha dos candidatos a vice-prefeito nas eleições municipais deste ano em São Paulo reforça o papel central que o debate da segurança pública terá na corrida eleitoral. No caso específico das escolhas de Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), os nomes refletem outro elemento que pesou durante todo o processo de construção das campanhas: a polarização entre o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro e o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de onde vieram, respectivamente, Ricardo Mello Araújo e Marta Suplicy.

Com vices indicados por padrinhos políticos, focados em agendas específicas de campanha ou compondo chapas "puro-sangue", nomes que ocupam a posição terão papéis importantes na disputa deste ano pela Prefeitura de São Paulo. Foto: Felipe Araújo/ESTADÃO

Marta Suplicy (PT), vice de Guilherme Boulos (PSOL)

A escolha de Marta Suplicy para compor a chapa representou a oficialização da aliança do PSOL com o PT, que pela primeira vez desde que foi fundado abriu mão de ter um cabeça de chapa na capital.

É verdade que o acordo entre os psolistas e os petistas já estava sendo costurado desde as eleições de 2022, quando Boulos era apresentado como pré-candidato ao governo de São Paulo. Na ocasião, ele aceitou retirar sua pré-candidatura para apoiar Fernando Haddad (PT) na disputa pelo Executivo estadual. Em troca, concorreu à Câmara Federal e foi o candidato mais votado para o cargo no Estado e recebeu a promessa de apoio do PT para sua candidatura à Prefeitura em 2024.

No entanto, a costura política para incluir o nome de Marta na chapa não foi simples, já que ela nem sequer estava filiada ao PT. Petista histórica, com mais de 30 anos de partido, Marta estava afastada da sigla desde 2015. No MDB, atuava como secretária municipal de Relações Internacionais no governo do maior adversário de Boulos: o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes, renunciando apenas para assumir o lugar na chapa psolista.

A volta de Marta Suplicy para o PT, depois de ter passado pelo MDB e ser integrante de uma das secretarias da gestão Nunes, é fruto de intensa articulação do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: Felipe Rau/Estadão

Para Rachel Meneguello, pesquisadora e professora do Departamento de Ciência Política da Unicamp, a escolha de Marta permite que Boulos amplie seu alcance nas regiões mais pobres da cidade e representa “a consolidação do campo político à esquerda que une PSOL e PT”. “Mais que isso, [Marta] é uma força política importante na cidade, pois constituiu um reduto de apoio forte sobretudo na periferia da cidade quando foi prefeita”, diz.

O cientista político Antonio Lavareda também destaca que Marta pode ajudar a suavizar a imagem “radical” atribuída a Boulos, contribuindo para reduzir os índices de rejeição do psolista.

Ricardo de Mello Araújo (PL), vice de Ricardo Nunes (MDB)

No caso de Ricardo Mello Araújo, a indicação reforça tanto a polarização, já que se tratou de uma escolha direta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que rechaçou os nomes prediletos de Nunes e de Tarcísio, quanto a preocupação em incluir na pauta a temática da segurança.

A opção pelo coronel Araújo, na avaliação de Rachel Meneguello, revela tanto a tentativa de Nunes de ocupar o espaço à direita, quanto a nacionalização da disputa eleitoral na cidade.

“A segurança pública é uma das principais preocupações dos moradores de São Paulo. Vou contribuir para o debate sobre ela ao longo desta campanha. Faço parte da equipe que está elaborando as propostas de Ricardo Nunes (MDB) (sobre o tema)", declarou o vice, coronel Mello Araújo (PL), indicado por Jair Bolsonaro (PL) para a chapa da candidatura à reeleição do atual prefeito. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

“São Paulo é uma cidade dividida, e essa eleição traduz esse quadro claramente. E exatamente por isso a nacionalização da eleição paulistana é natural. O país continua partido ao meio, e os apoios de Lula e Bolsonaro dividem em boa medida o terreno da campanha política, levando a que seus candidatos constituam as duas principais forças em competição”, diz ela.

