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Opinião|Parte considerável da população não vê gravidade na trama que tentou evitar a posse de Lula


Esse é um dos sintomas da polarização. Ela torna os eleitores passionais ao extremo e tende a fazer com que um determinado grupo olhe o opositor como um mal a ser extirpado

Por Sergio Denicoli

No universo bolsonarista, as investigações da Polícia Federal a, a pedido do STF, são apenas uma narrativa para prejudicar o ex-presidente. Nos grupos conservadores de Whatsapp, as conversações refutam a ideia de golpe, referindo que Bolsonaro planejou atuar constitucionalmente, motivado pela certeza de que o Judiciário teria agido para eleger Lula. Para essas pessoas, a eleição foi fraudada e Bolsonaro seria o nome certo para salvar o Brasil do comunismo que domina as instituições.

Esse é um dos sintomas da polarização. Ela torna os eleitores passionais ao extremo e tende a fazer com que um determinado grupo olhe o opositor como um mal a ser extirpado. É um ambiente onde a democracia é tida como algo menor, diante da possibilidade de que o lado que consideram abominável chegue ao poder.

Manifestação com a presença de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, próximo ao Masp. FOTO TABA BENEDICTO / ESTADAO Foto: Taba Benedicto/Estadão
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Os fatos envolvendo as tentativas de impedir a posse de um presidente eleito são extremamente graves, se analisados pelo âmbito dos acordos sociais que fazem com que um país seja realmente um país. Onde as instituições devem ser respeitadas e preservadas. Mas, se a credibilidade dessas instituições é colocada em causa, o caminho para o totalitarismo é visto como passível de ser seguido. E foi justamente isso que aconteceu no Brasil.

O STF e seus ministros, em especial Alexandre de Moraes, foram atacados à exaustão. Sem entrar no mérito do que tenha motivado esses ataques, a imagem da Suprema Corte ficou arranhada e precisa ser resgatada. Um dos princípios que seria importante adotar é a manifestação dos ministros apenas nos autos processuais, pois entrevistas e declarações nas redes sociais se tornam rapidamente matéria para ser interpretada, tragada pela polarização e reciclada em forma de memes e afins.

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O caso brasileiro exemplifica como uma política baseada na ideia antissistema pode corroer a confiança nas instituições e abrir espaço para discursos autoritários travestidos de patrióticos, que vão ser proferidos tanto pela esquerda quanto pela direita, pois são forças que se retroalimentam.

Além disso, a disseminação de informações falsas e teorias conspiratórias amplifica os ruídos democráticos, dificultando o diálogo e a busca por soluções. A falta de um debate público fundamentado essencialmente em fatos e evidências contribui para a perpetuação do conflito político e para o enfraquecimento das instituições.

Sabe-se que a democracia não é um sistema perfeito, mas sim um processo contínuo de aprimoramento. A crise política enfrentada pelo Brasil é um alerta para a necessidade de promover uma cultura cívica que valorize o respeito às leis, independentemente de posições políticas individuais. E isso vale para os eleitores, os políticos, e os três poderes.

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O obscurantismo com que se debate tudo no Brasil hoje é patente. São opiniões e verborragias, muitas delas sem qualquer conexão com a realidade, que vão formando opiniões cada vez mais radicais.

A ideia de que “ditadura boa é para os outros” precisa ser eliminada, pois não há caminho mais saudável do que a democracia e o respeito aos ritos eleitorais e à opinião de todos. Mas, infelizmente, a luz no fim do túnel ainda não apareceu, para que se possa superar esta era tão tumultuada da política brasileira.

No universo bolsonarista, as investigações da Polícia Federal a, a pedido do STF, são apenas uma narrativa para prejudicar o ex-presidente. Nos grupos conservadores de Whatsapp, as conversações refutam a ideia de golpe, referindo que Bolsonaro planejou atuar constitucionalmente, motivado pela certeza de que o Judiciário teria agido para eleger Lula. Para essas pessoas, a eleição foi fraudada e Bolsonaro seria o nome certo para salvar o Brasil do comunismo que domina as instituições.

Esse é um dos sintomas da polarização. Ela torna os eleitores passionais ao extremo e tende a fazer com que um determinado grupo olhe o opositor como um mal a ser extirpado. É um ambiente onde a democracia é tida como algo menor, diante da possibilidade de que o lado que consideram abominável chegue ao poder.

Manifestação com a presença de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, próximo ao Masp. FOTO TABA BENEDICTO / ESTADAO Foto: Taba Benedicto/Estadão

Os fatos envolvendo as tentativas de impedir a posse de um presidente eleito são extremamente graves, se analisados pelo âmbito dos acordos sociais que fazem com que um país seja realmente um país. Onde as instituições devem ser respeitadas e preservadas. Mas, se a credibilidade dessas instituições é colocada em causa, o caminho para o totalitarismo é visto como passível de ser seguido. E foi justamente isso que aconteceu no Brasil.

O STF e seus ministros, em especial Alexandre de Moraes, foram atacados à exaustão. Sem entrar no mérito do que tenha motivado esses ataques, a imagem da Suprema Corte ficou arranhada e precisa ser resgatada. Um dos princípios que seria importante adotar é a manifestação dos ministros apenas nos autos processuais, pois entrevistas e declarações nas redes sociais se tornam rapidamente matéria para ser interpretada, tragada pela polarização e reciclada em forma de memes e afins.

