As relações entre Executivo e o Congresso

Opinião|Eleição municipal mostra força da política clientelista, e não do centro


Partidos tradicionais se fortaleceram ainda mais e terão posição privilegiada em qualquer coalizão de governo pelo restante da década, pelo menos

Por Silvio Cascione

Nas eleições municipais de 2024, o “sistema” venceu. O Centrão, montado em bilhões de reais em emendas parlamentares, elegeu mais de 3.500 prefeitos pelo país, com a maior taxa de reeleição da história do Brasil (82%).

Políticos experientes, empolgados com o enorme sucesso, têm afirmado que esse resultado demonstra a viabilidade de um projeto nacional de perfil moderado, centrista, sem a polarização dos últimos anos. Trata-se de um grave erro de avaliação, parecido com o que foi cometido em 2020. Na época, prefeitos moderados venceram em grandes capitais, e o mesmo diagnóstico foi feito. Dois anos depois, não havia oxigênio para nenhum candidato além de Bolsonaro e Lula.

Eleitor vota no segundo turno em colégio de Moema, na zona sul de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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É um erro achar que o eleitor vai preferir candidatos moderados daqui em diante, porque as campanhas se dão em torno de temas diferentes. Nas eleições municipais, predominam temas locais, com menor peso para a agenda nacional. Em 2026, temas como benefícios sociais, taxação de milionários, liberdade de expressão e ativismo judicial serão mais relevantes para a campanha, com maior influência da polarização nacional.

Na verdade, as eleições municipais importam muito mais para entender as engrenagens da política brasileira do que para prever o vencedor da eleição presidencial de 2026. Segundo uma análise da Eurasia Group, a votação em prefeitos e vereadores de um determinado partido tem conexão direta com o desempenho eleitoral dos candidatos a deputado em suas respectivas zonas eleitorais. Nesse sentido, ainda que candidatos com retórica antissistema (Jair Bolsonaro, Pablo Marçal e outros inspirados por eles) tenham apelo eleitoral em 2026, fica claro que qualquer presidente ou governador eleito no próximo ciclo terá que governar com uma coalizão tradicional, sustentada pelos grandes partidos de centro — que são mais bem descritos, na verdade, como partidos clientelistas.

Ou seja, os mesmos partidos que elegeram milhares de prefeitos em 2024 estarão em ótima posição para eleger deputados federais em 2026, formando o pilar de qualquer coalizão de governo até o fim da década, pelo menos.

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Essa é uma diferença fundamental entre o sistema político brasileiro e o de outros países. Nos Estados Unidos, com um sistema bipartidário, o movimento MAGA (Make America Great Again) capturou o Partido Republicano e, com isso, tem não apenas a chance de reconduzir Donald Trump à Casa Branca, mas também de liderar as duas casas do Congresso e dezenas de Estados. No Brasil, porém, os partidos tradicionais continuam controlando as portas de entrada para o sistema, recrutando os candidatos e administrando os recursos de campanha.

Se Bolsonaro tivesse fundado um partido, a sua política radical talvez tivesse mais capilaridade. Mas isso não ocorreu, e parece improvável que aconteça nos próximos anos, justamente quando o Brasil, pelas regras adotadas em 2017, caminha para uma lenta diminuição dos partidos. Por isso, quem quer que seja eleito, à direita ou à esquerda, terá que negociar com o Centrão por um bom tempo.

Nas eleições municipais de 2024, o “sistema” venceu. O Centrão, montado em bilhões de reais em emendas parlamentares, elegeu mais de 3.500 prefeitos pelo país, com a maior taxa de reeleição da história do Brasil (82%).

Políticos experientes, empolgados com o enorme sucesso, têm afirmado que esse resultado demonstra a viabilidade de um projeto nacional de perfil moderado, centrista, sem a polarização dos últimos anos. Trata-se de um grave erro de avaliação, parecido com o que foi cometido em 2020. Na época, prefeitos moderados venceram em grandes capitais, e o mesmo diagnóstico foi feito. Dois anos depois, não havia oxigênio para nenhum candidato além de Bolsonaro e Lula.

