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Opinião|Menções à corrupção no governo Lula disparam nas redes sociais


Narrativa ganhou tração especialmente com a crise do arroz, que emergiu como um catalisador, reacendendo as discussões sobre a integridade da gestão

Por Sergio Denicoli

As menções à corrupção no governo Lula têm disparado nas redes sociais. Este ano, as publicações sobre o tema já tiveram um crescimento de 97,3%, em relação a todo o ano passado, segundo dados da AP Exata Inteligência Digital. Como ainda estamos em junho, se o governo seguir desatento a essa narrativa, corre o risco de tornar a corrupção novamente protagonista principal das conversações sobre a gestão federal.

Na última eleição presidencial, a ideia de corrupção foi sempre o maior obstáculo para o crescimento do PT, tendo pautado, durante toda a disputa, a militância da direita, que centrou nessa questão os ataques ao então candidato Lula.

Indiciamento do ministro Juscelino Filho ampliou citações a corrupção relacionadas ao governo nas redes sociais Foto: Wilton Junior/Estadão
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Mas, apesar de sua relevância e onipresença nas discussões sobre o pleito, o tema acabou sendo eclipsado pelas preocupações mais imediatas com a economia, em particular a inflação, e pela bem sucedida campanha da esquerda, que colocou a defesa da democracia como um agregador de votos. Isso atraiu muitos eleitores de centro, que torciam o nariz para o PT, mas acabaram escolhendo o candidato do partido.

No entanto, os dados mostram que o assunto voltou com força, se tornando uma grande pedra no sapato do governo Lula. A narrativa ganhou tração especialmente com a crise do arroz, que emergiu como um catalisador, reacendendo as discussões sobre a integridade do governo, diante de uma licitação que virou um escândalo político e acabou sendo anulada.

Informações de que algumas empresas vencedoras da concorrência não tinham capacidade técnica e financeira para a entrega de centenas de milhares de toneladas de arroz suplantaram o discurso de que o governo agiu para impedir a alta de preços do alimento, após as fortes chuvas que afetaram o Rio Grande do Sul, que é um dos estados-chave no cultivo de arroz no Brasil.

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Alegações de superfaturamento e favorecimento de empresas ligadas a políticos desencadearam uma onda de indignação nas redes sociais. A isso somou-se outro escândalo – o indiciamento do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, pela Polícia Federal, por suspeitas de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e fraude em licitação. Lula defendeu o seu ministro, o que intensificou as críticas.

Em 2023, o volume de menções sobre corrupção relacionadas ao governo Lula já era significativo, com cerca de 598 mil publicações ao longo do ano, de acordo uma amostra feita a partir de dados observados no X, de forma geolocalizada em 145 cidades do País, em todas as regiões. Em 2024, esse volume já é de cerca de 1,18 milhão de menções.

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As redes sociais, portanto, têm desempenhado um papel fundamental na amplificação dessas discussões, se mostrando como um termômetro das preocupações e insatisfações da população, que mostra uma demanda crescente por maior transparência e correição.

Se o governo não conseguir demonstrar um firme compromisso com a retidão e a responsabilidade no uso dos recursos públicos, a imagem dele poderá ficar seriamente comprometida. Sem agir nessa direção, a administração corre o risco de se tornar sinônimo de escândalos e má gestão, o que pode ter consequências devastadoras e repetir um filme que o Brasil já assistiu e que, certamente, não quer repetir.

As menções à corrupção no governo Lula têm disparado nas redes sociais. Este ano, as publicações sobre o tema já tiveram um crescimento de 97,3%, em relação a todo o ano passado, segundo dados da AP Exata Inteligência Digital. Como ainda estamos em junho, se o governo seguir desatento a essa narrativa, corre o risco de tornar a corrupção novamente protagonista principal das conversações sobre a gestão federal.

Na última eleição presidencial, a ideia de corrupção foi sempre o maior obstáculo para o crescimento do PT, tendo pautado, durante toda a disputa, a militância da direita, que centrou nessa questão os ataques ao então candidato Lula.

Indiciamento do ministro Juscelino Filho ampliou citações a corrupção relacionadas ao governo nas redes sociais Foto: Wilton Junior/Estadão

Mas, apesar de sua relevância e onipresença nas discussões sobre o pleito, o tema acabou sendo eclipsado pelas preocupações mais imediatas com a economia, em particular a inflação, e pela bem sucedida campanha da esquerda, que colocou a defesa da democracia como um agregador de votos. Isso atraiu muitos eleitores de centro, que torciam o nariz para o PT, mas acabaram escolhendo o candidato do partido.

No entanto, os dados mostram que o assunto voltou com força, se tornando uma grande pedra no sapato do governo Lula. A narrativa ganhou tração especialmente com a crise do arroz, que emergiu como um catalisador, reacendendo as discussões sobre a integridade do governo, diante de uma licitação que virou um escândalo político e acabou sendo anulada.

