As relações entre Executivo e o Congresso

Opinião|Lula precisa viver uma campanha dos sonhos para vencer no primeiro turno


Ganhar no primeiro turno está sim ao alcance do petista, mas não é o cenário mais provável

Por Silvio Cascione
Atualização:

A última rodada de pesquisas eleitorais reacendeu a discussão sobre uma vitória de Lula no primeiro turno. O cenário ficou evidente no levantamento do Datafolha, que indicou 54% dos votos válidos para o ex-presidente, acima da margem de erro da pesquisa.

Ganhar no primeiro turno está sim ao alcance de Lula, mas não é o cenário mais provável. Para que isso aconteça, é preciso uma conjunção de vários fatores: praticamente uma campanha dos sonhos para o PT. Dentre eles, Lula precisa escapar incólume de ataques cada vez mais duros; Bolsonaro tem que fracassar no esforço de melhorar a imagem de seu governo; e a terceira via - especialmente Simone Tebet e Ciro Gomes - precisa continuar muito fraca.

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No primeiro ponto, a rejeição a Lula, a tendência é de haver algum aumento ao longo da campanha à medida que aumente o volume de peças negativas contra o ex-presidente. A lembrança ruim da crise econômica iniciada no governo de Dilma Rousseff, por exemplo, pode ser um calcanhar de Aquiles importante, pois mancha a reputação de Lula e do PT justamente no tema mais importante dessas eleições - a economia.

O ex-presidente Lula, pré-candidato do PT: tendência é de haver aumento de rejeição ao longo da campanha. Foto: Evaristo Sá/AFP

É preciso tomar cuidado para não exagerar na expectativa de um forte sentimento anti-PT durante a campanha. Mesmo quando Lula estava preso, em junho de 2018, sua taxa de rejeição era apenas 3 pontos superior à atual, segundo o Datafolha (36% vs 33%). Mas a campanha negativa deve surtir algum efeito, e o aumento de alguns pontos porcentuais na rejeição a Lula tenderia a jogar a eleição para o segundo turno.

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Sobre o segundo ponto, a aprovação de Bolsonaro, é preciso reconhecer que candidatos à reeleição normalmente conseguem elevar suas taxas de aprovação na reta final da campanha. Os governos concentram as bondades no ano eleitoral, e a propaganda oficial ajuda a lembrar os eleitores das realizações do governo.

Foi o caso de Lula em 2006 e de Dilma em 2014, por exemplo. De fato, está sendo também o caso de Bolsonaro: ainda que o Datafolha mostre um pequeno aumento da rejeição ao presidente em maio, a tendência em relação ao segundo semestre de 2021 tem sido de melhora, puxada em parte pela geração de emprego em alta. A inflação persistente, especialmente em combustíveis e alimentos, é seu maior desafio.

Por fim, para ganhar no primeiro turno, Lula precisa contar com uma terceira via muito fraca. Hoje, Ciro e Tebet não parecem competitivos, e por isso muitos eleitores consideram o voto útil em Lula para derrotar Bolsonaro. Mas isso pode mudar mais à frente, quando Tebet se tornar mais conhecida dos eleitores. Se ela subir nas pesquisas a ponto de parecer uma candidata viável, pode tirar alguns pontos porcentuais de eleitores de Lula que não têm afinidade com o PT. Tebet terá muitas dificuldades para ir ao segundo turno, mas pode se tornar o fiel da balança para evitar uma vitória de Lula ainda no primeiro.

A última rodada de pesquisas eleitorais reacendeu a discussão sobre uma vitória de Lula no primeiro turno. O cenário ficou evidente no levantamento do Datafolha, que indicou 54% dos votos válidos para o ex-presidente, acima da margem de erro da pesquisa.

Ganhar no primeiro turno está sim ao alcance de Lula, mas não é o cenário mais provável. Para que isso aconteça, é preciso uma conjunção de vários fatores: praticamente uma campanha dos sonhos para o PT. Dentre eles, Lula precisa escapar incólume de ataques cada vez mais duros; Bolsonaro tem que fracassar no esforço de melhorar a imagem de seu governo; e a terceira via - especialmente Simone Tebet e Ciro Gomes - precisa continuar muito fraca.