Eleitor vota no segundo turno em colégio de Moema, na zona sul de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão

É um erro achar que o eleitor vai preferir candidatos moderados daqui em diante, porque as campanhas se dão em torno de temas diferentes. Nas eleições municipais, predominam temas locais, com menor peso para a agenda nacional. Em 2026, temas como benefícios sociais, taxação de milionários, liberdade de expressão e ativismo judicial serão mais relevantes para a campanha, com maior influência da polarização nacional.

Na verdade, as eleições municipais importam muito mais para entender as engrenagens da política brasileira do que para prever o vencedor da eleição presidencial de 2026. Segundo uma análise da Eurasia Group, a votação em prefeitos e vereadores de um determinado partido tem conexão direta com o desempenho eleitoral dos candidatos a deputado em suas respectivas zonas eleitorais. Nesse sentido, ainda que candidatos com retórica antissistema (Jair Bolsonaro, Pablo Marçal e outros inspirados por eles) tenham apelo eleitoral em 2026, fica claro que qualquer presidente ou governador eleito no próximo ciclo terá que governar com uma coalizão tradicional, sustentada pelos grandes partidos de centro — que são mais bem descritos, na verdade, como partidos clientelistas.

Ou seja, os mesmos partidos que elegeram milhares de prefeitos em 2024 estarão em ótima posição para eleger deputados federais em 2026, formando o pilar de qualquer coalizão de governo até o fim da década, pelo menos.

Essa é uma diferença fundamental entre o sistema político brasileiro e o de outros países. Nos Estados Unidos, com um sistema bipartidário, o movimento MAGA (Make America Great Again) capturou o Partido Republicano e, com isso, tem não apenas a chance de reconduzir Donald Trump à Casa Branca, mas também de liderar as duas casas do Congresso e dezenas de Estados. No Brasil, porém, os partidos tradicionais continuam controlando as portas de entrada para o sistema, recrutando os candidatos e administrando os recursos de campanha.

Se Bolsonaro tivesse fundado um partido, a sua política radical talvez tivesse mais capilaridade. Mas isso não ocorreu, e parece improvável que aconteça nos próximos anos, justamente quando o Brasil, pelas regras adotadas em 2017, caminha para uma lenta diminuição dos partidos. Por isso, quem quer que seja eleito, à direita ou à esquerda, terá que negociar com o Centrão por um bom tempo.

Nas eleições municipais de 2024, o “sistema” venceu. O Centrão, montado em bilhões de reais em emendas parlamentares, elegeu mais de 3.500 prefeitos pelo país, com a maior taxa de reeleição da história do Brasil (82%).

Políticos experientes, empolgados com o enorme sucesso, têm afirmado que esse resultado demonstra a viabilidade de um projeto nacional de perfil moderado, centrista, sem a polarização dos últimos anos. Trata-se de um grave erro de avaliação, parecido com o que foi cometido em 2020. Na época, prefeitos moderados venceram em grandes capitais, e o mesmo diagnóstico foi feito. Dois anos depois, não havia oxigênio para nenhum candidato além de Bolsonaro e Lula.

Eleitor vota no segundo turno em colégio de Moema, na zona sul de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão

É um erro achar que o eleitor vai preferir candidatos moderados daqui em diante, porque as campanhas se dão em torno de temas diferentes. Nas eleições municipais, predominam temas locais, com menor peso para a agenda nacional. Em 2026, temas como benefícios sociais, taxação de milionários, liberdade de expressão e ativismo judicial serão mais relevantes para a campanha, com maior influência da polarização nacional.

