Sumiço das bistecas: Dino manda PF investigar compra do governo Bolsonaro nunca entregue a indígenas


Caso foi revelado em série de reportagens do ‘Estadão’; 19 toneladas de carne suína congelada compradas pela Funai na gestão passada não chegaram às comunidades da Amazônia; investigação foi anunciada pelo ministro Flávio Dino nesta terça-feira

Por Redação
Atualização:

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou nesta terça-feira, 16, que a Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar a compra de 19 toneladas de bistecas congeladas para indígenas no governo Jair Bolsonaro que nunca foram entregues. O caso foi relevado em série de reportagens do Estadão que mostram diversas compras sob suspeita na Funai durante a pandemia de covid-19.

Como mostrou o Estadão, o governo Bolsonaro comprou 19 toneladas de bisteca para compor cestas básicas que deveriam ser enviadas ao Vale do Javari, no Alto Solimões (AM), mas a carne congelada nunca foi de fato entregue às comunidades indígenas. Mesmo se o produto tivesse sido entregue, não haveria local de armazenamento e conservação para acomodar o alimento. Os contratos foram assinados no governo Bolsonaro entre 2020 e 2022 e seguem em vigor na atual gestão do petista Luiz Inácio Lula da Silva.

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Mesmo que tivesse chegado apenas para os 32 funcionários da Funai que se revezam na base do órgão no local, significaria que cada um teria um quilo de bisteca para comer todos os dias durante o ano inteiro.

O sumiço das bistecas foi confirmado ao Estadão pelos indígenas que deveriam receber o produto e por uma das empresas contratadas para entregar a carne. Mislene Metchacuna Martins Mendes, atual diretora de administração e gestão da Funai, que assinou o contrato de compra, admitiu desperdício de dinheiro público na aquisição. Ela afirmou ao jornal que a Funai ignorou alerta dos técnicos sobre os produtos, mas disse que “a ordem era entregar”.

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A série de reportagens ainda mostra ainda que a gestão passada desrespeitou recomendações técnicas da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e pagou R$ 4,4 milhões para adquirir sardinha enlatada e linguiça calabresa para enviar ao Território Indigena Yanomami no meio de uma crise humanitária. Os alimentos, contudo, não são tradicionalmente consumidos pelos indígenas e a falta de hábito do consumo podem gerar doenças.

Nesta terça, o ‘Estadão’ mostrou ainda que o governo Bolsonaro pagou R$ 260 o quilo da carne de pescoço de frango também para enviar a indígenas. Da mesma forma, não há comprovação de que os alimentos foram entregues.

O valor é 24 vezes maior do que o preço médio de R$ 10,7 do mesmo item adquirido em outros contratos fechados no mesmo período pelo governo. Nas prateleiras de grandes redes de supermercados, a carne de pescoço pode ser encontrada por até R$ 5 o quilo.

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O pescoço de frango foi comprado para indígenas da etnia Mura e funcionários da Funai numa missão em Manicoré, na floresta amazônica. O gasto total com as aquisições de carne chegou a R$ 927,5 mil, entre 2020 e 2022. Deste valor, R$ 5,2 mil foram para adquirir o lote de 20 quilos de carne de pescoço a R$ 260 o quilo.

Com R$ 5,2 mil seria possível comprar meia tonelada de pescoço de galinha se o governo tivesse seguido o mesmo preço do produto pago em outros contratos, de R$ 10. Para efeito de comparação, o quilo da picanha, carne nobre, em um dos maiores supermercados do País custava R$ 70 nesta segunda-feira, 15.

Contratos

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Os contratos da bisteca seguem em vigor no governo Lula. Após as reportagens, a Funai informou que mandou averiguar as compras. O comando da Funai no governo Bolsonaro foi procurado,mas não se manifestou.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou nesta terça-feira, 16, que a Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar a compra de 19 toneladas de bistecas congeladas para indígenas no governo Jair Bolsonaro que nunca foram entregues. O caso foi relevado em série de reportagens do Estadão que mostram diversas compras sob suspeita na Funai durante a pandemia de covid-19.

Como mostrou o Estadão, o governo Bolsonaro comprou 19 toneladas de bisteca para compor cestas básicas que deveriam ser enviadas ao Vale do Javari, no Alto Solimões (AM), mas a carne congelada nunca foi de fato entregue às comunidades indígenas. Mesmo se o produto tivesse sido entregue, não haveria local de armazenamento e conservação para acomodar o alimento. Os contratos foram assinados no governo Bolsonaro entre 2020 e 2022 e seguem em vigor na atual gestão do petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Mesmo que tivesse chegado apenas para os 32 funcionários da Funai que se revezam na base do órgão no local, significaria que cada um teria um quilo de bisteca para comer todos os dias durante o ano inteiro.

O sumiço das bistecas foi confirmado ao Estadão pelos indígenas que deveriam receber o produto e por uma das empresas contratadas para entregar a carne. Mislene Metchacuna Martins Mendes, atual diretora de administração e gestão da Funai, que assinou o contrato de compra, admitiu desperdício de dinheiro público na aquisição. Ela afirmou ao jornal que a Funai ignorou alerta dos técnicos sobre os produtos, mas disse que “a ordem era entregar”.

