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Análise|Morte de policiais em São Paulo estimula discurso a favor de uma polícia mais combativa


Há uma compreensão coletiva de que a violência é um problema sistêmico, ultrapassando os limites do governo do Estado, mas expectativa de que Tarcísio mostre resultados na área

Por Sergio Denicoli
Atualização:

Mergulhar no intrincado universo da segurança pública de São Paulo, a partir do que se fala nas redes sociais, revela um labirinto de opiniões, onde a saída não é visível. Mas há um foco em comum: exigir uma solução para a questão da violência, dos assaltos, dos assassinatos.

Para entender melhor esse cenário complexo, analisamos cerca de 13,2 mil interações nas redes de São Paulo, que mencionam termos ligados à segurança, ao governo do Estado e ao governador Tarcísio de Freitas, publicadas entre os dias 10 e 24 de janeiro. Um período conturbado, quando ocorreram assassinatos de policiais e o anúncio da volta das operações Escudo, realizadas como reação a ataques contra policiais.

Os posicionamentos identificados nas redes sociais se distribuem em quatro eixos. Há um clamor por ações enérgicas, mais agressivas e rápidas para enfrentar a criminalidade; uma consciência da população sobre os desafios na Justiça; uma indignação com a dificuldade do sistema de segurança em manter criminosos presos; e uma bolha ideológica centrada nos Direitos Humanos, que, hoje, é minoritária.

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Operação Escudo foi deflagrada após morte de agente da Rota Foto: Taba Benedicto/Estadão

Observamos ainda os sentimentos presentes nos posts analisados, de acordo com as oito emoções básicas, descritas pela psicologia comportamental norte-americana.

Aproximadamente 28,6% das mensagens ecoam o sentimento de “raiva”, originado por uma insatisfação, que clama por medidas governamentais decisivas e eficazes, seja para defender a população ou para proteger os próprios policiais alvos de criminosos.

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O “medo” aparece como o segundo sentimento mais presente, abarcando 22,9% dos posts. Ele é gerado por uma inquietação relacionada à impunidade e à vulnerabilidade perante o crime.

A “esperança” de mudanças significativas surge em 17,4% dos posts, representada pelo sentimento de “antecipação”, que traduz um anseio do que pode ocorrer no futuro e, nesse caso, reflete os atos do governo do Estado.

11,4% dos usuários expressam “confiança”. São pessoas que acreditam que Tarcísio de Freitas tem feito um trabalho louvável na área da segurança, apesar dos percalços.

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O “desgosto” abarca 6,9% das publicações, associado a uma sensação de ineficácia na aplicação da Justiça.

A “tristeza” está em 5,7% dos posts. Mesmo índice de “surpresa” diante das ocorrências. A “alegria” surge de forma residual, em apenas 1,4% dos posts, em publicações que tratam o tema de forma irônica.

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Em síntese, há uma compreensão coletiva de que a violência é um problema sistêmico, ultrapassando os limites do governo do Estado. Entretanto, as expectativas depositadas no governador Tarcísio de Freitas são claras, pois a sociedade espera resultados palpáveis na área da segurança.

A percepção de que a polícia também é vítima do crime tem reduzido a paciência dos paulistas, que creem, de uma forma geral, que é preciso ampliar o uso da força. Nesse contexto, debates humanitários são vistos como narrativas de defesa de bandidos. É como se, em uma guerra, alguém pedisse a umas das partes para ser menos agressiva. Esse é o pensamento predominante hoje, revelando um dilema complexo sobre como equilibrar a necessidade de segurança com a promoção dos Direitos Humanos, em meio a uma realidade caótica e desafiadora.

Mergulhar no intrincado universo da segurança pública de São Paulo, a partir do que se fala nas redes sociais, revela um labirinto de opiniões, onde a saída não é visível. Mas há um foco em comum: exigir uma solução para a questão da violência, dos assaltos, dos assassinatos.

Para entender melhor esse cenário complexo, analisamos cerca de 13,2 mil interações nas redes de São Paulo, que mencionam termos ligados à segurança, ao governo do Estado e ao governador Tarcísio de Freitas, publicadas entre os dias 10 e 24 de janeiro. Um período conturbado, quando ocorreram assassinatos de policiais e o anúncio da volta das operações Escudo, realizadas como reação a ataques contra policiais.

Os posicionamentos identificados nas redes sociais se distribuem em quatro eixos. Há um clamor por ações enérgicas, mais agressivas e rápidas para enfrentar a criminalidade; uma consciência da população sobre os desafios na Justiça; uma indignação com a dificuldade do sistema de segurança em manter criminosos presos; e uma bolha ideológica centrada nos Direitos Humanos, que, hoje, é minoritária.

Operação Escudo foi deflagrada após morte de agente da Rota Foto: Taba Benedicto/Estadão

Observamos ainda os sentimentos presentes nos posts analisados, de acordo com as oito emoções básicas, descritas pela psicologia comportamental norte-americana.

Aproximadamente 28,6% das mensagens ecoam o sentimento de “raiva”, originado por uma insatisfação, que clama por medidas governamentais decisivas e eficazes, seja para defender a população ou para proteger os próprios policiais alvos de criminosos.

O “medo” aparece como o segundo sentimento mais presente, abarcando 22,9% dos posts. Ele é gerado por uma inquietação relacionada à impunidade e à vulnerabilidade perante o crime.