Na verdade, as eleições municipais importam muito mais para entender as engrenagens da política brasileira do que para prever o vencedor da eleição presidencial de 2026. Segundo uma análise da Eurasia Group, a votação em prefeitos e vereadores de um determinado partido tem conexão direta com o desempenho eleitoral dos candidatos a deputado em suas respectivas zonas eleitorais. Nesse sentido, ainda que candidatos com retórica antissistema (Jair Bolsonaro, Pablo Marçal e outros inspirados por eles) tenham apelo eleitoral em 2026, fica claro que qualquer presidente ou governador eleito no próximo ciclo terá que governar com uma coalizão tradicional, sustentada pelos grandes partidos de centro — que são mais bem descritos, na verdade, como partidos clientelistas.

Ou seja, os mesmos partidos que elegeram milhares de prefeitos em 2024 estarão em ótima posição para eleger deputados federais em 2026, formando o pilar de qualquer coalizão de governo até o fim da década, pelo menos.

Essa é uma diferença fundamental entre o sistema político brasileiro e o de outros países. Nos Estados Unidos, com um sistema bipartidário, o movimento MAGA (Make America Great Again) capturou o Partido Republicano e, com isso, tem não apenas a chance de reconduzir Donald Trump à Casa Branca, mas também de liderar as duas casas do Congresso e dezenas de Estados. No Brasil, porém, os partidos tradicionais continuam controlando as portas de entrada para o sistema, recrutando os candidatos e administrando os recursos de campanha.

Se Bolsonaro tivesse fundado um partido, a sua política radical talvez tivesse mais capilaridade. Mas isso não ocorreu, e parece improvável que aconteça nos próximos anos, justamente quando o Brasil, pelas regras adotadas em 2017, caminha para uma lenta diminuição dos partidos. Por isso, quem quer que seja eleito, à direita ou à esquerda, terá que negociar com o Centrão por um bom tempo.

Nas eleições municipais de 2024, o “sistema” venceu. O Centrão, montado em bilhões de reais em emendas parlamentares, elegeu mais de 3.500 prefeitos pelo país, com a maior taxa de reeleição da história do Brasil (82%).

Políticos experientes, empolgados com o enorme sucesso, têm afirmado que esse resultado demonstra a viabilidade de um projeto nacional de perfil moderado, centrista, sem a polarização dos últimos anos. Trata-se de um grave erro de avaliação, parecido com o que foi cometido em 2020. Na época, prefeitos moderados venceram em grandes capitais, e o mesmo diagnóstico foi feito. Dois anos depois, não havia oxigênio para nenhum candidato além de Bolsonaro e Lula.

Eleitor vota no segundo turno em colégio de Moema, na zona sul de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão

É um erro achar que o eleitor vai preferir candidatos moderados daqui em diante, porque as campanhas se dão em torno de temas diferentes. Nas eleições municipais, predominam temas locais, com menor peso para a agenda nacional. Em 2026, temas como benefícios sociais, taxação de milionários, liberdade de expressão e ativismo judicial serão mais relevantes para a campanha, com maior influência da polarização nacional.

Na verdade, as eleições municipais importam muito mais para entender as engrenagens da política brasileira do que para prever o vencedor da eleição presidencial de 2026. Segundo uma análise da Eurasia Group, a votação em prefeitos e vereadores de um determinado partido tem conexão direta com o desempenho eleitoral dos candidatos a deputado em suas respectivas zonas eleitorais. Nesse sentido, ainda que candidatos com retórica antissistema (Jair Bolsonaro, Pablo Marçal e outros inspirados por eles) tenham apelo eleitoral em 2026, fica claro que qualquer presidente ou governador eleito no próximo ciclo terá que governar com uma coalizão tradicional, sustentada pelos grandes partidos de centro — que são mais bem descritos, na verdade, como partidos clientelistas.

Ou seja, os mesmos partidos que elegeram milhares de prefeitos em 2024 estarão em ótima posição para eleger deputados federais em 2026, formando o pilar de qualquer coalizão de governo até o fim da década, pelo menos.