No primeiro ponto, a rejeição a Lula, a tendência é de haver algum aumento ao longo da campanha à medida que aumente o volume de peças negativas contra o ex-presidente. A lembrança ruim da crise econômica iniciada no governo de Dilma Rousseff, por exemplo, pode ser um calcanhar de Aquiles importante, pois mancha a reputação de Lula e do PT justamente no tema mais importante dessas eleições - a economia.

O ex-presidente Lula, pré-candidato do PT: tendência é de haver aumento de rejeição ao longo da campanha. Foto: Evaristo Sá/AFP

É preciso tomar cuidado para não exagerar na expectativa de um forte sentimento anti-PT durante a campanha. Mesmo quando Lula estava preso, em junho de 2018, sua taxa de rejeição era apenas 3 pontos superior à atual, segundo o Datafolha (36% vs 33%). Mas a campanha negativa deve surtir algum efeito, e o aumento de alguns pontos porcentuais na rejeição a Lula tenderia a jogar a eleição para o segundo turno.

Sobre o segundo ponto, a aprovação de Bolsonaro, é preciso reconhecer que candidatos à reeleição normalmente conseguem elevar suas taxas de aprovação na reta final da campanha. Os governos concentram as bondades no ano eleitoral, e a propaganda oficial ajuda a lembrar os eleitores das realizações do governo.

Foi o caso de Lula em 2006 e de Dilma em 2014, por exemplo. De fato, está sendo também o caso de Bolsonaro: ainda que o Datafolha mostre um pequeno aumento da rejeição ao presidente em maio, a tendência em relação ao segundo semestre de 2021 tem sido de melhora, puxada em parte pela geração de emprego em alta. A inflação persistente, especialmente em combustíveis e alimentos, é seu maior desafio.

Por fim, para ganhar no primeiro turno, Lula precisa contar com uma terceira via muito fraca. Hoje, Ciro e Tebet não parecem competitivos, e por isso muitos eleitores consideram o voto útil em Lula para derrotar Bolsonaro. Mas isso pode mudar mais à frente, quando Tebet se tornar mais conhecida dos eleitores. Se ela subir nas pesquisas a ponto de parecer uma candidata viável, pode tirar alguns pontos porcentuais de eleitores de Lula que não têm afinidade com o PT. Tebet terá muitas dificuldades para ir ao segundo turno, mas pode se tornar o fiel da balança para evitar uma vitória de Lula ainda no primeiro.

A última rodada de pesquisas eleitorais reacendeu a discussão sobre uma vitória de Lula no primeiro turno. O cenário ficou evidente no levantamento do Datafolha, que indicou 54% dos votos válidos para o ex-presidente, acima da margem de erro da pesquisa.

Ganhar no primeiro turno está sim ao alcance de Lula, mas não é o cenário mais provável. Para que isso aconteça, é preciso uma conjunção de vários fatores: praticamente uma campanha dos sonhos para o PT. Dentre eles, Lula precisa escapar incólume de ataques cada vez mais duros; Bolsonaro tem que fracassar no esforço de melhorar a imagem de seu governo; e a terceira via - especialmente Simone Tebet e Ciro Gomes - precisa continuar muito fraca.

No primeiro ponto, a rejeição a Lula, a tendência é de haver algum aumento ao longo da campanha à medida que aumente o volume de peças negativas contra o ex-presidente. A lembrança ruim da crise econômica iniciada no governo de Dilma Rousseff, por exemplo, pode ser um calcanhar de Aquiles importante, pois mancha a reputação de Lula e do PT justamente no tema mais importante dessas eleições - a economia.

O ex-presidente Lula, pré-candidato do PT: tendência é de haver aumento de rejeição ao longo da campanha. Foto: Evaristo Sá/AFP

É preciso tomar cuidado para não exagerar na expectativa de um forte sentimento anti-PT durante a campanha. Mesmo quando Lula estava preso, em junho de 2018, sua taxa de rejeição era apenas 3 pontos superior à atual, segundo o Datafolha (36% vs 33%). Mas a campanha negativa deve surtir algum efeito, e o aumento de alguns pontos porcentuais na rejeição a Lula tenderia a jogar a eleição para o segundo turno.

Sobre o segundo ponto, a aprovação de Bolsonaro, é preciso reconhecer que candidatos à reeleição normalmente conseguem elevar suas taxas de aprovação na reta final da campanha. Os governos concentram as bondades no ano eleitoral, e a propaganda oficial ajuda a lembrar os eleitores das realizações do governo.

