As relações entre Executivo e o Congresso

Opinião|Oposições terão vida dura nas eleições municipais


Ambiente é favorável à eleição dos atuais prefeitos e seus aliados; isso dificulta processo de recuperação da esquerda nos municípios

Por Silvio Cascione

As eleições municipais deste ano serão difíceis para o PT. O problema não é o partido em si, ou o desempenho do governo federal. O desafio é que a campanha deste ano será muito boa para quem já é prefeito, e difícil para partidos, como o PT, que estão predominantemente na oposição.

Primeiro, vale a pena entender o tamanho de cada grupo no nível municipal. Em 2020, quatro partidos elegeram prefeitos em quase 50% dos municípios do país: MDB, Progressistas, PSD e União Brasil (DEM+PSL). De lá para cá, todos eles, especialmente o PSD, ainda filiaram outros prefeitos, chegando em 2024 com um número ainda maior de cidades. Esses partidos são a representação típica do Centrão – grupos que privilegiam a política local, dando apoio a qualquer governo em Brasília que lhes conceda acesso a recursos como emendas e cargos. O PT, por outro lado, tem menos de 5% das prefeituras do País.

Eleições ocorrem em cenário favorável para os prefeitos que buscam a reeleição Foto: Antonio Augusto/TSE
continua após a publicidade

Muitos desses prefeitos do Centrão tentarão a reeleição neste ano. Outros já estão em segundo mandato e lançarão aliados. O vento está favorável a eles, e contrário à oposição.

Onde estão disponíveis, as pesquisas de opinião indicam taxas de aprovação razoavelmente altas para os atuais mandatários. O exemplo mais forte é o de João Campos, no Recife, onde 7 em cada 10 eleitores avaliam a gestão como ótima ou boa. Em outras cidades, como Rio de Janeiro e até mesmo São Paulo, os índices de aprovação também são relativamente bons. Não está claro se há um motivo em comum, como o fato de a economia estar em um bom momento, com desemprego em baixa. De qualquer modo, na maior parte dos grandes municípios, o sentimento captado pelas pesquisas é de continuidade, e não de mudança.

Além disso, os atuais prefeitos contam com uma vantagem cada vez mais expressiva sobre a oposição em termos de recursos, graças ao volume gigantesco de emendas parlamentares dos últimos anos. Segundo dados do Portal da Transparência, em termos nominais, o volume de emendas empenhadas disparou de R$ 6 bilhões em 2014 para R$ 35 bilhões em 2023. Boa parte desses recursos é canalizada para obras locais, que favorecem a campanha eleitoral de parlamentares e de seus aliados nas prefeituras, especialmente em pequenos municípios.

continua após a publicidade

Tudo isso importa quando se leva em conta que, na campanha municipal, o eleitor se preocupa principalmente com temas locais. Não faz sentido conduzir uma campanha defendendo temas e valores relacionados à agenda nacional se eles não tiverem relação com o dia a dia dos eleitores. Ou seja, o eleitor não quer saber de Lula e Bolsonaro em outubro, nem de Venezuela ou Israel; a vantagem estará com os candidatos que mostrarem capacidade de resolver os problemas locais – com boas ideias ou, simplesmente, com dinheiro.

Numa eleição de continuidade, com viés favorável aos atuais incumbentes, o Centrão tende a se manter firme, bem postado para continuar a controlar as eleições legislativas de 2026 e dominar a pauta do Congresso. A competição entre partidos do bloco será feroz, mas o perfil dos eleitos tende a ser parecido. Para o restante, como o PT, será preciso criatividade, com uso intensivo de alianças para ampliar a influência mesmo que o número de prefeitos eleitos seja menor.

As eleições municipais deste ano serão difíceis para o PT. O problema não é o partido em si, ou o desempenho do governo federal. O desafio é que a campanha deste ano será muito boa para quem já é prefeito, e difícil para partidos, como o PT, que estão predominantemente na oposição.

Primeiro, vale a pena entender o tamanho de cada grupo no nível municipal. Em 2020, quatro partidos elegeram prefeitos em quase 50% dos municípios do país: MDB, Progressistas, PSD e União Brasil (DEM+PSL). De lá para cá, todos eles, especialmente o PSD, ainda filiaram outros prefeitos, chegando em 2024 com um número ainda maior de cidades. Esses partidos são a representação típica do Centrão – grupos que privilegiam a política local, dando apoio a qualquer governo em Brasília que lhes conceda acesso a recursos como emendas e cargos. O PT, por outro lado, tem menos de 5% das prefeituras do País.

