Suspense até o final marca voto de ministra


Fiel da balança no julgamento do HC de Lula, Rosa Weber fez balançar as duas torcidas

Por Luiz Maklouf Carvalho

Um inusitado sorriso aberto da ministra Carmem Lúcia, às 19h25, comemorou o voto intrincado da ministra Rosa Weber, que não concedeu o habeas corpus pedido pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A presidente do Supremo estava em estado de alerta desde o começo da sessão, na tarde de ontem, quando o voto fora da ordem do ministro Gilmar Mendes criticou-a por não colocar em votação duas ações declaratórias de constitucionalidade que discutiriam a questão de fundo - se a execução provisória da pena após a segunda instância atropela ou não o princípio constitucional de presunção da inocência - e sim o HC 152752, personalizado na figura do ex-presidente da República, condenado na primeira e na segunda instâncias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 

Fiel da balança no julgamento do HC de Lula, Rosa Weber fez balançar as duas torcidas Foto: ROBERTO JAYME/ASCOM/TSE–28/3/2017

+ Decisão de hoje do STF não deve impedir registro de candidatura de Lula+ Início da pena de Lula ainda depende de recursos, dizem juristas

continua após a publicidade

Pegando uma carona no voto fora da ordem de Mendes, o ministro Marcos Aurélio espicaçou a presidente da Corte: “Em termos de desgaste, a estratégia não poderia ser pior”, disse, ainda ressabiado por Carmem Lúcia ter dito, tempos atrás, que colocar as ADCs em julgamento seria “apequenar o tribunal”. A ministra disse que o contexto do comentário não era bem aquele - e também não deixou sem resposta comentários semelhantes do ministro Ricardo Lewandowski. + Entenda possíveis cenários com aprovação ou rejeição do habeas corpus de Lula

Algumas horas depois, já noite, Marco Aurélio modificou sua frase: “Venceu a sua estratégia, de não ter colocado as ADCs em votação”, disse à colega ministra em tom acusatório. Estava claramente contrariado, como o vizinho de poltrona, Lewandovski, com o voto da ministra Rosa Weber - só passível de adivinhação depois de pelo menos vinte minutos de peroração. Pareceu, esse tempo todo, que a ministra mais incógnita do tribunal queria realmente prolongar a dificuldade do entendimento. E os argumentos mais pareciam, no ir e vir, com a distribuição aleatória das bolonas e bolinhas brancas de sua elegante echarpe preta. Ao final do voto, enfrentando as farpas de Marco Aurélio e Lewandowski, parecia satisfeita em ter somado com a maioria apertada que não concederia o HC.+ Julgamento de HC de Lula sinalizará possível reorientação da Corte, entendem ministros

continua após a publicidade

Rosa Weber era toda a expectativa de quem torcia pelo ex-presidente Lula. Foi voto vencido, afinal, na decisão de 6 a 5 que possibilitou a prisão em segunda instância. Tudo bem que passou a votar com a maioria, na turma, em nome da colegialidade, mas no plenário podia ser o caso, como ela mesma admitiu, de votar com a sua posição pessoal. Não foi assim.+ Discreta, Rosa definirá destino de Lula

Pouco antes de votar, antecedendo Rosa Weber, o ministro Luis Roberto Barroso revelou que acabara de tirar da face uma marca de beijo. Dias Toffoli sugeriu que era de Rosa Weber, riram todos, e um radiante Barroso disse que se fosse assim não teria problema. Barroso votou por inacreditáveis 1 hora e 18 minutos. Como sua fala já vem com edição, e é de clareza cristalina, sabe se fazer entender e dar recados precisos a plateias diversas. Exerce a vaidade com desenvoltura, e não percebe, muitas vezes, que está ensinando padre nosso para vigários ou freiras experimentados. 

Um inusitado sorriso aberto da ministra Carmem Lúcia, às 19h25, comemorou o voto intrincado da ministra Rosa Weber, que não concedeu o habeas corpus pedido pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A presidente do Supremo estava em estado de alerta desde o começo da sessão, na tarde de ontem, quando o voto fora da ordem do ministro Gilmar Mendes criticou-a por não colocar em votação duas ações declaratórias de constitucionalidade que discutiriam a questão de fundo - se a execução provisória da pena após a segunda instância atropela ou não o princípio constitucional de presunção da inocência - e sim o HC 152752, personalizado na figura do ex-presidente da República, condenado na primeira e na segunda instâncias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 

Fiel da balança no julgamento do HC de Lula, Rosa Weber fez balançar as duas torcidas Foto: ROBERTO JAYME/ASCOM/TSE–28/3/2017

+ Decisão de hoje do STF não deve impedir registro de candidatura de Lula+ Início da pena de Lula ainda depende de recursos, dizem juristas

Pegando uma carona no voto fora da ordem de Mendes, o ministro Marcos Aurélio espicaçou a presidente da Corte: “Em termos de desgaste, a estratégia não poderia ser pior”, disse, ainda ressabiado por Carmem Lúcia ter dito, tempos atrás, que colocar as ADCs em julgamento seria “apequenar o tribunal”. A ministra disse que o contexto do comentário não era bem aquele - e também não deixou sem resposta comentários semelhantes do ministro Ricardo Lewandowski. + Entenda possíveis cenários com aprovação ou rejeição do habeas corpus de Lula

