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Opinião|Raiva domina reações à condenação de Trump em novo ‘american way of life’ criado por ex-presidente


Nas redes, apenas 28,1% das mensagens sobre o assunto são claramente favoráveis à condenação do ex-presidente norte-americano e 51,3% são negativas

Por Sergio Denicoli

Houve um tempo em que o “american way of life”, o famoso “estilo de vida americano”, era um modelo que se espalhava pelo mundo, tendo como princípios a liberdade e a ideia de que os Estados Unidos eram a terra onde sonhos podem ser realizados. Esse ideal, promovido pelos filmes de Hollywood e séries enlatadas de televisão, se difundiu amplamente, especialmente durante a Guerra Fria, quando a construção de uma ética política ocidental rivalizava com o mundo comunista, retratado como ineficiente e restritivo.

Esse romantismo em torno dos EUA durou décadas, mas tem sido substituído por uma lógica controversa, a partir da ascensão de uma polêmica figura, que, contra todas as previsões, se elegeu presidente dos Estados Unidos: o empresário e apresentador de TV, Donald Trump.

Condenação de Donald Trump não foi bem recebida pela maioria dos norte-americanos que se manifestaram nas redes Foto: Seth Wenig/AFP
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Trump nomeou os imigrantes, sobretudo os mexicanos, como algozes, limitando a ideia de sonho americano. Colocou a “América em primeiro lugar”, rejeitando o sentimento cunhado nos anos áureos dos Estados Unidos, quando o país era visto como uma espécie de governo supranacional, protetor dos seus aliados. Por fim, declarou guerra ao sistema, colocando em causa os resultados das eleições do país, que era considerado um modelo de democracia, e, agora, afirmando, sem meios termos, que a justiça americana é corrupta.

O novo estilo de vida americano pregado por Trump, e copiado por uma direita de características trumpistas, que cresce no mundo, não é mais romantizado. É um modelo de relativização das regras e de tentativa de construção de um novo acordo social, onde as instituições são vistas como contaminadas e onde as lideranças políticas são idealizadas como heróis da insubordinação, o que as deixa praticamente imunes, perante seus eleitores, a qualquer ação que venha do sistema.

É com base nessa nova construção que Trump segue forte politicamente, mesmo tendo sido o primeiro candidato competitivo à presidência dos EUA condenado na esfera criminal. Para a justiça de Nova Iorque, ele cometeu fraude contábil e encobriu um pagamento secreto de dinheiro para comprar o silêncio de uma atriz pornô, com quem teria mantido relações.

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Outro efeito colateral da ascensão de um novo padrão político americano é a acentuação da polarização. Uma parte da população corrobora a ideia de que o sistema trabalha contra os cidadãos, mas outra parte rejeita essa narrativa e se mostra ainda institucionalista.

Isso fica claro quando observamos dados de redes sobre a condenação de Donald Trump. A AP Exata inteligência digital analisou cerca de 50 mil publicações, feitas no X, nos Estados Unidos, a respeito do caso. Desse total, 51,3% das reações foram negativas, 28,1% positivas e 20,6% neutras.

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As menções positivas são claramente favoráveis à condenação. Já as negativas se dividem entre os que se queixam da justiça e os que veem a decisão como correta, mas acreditam que é algo ruim para o país ter alguém condenado disputando as eleições.

Foram analisadas ainda as emoções presentes nos posts, o que permite uma visão mais detalhada sobre o as pessoas acham do tema.

A raiva foi a emoção dominante, com 24,8% das reações, refletindo a indignação dos apoiadores de Trump, que veem a condenação como uma manobra política.

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A alegria apareceu em 16,5% das reações, representando aqueles que veem a condenação como um triunfo da justiça.

O desgosto alcançou 15,2%, refletindo repulsa às ações de Trump.

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O medo, presente em 14,2% das publicações, revela um pessimismo diante das implicações do caso.

A antecipação, que é um sentimento que mostra preocupação com o que irá ocorrer, esteve presente em 10,7% dos posts e denota opiniões que acreditam que a condenação irá afetar as eleições.

10,2% dos posts continham tristeza pela degradação do cenário político. A surpresa alcançou 4,3%, mostrando a incredulidade diante do ineditismo da situação. Já a confiança foi a emoção menos presente, marcando 4,1%, e revelou publicações de crença na justiça.

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O impacto de ter um candidato à presidência condenado criminalmente é profundo e multifacetado. Os Estados Unidos estão consolidando uma crise de confiança nas instituições democráticas e jurídicas, algo semelhante ao que ocorreu no Brasil após a vitória de Lula, que fez crescer as críticas aos STF e ao TSE.

Caso Trump vença as eleições, a ideia de uma justiça falha estará consolidada nos EUA e o novo “estilo de vida americano trumpista” se espalhará ainda mais por outros países, acentuando o discurso antissistema. O desafio será encontrar maneiras de restaurar a confiança nas instituições que sustentam o Estado de Direito e a governança democrática, antes que elas desmoronem.

