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Opinião|O poder da comunicação bolsonarista na manutenção da direita e na oposição ao governo


Diretrizes disseminadas por Jair Bolsonaro são plenamente replicadas por outros políticos conservadores. Muitos, inclusive, vão tentar nacionalizar as eleições municipais de 2024

Por Sergio Denicoli

Chegamos ao fim do ano praticamente como começamos, com o Brasil marcado por uma polarização cristalizada, dividido em dois polos opostos praticamente de igual tamanho.

Com 12 meses de governo, a percepção sobre a gestão Lula segue amplamente moldada pela ideologia de cada observador. Esse fenômeno maniqueísta é emblemático nos tempos acalorados de conflitos políticos que atravessamos.

Mas chama a atenção como a oposição tem conseguido manter um nível de comunicação equivalente ao do governo, mesmo sem ocupar a cadeira presidencial ou cargos de destaque nomeados pelo Executivo. As mensagens da direita se propagam de maneira extensa, desconstruindo de forma minuciosa, entre seus adeptos, cada uma das ações de Lula.

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Lula e Bolsonaro: polarização no País permanece mesmo após 12 meses do governo petista Foto: Mauro Pimentel/AFP

Para entender melhor o funcionamento da comunicação bolsonarista enquanto oposição, analisamos as postagens do canal de Jair Bolsonaro, no Telegram, feitas entre os dias 1º e 28 de dezembro.

Foram, ao todo, 84 publicações, o que indica uma média de três posts por dia. O canal conta com 1,8 milhão de inscritos e, além de propagar conteúdo próprio, muitas vezes compartilha informações de políticos aliados, sobretudo dos próprios Bolsonaro, nomeadamente Eduardo, Flávio e Carlos, além de aliados de primeira hora do bolsonarismo, como os deputados federais Mário Frias e Delegado Alexandre Ramagem, e os deputados estaduais Carmelo Neto, do Ceará, e Bruno Engler, de Minas Gerais.

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A crítica à mídia tradicional é uma constante. Alegações de disseminação de desinformação, fake news e de silenciamento de vozes dissoantes às do governo são pontos centrais dessa abordagem. O alvo principal é a Rede Globo, que foi mencionada frequentemente, de forma pejorativa, no período observado.

A defesa da liberdade de expressão é outra característica marcante. No ambiente bolsonarista, está consolidada a ideia de que o governo Lula age para calar quem o critica, o que cria, entre os opositores, um sentimento de resistência, que os une. Essa mesma narrativa ajuda a difundir uma ideia de que o PT quer regular a internet, para poder controlá-la, por meio de censura.

O enfrentamento à esquerda e ao “comunismo” é também algo bastante presente. O governo Lula é associado a uma suposta normalização do crime e à debilidade social, e visto como uma ameaça ao País. Todos esses aspectos negativos são classificados como características de governos comunistas.

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A segurança pública emerge como uma bandeira importante dos conservadores. Bolsonaro foca em alegações que atribuem ao governo dele uma redução histórica nos índices de assassinatos e um aumento nas apreensões de drogas.

Em termos de propostas, a narrativa é pouco profunda, deixando de fora um debate mais qualificado. Não encontramos proposições com embasamentos feitos a partir de estudos específicos, mas apenas indicativos ideológicos.

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Um desses indicativos se baseia na ideia de redução de impostos. Esse é um dos pilares apresentados e percebidos como um conquista notável do governo Jair Bolsonaro.

A proposta de menor intervenção estatal na economia e a promoção de um ambiente favorável aos negócios também são elementos frequentes nas mensagens, buscando transmitir a imagem de que a direita segue comprometida com o estímulo ao setor privado e que a esquerda está ligada a um movimento sindical visto como nocivo ao desenvolvimento.

Essas diretrizes, disseminadas por Jair Bolsonaro, são plenamente replicadas por demais políticos conservadores. Muitos, inclusive, vão tentar nacionalizar as eleições municipais de 2024, seguindo a cartilha contra o “comunismo”, a “esquerda”, e os veículos que disseminam fake news, e a favor da liberdade plena de expressão nas redes, da redução de impostos e das privatizações.

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Pelo que temos visto até agora, esse discurso irá funcionar bem nas cidades simpáticas ao bolsonarismo, em áreas mais identificadas com a direita. Mas não irá provocar mudanças nos locais onde a esquerda domina, pois nessas regiões é a lógica lulista que se propaga mais intensamente, também através de canais exclusivos e também sem discutir propostas de forma detalhada. Algo que, hoje, infelizmente, está muito distante do debate político brasileiro.

