Sistema de inteligência estava ‘caótico’ no 8 de janeiro, diz diretor-geral da Abin


Luiz Fernando Corrêa diz que todos os governos desde a redemocratização não trataram o sistema de inteligência da Abin adequadamente, inclusive gestões petistas

Por Gabriel de Sousa
Atualização:

BRASÍLIA – O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, disse que o sistema de inteligência do governo federal estava “caótico” no 8 de janeiro. Ele afirmou que todos os governos passados não trataram as capacidades da Abin adequadamente, inclusive as gestões do Partido dos Trabalhadores.

Em entrevista para o jornal O Globo divulgada nesta segunda-feira, 2, Fernando Corrêa, que foi nomeado em maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para comandar a agência, disse que a Abin não tinha “uma lógica” e “um funcionamento adequado” no período dos ataques aos prédios dos Três Poderes. “É o sistema como todo, e nós vamos atribuir total responsabilidade à Abin, porque era órgão central?”

Sede da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em Brasília Foto: Reprodução/Abin
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Na avaliação do chefe da Abin, que também comandou a Polícia Federal (PF) entre 2007 e 2011, todos os governos posteriores à redemocratização do País não “trataram a atividade de inteligência devidamente”, inclusive as gestões de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). “A atividade foi malcuidada. Isso ocorreu por razões óbvias: a desconfiança de que o serviço servia só para vigiar pessoas, contrariava interesses do Estado, uma questão cultural”, afirmou.

Fernando Corrêa também disse que a Abin está tentando “estudar o fenômeno” dos movimentos extremistas para auxiliar o governo federal na formulação de políticas públicas. No final de agosto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi à sede da agência pedir mais atenção contra ataques antidemocráticos, como mostrou a Coluna do Estadão. Na ocasião, o diretor-geral disse que o tema é prioritário.

Ex-diretor disse à CPMI que alertou governo Lula

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Quem comandava a direção da Abin durante os ataques aos Três Poderes era o oficial de Inteligência Saulo Moura da Cunha. Na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, ele afirmou que alertou pessoalmente o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marco Edson Gonçalves Dias, conhecido como G. Dias, para o agravamento dos riscos de invasão dos prédios públicos.

“Eu comecei a falar por volta das 8h no dia 8 de janeiro com o general G. Dias e a encaminhar informações que recebia, inclusive ressaltando a informação dos 105 ônibus (que chegaram a Brasília com golpistas)”, afirmou Cunha em depoimento aos parlamentares.

Em julho, quando a Abin já era dirigida por Fernando Corrêa, a agência encaminhou para a CPMI relatórios com os dados de empresas identificadas por serem responsáveis por financiar 103 ônibus utilizados em caravanas para deslocar golpistas para a capital federal. Ao todo, 83 pessoas e 13 empresas estão envolvidas nas contratações.

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BRASÍLIA – O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, disse que o sistema de inteligência do governo federal estava “caótico” no 8 de janeiro. Ele afirmou que todos os governos passados não trataram as capacidades da Abin adequadamente, inclusive as gestões do Partido dos Trabalhadores.

Em entrevista para o jornal O Globo divulgada nesta segunda-feira, 2, Fernando Corrêa, que foi nomeado em maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para comandar a agência, disse que a Abin não tinha “uma lógica” e “um funcionamento adequado” no período dos ataques aos prédios dos Três Poderes. “É o sistema como todo, e nós vamos atribuir total responsabilidade à Abin, porque era órgão central?”

Sede da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em Brasília Foto: Reprodução/Abin

Na avaliação do chefe da Abin, que também comandou a Polícia Federal (PF) entre 2007 e 2011, todos os governos posteriores à redemocratização do País não “trataram a atividade de inteligência devidamente”, inclusive as gestões de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). “A atividade foi malcuidada. Isso ocorreu por razões óbvias: a desconfiança de que o serviço servia só para vigiar pessoas, contrariava interesses do Estado, uma questão cultural”, afirmou.

