As relações entre Executivo e o Congresso

Opinião|Viagem de Lula à China: agenda internacional do presidente demonstra forte interesse pelo Brasil


Petista, que deve anunciar novas parcerias e investimentos com chineses, prepara ida à Europa no fim do mês e é convidado para participar da reunião do G-7, em maio

Por Silvio Cascione

O governo Lula cumpriu seus primeiros cem dias, e os jornais estão repletos de balanços sobre esse período. A base no Congresso ainda está se organizando, e grande parte das promessas de campanha depende de medidas que ainda estão sendo implementadas, como a nova regra fiscal.

Mas, se quisermos entender o governo Lula e as oportunidades para o Brasil, precisamos tomar o cuidado de não olhar apenas para os bastidores de Brasília. Às vezes, é preciso olhar para fora. Lula embarca para a China nesta semana, viajará à Europa no fim do mês, e foi convidado a participar da reunião do G-7 em maio – pela primeira vez desde 2009. A intensa agenda internacional revela um interesse enorme não apenas pelo presidente, mas também – e principalmente – pelo Brasil, que está bem situado em um mundo cada vez mais instável.

O país está distante das principais zonas de conflito, tem energia limpa em abundância, uma enorme população, e um sistema democrático e previsível, apesar das turbulências recentes. Com a sucessão de choques geopolíticos dos últimos anos, há um grande apetite por parcerias com o Brasil, e isso tem sido facilitado pela diplomacia ativa do atual governo, que reverteu o afastamento causado pela retórica radical do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou às 7 horas desta terça-feira, 10, com destino a Pequim, onde deve se reunir com o presidente da China, Xi Jinping.  Foto: Wilton Junior/Estadão

Na China, Lula deve anunciar novas parcerias e investimentos. Muitas das iniciativas a serem divulgadas foram oferecidas pelos próprios chineses, que querem aprofundar as relações com o Brasil. Da mesma forma, na Europa, Lula deve dar mais um passo na direção de uma acordo comercial entre Mercosul e União Europeia que está sendo empurrado, em grande medida, pelo interesse dos próprios europeus.

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Uma parte muito importante da agenda de longo prazo do governo Lula tem a ver com esse contexto internacional. A reforma tributária, que tende a ser aprovada neste ano, alinha o Brasil com padrões internacionais, e é um dos principais requisitos das empresas para aumentar investimentos no país. A agenda energética, com investimentos em fontes renováveis, e o mercado de carbono, com regulação no Congresso prevista para esse ano, também estão em sintonia com a pauta internacional. Nesse sentido, o governo Lula se diferencia do governo Dilma, que tinha uma agenda econômica voltada mais para dentro, presa à cartilha desenvolvimentista.

Muitas dessas medidas são de longa maturação, e não gerarão frutos para o próprio Lula. O povo tem mais pressa, e se o crescimento da economia não vier rápido, o governo enfrentará dificuldades e pode entrar em um círculo vicioso. Mas, mesmo se isso ocorrer, é preciso estar atento ao contexto internacional. Para quem olha o Brasil de fora, distante dos barulhos de Brasília, essa ainda será uma história interessante, e várias medidas a serem implantadas agora, somadas a reformas feitas nos últimos anos, ainda renderão frutos assim que o cenário político e econômico começar a clarear.

O governo Lula cumpriu seus primeiros cem dias, e os jornais estão repletos de balanços sobre esse período. A base no Congresso ainda está se organizando, e grande parte das promessas de campanha depende de medidas que ainda estão sendo implementadas, como a nova regra fiscal.

Mas, se quisermos entender o governo Lula e as oportunidades para o Brasil, precisamos tomar o cuidado de não olhar apenas para os bastidores de Brasília. Às vezes, é preciso olhar para fora. Lula embarca para a China nesta semana, viajará à Europa no fim do mês, e foi convidado a participar da reunião do G-7 em maio – pela primeira vez desde 2009. A intensa agenda internacional revela um interesse enorme não apenas pelo presidente, mas também – e principalmente – pelo Brasil, que está bem situado em um mundo cada vez mais instável.

O país está distante das principais zonas de conflito, tem energia limpa em abundância, uma enorme população, e um sistema democrático e previsível, apesar das turbulências recentes. Com a sucessão de choques geopolíticos dos últimos anos, há um grande apetite por parcerias com o Brasil, e isso tem sido facilitado pela diplomacia ativa do atual governo, que reverteu o afastamento causado pela retórica radical do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou às 7 horas desta terça-feira, 10, com destino a Pequim, onde deve se reunir com o presidente da China, Xi Jinping.  Foto: Wilton Junior/Estadão

Na China, Lula deve anunciar novas parcerias e investimentos. Muitas das iniciativas a serem divulgadas foram oferecidas pelos próprios chineses, que querem aprofundar as relações com o Brasil. Da mesma forma, na Europa, Lula deve dar mais um passo na direção de uma acordo comercial entre Mercosul e União Europeia que está sendo empurrado, em grande medida, pelo interesse dos próprios europeus.

