As relações entre Executivo e o Congresso

Opinião|Dilema de Galipolo aumenta incerteza sobre sucessão no BC


Próxima reunião do Copom será a mais importante desde o início do governo Lula; Galipolo segue favorito para suceder Campos Neto, mas não é mais aposta garantida

Por Silvio Cascione
Atualização:

Daqui a duas semanas, o Comitê de Política Monetária do Banco Central se encontra novamente para atualizar a taxa básica de juros. Investidores tratam a reunião como a mais importante desde o início do governo Lula, com potencial de desestabilizar o mercado local. A relevância do encontro vem da possibilidade de que o comitê interrompa o ciclo de cortes da taxa Selic muito antes do que o governo gostaria, abrindo uma nova crise política.

No centro do problema está o diretor de política monetária, Gabriel Galipolo, visto há meses – dentro e fora do governo – como o mais cotado a presidir o banco a partir de 2025. O mercado quer saber se Galipolo concordará com a maioria do comitê com a previsão de manter os juros acima dos dois dígitos por causa do aumento das expectativas de inflação. Caso ele faça como na última reunião, em maio, e volte a defender uma redução mais acentuada dos juros, investidores dizem enfaticamente que as expectativas de inflação e de juros futuros terão que subir ainda mais, presumindo um grau de politização maior do Banco Central a partir do ano que vem.

O economista Gabriel Galípolo chefe da Diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC), durante a cerimônia de lançamento do programa Acredita Foto: WILTON JUNIOR/Estadão
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A credibilidade da política monetária está em jogo, com custos relevantes desde já. Não à toa, a cotação do dólar atingiu o maior valor em 1 ano, mesmo com a Selic a 10,5%.

Trata-se de um enorme dilema para Galipolo. Neste mesmo espaço, argumentei que o próximo presidente do Banco Central, quem quer que seja, muito provavelmente frustrará em algum momento as pretensões do governo. A independência formal do banco protege os diretores de demissão sumária pelo presidente. Mesmo que o próximo presidente esteja mais aberto a reduzir os juros, a velocidade e intensidade dos cortes devem ser aquém do desejado por Lula. Críticas ao BC parecem inevitáveis em 2025 e 2026.

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O problema, para Galipolo e para os outros diretores, é que Lula entende isso, e sabe que o período de maior influência sobre o Comitê é justamente antes da nomeação do próximo presidente. Lula já declarou que não tem pressa para escolher o sucessor de Roberto Campos Neto. Deixa nas entrelinhas que quer observar o máximo possível antes de chancelar o nome de Galipolo ou buscar uma alternativa.

Na prática, portanto, diminuíram as chances de que Galipolo seja de fato o escolhido. Ele ainda é o favorito para presidir o banco, até porque já tem assento garantido no Comitê de Política Monetária, mas é possível que passe por uma longa travessia nos próximos meses, espremido entre a pressão do mercado por sinais contundentes de combate à inflação, e as críticas do governo contra os juros altíssimos. Vigiado de perto, Galipolo precisará mostrar habilidade para confirmar sua indicação.

Daqui a duas semanas, o Comitê de Política Monetária do Banco Central se encontra novamente para atualizar a taxa básica de juros. Investidores tratam a reunião como a mais importante desde o início do governo Lula, com potencial de desestabilizar o mercado local. A relevância do encontro vem da possibilidade de que o comitê interrompa o ciclo de cortes da taxa Selic muito antes do que o governo gostaria, abrindo uma nova crise política.

No centro do problema está o diretor de política monetária, Gabriel Galipolo, visto há meses – dentro e fora do governo – como o mais cotado a presidir o banco a partir de 2025. O mercado quer saber se Galipolo concordará com a maioria do comitê com a previsão de manter os juros acima dos dois dígitos por causa do aumento das expectativas de inflação. Caso ele faça como na última reunião, em maio, e volte a defender uma redução mais acentuada dos juros, investidores dizem enfaticamente que as expectativas de inflação e de juros futuros terão que subir ainda mais, presumindo um grau de politização maior do Banco Central a partir do ano que vem.

O economista Gabriel Galípolo chefe da Diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC), durante a cerimônia de lançamento do programa Acredita Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

A credibilidade da política monetária está em jogo, com custos relevantes desde já. Não à toa, a cotação do dólar atingiu o maior valor em 1 ano, mesmo com a Selic a 10,5%.

Trata-se de um enorme dilema para Galipolo. Neste mesmo espaço, argumentei que o próximo presidente do Banco Central, quem quer que seja, muito provavelmente frustrará em algum momento as pretensões do governo. A independência formal do banco protege os diretores de demissão sumária pelo presidente. Mesmo que o próximo presidente esteja mais aberto a reduzir os juros, a velocidade e intensidade dos cortes devem ser aquém do desejado por Lula. Críticas ao BC parecem inevitáveis em 2025 e 2026.

