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Opinião|França e Reino Unido mostram nas urnas que não querem odiar imigrantes, mas sim uma vida melhor


A direita radicalizada se pautou tão fortemente na ilusão do reflexo reverberado das suas bolhas nas redes sociais, que acabou por transformar liberais em centro e torna-los plenamente viáveis para a formação de blocos com a esquerda

Por Sergio Denicoli
Atualização:

É difícil apontar hoje um país que esteja realmente muito bem, com a economia pujante, com as pessoas felizes com o seus respectivos governos. Há um clima de desesperança no ar, que foi cunhado na pandemia e se concretizou com a alta da inflação e, consequentemente, da subida dos juros em todo o mundo, do desemprego, fome, crise na habitação e nos serviços públicos.

Esse cenário também gerou impaciência e trouxe o ódio ao outro para o centro da política, com a radicalização do discurso conversador, que, tanto na França quando no Reino Unido, buscou estimular deportações em massa e rejeitar a integração de imigrantes, colocando em causa até mesmo a legitimidade de cidadãos com dupla nacionalidade.

Multidão nas ruas de Paris depois da divulgação dos primeiros resultados do segundo turno das eleições parlamentares francesas Foto: Geoffroy Van Der Hasselt/AFP
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Para parte da população, o imigrante se tornou o culpado pelo aumento da criminalidade, pela decadência da saúde e educação públicas, e pela restrição do mercado de trabalho. O discurso de ódio se expandiu tanto que, na França, chegou a haver cartazes políticos racistas, que pediam “um futuro melhor para crianças brancas”.

Muito desse ódio ao outro encontrou um terreno fértil nas redes sociais, moldadas por algoritmos que privilegiam um conteúdo que gera conflitos, pois são posicionamentos radicais os que provocam mais discussões e, consequentemente, mais interações e alcance.

Foi nesse ambiente que duas das mais importantes potências da Europa foram às urnas decidir o futuro, e os resultados demonstraram muitas semelhanças. Os eleitores não escolheram simplesmente uma ideologia específica para votar. Eles escolheram a mudança pelo viés da economia, e não pela discriminação descontrolada dos imigrantes.

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A direita radicalizada se pautou tão fortemente na ilusão do reflexo reverberado das suas bolhas nas redes sociais, que acabou por transformar liberais em centro e torna-los plenamente viáveis para a formação de blocos com a esquerda.

Na França, a aliança entre centristas e esquerdistas foi explícita no segundo turno das eleições, resultando em uma estratégia vencedora nas urnas. Já no Reino Unido, o Partido Trabalhista teve uma vitória avassaladora, após fazer ajustes de conduta dentro da própria casa, reduzindo o discurso radical e observando a imigração como necessária, mas sem deixar de ressaltar que precisa ser melhor controlada.

No entanto, apesar dos resultados, os políticos seguem tendo que lidar com países amplamente divididos, onde cidadãos desconfiam de cidadãos. Não é o resultado das urnas que vai amenizar os conflitos, podendo até acirrá-los.

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O desafio de unir as nações seguirá latente, pois, diante da desesperança e da raiva, o discurso de ódio aflorou e, depois que ele sai da caixa, tem uma força avassaladora, sobretudo em um mundo onde algoritmos privilegiam essas narrativas.

A esperança é que uma economia forte melhore essa situação. Mas, se as soluções demorarem a chegar, os mais jovens e as futuras gerações pagarão um preço muito alto.

É difícil apontar hoje um país que esteja realmente muito bem, com a economia pujante, com as pessoas felizes com o seus respectivos governos. Há um clima de desesperança no ar, que foi cunhado na pandemia e se concretizou com a alta da inflação e, consequentemente, da subida dos juros em todo o mundo, do desemprego, fome, crise na habitação e nos serviços públicos.

Esse cenário também gerou impaciência e trouxe o ódio ao outro para o centro da política, com a radicalização do discurso conversador, que, tanto na França quando no Reino Unido, buscou estimular deportações em massa e rejeitar a integração de imigrantes, colocando em causa até mesmo a legitimidade de cidadãos com dupla nacionalidade.