Chegamos ao fim do ano praticamente como começamos, com o Brasil marcado por uma polarização cristalizada, dividido em dois polos opostos praticamente de igual tamanho.

Com 12 meses de governo, a percepção sobre a gestão Lula segue amplamente moldada pela ideologia de cada observador. Esse fenômeno maniqueísta é emblemático nos tempos acalorados de conflitos políticos que atravessamos.

Mas chama a atenção como a oposição tem conseguido manter um nível de comunicação equivalente ao do governo, mesmo sem ocupar a cadeira presidencial ou cargos de destaque nomeados pelo Executivo. As mensagens da direita se propagam de maneira extensa, desconstruindo de forma minuciosa, entre seus adeptos, cada uma das ações de Lula.

Lula e Bolsonaro: polarização no País permanece mesmo após 12 meses do governo petista Foto: Mauro Pimentel/AFP

Para entender melhor o funcionamento da comunicação bolsonarista enquanto oposição, analisamos as postagens do canal de Jair Bolsonaro, no Telegram, feitas entre os dias 1º e 28 de dezembro.

Foram, ao todo, 84 publicações, o que indica uma média de três posts por dia. O canal conta com 1,8 milhão de inscritos e, além de propagar conteúdo próprio, muitas vezes compartilha informações de políticos aliados, sobretudo dos próprios Bolsonaro, nomeadamente Eduardo, Flávio e Carlos, além de aliados de primeira hora do bolsonarismo, como os deputados federais Mário Frias e Delegado Alexandre Ramagem, e os deputados estaduais Carmelo Neto, do Ceará, e Bruno Engler, de Minas Gerais.

A crítica à mídia tradicional é uma constante. Alegações de disseminação de desinformação, fake news e de silenciamento de vozes dissoantes às do governo são pontos centrais dessa abordagem. O alvo principal é a Rede Globo, que foi mencionada frequentemente, de forma pejorativa, no período observado.

A defesa da liberdade de expressão é outra característica marcante. No ambiente bolsonarista, está consolidada a ideia de que o governo Lula age para calar quem o critica, o que cria, entre os opositores, um sentimento de resistência, que os une. Essa mesma narrativa ajuda a difundir uma ideia de que o PT quer regular a internet, para poder controlá-la, por meio de censura.

O enfrentamento à esquerda e ao “comunismo” é também algo bastante presente. O governo Lula é associado a uma suposta normalização do crime e à debilidade social, e visto como uma ameaça ao País. Todos esses aspectos negativos são classificados como características de governos comunistas.

A segurança pública emerge como uma bandeira importante dos conservadores. Bolsonaro foca em alegações que atribuem ao governo dele uma redução histórica nos índices de assassinatos e um aumento nas apreensões de drogas.

Em termos de propostas, a narrativa é pouco profunda, deixando de fora um debate mais qualificado. Não encontramos proposições com embasamentos feitos a partir de estudos específicos, mas apenas indicativos ideológicos.

Um desses indicativos se baseia na ideia de redução de impostos. Esse é um dos pilares apresentados e percebidos como um conquista notável do governo Jair Bolsonaro.

A proposta de menor intervenção estatal na economia e a promoção de um ambiente favorável aos negócios também são elementos frequentes nas mensagens, buscando transmitir a imagem de que a direita segue comprometida com o estímulo ao setor privado e que a esquerda está ligada a um movimento sindical visto como nocivo ao desenvolvimento.

Essas diretrizes, disseminadas por Jair Bolsonaro, são plenamente replicadas por demais políticos conservadores. Muitos, inclusive, vão tentar nacionalizar as eleições municipais de 2024, seguindo a cartilha contra o “comunismo”, a “esquerda”, e os veículos que disseminam fake news, e a favor da liberdade plena de expressão nas redes, da redução de impostos e das privatizações.

Pelo que temos visto até agora, esse discurso irá funcionar bem nas cidades simpáticas ao bolsonarismo, em áreas mais identificadas com a direita. Mas não irá provocar mudanças nos locais onde a esquerda domina, pois nessas regiões é a lógica lulista que se propaga mais intensamente, também através de canais exclusivos e também sem discutir propostas de forma detalhada. Algo que, hoje, infelizmente, está muito distante do debate político brasileiro.

