As relações entre Executivo e o Congresso

Opinião|Mobilização pró-democracia aumenta chance de lua de mel para Lula, se eleito


Petistas indicam que governo de Lula, se confirmado, terá um número maior de ministros de fora da aliança do que em sua primeira passagem pelo Planalto

Por Silvio Cascione

Multiplicam-se os manifestos pela democracia. Antes mesmo da campanha presidencial chegar às ruas, a oposição a Jair Bolsonaro já reúne mais de meio milhão de assinaturas em defesa das urnas eletrônicas e contra ataques ao Judiciário. Parte substancial das elites brasileiras – elite intelectual, financeira, empresarial, entre outras – veio a público declarar seu voto contra o presidente.

É preciso ter claro que essa mobilização dificilmente mudará as eleições. A maioria dos eleitores está preocupada com a conta do supermercado, o preço da carne e do leite, e não com a briga entre Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal. A melhora da economia ajuda Bolsonaro.

Mas a união contra Bolsonaro tem grande importância para depois da campanha, especialmente em um eventual governo Lula – que continua sendo o cenário mais provável. Não falta muito tempo. Em apenas três meses, já saberemos o vencedor.

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Lula e Alckmin com o presidente nacional do PSD, Carlos Siqueira, na convenção da sigla que confirmou o ex-tucano como candidato a vice-presidente, na última sexta-feira, 29. Foto: Wilton Junior/Estadão

Se eleito, Lula tem diante de si uma grande oportunidade de construir um governo de união nacional, com uma ampla coalizão no Congresso. Quanto maior a turbulência do processo eleitoral, e o medo de incidentes violentos por causa da contestação das urnas, maior a união das instituições e da maior parte da sociedade civil em torno do presidente eleito.

Lula parece entender essa conjuntura, e tem sinalizado nessa direção. Lula não tem sido o candidato revanchista que muitos temiam quando saiu da prisão. O ex-presidente não só convidou Geraldo Alckmin para compor sua chapa, mas tem conversado com partidos e líderes de fora da centro-esquerda. Lula tem reconstruído pontes no agronegócio, na Faria Lima, no empresariado. Se eleito, petistas indicam que o governo de Lula terá um número maior de ministros de fora da aliança do que em sua primeira passagem pelo Planalto. Num gesto simbólico, tucanos devem ser convidados a participar da Esplanada.

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Se essa configuração de governo se unir a uma equipe econômica de perfil técnico, juntando quadros de mercado com servidores de carreira e um ministro pragmático, sem dogmas econômicos, Lula tem a chance de viver uma lua de mel no início de seu eventual terceiro mandato – curta, mas que pode ser intensa.

Multiplicam-se os manifestos pela democracia. Antes mesmo da campanha presidencial chegar às ruas, a oposição a Jair Bolsonaro já reúne mais de meio milhão de assinaturas em defesa das urnas eletrônicas e contra ataques ao Judiciário. Parte substancial das elites brasileiras – elite intelectual, financeira, empresarial, entre outras – veio a público declarar seu voto contra o presidente.

É preciso ter claro que essa mobilização dificilmente mudará as eleições. A maioria dos eleitores está preocupada com a conta do supermercado, o preço da carne e do leite, e não com a briga entre Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal. A melhora da economia ajuda Bolsonaro.

Mas a união contra Bolsonaro tem grande importância para depois da campanha, especialmente em um eventual governo Lula – que continua sendo o cenário mais provável. Não falta muito tempo. Em apenas três meses, já saberemos o vencedor.

Lula e Alckmin com o presidente nacional do PSD, Carlos Siqueira, na convenção da sigla que confirmou o ex-tucano como candidato a vice-presidente, na última sexta-feira, 29. Foto: Wilton Junior/Estadão

Se eleito, Lula tem diante de si uma grande oportunidade de construir um governo de união nacional, com uma ampla coalizão no Congresso. Quanto maior a turbulência do processo eleitoral, e o medo de incidentes violentos por causa da contestação das urnas, maior a união das instituições e da maior parte da sociedade civil em torno do presidente eleito.

Lula parece entender essa conjuntura, e tem sinalizado nessa direção. Lula não tem sido o candidato revanchista que muitos temiam quando saiu da prisão. O ex-presidente não só convidou Geraldo Alckmin para compor sua chapa, mas tem conversado com partidos e líderes de fora da centro-esquerda. Lula tem reconstruído pontes no agronegócio, na Faria Lima, no empresariado. Se eleito, petistas indicam que o governo de Lula terá um número maior de ministros de fora da aliança do que em sua primeira passagem pelo Planalto. Num gesto simbólico, tucanos devem ser convidados a participar da Esplanada.

Se essa configuração de governo se unir a uma equipe econômica de perfil técnico, juntando quadros de mercado com servidores de carreira e um ministro pragmático, sem dogmas econômicos, Lula tem a chance de viver uma lua de mel no início de seu eventual terceiro mandato – curta, mas que pode ser intensa.

