As relações entre Executivo e o Congresso

Opinião|Pacote fiscal mantém chances do PT em eleição difícil em 2026


Ajuste deve ficar aquém do necessário para reduzir dívida; mas pode ser suficiente para suavizar choques econômicos nos próximos dois anos, mantendo Lula competitivo para reeleição

Por Silvio Cascione

O destino do governo Lula depende, em grande medida, do anúncio esperado para os próximos dias sobre as contas públicas. Após semanas de discussões internas, parece estar bem encaminhada uma solução intermediária. O governo federal, com apoio do Congresso, terá alguma economia nos próximos anos (algo entre 35-50 bilhões de reais em 2026), mas poderá dizer que não tirou direitos de beneficiários de programas sociais e nem reduziu investimentos em saúde e educação. O pacote está sendo construído de modo a comunicar que todos os setores, incluindo os servidores civis e os militares, contribuirão com algum esforço, mas sem choques ou rupturas.

Com esse pacote de medidas, a dívida pública continuará crescendo, mas o governo ganhará dois ou três anos para manter o atual arcabouço fiscal. Depois das eleições de 2026, o futuro presidente - quem quer que seja - terá que cuidar disso mais uma vez, com decisões ainda mais difíceis a serem tomadas sobre o regime de Previdência, os benefícios sociais, e os investimentos mínimos em saúde e educação, para citar apenas algumas das áreas de maior disputa política.

Pacote fiscal é a melhor alternativa para que Lula consiga se proteger de choques econômicos com vistas a 2026 Foto: Pedro Kirilos/Estadão
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O futuro do governo Lula depende desse pacote porque ele é crucial para o cenário econômico de 2025 e 2026; inflação, juros e taxa de desemprego dependerão dele. Por isso, o pacote ajudará a definir o grau de popularidade do presidente e suas chances de reeleição.

Recentemente, o cenário político e econômico ficou mais complicado para Lula por causa da eleição de Donald Trump nos EUA, que aumentou o risco de instabilidade econômica em países emergentes por causa da perspectiva de inflação e juros mais altos nos próximos anos. Lula não tem como controlar o que acontece fora do Brasil; o ajuste de contas, com redução do crescimento de algumas despesas, é a sua melhor cartada para estabilizar as condições econômicas nos próximos anos e se manter competitivo à reeleição.

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Dará certo? Essa solução intermediária, que posterga medidas mais profundas de ajuste fiscal, deve ser pouco para levar o País de volta ao grau de investimento, mas ainda assim pode ser o suficiente para que a atividade econômica continue minimamente aquecida, e o desemprego baixo. Hoje, o cenário para 2026 está em aberto, e o máximo que se pode afirmar é que, muito provavelmente, será marcado pela polarização entre Lula e algum candidato de direita, apoiado por Bolsonaro, que será competitivo. Sem esse pacote de medidas, o favoritismo começaria a ficar no campo da oposição.

O destino do governo Lula depende, em grande medida, do anúncio esperado para os próximos dias sobre as contas públicas. Após semanas de discussões internas, parece estar bem encaminhada uma solução intermediária. O governo federal, com apoio do Congresso, terá alguma economia nos próximos anos (algo entre 35-50 bilhões de reais em 2026), mas poderá dizer que não tirou direitos de beneficiários de programas sociais e nem reduziu investimentos em saúde e educação. O pacote está sendo construído de modo a comunicar que todos os setores, incluindo os servidores civis e os militares, contribuirão com algum esforço, mas sem choques ou rupturas.

Com esse pacote de medidas, a dívida pública continuará crescendo, mas o governo ganhará dois ou três anos para manter o atual arcabouço fiscal. Depois das eleições de 2026, o futuro presidente - quem quer que seja - terá que cuidar disso mais uma vez, com decisões ainda mais difíceis a serem tomadas sobre o regime de Previdência, os benefícios sociais, e os investimentos mínimos em saúde e educação, para citar apenas algumas das áreas de maior disputa política.