Para Lavareda, a opção por um nome ligado à segurança pública reforça a percepção, já observada em pesquisas, de que o tema será central nas eleições majoritárias na capital paulista, embora seja um assunto mais comumente debatido em eleições estaduais, por ser atribuição originária do Estado.

Além de Mello Araújo, outros dois vices são oriundos das forças militares: o coronel Priell Neto, que compõe a chapa de Marina Helena (Novo), e a policial militar Antônia de Jesus, escolha de Pablo Marçal (PRTB).

Ao Estadão, Mello Araújo reforçou que o tema é uma das principais preocupações dos moradores de São Paulo. “Essa é uma questão que conheço na prática, e vou contribuir para o debate sobre ela ao longo desta campanha”, mesma percepção do deputado federal e presidente nacional do MDB, Baleia Rossi.

Lavareda também destaca que a escolha de um nome alinhado ao bolsonarismo foi uma estratégia do entorno do prefeito para evitar que o PL lançasse uma candidatura própria, o que poderia atrair o eleitorado mais à direita, além de garantir o apoio de Bolsonaro após a entrada de Pablo Marçal na corrida eleitoral.

Segundo aliados de Nunes, o ex-Rota deverá ter um papel mais discreto na campanha, focado em agendas relacionadas à segurança pública e atuando mais nos bastidores, principalmente na elaboração do plano de governo para essa área.

José Aníbal (PSDB), vice de José Luiz Datena (PSDB)

Após especulações sobre a permanência de José Luiz Datena (PSDB) na disputa eleitoral, o apresentador foi oficializado como candidato tucano no fim do mês passado, em uma convenção tumultuada. Na ocasião, o próprio Datena anunciou seu vice em uma chapa “puro-sangue”: José Aníbal (PSDB), deputado federal por cinco mandatos, suplente do senador José Serra (PSDB) entre 2021 e 2022 e presidente do diretório municipal tucano em São Paulo. Aníbal foi um dos principais defensores da candidatura de Datena, que anteriormente havia sido cogitado como vice de Tabata Amaral (PSB).

Na avaliação de Lavareda, a chapa “puro-sangue” reflete a falta de articulação do PSDB em atrair outros partidos, o que, por sua vez, pode prejudicar o desempenho na corrida eleitoral. “Mesmo Datena sendo um nome muito forte, o ideal sempre é ampliar o eleitorado, trazer pessoas de outros partidos.”

"Datena (PSDB) está muito bem preparado e focado nas questões da cidade. Isso vai ser objeto da nossa campanha durante os próximos dois meses", afirmou José Aníbal (PSDB) à reportagem. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Além de ser o candidato a vice na chapa, Aníbal também é o nome que comanda a operação política da candidatura de Datena. “Estou indo em todas as agendas, acompanhando até onde posso. As agendas vão se tornar mais intensas a partir do momento em que se puder fazer propaganda aberta”, disse ao Estadão. O ex-senador reconhece que os trabalhos da chapa começaram “muito depois de todas as demais” e afirma que todos os processos de decisões internas, como a definição da composição de chapa, foram “intensos”.

Lúcia França (PSB), vice de Tabata Amaral (PSB)

Desde o início da pré-campanha de Tabata Amaral (PSB), as especulações sobre quem ocuparia a posição de vice em sua chapa dividiram espaço com suas tentativas de se tornar mais conhecida pelo eleitorado paulistano. Por muito tempo, o nome de Datena foi cotado para a vaga. Ele começou a pré-campanha no PSB, mas a deputada articulou sua ida para o PSDB, em uma tentativa de garantir o apoio dos tucanos à sua pré-candidatura.

A professora Lúcia França (PSB), usando roupas verdes, é a terceira pessoa na foto, da esquerda para a direita. Lúcia era o nome mais defendido por Tabata Amaral (PSB) internamente para o posto de vice na chapa, segundo a própria deputada. Foto: Alex Silva/Estadão

A articulação naufragou após os tucanos convidarem Datena para ser candidato a prefeito. Com isso, a candidatura de Tabata foi oficializada na convenção do PSB, no final do mês passado, ainda sem um vice definido.