Eleições ocorrem em cenário favorável para os prefeitos que buscam a reeleição Foto: Antonio Augusto/TSE

Muitos desses prefeitos do Centrão tentarão a reeleição neste ano. Outros já estão em segundo mandato e lançarão aliados. O vento está favorável a eles, e contrário à oposição.

Onde estão disponíveis, as pesquisas de opinião indicam taxas de aprovação razoavelmente altas para os atuais mandatários. O exemplo mais forte é o de João Campos, no Recife, onde 7 em cada 10 eleitores avaliam a gestão como ótima ou boa. Em outras cidades, como Rio de Janeiro e até mesmo São Paulo, os índices de aprovação também são relativamente bons. Não está claro se há um motivo em comum, como o fato de a economia estar em um bom momento, com desemprego em baixa. De qualquer modo, na maior parte dos grandes municípios, o sentimento captado pelas pesquisas é de continuidade, e não de mudança.

Além disso, os atuais prefeitos contam com uma vantagem cada vez mais expressiva sobre a oposição em termos de recursos, graças ao volume gigantesco de emendas parlamentares dos últimos anos. Segundo dados do Portal da Transparência, em termos nominais, o volume de emendas empenhadas disparou de R$ 6 bilhões em 2014 para R$ 35 bilhões em 2023. Boa parte desses recursos é canalizada para obras locais, que favorecem a campanha eleitoral de parlamentares e de seus aliados nas prefeituras, especialmente em pequenos municípios.

Tudo isso importa quando se leva em conta que, na campanha municipal, o eleitor se preocupa principalmente com temas locais. Não faz sentido conduzir uma campanha defendendo temas e valores relacionados à agenda nacional se eles não tiverem relação com o dia a dia dos eleitores. Ou seja, o eleitor não quer saber de Lula e Bolsonaro em outubro, nem de Venezuela ou Israel; a vantagem estará com os candidatos que mostrarem capacidade de resolver os problemas locais – com boas ideias ou, simplesmente, com dinheiro.

Numa eleição de continuidade, com viés favorável aos atuais incumbentes, o Centrão tende a se manter firme, bem postado para continuar a controlar as eleições legislativas de 2026 e dominar a pauta do Congresso. A competição entre partidos do bloco será feroz, mas o perfil dos eleitos tende a ser parecido. Para o restante, como o PT, será preciso criatividade, com uso intensivo de alianças para ampliar a influência mesmo que o número de prefeitos eleitos seja menor.

As eleições municipais deste ano serão difíceis para o PT. O problema não é o partido em si, ou o desempenho do governo federal. O desafio é que a campanha deste ano será muito boa para quem já é prefeito, e difícil para partidos, como o PT, que estão predominantemente na oposição.

Primeiro, vale a pena entender o tamanho de cada grupo no nível municipal. Em 2020, quatro partidos elegeram prefeitos em quase 50% dos municípios do país: MDB, Progressistas, PSD e União Brasil (DEM+PSL). De lá para cá, todos eles, especialmente o PSD, ainda filiaram outros prefeitos, chegando em 2024 com um número ainda maior de cidades. Esses partidos são a representação típica do Centrão – grupos que privilegiam a política local, dando apoio a qualquer governo em Brasília que lhes conceda acesso a recursos como emendas e cargos. O PT, por outro lado, tem menos de 5% das prefeituras do País.

Eleições ocorrem em cenário favorável para os prefeitos que buscam a reeleição Foto: Antonio Augusto/TSE

Muitos desses prefeitos do Centrão tentarão a reeleição neste ano. Outros já estão em segundo mandato e lançarão aliados. O vento está favorável a eles, e contrário à oposição.

Onde estão disponíveis, as pesquisas de opinião indicam taxas de aprovação razoavelmente altas para os atuais mandatários. O exemplo mais forte é o de João Campos, no Recife, onde 7 em cada 10 eleitores avaliam a gestão como ótima ou boa. Em outras cidades, como Rio de Janeiro e até mesmo São Paulo, os índices de aprovação também são relativamente bons. Não está claro se há um motivo em comum, como o fato de a economia estar em um bom momento, com desemprego em baixa. De qualquer modo, na maior parte dos grandes municípios, o sentimento captado pelas pesquisas é de continuidade, e não de mudança.

Além disso, os atuais prefeitos contam com uma vantagem cada vez mais expressiva sobre a oposição em termos de recursos, graças ao volume gigantesco de emendas parlamentares dos últimos anos. Segundo dados do Portal da Transparência, em termos nominais, o volume de emendas empenhadas disparou de R$ 6 bilhões em 2014 para R$ 35 bilhões em 2023. Boa parte desses recursos é canalizada para obras locais, que favorecem a campanha eleitoral de parlamentares e de seus aliados nas prefeituras, especialmente em pequenos municípios.