Fernando Corrêa também disse que a Abin está tentando “estudar o fenômeno” dos movimentos extremistas para auxiliar o governo federal na formulação de políticas públicas. No final de agosto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi à sede da agência pedir mais atenção contra ataques antidemocráticos, como mostrou a Coluna do Estadão. Na ocasião, o diretor-geral disse que o tema é prioritário.

Ex-diretor disse à CPMI que alertou governo Lula

Quem comandava a direção da Abin durante os ataques aos Três Poderes era o oficial de Inteligência Saulo Moura da Cunha. Na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, ele afirmou que alertou pessoalmente o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marco Edson Gonçalves Dias, conhecido como G. Dias, para o agravamento dos riscos de invasão dos prédios públicos.

“Eu comecei a falar por volta das 8h no dia 8 de janeiro com o general G. Dias e a encaminhar informações que recebia, inclusive ressaltando a informação dos 105 ônibus (que chegaram a Brasília com golpistas)”, afirmou Cunha em depoimento aos parlamentares.

Em julho, quando a Abin já era dirigida por Fernando Corrêa, a agência encaminhou para a CPMI relatórios com os dados de empresas identificadas por serem responsáveis por financiar 103 ônibus utilizados em caravanas para deslocar golpistas para a capital federal. Ao todo, 83 pessoas e 13 empresas estão envolvidas nas contratações.

BRASÍLIA – O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, disse que o sistema de inteligência do governo federal estava “caótico” no 8 de janeiro. Ele afirmou que todos os governos passados não trataram as capacidades da Abin adequadamente, inclusive as gestões do Partido dos Trabalhadores.

Em entrevista para o jornal O Globo divulgada nesta segunda-feira, 2, Fernando Corrêa, que foi nomeado em maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para comandar a agência, disse que a Abin não tinha “uma lógica” e “um funcionamento adequado” no período dos ataques aos prédios dos Três Poderes. “É o sistema como todo, e nós vamos atribuir total responsabilidade à Abin, porque era órgão central?”

Sede da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em Brasília Foto: Reprodução/Abin

Na avaliação do chefe da Abin, que também comandou a Polícia Federal (PF) entre 2007 e 2011, todos os governos posteriores à redemocratização do País não “trataram a atividade de inteligência devidamente”, inclusive as gestões de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). “A atividade foi malcuidada. Isso ocorreu por razões óbvias: a desconfiança de que o serviço servia só para vigiar pessoas, contrariava interesses do Estado, uma questão cultural”, afirmou.

Fernando Corrêa também disse que a Abin está tentando “estudar o fenômeno” dos movimentos extremistas para auxiliar o governo federal na formulação de políticas públicas. No final de agosto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi à sede da agência pedir mais atenção contra ataques antidemocráticos, como mostrou a Coluna do Estadão. Na ocasião, o diretor-geral disse que o tema é prioritário.

Ex-diretor disse à CPMI que alertou governo Lula

Quem comandava a direção da Abin durante os ataques aos Três Poderes era o oficial de Inteligência Saulo Moura da Cunha. Na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, ele afirmou que alertou pessoalmente o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marco Edson Gonçalves Dias, conhecido como G. Dias, para o agravamento dos riscos de invasão dos prédios públicos.

“Eu comecei a falar por volta das 8h no dia 8 de janeiro com o general G. Dias e a encaminhar informações que recebia, inclusive ressaltando a informação dos 105 ônibus (que chegaram a Brasília com golpistas)”, afirmou Cunha em depoimento aos parlamentares.

Em julho, quando a Abin já era dirigida por Fernando Corrêa, a agência encaminhou para a CPMI relatórios com os dados de empresas identificadas por serem responsáveis por financiar 103 ônibus utilizados em caravanas para deslocar golpistas para a capital federal. Ao todo, 83 pessoas e 13 empresas estão envolvidas nas contratações.

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