Chegamos ao fim do ano praticamente como começamos, com o Brasil marcado por uma polarização cristalizada, dividido em dois polos opostos praticamente de igual tamanho.

Com 12 meses de governo, a percepção sobre a gestão Lula segue amplamente moldada pela ideologia de cada observador. Esse fenômeno maniqueísta é emblemático nos tempos acalorados de conflitos políticos que atravessamos.

Mas chama a atenção como a oposição tem conseguido manter um nível de comunicação equivalente ao do governo, mesmo sem ocupar a cadeira presidencial ou cargos de destaque nomeados pelo Executivo. As mensagens da direita se propagam de maneira extensa, desconstruindo de forma minuciosa, entre seus adeptos, cada uma das ações de Lula.

Lula e Bolsonaro: polarização no País permanece mesmo após 12 meses do governo petista Foto: Mauro Pimentel/AFP

Para entender melhor o funcionamento da comunicação bolsonarista enquanto oposição, analisamos as postagens do canal de Jair Bolsonaro, no Telegram, feitas entre os dias 1º e 28 de dezembro.

Foram, ao todo, 84 publicações, o que indica uma média de três posts por dia. O canal conta com 1,8 milhão de inscritos e, além de propagar conteúdo próprio, muitas vezes compartilha informações de políticos aliados, sobretudo dos próprios Bolsonaro, nomeadamente Eduardo, Flávio e Carlos, além de aliados de primeira hora do bolsonarismo, como os deputados federais Mário Frias e Delegado Alexandre Ramagem, e os deputados estaduais Carmelo Neto, do Ceará, e Bruno Engler, de Minas Gerais.

A crítica à mídia tradicional é uma constante. Alegações de disseminação de desinformação, fake news e de silenciamento de vozes dissoantes às do governo são pontos centrais dessa abordagem. O alvo principal é a Rede Globo, que foi mencionada frequentemente, de forma pejorativa, no período observado.

A defesa da liberdade de expressão é outra característica marcante. No ambiente bolsonarista, está consolidada a ideia de que o governo Lula age para calar quem o critica, o que cria, entre os opositores, um sentimento de resistência, que os une. Essa mesma narrativa ajuda a difundir uma ideia de que o PT quer regular a internet, para poder controlá-la, por meio de censura.

O enfrentamento à esquerda e ao “comunismo” é também algo bastante presente. O governo Lula é associado a uma suposta normalização do crime e à debilidade social, e visto como uma ameaça ao País. Todos esses aspectos negativos são classificados como características de governos comunistas.

A segurança pública emerge como uma bandeira importante dos conservadores. Bolsonaro foca em alegações que atribuem ao governo dele uma redução histórica nos índices de assassinatos e um aumento nas apreensões de drogas.

Em termos de propostas, a narrativa é pouco profunda, deixando de fora um debate mais qualificado. Não encontramos proposições com embasamentos feitos a partir de estudos específicos, mas apenas indicativos ideológicos.

Um desses indicativos se baseia na ideia de redução de impostos. Esse é um dos pilares apresentados e percebidos como um conquista notável do governo Jair Bolsonaro.

A proposta de menor intervenção estatal na economia e a promoção de um ambiente favorável aos negócios também são elementos frequentes nas mensagens, buscando transmitir a imagem de que a direita segue comprometida com o estímulo ao setor privado e que a esquerda está ligada a um movimento sindical visto como nocivo ao desenvolvimento.

Essas diretrizes, disseminadas por Jair Bolsonaro, são plenamente replicadas por demais políticos conservadores. Muitos, inclusive, vão tentar nacionalizar as eleições municipais de 2024, seguindo a cartilha contra o “comunismo”, a “esquerda”, e os veículos que disseminam fake news, e a favor da liberdade plena de expressão nas redes, da redução de impostos e das privatizações.

Pelo que temos visto até agora, esse discurso irá funcionar bem nas cidades simpáticas ao bolsonarismo, em áreas mais identificadas com a direita. Mas não irá provocar mudanças nos locais onde a esquerda domina, pois nessas regiões é a lógica lulista que se propaga mais intensamente, também através de canais exclusivos e também sem discutir propostas de forma detalhada. Algo que, hoje, infelizmente, está muito distante do debate político brasileiro.

Chegamos ao fim do ano praticamente como começamos, com o Brasil marcado por uma polarização cristalizada, dividido em dois polos opostos praticamente de igual tamanho.