O caso brasileiro exemplifica como uma política baseada na ideia antissistema pode corroer a confiança nas instituições e abrir espaço para discursos autoritários travestidos de patrióticos, que vão ser proferidos tanto pela esquerda quanto pela direita, pois são forças que se retroalimentam.

Além disso, a disseminação de informações falsas e teorias conspiratórias amplifica os ruídos democráticos, dificultando o diálogo e a busca por soluções. A falta de um debate público fundamentado essencialmente em fatos e evidências contribui para a perpetuação do conflito político e para o enfraquecimento das instituições.

Sabe-se que a democracia não é um sistema perfeito, mas sim um processo contínuo de aprimoramento. A crise política enfrentada pelo Brasil é um alerta para a necessidade de promover uma cultura cívica que valorize o respeito às leis, independentemente de posições políticas individuais. E isso vale para os eleitores, os políticos, e os três poderes.

O obscurantismo com que se debate tudo no Brasil hoje é patente. São opiniões e verborragias, muitas delas sem qualquer conexão com a realidade, que vão formando opiniões cada vez mais radicais.

A ideia de que “ditadura boa é para os outros” precisa ser eliminada, pois não há caminho mais saudável do que a democracia e o respeito aos ritos eleitorais e à opinião de todos. Mas, infelizmente, a luz no fim do túnel ainda não apareceu, para que se possa superar esta era tão tumultuada da política brasileira.

No universo bolsonarista, as investigações da Polícia Federal a, a pedido do STF, são apenas uma narrativa para prejudicar o ex-presidente. Nos grupos conservadores de Whatsapp, as conversações refutam a ideia de golpe, referindo que Bolsonaro planejou atuar constitucionalmente, motivado pela certeza de que o Judiciário teria agido para eleger Lula. Para essas pessoas, a eleição foi fraudada e Bolsonaro seria o nome certo para salvar o Brasil do comunismo que domina as instituições.

Esse é um dos sintomas da polarização. Ela torna os eleitores passionais ao extremo e tende a fazer com que um determinado grupo olhe o opositor como um mal a ser extirpado. É um ambiente onde a democracia é tida como algo menor, diante da possibilidade de que o lado que consideram abominável chegue ao poder.

Manifestação com a presença de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, próximo ao Masp. FOTO TABA BENEDICTO / ESTADAO Foto: Taba Benedicto/Estadão

Os fatos envolvendo as tentativas de impedir a posse de um presidente eleito são extremamente graves, se analisados pelo âmbito dos acordos sociais que fazem com que um país seja realmente um país. Onde as instituições devem ser respeitadas e preservadas. Mas, se a credibilidade dessas instituições é colocada em causa, o caminho para o totalitarismo é visto como passível de ser seguido. E foi justamente isso que aconteceu no Brasil.

O STF e seus ministros, em especial Alexandre de Moraes, foram atacados à exaustão. Sem entrar no mérito do que tenha motivado esses ataques, a imagem da Suprema Corte ficou arranhada e precisa ser resgatada. Um dos princípios que seria importante adotar é a manifestação dos ministros apenas nos autos processuais, pois entrevistas e declarações nas redes sociais se tornam rapidamente matéria para ser interpretada, tragada pela polarização e reciclada em forma de memes e afins.

O caso brasileiro exemplifica como uma política baseada na ideia antissistema pode corroer a confiança nas instituições e abrir espaço para discursos autoritários travestidos de patrióticos, que vão ser proferidos tanto pela esquerda quanto pela direita, pois são forças que se retroalimentam.

Além disso, a disseminação de informações falsas e teorias conspiratórias amplifica os ruídos democráticos, dificultando o diálogo e a busca por soluções. A falta de um debate público fundamentado essencialmente em fatos e evidências contribui para a perpetuação do conflito político e para o enfraquecimento das instituições.

Sabe-se que a democracia não é um sistema perfeito, mas sim um processo contínuo de aprimoramento. A crise política enfrentada pelo Brasil é um alerta para a necessidade de promover uma cultura cívica que valorize o respeito às leis, independentemente de posições políticas individuais. E isso vale para os eleitores, os políticos, e os três poderes.

O obscurantismo com que se debate tudo no Brasil hoje é patente. São opiniões e verborragias, muitas delas sem qualquer conexão com a realidade, que vão formando opiniões cada vez mais radicais.

A ideia de que “ditadura boa é para os outros” precisa ser eliminada, pois não há caminho mais saudável do que a democracia e o respeito aos ritos eleitorais e à opinião de todos. Mas, infelizmente, a luz no fim do túnel ainda não apareceu, para que se possa superar esta era tão tumultuada da política brasileira.

Opinião por Sergio Denicoli

Autor do livro TV digital: sistemas, conceitos e tecnologias, Sergio Denicoli é pós-doutor pela Universidade do Minho e pela Universidade Federal Fluminense. Foi repórter da Rádio CBN Vitória, da TV Gazeta (Globo-ES), e colunista do jornal A Gazeta. Atualmente, é CEO da AP Exata e cientista de dados.

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