Houve um tempo em que o “american way of life”, o famoso “estilo de vida americano”, era um modelo que se espalhava pelo mundo, tendo como princípios a liberdade e a ideia de que os Estados Unidos eram a terra onde sonhos podem ser realizados. Esse ideal, promovido pelos filmes de Hollywood e séries enlatadas de televisão, se difundiu amplamente, especialmente durante a Guerra Fria, quando a construção de uma ética política ocidental rivalizava com o mundo comunista, retratado como ineficiente e restritivo.

Esse romantismo em torno dos EUA durou décadas, mas tem sido substituído por uma lógica controversa, a partir da ascensão de uma polêmica figura, que, contra todas as previsões, se elegeu presidente dos Estados Unidos: o empresário e apresentador de TV, Donald Trump.

Condenação de Donald Trump não foi bem recebida pela maioria dos norte-americanos que se manifestaram nas redes Foto: Seth Wenig/AFP

Trump nomeou os imigrantes, sobretudo os mexicanos, como algozes, limitando a ideia de sonho americano. Colocou a “América em primeiro lugar”, rejeitando o sentimento cunhado nos anos áureos dos Estados Unidos, quando o país era visto como uma espécie de governo supranacional, protetor dos seus aliados. Por fim, declarou guerra ao sistema, colocando em causa os resultados das eleições do país, que era considerado um modelo de democracia, e, agora, afirmando, sem meios termos, que a justiça americana é corrupta.

O novo estilo de vida americano pregado por Trump, e copiado por uma direita de características trumpistas, que cresce no mundo, não é mais romantizado. É um modelo de relativização das regras e de tentativa de construção de um novo acordo social, onde as instituições são vistas como contaminadas e onde as lideranças políticas são idealizadas como heróis da insubordinação, o que as deixa praticamente imunes, perante seus eleitores, a qualquer ação que venha do sistema.

É com base nessa nova construção que Trump segue forte politicamente, mesmo tendo sido o primeiro candidato competitivo à presidência dos EUA condenado na esfera criminal. Para a justiça de Nova Iorque, ele cometeu fraude contábil e encobriu um pagamento secreto de dinheiro para comprar o silêncio de uma atriz pornô, com quem teria mantido relações.

Outro efeito colateral da ascensão de um novo padrão político americano é a acentuação da polarização. Uma parte da população corrobora a ideia de que o sistema trabalha contra os cidadãos, mas outra parte rejeita essa narrativa e se mostra ainda institucionalista.

Isso fica claro quando observamos dados de redes sobre a condenação de Donald Trump. A AP Exata inteligência digital analisou cerca de 50 mil publicações, feitas no X, nos Estados Unidos, a respeito do caso. Desse total, 51,3% das reações foram negativas, 28,1% positivas e 20,6% neutras.

As menções positivas são claramente favoráveis à condenação. Já as negativas se dividem entre os que se queixam da justiça e os que veem a decisão como correta, mas acreditam que é algo ruim para o país ter alguém condenado disputando as eleições.

Foram analisadas ainda as emoções presentes nos posts, o que permite uma visão mais detalhada sobre o as pessoas acham do tema.

A raiva foi a emoção dominante, com 24,8% das reações, refletindo a indignação dos apoiadores de Trump, que veem a condenação como uma manobra política.

A alegria apareceu em 16,5% das reações, representando aqueles que veem a condenação como um triunfo da justiça.

O desgosto alcançou 15,2%, refletindo repulsa às ações de Trump.

O medo, presente em 14,2% das publicações, revela um pessimismo diante das implicações do caso.

A antecipação, que é um sentimento que mostra preocupação com o que irá ocorrer, esteve presente em 10,7% dos posts e denota opiniões que acreditam que a condenação irá afetar as eleições.

10,2% dos posts continham tristeza pela degradação do cenário político. A surpresa alcançou 4,3%, mostrando a incredulidade diante do ineditismo da situação. Já a confiança foi a emoção menos presente, marcando 4,1%, e revelou publicações de crença na justiça.

O impacto de ter um candidato à presidência condenado criminalmente é profundo e multifacetado. Os Estados Unidos estão consolidando uma crise de confiança nas instituições democráticas e jurídicas, algo semelhante ao que ocorreu no Brasil após a vitória de Lula, que fez crescer as críticas aos STF e ao TSE.

Caso Trump vença as eleições, a ideia de uma justiça falha estará consolidada nos EUA e o novo “estilo de vida americano trumpista” se espalhará ainda mais por outros países, acentuando o discurso antissistema. O desafio será encontrar maneiras de restaurar a confiança nas instituições que sustentam o Estado de Direito e a governança democrática, antes que elas desmoronem.