A “esperança” de mudanças significativas surge em 17,4% dos posts, representada pelo sentimento de “antecipação”, que traduz um anseio do que pode ocorrer no futuro e, nesse caso, reflete os atos do governo do Estado.

11,4% dos usuários expressam “confiança”. São pessoas que acreditam que Tarcísio de Freitas tem feito um trabalho louvável na área da segurança, apesar dos percalços.

O “desgosto” abarca 6,9% das publicações, associado a uma sensação de ineficácia na aplicação da Justiça.

A “tristeza” está em 5,7% dos posts. Mesmo índice de “surpresa” diante das ocorrências. A “alegria” surge de forma residual, em apenas 1,4% dos posts, em publicações que tratam o tema de forma irônica.

Em síntese, há uma compreensão coletiva de que a violência é um problema sistêmico, ultrapassando os limites do governo do Estado. Entretanto, as expectativas depositadas no governador Tarcísio de Freitas são claras, pois a sociedade espera resultados palpáveis na área da segurança.

A percepção de que a polícia também é vítima do crime tem reduzido a paciência dos paulistas, que creem, de uma forma geral, que é preciso ampliar o uso da força. Nesse contexto, debates humanitários são vistos como narrativas de defesa de bandidos. É como se, em uma guerra, alguém pedisse a umas das partes para ser menos agressiva. Esse é o pensamento predominante hoje, revelando um dilema complexo sobre como equilibrar a necessidade de segurança com a promoção dos Direitos Humanos, em meio a uma realidade caótica e desafiadora.

Mergulhar no intrincado universo da segurança pública de São Paulo, a partir do que se fala nas redes sociais, revela um labirinto de opiniões, onde a saída não é visível. Mas há um foco em comum: exigir uma solução para a questão da violência, dos assaltos, dos assassinatos.

Para entender melhor esse cenário complexo, analisamos cerca de 13,2 mil interações nas redes de São Paulo, que mencionam termos ligados à segurança, ao governo do Estado e ao governador Tarcísio de Freitas, publicadas entre os dias 10 e 24 de janeiro. Um período conturbado, quando ocorreram assassinatos de policiais e o anúncio da volta das operações Escudo, realizadas como reação a ataques contra policiais.

Os posicionamentos identificados nas redes sociais se distribuem em quatro eixos. Há um clamor por ações enérgicas, mais agressivas e rápidas para enfrentar a criminalidade; uma consciência da população sobre os desafios na Justiça; uma indignação com a dificuldade do sistema de segurança em manter criminosos presos; e uma bolha ideológica centrada nos Direitos Humanos, que, hoje, é minoritária.

Operação Escudo foi deflagrada após morte de agente da Rota Foto: Taba Benedicto/Estadão

Observamos ainda os sentimentos presentes nos posts analisados, de acordo com as oito emoções básicas, descritas pela psicologia comportamental norte-americana.

Aproximadamente 28,6% das mensagens ecoam o sentimento de “raiva”, originado por uma insatisfação, que clama por medidas governamentais decisivas e eficazes, seja para defender a população ou para proteger os próprios policiais alvos de criminosos.

O “medo” aparece como o segundo sentimento mais presente, abarcando 22,9% dos posts. Ele é gerado por uma inquietação relacionada à impunidade e à vulnerabilidade perante o crime.

A “esperança” de mudanças significativas surge em 17,4% dos posts, representada pelo sentimento de “antecipação”, que traduz um anseio do que pode ocorrer no futuro e, nesse caso, reflete os atos do governo do Estado.

11,4% dos usuários expressam “confiança”. São pessoas que acreditam que Tarcísio de Freitas tem feito um trabalho louvável na área da segurança, apesar dos percalços.

O “desgosto” abarca 6,9% das publicações, associado a uma sensação de ineficácia na aplicação da Justiça.

A “tristeza” está em 5,7% dos posts. Mesmo índice de “surpresa” diante das ocorrências. A “alegria” surge de forma residual, em apenas 1,4% dos posts, em publicações que tratam o tema de forma irônica.

Em síntese, há uma compreensão coletiva de que a violência é um problema sistêmico, ultrapassando os limites do governo do Estado. Entretanto, as expectativas depositadas no governador Tarcísio de Freitas são claras, pois a sociedade espera resultados palpáveis na área da segurança.

A percepção de que a polícia também é vítima do crime tem reduzido a paciência dos paulistas, que creem, de uma forma geral, que é preciso ampliar o uso da força. Nesse contexto, debates humanitários são vistos como narrativas de defesa de bandidos. É como se, em uma guerra, alguém pedisse a umas das partes para ser menos agressiva. Esse é o pensamento predominante hoje, revelando um dilema complexo sobre como equilibrar a necessidade de segurança com a promoção dos Direitos Humanos, em meio a uma realidade caótica e desafiadora.

Análise por Sergio Denicoli

Autor do livro TV digital: sistemas, conceitos e tecnologias, Sergio Denicoli é pós-doutor pela Universidade do Minho e pela Universidade Federal Fluminense. Foi repórter da Rádio CBN Vitória, da TV Gazeta (Globo-ES), e colunista do jornal A Gazeta. Atualmente, é CEO da AP Exata e cientista de dados.

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