Foi o caso de Lula em 2006 e de Dilma em 2014, por exemplo. De fato, está sendo também o caso de Bolsonaro: ainda que o Datafolha mostre um pequeno aumento da rejeição ao presidente em maio, a tendência em relação ao segundo semestre de 2021 tem sido de melhora, puxada em parte pela geração de emprego em alta. A inflação persistente, especialmente em combustíveis e alimentos, é seu maior desafio.

Por fim, para ganhar no primeiro turno, Lula precisa contar com uma terceira via muito fraca. Hoje, Ciro e Tebet não parecem competitivos, e por isso muitos eleitores consideram o voto útil em Lula para derrotar Bolsonaro. Mas isso pode mudar mais à frente, quando Tebet se tornar mais conhecida dos eleitores. Se ela subir nas pesquisas a ponto de parecer uma candidata viável, pode tirar alguns pontos porcentuais de eleitores de Lula que não têm afinidade com o PT. Tebet terá muitas dificuldades para ir ao segundo turno, mas pode se tornar o fiel da balança para evitar uma vitória de Lula ainda no primeiro.

A última rodada de pesquisas eleitorais reacendeu a discussão sobre uma vitória de Lula no primeiro turno. O cenário ficou evidente no levantamento do Datafolha, que indicou 54% dos votos válidos para o ex-presidente, acima da margem de erro da pesquisa.

Ganhar no primeiro turno está sim ao alcance de Lula, mas não é o cenário mais provável. Para que isso aconteça, é preciso uma conjunção de vários fatores: praticamente uma campanha dos sonhos para o PT. Dentre eles, Lula precisa escapar incólume de ataques cada vez mais duros; Bolsonaro tem que fracassar no esforço de melhorar a imagem de seu governo; e a terceira via - especialmente Simone Tebet e Ciro Gomes - precisa continuar muito fraca.

No primeiro ponto, a rejeição a Lula, a tendência é de haver algum aumento ao longo da campanha à medida que aumente o volume de peças negativas contra o ex-presidente. A lembrança ruim da crise econômica iniciada no governo de Dilma Rousseff, por exemplo, pode ser um calcanhar de Aquiles importante, pois mancha a reputação de Lula e do PT justamente no tema mais importante dessas eleições - a economia.

O ex-presidente Lula, pré-candidato do PT: tendência é de haver aumento de rejeição ao longo da campanha. Foto: Evaristo Sá/AFP

É preciso tomar cuidado para não exagerar na expectativa de um forte sentimento anti-PT durante a campanha. Mesmo quando Lula estava preso, em junho de 2018, sua taxa de rejeição era apenas 3 pontos superior à atual, segundo o Datafolha (36% vs 33%). Mas a campanha negativa deve surtir algum efeito, e o aumento de alguns pontos porcentuais na rejeição a Lula tenderia a jogar a eleição para o segundo turno.

Sobre o segundo ponto, a aprovação de Bolsonaro, é preciso reconhecer que candidatos à reeleição normalmente conseguem elevar suas taxas de aprovação na reta final da campanha. Os governos concentram as bondades no ano eleitoral, e a propaganda oficial ajuda a lembrar os eleitores das realizações do governo.

Foi o caso de Lula em 2006 e de Dilma em 2014, por exemplo. De fato, está sendo também o caso de Bolsonaro: ainda que o Datafolha mostre um pequeno aumento da rejeição ao presidente em maio, a tendência em relação ao segundo semestre de 2021 tem sido de melhora, puxada em parte pela geração de emprego em alta. A inflação persistente, especialmente em combustíveis e alimentos, é seu maior desafio.

Por fim, para ganhar no primeiro turno, Lula precisa contar com uma terceira via muito fraca. Hoje, Ciro e Tebet não parecem competitivos, e por isso muitos eleitores consideram o voto útil em Lula para derrotar Bolsonaro. Mas isso pode mudar mais à frente, quando Tebet se tornar mais conhecida dos eleitores. Se ela subir nas pesquisas a ponto de parecer uma candidata viável, pode tirar alguns pontos porcentuais de eleitores de Lula que não têm afinidade com o PT. Tebet terá muitas dificuldades para ir ao segundo turno, mas pode se tornar o fiel da balança para evitar uma vitória de Lula ainda no primeiro.

Opinião por Silvio Cascione

Mestre em ciência política pela UNB e diretor da consultoria Eurasia Group

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