Os três presos neste domingo, 24, pelo assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018, deixaram a Superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro por volta das 14h. Eles serão transferidos para a penitenciária federal de Brasília. O deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil), o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Domingos Brazão e delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Estado, passaram por audiência de custódia no Rio e devem chegar à capital federal às 16h30.
Eles foram presos preventivamente nesta manhã na operação Murder Inc., deflagrada de forma conjunta por PF, Procuradoria-Geral da República (PGR) e Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A operação investiga os crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.
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A operação ocorre dias depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter homologado a delação do ex-policial militar Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos que mataram Marielle e o motorista dela, Anderson Gomes. Lessa afirmou aos policiais que Chiquinho Brazão estava ligado ao crime. A menção ao deputado federal, que tem foro privilegiado, levou o caso do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para o STF.
Após o anúncio da homologação da delação de Ronnie Lessa, no último dia 19, Chiquinho disse que foi “surpreendido por especulações” que o envolviam nos assassinatos. O deputado afirmou que “seu convívio com a vereadora sempre foi amistoso e cordial, sem espaço para desavenças, uma vez que ambos compartilhavam dos mesmos posicionamentos acerca da instalação de condomínios em comunidades carentes na zona oeste do Rio de Janeiro”.
Ronnie Lessa, condenado em fevereiro a seis anos de prisão por contrabando de peças de armas, também citou em sua delação o conselheiro do TCE, Domingos Brazão, irmão de Chiquinho, como o autor intelectual dos assassinatos, segundo o site The Intercept Brasil. A defesa informou, na sede da Polícia Federal do Rio, neste domingo, que Domingos não conhecia Marielle.