Após não conseguir fechar alianças a escolha foi a da professora Lúcia França, também do PSB e mulher do ministro do Empreendedorismo do governo Lula, Márcio França (PSB), um dos principais fiadores da candidatura da deputada. A vaga estava sendo disputada entre ela e Lu Alckmin, esposa do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), outro nome importante que apoia Tabata.

“A professora Lúcia foi o nome que eu mais defendi, e fiquei muito feliz que tenha dado certo”, disse a candidata do PSB ao Estadão.

Lúcia chama de “potência” a chapa composta por duas mulheres e diz que quer reforçar o compromisso com educação, segurança e questões sociais. “Faremos agendas juntas e também caminhadas independentes na cidade. A barreira do desconhecimento será rompida com uma campanha forte nas ruas e nas redes sociais”, declarou a candidata a vice.

O coordenador da campanha, Orlando Faria, negou que o nome de Lúcia tenha sido escolhido de última hora e disse que a decisão foi baseada na percepção de que São Paulo nunca teve duas mulheres no comando do Executivo. “Queremos inovar e mostrar a força das mulheres em uma campanha dominada por homens.”

Faria também minimiza o fato de Lúcia ser pouco conhecida entre o eleitorado paulista e afirma que, assim como em 2022, quando foi candidata a vice-governadora na chapa de Fernando Haddad, ela participará ativamente das agendas de campanha.

A cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, professora da UFSCar, avalia que a formação da chapa é importante para fortalecer alianças e posicionar tanto o partido quanto Tabata no maior colégio eleitoral do país. “Mesmo que não vença as eleições, a chapa é uma importante sinalização para consolidar o nome de Tabata.”

Antônia de Jesus (PRTB), vice de Pablo Marçal (PRTB)

Durante a convenção do PRTB, em uma espécie de “chá revelação”, foi oficializada a candidatura de Pablo Marçal à Prefeitura de São Paulo. Na ocasião, também foi anunciada a candidata a vice-prefeita na chapa “puro-sangue”: a policial Antônia de Jesus. O ex-coach já havia expressado o desejo de ter uma mulher como vice, afirmando que elas são mais “inteligentes e sensíveis”.

Ao apresentar sua vice, Marçal fez questão de dizer que ela “conhece a periferia da cidade.” Católica, Antônia destacou sua posição contrária ao aborto e sugeriu que a prática estaria associada a jovens que passavam muito tempo “à toa.” A baiana de 45 anos afirmou, durante discurso no evento, que resolveu entrar na política porque se cansou “dos discursos que fazem para mulher, negros e pobres. Só prometem, não cumprem nada”.

“Foi a percepção da necessidade das pessoas, principalmente as de baixa renda, que me fez entrar na política. Quero ser uma voz para os que não têm voz”, afirmou a vice de Marçal ao Estadão.

Antônia de Jesus (PRTB), vice de Pablo Marçal (PRTB), tem 45 anos, é policial militar e diz que entrou na política porque se cansou de candidatos que “só prometem, mas não cumprem nada”. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Antônia atua na Polícia Militar de São Paulo desde 2001, servindo no 49º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, no mesmo distrito onde mora —Pirituba, na zona norte de São Paulo. Antes, integrou as equipes do 4º Batalhão, também em Pirituba, e do 18º Batalhão, na região de Taipas. Nascida em Ubatã, uma pequena cidade ao sul de Salvador, a policial e mãe de dois filhos se mudou para São Paulo em 1996, há 28 anos, e vive em Pirituba há 22 anos.

Maria do Socorro Sousa Braga, cientista política e professora da UFSCar, afirma que, apesar de Antônia ser um nome desconhecido, o perfil da vice de Marçal pode ajudá-lo a conquistar votos em regiões mais periféricas da cidade. “Ela é militar e leva essa bandeira que foi muito forte para eleger Bolsonaro. Em uma eleição tão disputada, essas escolhas [ de vice] fazem a diferença”.

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