Uma parte muito importante da agenda de longo prazo do governo Lula tem a ver com esse contexto internacional. A reforma tributária, que tende a ser aprovada neste ano, alinha o Brasil com padrões internacionais, e é um dos principais requisitos das empresas para aumentar investimentos no país. A agenda energética, com investimentos em fontes renováveis, e o mercado de carbono, com regulação no Congresso prevista para esse ano, também estão em sintonia com a pauta internacional. Nesse sentido, o governo Lula se diferencia do governo Dilma, que tinha uma agenda econômica voltada mais para dentro, presa à cartilha desenvolvimentista.

Muitas dessas medidas são de longa maturação, e não gerarão frutos para o próprio Lula. O povo tem mais pressa, e se o crescimento da economia não vier rápido, o governo enfrentará dificuldades e pode entrar em um círculo vicioso. Mas, mesmo se isso ocorrer, é preciso estar atento ao contexto internacional. Para quem olha o Brasil de fora, distante dos barulhos de Brasília, essa ainda será uma história interessante, e várias medidas a serem implantadas agora, somadas a reformas feitas nos últimos anos, ainda renderão frutos assim que o cenário político e econômico começar a clarear.

O governo Lula cumpriu seus primeiros cem dias, e os jornais estão repletos de balanços sobre esse período. A base no Congresso ainda está se organizando, e grande parte das promessas de campanha depende de medidas que ainda estão sendo implementadas, como a nova regra fiscal.

Mas, se quisermos entender o governo Lula e as oportunidades para o Brasil, precisamos tomar o cuidado de não olhar apenas para os bastidores de Brasília. Às vezes, é preciso olhar para fora. Lula embarca para a China nesta semana, viajará à Europa no fim do mês, e foi convidado a participar da reunião do G-7 em maio – pela primeira vez desde 2009. A intensa agenda internacional revela um interesse enorme não apenas pelo presidente, mas também – e principalmente – pelo Brasil, que está bem situado em um mundo cada vez mais instável.

O país está distante das principais zonas de conflito, tem energia limpa em abundância, uma enorme população, e um sistema democrático e previsível, apesar das turbulências recentes. Com a sucessão de choques geopolíticos dos últimos anos, há um grande apetite por parcerias com o Brasil, e isso tem sido facilitado pela diplomacia ativa do atual governo, que reverteu o afastamento causado pela retórica radical do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou às 7 horas desta terça-feira, 10, com destino a Pequim, onde deve se reunir com o presidente da China, Xi Jinping.  Foto: Wilton Junior/Estadão

Na China, Lula deve anunciar novas parcerias e investimentos. Muitas das iniciativas a serem divulgadas foram oferecidas pelos próprios chineses, que querem aprofundar as relações com o Brasil. Da mesma forma, na Europa, Lula deve dar mais um passo na direção de uma acordo comercial entre Mercosul e União Europeia que está sendo empurrado, em grande medida, pelo interesse dos próprios europeus.

Uma parte muito importante da agenda de longo prazo do governo Lula tem a ver com esse contexto internacional. A reforma tributária, que tende a ser aprovada neste ano, alinha o Brasil com padrões internacionais, e é um dos principais requisitos das empresas para aumentar investimentos no país. A agenda energética, com investimentos em fontes renováveis, e o mercado de carbono, com regulação no Congresso prevista para esse ano, também estão em sintonia com a pauta internacional. Nesse sentido, o governo Lula se diferencia do governo Dilma, que tinha uma agenda econômica voltada mais para dentro, presa à cartilha desenvolvimentista.

Muitas dessas medidas são de longa maturação, e não gerarão frutos para o próprio Lula. O povo tem mais pressa, e se o crescimento da economia não vier rápido, o governo enfrentará dificuldades e pode entrar em um círculo vicioso. Mas, mesmo se isso ocorrer, é preciso estar atento ao contexto internacional. Para quem olha o Brasil de fora, distante dos barulhos de Brasília, essa ainda será uma história interessante, e várias medidas a serem implantadas agora, somadas a reformas feitas nos últimos anos, ainda renderão frutos assim que o cenário político e econômico começar a clarear.

Opinião por Silvio Cascione

Mestre em ciência política pela UNB e diretor da consultoria Eurasia Group

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