O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desponta como melhor cabo eleitoral que Jair Bolsonaro (PL) na capital paulista, de acordo com a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira, 30. No entanto, levantamento da Paraná Pesquisas divulgado na sexta-feira, 26, mostra que o nome de Bolsonaro ainda tem mais força no cenário eleitoral nacional do que o nome do chefe do Executivo estadual para a corrida presidencial de 2026.
De acordo com o levantamento da Genial/Quaest, 25% dos eleitores paulistanos votariam em um candidato apoiado por Tarcísio, mesmo que não conhecessem a pessoa. Quando perguntados se apoiariam um nome desconhecido chancelado por Bolsonaro, o número cai para 20%. Os índices de rejeição também são maiores quando esse candidato é atrelado ao ex-mandatário: 75% não votaria em um candidato escolhido por ele, enquanto 68% rejeitaria alguém indicado pelo governador do Estado para o pleito de São Paulo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no entanto, ainda conseguiria atrair mais eleitores para um candidato apoiado por ele na cidade, em comparação com as outras duas lideranças políticas da direita. 29% dos paulistanos votariam em um candidato desconhecido, mas apoiado por Lula. Em relação à rejeição, 66% não escolheriam o postulante apenas por conta desse apoio político.
A Quaest fez entrevistas presenciais com 1.002 paulistanos entre os dias 25 e 28 de julho. O índice de confiabilidade é de 95% e o levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-06142/2024.
Quando é apresentado o apoio político dos candidatos, a intenção de voto dos eleitores também muda. O cenário apresentado não traz o candidato do PSDB, José Luiz Datena. Sem citar o padrinho político de Guilherme Boulos (PSOL), 23% declararam que votariam no psolista. Quando é dito ao entrevistado que Lula apoia o deputado federal, o porcentual de pessoas que votariam nele sobe 5 pontos, chegando a 28%.
O contrário acontece com Ricardo Nunes (MDB). Sem apoio, a intenção de voto no atual prefeito é de 26%, e oscila 1 p.p. quando é dito ao entrevistado que Bolsonaro o apoia, chegando a 25%.
Tarcísio, um dos cotados na disputa pelo espólio do ex-presidente para 2026, possui mais força que o nome de Bolsonaro no jogo político paulistano, mas a nível nacional o cenário ainda é um pouco mais favorável ao ex-presidente do que ao governador. Em uma eventual disputa com Jair Bolsonaro, Lula aparece com 38,3% das intenções de voto contra 36,9% do ex-presidente. Com Tarcísio, a oposição tem um desempenho pior: o governador de São Paulo aparece com 24,4% frente a 38,9% de Lula.
Pelos ataques ao sistema eleitoral em reunião com embaixadores e por uso eleitoral das comemorações do Sete de Setembro, o político do PL foi condenado e declarado inelegível - o que o impede de concorrer em eleições até 2030.
Para a próxima corrida ao Planalto, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que carrega o nome do ex-presidente, hoje, possui melhor desempenho como sucessora do bolsonarismo do que o governador de São Paulo, mostra o levantamento do Instituto Paraná Pesquisas. Em um dos cenários estimulados, em que os nomes dos possíveis concorrentes são listados aos entrevistados, Lula aparece com 38,7%, frente a 30,3% de Michelle, no melhor resultado da oposição.
Em todos os cinco cenários estimulados de possível segundo turno, quem teve o melhor desempenho também foi a ex-primeira-dama. Entre Lula e Michelle, a votação fica em 44,3% para o atual presidente e 39,1% para ela. Com o apoio de Bolsonaro, a intenção de votos sobe para 40,2% e a do petista fica em 43,8%.
Outro cenário de segundo turno apresentado pelo levantamento foi entre Lula e Tarcísio, em que o presidente fica com 44,4% dos votos, frente a 36,2% do governador. Quando Tarcísio é apoiado por Bolsonaro, a variação é de 2,3 pontos porcentuais para cima, enquanto Lula perde 0,2 pontos porcentuais.
Os planos de Bolsonaro para um possível sucessor para a faixa presidencial, porém, aparentam ser outros. Em março deste ano, o ex-presidente disse que a ex-primeira-dama deve disputar uma vaga no Senado nas próximas eleições gerais em 2026, pois “na política, tem que começar devagar”, disse.
O levantamento do instituto Paraná Pesquisas foi realizado com uma amostra de 2.026 eleitores em 26 Estados e Distrito Federal e em 164 municípios brasileiros, entre os dias 18 e 22 de julho. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
Candidatos apoiados por Lula e Bolsonaro aparecem com 40% e 36% de rejeição respectivamente, diz Quaest
Os candidatos à Prefeitura de São Paulo apoiados por Lula e Bolsonaro aparecem com o segundo e o terceiro índices mais altos de rejeição, ainda segundo a pesquisa Genial/Quaest. Atrás apenas de Datena, que lidera o ranking com 48% dos eleitores dizendo que conhecem e não votariam nele, o segundo com maior rejeição é Boulos, com 40% dos paulistanos afirmando que não o apoiariam. O deputado apoiado por Lula é desconhecido por 24% dos eleitores.
Já Nunes, nome chancelado por ex-presidente, é rejeitado por 36% dos eleitores e desconhecido por outros 23%. Além disso, mais da metade (51%) dos paulistanos desejam que o próximo comandante da Prefeitura tenha uma postura independente de Lula e Bolsonaro. Para 28%, o ideal é que o candidato seja aliado do petista e outros 16% preferem um prefeito alinhado com o ex-chefe do Executivo.