Informações de que algumas empresas vencedoras da concorrência não tinham capacidade técnica e financeira para a entrega de centenas de milhares de toneladas de arroz suplantaram o discurso de que o governo agiu para impedir a alta de preços do alimento, após as fortes chuvas que afetaram o Rio Grande do Sul, que é um dos estados-chave no cultivo de arroz no Brasil.

Alegações de superfaturamento e favorecimento de empresas ligadas a políticos desencadearam uma onda de indignação nas redes sociais. A isso somou-se outro escândalo – o indiciamento do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, pela Polícia Federal, por suspeitas de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e fraude em licitação. Lula defendeu o seu ministro, o que intensificou as críticas.

Em 2023, o volume de menções sobre corrupção relacionadas ao governo Lula já era significativo, com cerca de 598 mil publicações ao longo do ano, de acordo uma amostra feita a partir de dados observados no X, de forma geolocalizada em 145 cidades do País, em todas as regiões. Em 2024, esse volume já é de cerca de 1,18 milhão de menções.

As redes sociais, portanto, têm desempenhado um papel fundamental na amplificação dessas discussões, se mostrando como um termômetro das preocupações e insatisfações da população, que mostra uma demanda crescente por maior transparência e correição.

Se o governo não conseguir demonstrar um firme compromisso com a retidão e a responsabilidade no uso dos recursos públicos, a imagem dele poderá ficar seriamente comprometida. Sem agir nessa direção, a administração corre o risco de se tornar sinônimo de escândalos e má gestão, o que pode ter consequências devastadoras e repetir um filme que o Brasil já assistiu e que, certamente, não quer repetir.

As menções à corrupção no governo Lula têm disparado nas redes sociais. Este ano, as publicações sobre o tema já tiveram um crescimento de 97,3%, em relação a todo o ano passado, segundo dados da AP Exata Inteligência Digital. Como ainda estamos em junho, se o governo seguir desatento a essa narrativa, corre o risco de tornar a corrupção novamente protagonista principal das conversações sobre a gestão federal.

Na última eleição presidencial, a ideia de corrupção foi sempre o maior obstáculo para o crescimento do PT, tendo pautado, durante toda a disputa, a militância da direita, que centrou nessa questão os ataques ao então candidato Lula.

Indiciamento do ministro Juscelino Filho ampliou citações a corrupção relacionadas ao governo nas redes sociais Foto: Wilton Junior/Estadão

Mas, apesar de sua relevância e onipresença nas discussões sobre o pleito, o tema acabou sendo eclipsado pelas preocupações mais imediatas com a economia, em particular a inflação, e pela bem sucedida campanha da esquerda, que colocou a defesa da democracia como um agregador de votos. Isso atraiu muitos eleitores de centro, que torciam o nariz para o PT, mas acabaram escolhendo o candidato do partido.

No entanto, os dados mostram que o assunto voltou com força, se tornando uma grande pedra no sapato do governo Lula. A narrativa ganhou tração especialmente com a crise do arroz, que emergiu como um catalisador, reacendendo as discussões sobre a integridade do governo, diante de uma licitação que virou um escândalo político e acabou sendo anulada.

Informações de que algumas empresas vencedoras da concorrência não tinham capacidade técnica e financeira para a entrega de centenas de milhares de toneladas de arroz suplantaram o discurso de que o governo agiu para impedir a alta de preços do alimento, após as fortes chuvas que afetaram o Rio Grande do Sul, que é um dos estados-chave no cultivo de arroz no Brasil.

Alegações de superfaturamento e favorecimento de empresas ligadas a políticos desencadearam uma onda de indignação nas redes sociais. A isso somou-se outro escândalo – o indiciamento do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, pela Polícia Federal, por suspeitas de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e fraude em licitação. Lula defendeu o seu ministro, o que intensificou as críticas.

Em 2023, o volume de menções sobre corrupção relacionadas ao governo Lula já era significativo, com cerca de 598 mil publicações ao longo do ano, de acordo uma amostra feita a partir de dados observados no X, de forma geolocalizada em 145 cidades do País, em todas as regiões. Em 2024, esse volume já é de cerca de 1,18 milhão de menções.

As redes sociais, portanto, têm desempenhado um papel fundamental na amplificação dessas discussões, se mostrando como um termômetro das preocupações e insatisfações da população, que mostra uma demanda crescente por maior transparência e correição.

Se o governo não conseguir demonstrar um firme compromisso com a retidão e a responsabilidade no uso dos recursos públicos, a imagem dele poderá ficar seriamente comprometida. Sem agir nessa direção, a administração corre o risco de se tornar sinônimo de escândalos e má gestão, o que pode ter consequências devastadoras e repetir um filme que o Brasil já assistiu e que, certamente, não quer repetir.

Opinião por Sergio Denicoli

Autor do livro TV digital: sistemas, conceitos e tecnologias, Sergio Denicoli é pós-doutor pela Universidade do Minho e pela Universidade Federal Fluminense. Foi repórter da Rádio CBN Vitória, da TV Gazeta (Globo-ES), e colunista do jornal A Gazeta. Atualmente, é CEO da AP Exata e cientista de dados.

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