Com 12 meses de governo, a percepção sobre a gestão Lula segue amplamente moldada pela ideologia de cada observador. Esse fenômeno maniqueísta é emblemático nos tempos acalorados de conflitos políticos que atravessamos.

Mas chama a atenção como a oposição tem conseguido manter um nível de comunicação equivalente ao do governo, mesmo sem ocupar a cadeira presidencial ou cargos de destaque nomeados pelo Executivo. As mensagens da direita se propagam de maneira extensa, desconstruindo de forma minuciosa, entre seus adeptos, cada uma das ações de Lula.

Lula e Bolsonaro: polarização no País permanece mesmo após 12 meses do governo petista Foto: Mauro Pimentel/AFP

Para entender melhor o funcionamento da comunicação bolsonarista enquanto oposição, analisamos as postagens do canal de Jair Bolsonaro, no Telegram, feitas entre os dias 1º e 28 de dezembro.

Foram, ao todo, 84 publicações, o que indica uma média de três posts por dia. O canal conta com 1,8 milhão de inscritos e, além de propagar conteúdo próprio, muitas vezes compartilha informações de políticos aliados, sobretudo dos próprios Bolsonaro, nomeadamente Eduardo, Flávio e Carlos, além de aliados de primeira hora do bolsonarismo, como os deputados federais Mário Frias e Delegado Alexandre Ramagem, e os deputados estaduais Carmelo Neto, do Ceará, e Bruno Engler, de Minas Gerais.

A crítica à mídia tradicional é uma constante. Alegações de disseminação de desinformação, fake news e de silenciamento de vozes dissoantes às do governo são pontos centrais dessa abordagem. O alvo principal é a Rede Globo, que foi mencionada frequentemente, de forma pejorativa, no período observado.

A defesa da liberdade de expressão é outra característica marcante. No ambiente bolsonarista, está consolidada a ideia de que o governo Lula age para calar quem o critica, o que cria, entre os opositores, um sentimento de resistência, que os une. Essa mesma narrativa ajuda a difundir uma ideia de que o PT quer regular a internet, para poder controlá-la, por meio de censura.

O enfrentamento à esquerda e ao “comunismo” é também algo bastante presente. O governo Lula é associado a uma suposta normalização do crime e à debilidade social, e visto como uma ameaça ao País. Todos esses aspectos negativos são classificados como características de governos comunistas.

A segurança pública emerge como uma bandeira importante dos conservadores. Bolsonaro foca em alegações que atribuem ao governo dele uma redução histórica nos índices de assassinatos e um aumento nas apreensões de drogas.

Em termos de propostas, a narrativa é pouco profunda, deixando de fora um debate mais qualificado. Não encontramos proposições com embasamentos feitos a partir de estudos específicos, mas apenas indicativos ideológicos.

Um desses indicativos se baseia na ideia de redução de impostos. Esse é um dos pilares apresentados e percebidos como um conquista notável do governo Jair Bolsonaro.

A proposta de menor intervenção estatal na economia e a promoção de um ambiente favorável aos negócios também são elementos frequentes nas mensagens, buscando transmitir a imagem de que a direita segue comprometida com o estímulo ao setor privado e que a esquerda está ligada a um movimento sindical visto como nocivo ao desenvolvimento.

Essas diretrizes, disseminadas por Jair Bolsonaro, são plenamente replicadas por demais políticos conservadores. Muitos, inclusive, vão tentar nacionalizar as eleições municipais de 2024, seguindo a cartilha contra o “comunismo”, a “esquerda”, e os veículos que disseminam fake news, e a favor da liberdade plena de expressão nas redes, da redução de impostos e das privatizações.

Pelo que temos visto até agora, esse discurso irá funcionar bem nas cidades simpáticas ao bolsonarismo, em áreas mais identificadas com a direita. Mas não irá provocar mudanças nos locais onde a esquerda domina, pois nessas regiões é a lógica lulista que se propaga mais intensamente, também através de canais exclusivos e também sem discutir propostas de forma detalhada. Algo que, hoje, infelizmente, está muito distante do debate político brasileiro.

Opinião por Sergio Denicoli

Autor do livro TV digital: sistemas, conceitos e tecnologias, Sergio Denicoli é pós-doutor pela Universidade do Minho e pela Universidade Federal Fluminense. Foi repórter da Rádio CBN Vitória, da TV Gazeta (Globo-ES), e colunista do jornal A Gazeta. Atualmente, é CEO da AP Exata e cientista de dados.

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