O problema, para Galipolo e para os outros diretores, é que Lula entende isso, e sabe que o período de maior influência sobre o Comitê é justamente antes da nomeação do próximo presidente. Lula já declarou que não tem pressa para escolher o sucessor de Roberto Campos Neto. Deixa nas entrelinhas que quer observar o máximo possível antes de chancelar o nome de Galipolo ou buscar uma alternativa.

Na prática, portanto, diminuíram as chances de que Galipolo seja de fato o escolhido. Ele ainda é o favorito para presidir o banco, até porque já tem assento garantido no Comitê de Política Monetária, mas é possível que passe por uma longa travessia nos próximos meses, espremido entre a pressão do mercado por sinais contundentes de combate à inflação, e as críticas do governo contra os juros altíssimos. Vigiado de perto, Galipolo precisará mostrar habilidade para confirmar sua indicação.

Daqui a duas semanas, o Comitê de Política Monetária do Banco Central se encontra novamente para atualizar a taxa básica de juros. Investidores tratam a reunião como a mais importante desde o início do governo Lula, com potencial de desestabilizar o mercado local. A relevância do encontro vem da possibilidade de que o comitê interrompa o ciclo de cortes da taxa Selic muito antes do que o governo gostaria, abrindo uma nova crise política.

No centro do problema está o diretor de política monetária, Gabriel Galipolo, visto há meses – dentro e fora do governo – como o mais cotado a presidir o banco a partir de 2025. O mercado quer saber se Galipolo concordará com a maioria do comitê com a previsão de manter os juros acima dos dois dígitos por causa do aumento das expectativas de inflação. Caso ele faça como na última reunião, em maio, e volte a defender uma redução mais acentuada dos juros, investidores dizem enfaticamente que as expectativas de inflação e de juros futuros terão que subir ainda mais, presumindo um grau de politização maior do Banco Central a partir do ano que vem.

O economista Gabriel Galípolo chefe da Diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC), durante a cerimônia de lançamento do programa Acredita Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

A credibilidade da política monetária está em jogo, com custos relevantes desde já. Não à toa, a cotação do dólar atingiu o maior valor em 1 ano, mesmo com a Selic a 10,5%.

Trata-se de um enorme dilema para Galipolo. Neste mesmo espaço, argumentei que o próximo presidente do Banco Central, quem quer que seja, muito provavelmente frustrará em algum momento as pretensões do governo. A independência formal do banco protege os diretores de demissão sumária pelo presidente. Mesmo que o próximo presidente esteja mais aberto a reduzir os juros, a velocidade e intensidade dos cortes devem ser aquém do desejado por Lula. Críticas ao BC parecem inevitáveis em 2025 e 2026.

O problema, para Galipolo e para os outros diretores, é que Lula entende isso, e sabe que o período de maior influência sobre o Comitê é justamente antes da nomeação do próximo presidente. Lula já declarou que não tem pressa para escolher o sucessor de Roberto Campos Neto. Deixa nas entrelinhas que quer observar o máximo possível antes de chancelar o nome de Galipolo ou buscar uma alternativa.

Na prática, portanto, diminuíram as chances de que Galipolo seja de fato o escolhido. Ele ainda é o favorito para presidir o banco, até porque já tem assento garantido no Comitê de Política Monetária, mas é possível que passe por uma longa travessia nos próximos meses, espremido entre a pressão do mercado por sinais contundentes de combate à inflação, e as críticas do governo contra os juros altíssimos. Vigiado de perto, Galipolo precisará mostrar habilidade para confirmar sua indicação.

Daqui a duas semanas, o Comitê de Política Monetária do Banco Central se encontra novamente para atualizar a taxa básica de juros. Investidores tratam a reunião como a mais importante desde o início do governo Lula, com potencial de desestabilizar o mercado local. A relevância do encontro vem da possibilidade de que o comitê interrompa o ciclo de cortes da taxa Selic muito antes do que o governo gostaria, abrindo uma nova crise política.

No centro do problema está o diretor de política monetária, Gabriel Galipolo, visto há meses – dentro e fora do governo – como o mais cotado a presidir o banco a partir de 2025. O mercado quer saber se Galipolo concordará com a maioria do comitê com a previsão de manter os juros acima dos dois dígitos por causa do aumento das expectativas de inflação. Caso ele faça como na última reunião, em maio, e volte a defender uma redução mais acentuada dos juros, investidores dizem enfaticamente que as expectativas de inflação e de juros futuros terão que subir ainda mais, presumindo um grau de politização maior do Banco Central a partir do ano que vem.