Algumas horas depois, já noite, Marco Aurélio modificou sua frase: “Venceu a sua estratégia, de não ter colocado as ADCs em votação”, disse à colega ministra em tom acusatório. Estava claramente contrariado, como o vizinho de poltrona, Lewandovski, com o voto da ministra Rosa Weber - só passível de adivinhação depois de pelo menos vinte minutos de peroração. Pareceu, esse tempo todo, que a ministra mais incógnita do tribunal queria realmente prolongar a dificuldade do entendimento. E os argumentos mais pareciam, no ir e vir, com a distribuição aleatória das bolonas e bolinhas brancas de sua elegante echarpe preta. Ao final do voto, enfrentando as farpas de Marco Aurélio e Lewandowski, parecia satisfeita em ter somado com a maioria apertada que não concederia o HC.+ Julgamento de HC de Lula sinalizará possível reorientação da Corte, entendem ministros

Rosa Weber era toda a expectativa de quem torcia pelo ex-presidente Lula. Foi voto vencido, afinal, na decisão de 6 a 5 que possibilitou a prisão em segunda instância. Tudo bem que passou a votar com a maioria, na turma, em nome da colegialidade, mas no plenário podia ser o caso, como ela mesma admitiu, de votar com a sua posição pessoal. Não foi assim.+ Discreta, Rosa definirá destino de Lula

Pouco antes de votar, antecedendo Rosa Weber, o ministro Luis Roberto Barroso revelou que acabara de tirar da face uma marca de beijo. Dias Toffoli sugeriu que era de Rosa Weber, riram todos, e um radiante Barroso disse que se fosse assim não teria problema. Barroso votou por inacreditáveis 1 hora e 18 minutos. Como sua fala já vem com edição, e é de clareza cristalina, sabe se fazer entender e dar recados precisos a plateias diversas. Exerce a vaidade com desenvoltura, e não percebe, muitas vezes, que está ensinando padre nosso para vigários ou freiras experimentados. 

Um inusitado sorriso aberto da ministra Carmem Lúcia, às 19h25, comemorou o voto intrincado da ministra Rosa Weber, que não concedeu o habeas corpus pedido pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A presidente do Supremo estava em estado de alerta desde o começo da sessão, na tarde de ontem, quando o voto fora da ordem do ministro Gilmar Mendes criticou-a por não colocar em votação duas ações declaratórias de constitucionalidade que discutiriam a questão de fundo - se a execução provisória da pena após a segunda instância atropela ou não o princípio constitucional de presunção da inocência - e sim o HC 152752, personalizado na figura do ex-presidente da República, condenado na primeira e na segunda instâncias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 

Fiel da balança no julgamento do HC de Lula, Rosa Weber fez balançar as duas torcidas Foto: ROBERTO JAYME/ASCOM/TSE–28/3/2017

+ Decisão de hoje do STF não deve impedir registro de candidatura de Lula+ Início da pena de Lula ainda depende de recursos, dizem juristas

Pegando uma carona no voto fora da ordem de Mendes, o ministro Marcos Aurélio espicaçou a presidente da Corte: “Em termos de desgaste, a estratégia não poderia ser pior”, disse, ainda ressabiado por Carmem Lúcia ter dito, tempos atrás, que colocar as ADCs em julgamento seria “apequenar o tribunal”. A ministra disse que o contexto do comentário não era bem aquele - e também não deixou sem resposta comentários semelhantes do ministro Ricardo Lewandowski. + Entenda possíveis cenários com aprovação ou rejeição do habeas corpus de Lula

Algumas horas depois, já noite, Marco Aurélio modificou sua frase: “Venceu a sua estratégia, de não ter colocado as ADCs em votação”, disse à colega ministra em tom acusatório. Estava claramente contrariado, como o vizinho de poltrona, Lewandovski, com o voto da ministra Rosa Weber - só passível de adivinhação depois de pelo menos vinte minutos de peroração. Pareceu, esse tempo todo, que a ministra mais incógnita do tribunal queria realmente prolongar a dificuldade do entendimento. E os argumentos mais pareciam, no ir e vir, com a distribuição aleatória das bolonas e bolinhas brancas de sua elegante echarpe preta. Ao final do voto, enfrentando as farpas de Marco Aurélio e Lewandowski, parecia satisfeita em ter somado com a maioria apertada que não concederia o HC.+ Julgamento de HC de Lula sinalizará possível reorientação da Corte, entendem ministros

Rosa Weber era toda a expectativa de quem torcia pelo ex-presidente Lula. Foi voto vencido, afinal, na decisão de 6 a 5 que possibilitou a prisão em segunda instância. Tudo bem que passou a votar com a maioria, na turma, em nome da colegialidade, mas no plenário podia ser o caso, como ela mesma admitiu, de votar com a sua posição pessoal. Não foi assim.+ Discreta, Rosa definirá destino de Lula

Pouco antes de votar, antecedendo Rosa Weber, o ministro Luis Roberto Barroso revelou que acabara de tirar da face uma marca de beijo. Dias Toffoli sugeriu que era de Rosa Weber, riram todos, e um radiante Barroso disse que se fosse assim não teria problema. Barroso votou por inacreditáveis 1 hora e 18 minutos. Como sua fala já vem com edição, e é de clareza cristalina, sabe se fazer entender e dar recados precisos a plateias diversas. Exerce a vaidade com desenvoltura, e não percebe, muitas vezes, que está ensinando padre nosso para vigários ou freiras experimentados. 

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.