Multiplicam-se os manifestos pela democracia. Antes mesmo da campanha presidencial chegar às ruas, a oposição a Jair Bolsonaro já reúne mais de meio milhão de assinaturas em defesa das urnas eletrônicas e contra ataques ao Judiciário. Parte substancial das elites brasileiras – elite intelectual, financeira, empresarial, entre outras – veio a público declarar seu voto contra o presidente.

É preciso ter claro que essa mobilização dificilmente mudará as eleições. A maioria dos eleitores está preocupada com a conta do supermercado, o preço da carne e do leite, e não com a briga entre Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal. A melhora da economia ajuda Bolsonaro.

Mas a união contra Bolsonaro tem grande importância para depois da campanha, especialmente em um eventual governo Lula – que continua sendo o cenário mais provável. Não falta muito tempo. Em apenas três meses, já saberemos o vencedor.

Lula e Alckmin com o presidente nacional do PSD, Carlos Siqueira, na convenção da sigla que confirmou o ex-tucano como candidato a vice-presidente, na última sexta-feira, 29. Foto: Wilton Junior/Estadão

Se eleito, Lula tem diante de si uma grande oportunidade de construir um governo de união nacional, com uma ampla coalizão no Congresso. Quanto maior a turbulência do processo eleitoral, e o medo de incidentes violentos por causa da contestação das urnas, maior a união das instituições e da maior parte da sociedade civil em torno do presidente eleito.

Lula parece entender essa conjuntura, e tem sinalizado nessa direção. Lula não tem sido o candidato revanchista que muitos temiam quando saiu da prisão. O ex-presidente não só convidou Geraldo Alckmin para compor sua chapa, mas tem conversado com partidos e líderes de fora da centro-esquerda. Lula tem reconstruído pontes no agronegócio, na Faria Lima, no empresariado. Se eleito, petistas indicam que o governo de Lula terá um número maior de ministros de fora da aliança do que em sua primeira passagem pelo Planalto. Num gesto simbólico, tucanos devem ser convidados a participar da Esplanada.

Se essa configuração de governo se unir a uma equipe econômica de perfil técnico, juntando quadros de mercado com servidores de carreira e um ministro pragmático, sem dogmas econômicos, Lula tem a chance de viver uma lua de mel no início de seu eventual terceiro mandato – curta, mas que pode ser intensa.

Multiplicam-se os manifestos pela democracia. Antes mesmo da campanha presidencial chegar às ruas, a oposição a Jair Bolsonaro já reúne mais de meio milhão de assinaturas em defesa das urnas eletrônicas e contra ataques ao Judiciário. Parte substancial das elites brasileiras – elite intelectual, financeira, empresarial, entre outras – veio a público declarar seu voto contra o presidente.

É preciso ter claro que essa mobilização dificilmente mudará as eleições. A maioria dos eleitores está preocupada com a conta do supermercado, o preço da carne e do leite, e não com a briga entre Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal. A melhora da economia ajuda Bolsonaro.

Mas a união contra Bolsonaro tem grande importância para depois da campanha, especialmente em um eventual governo Lula – que continua sendo o cenário mais provável. Não falta muito tempo. Em apenas três meses, já saberemos o vencedor.

Lula e Alckmin com o presidente nacional do PSD, Carlos Siqueira, na convenção da sigla que confirmou o ex-tucano como candidato a vice-presidente, na última sexta-feira, 29. Foto: Wilton Junior/Estadão

Se eleito, Lula tem diante de si uma grande oportunidade de construir um governo de união nacional, com uma ampla coalizão no Congresso. Quanto maior a turbulência do processo eleitoral, e o medo de incidentes violentos por causa da contestação das urnas, maior a união das instituições e da maior parte da sociedade civil em torno do presidente eleito.

Lula parece entender essa conjuntura, e tem sinalizado nessa direção. Lula não tem sido o candidato revanchista que muitos temiam quando saiu da prisão. O ex-presidente não só convidou Geraldo Alckmin para compor sua chapa, mas tem conversado com partidos e líderes de fora da centro-esquerda. Lula tem reconstruído pontes no agronegócio, na Faria Lima, no empresariado. Se eleito, petistas indicam que o governo de Lula terá um número maior de ministros de fora da aliança do que em sua primeira passagem pelo Planalto. Num gesto simbólico, tucanos devem ser convidados a participar da Esplanada.

Se essa configuração de governo se unir a uma equipe econômica de perfil técnico, juntando quadros de mercado com servidores de carreira e um ministro pragmático, sem dogmas econômicos, Lula tem a chance de viver uma lua de mel no início de seu eventual terceiro mandato – curta, mas que pode ser intensa.

Opinião por Silvio Cascione

Mestre em ciência política pela UNB e diretor da consultoria Eurasia Group

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