A série de reportagens ainda mostra ainda que a gestão passada desrespeitou recomendações técnicas da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e pagou R$ 4,4 milhões para adquirir sardinha enlatada e linguiça calabresa para enviar ao Território Indigena Yanomami no meio de uma crise humanitária. Os alimentos, contudo, não são tradicionalmente consumidos pelos indígenas e a falta de hábito do consumo podem gerar doenças.

Nesta terça, o ‘Estadão’ mostrou ainda que o governo Bolsonaro pagou R$ 260 o quilo da carne de pescoço de frango também para enviar a indígenas. Da mesma forma, não há comprovação de que os alimentos foram entregues.

O valor é 24 vezes maior do que o preço médio de R$ 10,7 do mesmo item adquirido em outros contratos fechados no mesmo período pelo governo. Nas prateleiras de grandes redes de supermercados, a carne de pescoço pode ser encontrada por até R$ 5 o quilo.

O pescoço de frango foi comprado para indígenas da etnia Mura e funcionários da Funai numa missão em Manicoré, na floresta amazônica. O gasto total com as aquisições de carne chegou a R$ 927,5 mil, entre 2020 e 2022. Deste valor, R$ 5,2 mil foram para adquirir o lote de 20 quilos de carne de pescoço a R$ 260 o quilo.

Com R$ 5,2 mil seria possível comprar meia tonelada de pescoço de galinha se o governo tivesse seguido o mesmo preço do produto pago em outros contratos, de R$ 10. Para efeito de comparação, o quilo da picanha, carne nobre, em um dos maiores supermercados do País custava R$ 70 nesta segunda-feira, 15.

Contratos

Os contratos da bisteca seguem em vigor no governo Lula. Após as reportagens, a Funai informou que mandou averiguar as compras. O comando da Funai no governo Bolsonaro foi procurado,mas não se manifestou.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou nesta terça-feira, 16, que a Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar a compra de 19 toneladas de bistecas congeladas para indígenas no governo Jair Bolsonaro que nunca foram entregues. O caso foi relevado em série de reportagens do Estadão que mostram diversas compras sob suspeita na Funai durante a pandemia de covid-19.

Como mostrou o Estadão, o governo Bolsonaro comprou 19 toneladas de bisteca para compor cestas básicas que deveriam ser enviadas ao Vale do Javari, no Alto Solimões (AM), mas a carne congelada nunca foi de fato entregue às comunidades indígenas. Mesmo se o produto tivesse sido entregue, não haveria local de armazenamento e conservação para acomodar o alimento. Os contratos foram assinados no governo Bolsonaro entre 2020 e 2022 e seguem em vigor na atual gestão do petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Mesmo que tivesse chegado apenas para os 32 funcionários da Funai que se revezam na base do órgão no local, significaria que cada um teria um quilo de bisteca para comer todos os dias durante o ano inteiro.

O sumiço das bistecas foi confirmado ao Estadão pelos indígenas que deveriam receber o produto e por uma das empresas contratadas para entregar a carne. Mislene Metchacuna Martins Mendes, atual diretora de administração e gestão da Funai, que assinou o contrato de compra, admitiu desperdício de dinheiro público na aquisição. Ela afirmou ao jornal que a Funai ignorou alerta dos técnicos sobre os produtos, mas disse que “a ordem era entregar”.

A série de reportagens ainda mostra ainda que a gestão passada desrespeitou recomendações técnicas da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e pagou R$ 4,4 milhões para adquirir sardinha enlatada e linguiça calabresa para enviar ao Território Indigena Yanomami no meio de uma crise humanitária. Os alimentos, contudo, não são tradicionalmente consumidos pelos indígenas e a falta de hábito do consumo podem gerar doenças.

Nesta terça, o ‘Estadão’ mostrou ainda que o governo Bolsonaro pagou R$ 260 o quilo da carne de pescoço de frango também para enviar a indígenas. Da mesma forma, não há comprovação de que os alimentos foram entregues.

O valor é 24 vezes maior do que o preço médio de R$ 10,7 do mesmo item adquirido em outros contratos fechados no mesmo período pelo governo. Nas prateleiras de grandes redes de supermercados, a carne de pescoço pode ser encontrada por até R$ 5 o quilo.

O pescoço de frango foi comprado para indígenas da etnia Mura e funcionários da Funai numa missão em Manicoré, na floresta amazônica. O gasto total com as aquisições de carne chegou a R$ 927,5 mil, entre 2020 e 2022. Deste valor, R$ 5,2 mil foram para adquirir o lote de 20 quilos de carne de pescoço a R$ 260 o quilo.

Com R$ 5,2 mil seria possível comprar meia tonelada de pescoço de galinha se o governo tivesse seguido o mesmo preço do produto pago em outros contratos, de R$ 10. Para efeito de comparação, o quilo da picanha, carne nobre, em um dos maiores supermercados do País custava R$ 70 nesta segunda-feira, 15.

Contratos

Os contratos da bisteca seguem em vigor no governo Lula. Após as reportagens, a Funai informou que mandou averiguar as compras. O comando da Funai no governo Bolsonaro foi procurado,mas não se manifestou.

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