Pacote fiscal é a melhor alternativa para que Lula consiga se proteger de choques econômicos com vistas a 2026 Foto: Pedro Kirilos/Estadão

O futuro do governo Lula depende desse pacote porque ele é crucial para o cenário econômico de 2025 e 2026; inflação, juros e taxa de desemprego dependerão dele. Por isso, o pacote ajudará a definir o grau de popularidade do presidente e suas chances de reeleição.

Recentemente, o cenário político e econômico ficou mais complicado para Lula por causa da eleição de Donald Trump nos EUA, que aumentou o risco de instabilidade econômica em países emergentes por causa da perspectiva de inflação e juros mais altos nos próximos anos. Lula não tem como controlar o que acontece fora do Brasil; o ajuste de contas, com redução do crescimento de algumas despesas, é a sua melhor cartada para estabilizar as condições econômicas nos próximos anos e se manter competitivo à reeleição.

Dará certo? Essa solução intermediária, que posterga medidas mais profundas de ajuste fiscal, deve ser pouco para levar o País de volta ao grau de investimento, mas ainda assim pode ser o suficiente para que a atividade econômica continue minimamente aquecida, e o desemprego baixo. Hoje, o cenário para 2026 está em aberto, e o máximo que se pode afirmar é que, muito provavelmente, será marcado pela polarização entre Lula e algum candidato de direita, apoiado por Bolsonaro, que será competitivo. Sem esse pacote de medidas, o favoritismo começaria a ficar no campo da oposição.

O destino do governo Lula depende, em grande medida, do anúncio esperado para os próximos dias sobre as contas públicas. Após semanas de discussões internas, parece estar bem encaminhada uma solução intermediária. O governo federal, com apoio do Congresso, terá alguma economia nos próximos anos (algo entre 35-50 bilhões de reais em 2026), mas poderá dizer que não tirou direitos de beneficiários de programas sociais e nem reduziu investimentos em saúde e educação. O pacote está sendo construído de modo a comunicar que todos os setores, incluindo os servidores civis e os militares, contribuirão com algum esforço, mas sem choques ou rupturas.

Com esse pacote de medidas, a dívida pública continuará crescendo, mas o governo ganhará dois ou três anos para manter o atual arcabouço fiscal. Depois das eleições de 2026, o futuro presidente - quem quer que seja - terá que cuidar disso mais uma vez, com decisões ainda mais difíceis a serem tomadas sobre o regime de Previdência, os benefícios sociais, e os investimentos mínimos em saúde e educação, para citar apenas algumas das áreas de maior disputa política.

Pacote fiscal é a melhor alternativa para que Lula consiga se proteger de choques econômicos com vistas a 2026 Foto: Pedro Kirilos/Estadão

O futuro do governo Lula depende desse pacote porque ele é crucial para o cenário econômico de 2025 e 2026; inflação, juros e taxa de desemprego dependerão dele. Por isso, o pacote ajudará a definir o grau de popularidade do presidente e suas chances de reeleição.

Recentemente, o cenário político e econômico ficou mais complicado para Lula por causa da eleição de Donald Trump nos EUA, que aumentou o risco de instabilidade econômica em países emergentes por causa da perspectiva de inflação e juros mais altos nos próximos anos. Lula não tem como controlar o que acontece fora do Brasil; o ajuste de contas, com redução do crescimento de algumas despesas, é a sua melhor cartada para estabilizar as condições econômicas nos próximos anos e se manter competitivo à reeleição.

Dará certo? Essa solução intermediária, que posterga medidas mais profundas de ajuste fiscal, deve ser pouco para levar o País de volta ao grau de investimento, mas ainda assim pode ser o suficiente para que a atividade econômica continue minimamente aquecida, e o desemprego baixo. Hoje, o cenário para 2026 está em aberto, e o máximo que se pode afirmar é que, muito provavelmente, será marcado pela polarização entre Lula e algum candidato de direita, apoiado por Bolsonaro, que será competitivo. Sem esse pacote de medidas, o favoritismo começaria a ficar no campo da oposição.

Opinião por Silvio Cascione

Mestre em ciência política pela UNB e diretor da consultoria Eurasia Group

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