Multidão nas ruas de Paris depois da divulgação dos primeiros resultados do segundo turno das eleições parlamentares francesas Foto: Geoffroy Van Der Hasselt/AFP

Para parte da população, o imigrante se tornou o culpado pelo aumento da criminalidade, pela decadência da saúde e educação públicas, e pela restrição do mercado de trabalho. O discurso de ódio se expandiu tanto que, na França, chegou a haver cartazes políticos racistas, que pediam “um futuro melhor para crianças brancas”.

Muito desse ódio ao outro encontrou um terreno fértil nas redes sociais, moldadas por algoritmos que privilegiam um conteúdo que gera conflitos, pois são posicionamentos radicais os que provocam mais discussões e, consequentemente, mais interações e alcance.

Foi nesse ambiente que duas das mais importantes potências da Europa foram às urnas decidir o futuro, e os resultados demonstraram muitas semelhanças. Os eleitores não escolheram simplesmente uma ideologia específica para votar. Eles escolheram a mudança pelo viés da economia, e não pela discriminação descontrolada dos imigrantes.

A direita radicalizada se pautou tão fortemente na ilusão do reflexo reverberado das suas bolhas nas redes sociais, que acabou por transformar liberais em centro e torna-los plenamente viáveis para a formação de blocos com a esquerda.

Na França, a aliança entre centristas e esquerdistas foi explícita no segundo turno das eleições, resultando em uma estratégia vencedora nas urnas. Já no Reino Unido, o Partido Trabalhista teve uma vitória avassaladora, após fazer ajustes de conduta dentro da própria casa, reduzindo o discurso radical e observando a imigração como necessária, mas sem deixar de ressaltar que precisa ser melhor controlada.

No entanto, apesar dos resultados, os políticos seguem tendo que lidar com países amplamente divididos, onde cidadãos desconfiam de cidadãos. Não é o resultado das urnas que vai amenizar os conflitos, podendo até acirrá-los.

O desafio de unir as nações seguirá latente, pois, diante da desesperança e da raiva, o discurso de ódio aflorou e, depois que ele sai da caixa, tem uma força avassaladora, sobretudo em um mundo onde algoritmos privilegiam essas narrativas.

A esperança é que uma economia forte melhore essa situação. Mas, se as soluções demorarem a chegar, os mais jovens e as futuras gerações pagarão um preço muito alto.

É difícil apontar hoje um país que esteja realmente muito bem, com a economia pujante, com as pessoas felizes com o seus respectivos governos. Há um clima de desesperança no ar, que foi cunhado na pandemia e se concretizou com a alta da inflação e, consequentemente, da subida dos juros em todo o mundo, do desemprego, fome, crise na habitação e nos serviços públicos.

Esse cenário também gerou impaciência e trouxe o ódio ao outro para o centro da política, com a radicalização do discurso conversador, que, tanto na França quando no Reino Unido, buscou estimular deportações em massa e rejeitar a integração de imigrantes, colocando em causa até mesmo a legitimidade de cidadãos com dupla nacionalidade.

Multidão nas ruas de Paris depois da divulgação dos primeiros resultados do segundo turno das eleições parlamentares francesas Foto: Geoffroy Van Der Hasselt/AFP

Para parte da população, o imigrante se tornou o culpado pelo aumento da criminalidade, pela decadência da saúde e educação públicas, e pela restrição do mercado de trabalho. O discurso de ódio se expandiu tanto que, na França, chegou a haver cartazes políticos racistas, que pediam “um futuro melhor para crianças brancas”.

Muito desse ódio ao outro encontrou um terreno fértil nas redes sociais, moldadas por algoritmos que privilegiam um conteúdo que gera conflitos, pois são posicionamentos radicais os que provocam mais discussões e, consequentemente, mais interações e alcance.

Foi nesse ambiente que duas das mais importantes potências da Europa foram às urnas decidir o futuro, e os resultados demonstraram muitas semelhanças. Os eleitores não escolheram simplesmente uma ideologia específica para votar. Eles escolheram a mudança pelo viés da economia, e não pela discriminação descontrolada dos imigrantes.

A direita radicalizada se pautou tão fortemente na ilusão do reflexo reverberado das suas bolhas nas redes sociais, que acabou por transformar liberais em centro e torna-los plenamente viáveis para a formação de blocos com a esquerda.

