As relações entre Executivo e o Congresso

Opinião|Reflexões para um novo ano: 2025 será mais do que um prólogo para as próximas eleições


Lula e seus desafiantes começarão a dar contornos mais nítidos aos discursos de campanha. Entre os governistas, o desafio será manter a popularidade do presidente

Por Silvio Cascione

2025 começa logo mais. O novo ano vem carregado de instabilidade política e econômica. Logo no início, o Congresso, sob nova direção, terá que lidar com o impasse sobre as emendas parlamentares. O Supremo Tribunal Federal estragou o Natal de muitos deputados e senadores ao suspender, nesta segunda, o pagamento de R$ 4,2 bilhões nos últimos dias de 2024.

O conflito sobre as emendas não diz respeito apenas ao dia-a-dia das votações; será também uma guerra sobre o controle do Orçamento e a formação de alianças neste e nos próximos governos. Operações da Polícia Federal sobre desvio de emendas só tornam o tema mais explosivo.

O presidente Lula e seu vice Geraldo Alckimin em solenidade no Planalto Foto: Wilton Junior/Estadão
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Enquanto isso, Lula sinalizou que pretende aproveitar o momento para trocar alguns de seus ministros e representantes no Congresso. Mas a prioridade dele não será a governabilidade imediata, e sim o papel que cada um desses políticos e partidos terá na eleição de 2026. O risco de atrasos e derrotas nas votações no Congresso será maior, aumentando a imprevisibilidade da agenda econômica.

Em paralelo, Lula e seus desafiantes começarão a dar contornos mais nítidos aos discursos de campanha. Entre os governistas, o desafio será manter a popularidade de Lula. Hoje, ele seria favorito à reeleição, mas a inflação está subindo e deve aumentar as chances da oposição. A saúde do presidente também será um ponto importante a se monitorar. Lula mostra ter vontade e condições de concorrer em 2026, mas uma recaída voltará a alimentar especulações sobre uma possível troca. Hoje, Fernando Haddad e Camilo Santana, em menor escala, são os nomes mais comentados no PT como os primeiros da linha sucessória.

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Na oposição, tudo gira, ainda, em torno de Jair Bolsonaro. Ele será condenado e preso? 2025 será um ano de muita ação na Justiça sobre a tentativa de impedir a posse de Lula. Muitos políticos e partidos tradicionais podem tentar se distanciar do ex-presidente, deixando a oposição mais dividida; essa disputa de poder na centro-direita tende a se tornar mais feroz à medida que Lula se enfraqueça. A força eleitoral de Bolsonaro, porém, não se dissipará facilmente; a chance de um de seus filhos se tornar presidente da República em 2027 é concreta.

Tudo isso sem mencionar que, em menos de um mês, Donald Trump voltará à Casa Branca – com seu pacote imprevisível de medidas econômicas, e trazendo ao seu lado o ativista político mais rico da história da humanidade: Elon Musk.

Vale um respiro antes de mergulhar em um ano com tantas histórias importantes para acompanhar. Há coisa demais em jogo. Boa virada de ano, e um 2025 de muitas realizações e boas notícias.

2025 começa logo mais. O novo ano vem carregado de instabilidade política e econômica. Logo no início, o Congresso, sob nova direção, terá que lidar com o impasse sobre as emendas parlamentares. O Supremo Tribunal Federal estragou o Natal de muitos deputados e senadores ao suspender, nesta segunda, o pagamento de R$ 4,2 bilhões nos últimos dias de 2024.

O conflito sobre as emendas não diz respeito apenas ao dia-a-dia das votações; será também uma guerra sobre o controle do Orçamento e a formação de alianças neste e nos próximos governos. Operações da Polícia Federal sobre desvio de emendas só tornam o tema mais explosivo.

O presidente Lula e seu vice Geraldo Alckimin em solenidade no Planalto Foto: Wilton Junior/Estadão

Enquanto isso, Lula sinalizou que pretende aproveitar o momento para trocar alguns de seus ministros e representantes no Congresso. Mas a prioridade dele não será a governabilidade imediata, e sim o papel que cada um desses políticos e partidos terá na eleição de 2026. O risco de atrasos e derrotas nas votações no Congresso será maior, aumentando a imprevisibilidade da agenda econômica.