O economista Gabriel Galípolo chefe da Diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC), durante a cerimônia de lançamento do programa Acredita Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

A credibilidade da política monetária está em jogo, com custos relevantes desde já. Não à toa, a cotação do dólar atingiu o maior valor em 1 ano, mesmo com a Selic a 10,5%.

Trata-se de um enorme dilema para Galipolo. Neste mesmo espaço, argumentei que o próximo presidente do Banco Central, quem quer que seja, muito provavelmente frustrará em algum momento as pretensões do governo. A independência formal do banco protege os diretores de demissão sumária pelo presidente. Mesmo que o próximo presidente esteja mais aberto a reduzir os juros, a velocidade e intensidade dos cortes devem ser aquém do desejado por Lula. Críticas ao BC parecem inevitáveis em 2025 e 2026.

O problema, para Galipolo e para os outros diretores, é que Lula entende isso, e sabe que o período de maior influência sobre o Comitê é justamente antes da nomeação do próximo presidente. Lula já declarou que não tem pressa para escolher o sucessor de Roberto Campos Neto. Deixa nas entrelinhas que quer observar o máximo possível antes de chancelar o nome de Galipolo ou buscar uma alternativa.

Na prática, portanto, diminuíram as chances de que Galipolo seja de fato o escolhido. Ele ainda é o favorito para presidir o banco, até porque já tem assento garantido no Comitê de Política Monetária, mas é possível que passe por uma longa travessia nos próximos meses, espremido entre a pressão do mercado por sinais contundentes de combate à inflação, e as críticas do governo contra os juros altíssimos. Vigiado de perto, Galipolo precisará mostrar habilidade para confirmar sua indicação.

Daqui a duas semanas, o Comitê de Política Monetária do Banco Central se encontra novamente para atualizar a taxa básica de juros. Investidores tratam a reunião como a mais importante desde o início do governo Lula, com potencial de desestabilizar o mercado local. A relevância do encontro vem da possibilidade de que o comitê interrompa o ciclo de cortes da taxa Selic muito antes do que o governo gostaria, abrindo uma nova crise política.

No centro do problema está o diretor de política monetária, Gabriel Galipolo, visto há meses – dentro e fora do governo – como o mais cotado a presidir o banco a partir de 2025. O mercado quer saber se Galipolo concordará com a maioria do comitê com a previsão de manter os juros acima dos dois dígitos por causa do aumento das expectativas de inflação. Caso ele faça como na última reunião, em maio, e volte a defender uma redução mais acentuada dos juros, investidores dizem enfaticamente que as expectativas de inflação e de juros futuros terão que subir ainda mais, presumindo um grau de politização maior do Banco Central a partir do ano que vem.

O economista Gabriel Galípolo chefe da Diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC), durante a cerimônia de lançamento do programa Acredita Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

A credibilidade da política monetária está em jogo, com custos relevantes desde já. Não à toa, a cotação do dólar atingiu o maior valor em 1 ano, mesmo com a Selic a 10,5%.

Trata-se de um enorme dilema para Galipolo. Neste mesmo espaço, argumentei que o próximo presidente do Banco Central, quem quer que seja, muito provavelmente frustrará em algum momento as pretensões do governo. A independência formal do banco protege os diretores de demissão sumária pelo presidente. Mesmo que o próximo presidente esteja mais aberto a reduzir os juros, a velocidade e intensidade dos cortes devem ser aquém do desejado por Lula. Críticas ao BC parecem inevitáveis em 2025 e 2026.

O problema, para Galipolo e para os outros diretores, é que Lula entende isso, e sabe que o período de maior influência sobre o Comitê é justamente antes da nomeação do próximo presidente. Lula já declarou que não tem pressa para escolher o sucessor de Roberto Campos Neto. Deixa nas entrelinhas que quer observar o máximo possível antes de chancelar o nome de Galipolo ou buscar uma alternativa.

Na prática, portanto, diminuíram as chances de que Galipolo seja de fato o escolhido. Ele ainda é o favorito para presidir o banco, até porque já tem assento garantido no Comitê de Política Monetária, mas é possível que passe por uma longa travessia nos próximos meses, espremido entre a pressão do mercado por sinais contundentes de combate à inflação, e as críticas do governo contra os juros altíssimos. Vigiado de perto, Galipolo precisará mostrar habilidade para confirmar sua indicação.

Opinião por Silvio Cascione

Mestre em ciência política pela UNB e diretor da consultoria Eurasia Group

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