Na França, a aliança entre centristas e esquerdistas foi explícita no segundo turno das eleições, resultando em uma estratégia vencedora nas urnas. Já no Reino Unido, o Partido Trabalhista teve uma vitória avassaladora, após fazer ajustes de conduta dentro da própria casa, reduzindo o discurso radical e observando a imigração como necessária, mas sem deixar de ressaltar que precisa ser melhor controlada.

No entanto, apesar dos resultados, os políticos seguem tendo que lidar com países amplamente divididos, onde cidadãos desconfiam de cidadãos. Não é o resultado das urnas que vai amenizar os conflitos, podendo até acirrá-los.

O desafio de unir as nações seguirá latente, pois, diante da desesperança e da raiva, o discurso de ódio aflorou e, depois que ele sai da caixa, tem uma força avassaladora, sobretudo em um mundo onde algoritmos privilegiam essas narrativas.

A esperança é que uma economia forte melhore essa situação. Mas, se as soluções demorarem a chegar, os mais jovens e as futuras gerações pagarão um preço muito alto.

É difícil apontar hoje um país que esteja realmente muito bem, com a economia pujante, com as pessoas felizes com o seus respectivos governos. Há um clima de desesperança no ar, que foi cunhado na pandemia e se concretizou com a alta da inflação e, consequentemente, da subida dos juros em todo o mundo, do desemprego, fome, crise na habitação e nos serviços públicos.

Esse cenário também gerou impaciência e trouxe o ódio ao outro para o centro da política, com a radicalização do discurso conversador, que, tanto na França quando no Reino Unido, buscou estimular deportações em massa e rejeitar a integração de imigrantes, colocando em causa até mesmo a legitimidade de cidadãos com dupla nacionalidade.

Multidão nas ruas de Paris depois da divulgação dos primeiros resultados do segundo turno das eleições parlamentares francesas Foto: Geoffroy Van Der Hasselt/AFP

Para parte da população, o imigrante se tornou o culpado pelo aumento da criminalidade, pela decadência da saúde e educação públicas, e pela restrição do mercado de trabalho. O discurso de ódio se expandiu tanto que, na França, chegou a haver cartazes políticos racistas, que pediam “um futuro melhor para crianças brancas”.

Muito desse ódio ao outro encontrou um terreno fértil nas redes sociais, moldadas por algoritmos que privilegiam um conteúdo que gera conflitos, pois são posicionamentos radicais os que provocam mais discussões e, consequentemente, mais interações e alcance.

Foi nesse ambiente que duas das mais importantes potências da Europa foram às urnas decidir o futuro, e os resultados demonstraram muitas semelhanças. Os eleitores não escolheram simplesmente uma ideologia específica para votar. Eles escolheram a mudança pelo viés da economia, e não pela discriminação descontrolada dos imigrantes.

A direita radicalizada se pautou tão fortemente na ilusão do reflexo reverberado das suas bolhas nas redes sociais, que acabou por transformar liberais em centro e torna-los plenamente viáveis para a formação de blocos com a esquerda.

Na França, a aliança entre centristas e esquerdistas foi explícita no segundo turno das eleições, resultando em uma estratégia vencedora nas urnas. Já no Reino Unido, o Partido Trabalhista teve uma vitória avassaladora, após fazer ajustes de conduta dentro da própria casa, reduzindo o discurso radical e observando a imigração como necessária, mas sem deixar de ressaltar que precisa ser melhor controlada.

No entanto, apesar dos resultados, os políticos seguem tendo que lidar com países amplamente divididos, onde cidadãos desconfiam de cidadãos. Não é o resultado das urnas que vai amenizar os conflitos, podendo até acirrá-los.

O desafio de unir as nações seguirá latente, pois, diante da desesperança e da raiva, o discurso de ódio aflorou e, depois que ele sai da caixa, tem uma força avassaladora, sobretudo em um mundo onde algoritmos privilegiam essas narrativas.

A esperança é que uma economia forte melhore essa situação. Mas, se as soluções demorarem a chegar, os mais jovens e as futuras gerações pagarão um preço muito alto.

Opinião por Sergio Denicoli

Autor do livro TV digital: sistemas, conceitos e tecnologias, Sergio Denicoli é pós-doutor pela Universidade do Minho e pela Universidade Federal Fluminense. Foi repórter da Rádio CBN Vitória, da TV Gazeta (Globo-ES), e colunista do jornal A Gazeta. Atualmente, é CEO da AP Exata e cientista de dados.

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