Em paralelo, Lula e seus desafiantes começarão a dar contornos mais nítidos aos discursos de campanha. Entre os governistas, o desafio será manter a popularidade de Lula. Hoje, ele seria favorito à reeleição, mas a inflação está subindo e deve aumentar as chances da oposição. A saúde do presidente também será um ponto importante a se monitorar. Lula mostra ter vontade e condições de concorrer em 2026, mas uma recaída voltará a alimentar especulações sobre uma possível troca. Hoje, Fernando Haddad e Camilo Santana, em menor escala, são os nomes mais comentados no PT como os primeiros da linha sucessória.

Na oposição, tudo gira, ainda, em torno de Jair Bolsonaro. Ele será condenado e preso? 2025 será um ano de muita ação na Justiça sobre a tentativa de impedir a posse de Lula. Muitos políticos e partidos tradicionais podem tentar se distanciar do ex-presidente, deixando a oposição mais dividida; essa disputa de poder na centro-direita tende a se tornar mais feroz à medida que Lula se enfraqueça. A força eleitoral de Bolsonaro, porém, não se dissipará facilmente; a chance de um de seus filhos se tornar presidente da República em 2027 é concreta.

Tudo isso sem mencionar que, em menos de um mês, Donald Trump voltará à Casa Branca – com seu pacote imprevisível de medidas econômicas, e trazendo ao seu lado o ativista político mais rico da história da humanidade: Elon Musk.

Vale um respiro antes de mergulhar em um ano com tantas histórias importantes para acompanhar. Há coisa demais em jogo. Boa virada de ano, e um 2025 de muitas realizações e boas notícias.

2025 começa logo mais. O novo ano vem carregado de instabilidade política e econômica. Logo no início, o Congresso, sob nova direção, terá que lidar com o impasse sobre as emendas parlamentares. O Supremo Tribunal Federal estragou o Natal de muitos deputados e senadores ao suspender, nesta segunda, o pagamento de R$ 4,2 bilhões nos últimos dias de 2024.

O conflito sobre as emendas não diz respeito apenas ao dia-a-dia das votações; será também uma guerra sobre o controle do Orçamento e a formação de alianças neste e nos próximos governos. Operações da Polícia Federal sobre desvio de emendas só tornam o tema mais explosivo.

O presidente Lula e seu vice Geraldo Alckimin em solenidade no Planalto Foto: Wilton Junior/Estadão

Enquanto isso, Lula sinalizou que pretende aproveitar o momento para trocar alguns de seus ministros e representantes no Congresso. Mas a prioridade dele não será a governabilidade imediata, e sim o papel que cada um desses políticos e partidos terá na eleição de 2026. O risco de atrasos e derrotas nas votações no Congresso será maior, aumentando a imprevisibilidade da agenda econômica.

Em paralelo, Lula e seus desafiantes começarão a dar contornos mais nítidos aos discursos de campanha. Entre os governistas, o desafio será manter a popularidade de Lula. Hoje, ele seria favorito à reeleição, mas a inflação está subindo e deve aumentar as chances da oposição. A saúde do presidente também será um ponto importante a se monitorar. Lula mostra ter vontade e condições de concorrer em 2026, mas uma recaída voltará a alimentar especulações sobre uma possível troca. Hoje, Fernando Haddad e Camilo Santana, em menor escala, são os nomes mais comentados no PT como os primeiros da linha sucessória.

Na oposição, tudo gira, ainda, em torno de Jair Bolsonaro. Ele será condenado e preso? 2025 será um ano de muita ação na Justiça sobre a tentativa de impedir a posse de Lula. Muitos políticos e partidos tradicionais podem tentar se distanciar do ex-presidente, deixando a oposição mais dividida; essa disputa de poder na centro-direita tende a se tornar mais feroz à medida que Lula se enfraqueça. A força eleitoral de Bolsonaro, porém, não se dissipará facilmente; a chance de um de seus filhos se tornar presidente da República em 2027 é concreta.

Tudo isso sem mencionar que, em menos de um mês, Donald Trump voltará à Casa Branca – com seu pacote imprevisível de medidas econômicas, e trazendo ao seu lado o ativista político mais rico da história da humanidade: Elon Musk.

Vale um respiro antes de mergulhar em um ano com tantas histórias importantes para acompanhar. Há coisa demais em jogo. Boa virada de ano, e um 2025 de muitas realizações e boas notícias.

Opinião por Silvio Cascione

Mestre em ciência política pela UNB e diretor da consultoria Eurasia Group

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