Essa é uma diferença fundamental entre o sistema político brasileiro e o de outros países. Nos Estados Unidos, com um sistema bipartidário, o movimento MAGA (Make America Great Again) capturou o Partido Republicano e, com isso, tem não apenas a chance de reconduzir Donald Trump à Casa Branca, mas também de liderar as duas casas do Congresso e dezenas de Estados. No Brasil, porém, os partidos tradicionais continuam controlando as portas de entrada para o sistema, recrutando os candidatos e administrando os recursos de campanha.

Se Bolsonaro tivesse fundado um partido, a sua política radical talvez tivesse mais capilaridade. Mas isso não ocorreu, e parece improvável que aconteça nos próximos anos, justamente quando o Brasil, pelas regras adotadas em 2017, caminha para uma lenta diminuição dos partidos. Por isso, quem quer que seja eleito, à direita ou à esquerda, terá que negociar com o Centrão por um bom tempo.

Nas eleições municipais de 2024, o “sistema” venceu. O Centrão, montado em bilhões de reais em emendas parlamentares, elegeu mais de 3.500 prefeitos pelo país, com a maior taxa de reeleição da história do Brasil (82%).

Políticos experientes, empolgados com o enorme sucesso, têm afirmado que esse resultado demonstra a viabilidade de um projeto nacional de perfil moderado, centrista, sem a polarização dos últimos anos. Trata-se de um grave erro de avaliação, parecido com o que foi cometido em 2020. Na época, prefeitos moderados venceram em grandes capitais, e o mesmo diagnóstico foi feito. Dois anos depois, não havia oxigênio para nenhum candidato além de Bolsonaro e Lula.

Eleitor vota no segundo turno em colégio de Moema, na zona sul de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão

É um erro achar que o eleitor vai preferir candidatos moderados daqui em diante, porque as campanhas se dão em torno de temas diferentes. Nas eleições municipais, predominam temas locais, com menor peso para a agenda nacional. Em 2026, temas como benefícios sociais, taxação de milionários, liberdade de expressão e ativismo judicial serão mais relevantes para a campanha, com maior influência da polarização nacional.

Na verdade, as eleições municipais importam muito mais para entender as engrenagens da política brasileira do que para prever o vencedor da eleição presidencial de 2026. Segundo uma análise da Eurasia Group, a votação em prefeitos e vereadores de um determinado partido tem conexão direta com o desempenho eleitoral dos candidatos a deputado em suas respectivas zonas eleitorais. Nesse sentido, ainda que candidatos com retórica antissistema (Jair Bolsonaro, Pablo Marçal e outros inspirados por eles) tenham apelo eleitoral em 2026, fica claro que qualquer presidente ou governador eleito no próximo ciclo terá que governar com uma coalizão tradicional, sustentada pelos grandes partidos de centro — que são mais bem descritos, na verdade, como partidos clientelistas.

Ou seja, os mesmos partidos que elegeram milhares de prefeitos em 2024 estarão em ótima posição para eleger deputados federais em 2026, formando o pilar de qualquer coalizão de governo até o fim da década, pelo menos.

Essa é uma diferença fundamental entre o sistema político brasileiro e o de outros países. Nos Estados Unidos, com um sistema bipartidário, o movimento MAGA (Make America Great Again) capturou o Partido Republicano e, com isso, tem não apenas a chance de reconduzir Donald Trump à Casa Branca, mas também de liderar as duas casas do Congresso e dezenas de Estados. No Brasil, porém, os partidos tradicionais continuam controlando as portas de entrada para o sistema, recrutando os candidatos e administrando os recursos de campanha.

Se Bolsonaro tivesse fundado um partido, a sua política radical talvez tivesse mais capilaridade. Mas isso não ocorreu, e parece improvável que aconteça nos próximos anos, justamente quando o Brasil, pelas regras adotadas em 2017, caminha para uma lenta diminuição dos partidos. Por isso, quem quer que seja eleito, à direita ou à esquerda, terá que negociar com o Centrão por um bom tempo.

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Opinião por Silvio Cascione

Mestre em ciência política pela UNB e diretor da consultoria Eurasia Group

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