Houve um tempo em que o “american way of life”, o famoso “estilo de vida americano”, era um modelo que se espalhava pelo mundo, tendo como princípios a liberdade e a ideia de que os Estados Unidos eram a terra onde sonhos podem ser realizados. Esse ideal, promovido pelos filmes de Hollywood e séries enlatadas de televisão, se difundiu amplamente, especialmente durante a Guerra Fria, quando a construção de uma ética política ocidental rivalizava com o mundo comunista, retratado como ineficiente e restritivo.

Esse romantismo em torno dos EUA durou décadas, mas tem sido substituído por uma lógica controversa, a partir da ascensão de uma polêmica figura, que, contra todas as previsões, se elegeu presidente dos Estados Unidos: o empresário e apresentador de TV, Donald Trump.

Condenação de Donald Trump não foi bem recebida pela maioria dos norte-americanos que se manifestaram nas redes Foto: Seth Wenig/AFP

Trump nomeou os imigrantes, sobretudo os mexicanos, como algozes, limitando a ideia de sonho americano. Colocou a “América em primeiro lugar”, rejeitando o sentimento cunhado nos anos áureos dos Estados Unidos, quando o país era visto como uma espécie de governo supranacional, protetor dos seus aliados. Por fim, declarou guerra ao sistema, colocando em causa os resultados das eleições do país, que era considerado um modelo de democracia, e, agora, afirmando, sem meios termos, que a justiça americana é corrupta.

O novo estilo de vida americano pregado por Trump, e copiado por uma direita de características trumpistas, que cresce no mundo, não é mais romantizado. É um modelo de relativização das regras e de tentativa de construção de um novo acordo social, onde as instituições são vistas como contaminadas e onde as lideranças políticas são idealizadas como heróis da insubordinação, o que as deixa praticamente imunes, perante seus eleitores, a qualquer ação que venha do sistema.

É com base nessa nova construção que Trump segue forte politicamente, mesmo tendo sido o primeiro candidato competitivo à presidência dos EUA condenado na esfera criminal. Para a justiça de Nova Iorque, ele cometeu fraude contábil e encobriu um pagamento secreto de dinheiro para comprar o silêncio de uma atriz pornô, com quem teria mantido relações.

Outro efeito colateral da ascensão de um novo padrão político americano é a acentuação da polarização. Uma parte da população corrobora a ideia de que o sistema trabalha contra os cidadãos, mas outra parte rejeita essa narrativa e se mostra ainda institucionalista.

Isso fica claro quando observamos dados de redes sobre a condenação de Donald Trump. A AP Exata inteligência digital analisou cerca de 50 mil publicações, feitas no X, nos Estados Unidos, a respeito do caso. Desse total, 51,3% das reações foram negativas, 28,1% positivas e 20,6% neutras.

As menções positivas são claramente favoráveis à condenação. Já as negativas se dividem entre os que se queixam da justiça e os que veem a decisão como correta, mas acreditam que é algo ruim para o país ter alguém condenado disputando as eleições.

Foram analisadas ainda as emoções presentes nos posts, o que permite uma visão mais detalhada sobre o as pessoas acham do tema.

A raiva foi a emoção dominante, com 24,8% das reações, refletindo a indignação dos apoiadores de Trump, que veem a condenação como uma manobra política.

A alegria apareceu em 16,5% das reações, representando aqueles que veem a condenação como um triunfo da justiça.

O desgosto alcançou 15,2%, refletindo repulsa às ações de Trump.

O medo, presente em 14,2% das publicações, revela um pessimismo diante das implicações do caso.

A antecipação, que é um sentimento que mostra preocupação com o que irá ocorrer, esteve presente em 10,7% dos posts e denota opiniões que acreditam que a condenação irá afetar as eleições.

10,2% dos posts continham tristeza pela degradação do cenário político. A surpresa alcançou 4,3%, mostrando a incredulidade diante do ineditismo da situação. Já a confiança foi a emoção menos presente, marcando 4,1%, e revelou publicações de crença na justiça.

O impacto de ter um candidato à presidência condenado criminalmente é profundo e multifacetado. Os Estados Unidos estão consolidando uma crise de confiança nas instituições democráticas e jurídicas, algo semelhante ao que ocorreu no Brasil após a vitória de Lula, que fez crescer as críticas aos STF e ao TSE.

Caso Trump vença as eleições, a ideia de uma justiça falha estará consolidada nos EUA e o novo “estilo de vida americano trumpista” se espalhará ainda mais por outros países, acentuando o discurso antissistema. O desafio será encontrar maneiras de restaurar a confiança nas instituições que sustentam o Estado de Direito e a governança democrática, antes que elas desmoronem.

Opinião por Sergio Denicoli

Autor do livro TV digital: sistemas, conceitos e tecnologias, Sergio Denicoli é pós-doutor pela Universidade do Minho e pela Universidade Federal Fluminense. Foi repórter da Rádio CBN Vitória, da TV Gazeta (Globo-ES), e colunista do jornal A Gazeta. Atualmente, é CEO da AP Exata e cientista de dados.

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