Tudo isso importa quando se leva em conta que, na campanha municipal, o eleitor se preocupa principalmente com temas locais. Não faz sentido conduzir uma campanha defendendo temas e valores relacionados à agenda nacional se eles não tiverem relação com o dia a dia dos eleitores. Ou seja, o eleitor não quer saber de Lula e Bolsonaro em outubro, nem de Venezuela ou Israel; a vantagem estará com os candidatos que mostrarem capacidade de resolver os problemas locais – com boas ideias ou, simplesmente, com dinheiro.

Numa eleição de continuidade, com viés favorável aos atuais incumbentes, o Centrão tende a se manter firme, bem postado para continuar a controlar as eleições legislativas de 2026 e dominar a pauta do Congresso. A competição entre partidos do bloco será feroz, mas o perfil dos eleitos tende a ser parecido. Para o restante, como o PT, será preciso criatividade, com uso intensivo de alianças para ampliar a influência mesmo que o número de prefeitos eleitos seja menor.

As eleições municipais deste ano serão difíceis para o PT. O problema não é o partido em si, ou o desempenho do governo federal. O desafio é que a campanha deste ano será muito boa para quem já é prefeito, e difícil para partidos, como o PT, que estão predominantemente na oposição.

Primeiro, vale a pena entender o tamanho de cada grupo no nível municipal. Em 2020, quatro partidos elegeram prefeitos em quase 50% dos municípios do país: MDB, Progressistas, PSD e União Brasil (DEM+PSL). De lá para cá, todos eles, especialmente o PSD, ainda filiaram outros prefeitos, chegando em 2024 com um número ainda maior de cidades. Esses partidos são a representação típica do Centrão – grupos que privilegiam a política local, dando apoio a qualquer governo em Brasília que lhes conceda acesso a recursos como emendas e cargos. O PT, por outro lado, tem menos de 5% das prefeituras do País.

Eleições ocorrem em cenário favorável para os prefeitos que buscam a reeleição Foto: Antonio Augusto/TSE

Muitos desses prefeitos do Centrão tentarão a reeleição neste ano. Outros já estão em segundo mandato e lançarão aliados. O vento está favorável a eles, e contrário à oposição.

Onde estão disponíveis, as pesquisas de opinião indicam taxas de aprovação razoavelmente altas para os atuais mandatários. O exemplo mais forte é o de João Campos, no Recife, onde 7 em cada 10 eleitores avaliam a gestão como ótima ou boa. Em outras cidades, como Rio de Janeiro e até mesmo São Paulo, os índices de aprovação também são relativamente bons. Não está claro se há um motivo em comum, como o fato de a economia estar em um bom momento, com desemprego em baixa. De qualquer modo, na maior parte dos grandes municípios, o sentimento captado pelas pesquisas é de continuidade, e não de mudança.

Além disso, os atuais prefeitos contam com uma vantagem cada vez mais expressiva sobre a oposição em termos de recursos, graças ao volume gigantesco de emendas parlamentares dos últimos anos. Segundo dados do Portal da Transparência, em termos nominais, o volume de emendas empenhadas disparou de R$ 6 bilhões em 2014 para R$ 35 bilhões em 2023. Boa parte desses recursos é canalizada para obras locais, que favorecem a campanha eleitoral de parlamentares e de seus aliados nas prefeituras, especialmente em pequenos municípios.

Tudo isso importa quando se leva em conta que, na campanha municipal, o eleitor se preocupa principalmente com temas locais. Não faz sentido conduzir uma campanha defendendo temas e valores relacionados à agenda nacional se eles não tiverem relação com o dia a dia dos eleitores. Ou seja, o eleitor não quer saber de Lula e Bolsonaro em outubro, nem de Venezuela ou Israel; a vantagem estará com os candidatos que mostrarem capacidade de resolver os problemas locais – com boas ideias ou, simplesmente, com dinheiro.

Numa eleição de continuidade, com viés favorável aos atuais incumbentes, o Centrão tende a se manter firme, bem postado para continuar a controlar as eleições legislativas de 2026 e dominar a pauta do Congresso. A competição entre partidos do bloco será feroz, mas o perfil dos eleitos tende a ser parecido. Para o restante, como o PT, será preciso criatividade, com uso intensivo de alianças para ampliar a influência mesmo que o número de prefeitos eleitos seja menor.

Tudo Sobre
Opinião por Silvio Cascione

Mestre em ciência política pela UNB e diretor da consultoria Eurasia Group

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.