Bolsonarista ‘raiz’? Entenda a relação de Tarcísio, governador eleito de São Paulo, com Bolsonaro


Egresso dos governos de Dilma e Temer, ex-ministro da Infraestrutura só se tornou candidato por causa da pressão do atual presidente, mas manteve postura dúbia sobre a ‘ala ideológica’ do governo

Por Davi Medeiros
Atualização:

Escolhido candidato e eleito com o apoio crucial do presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta segunda-feira, 5, que nunca foi um “bolsonarista raiz”. O futuro gestor da máquina paulista foi nomeado ministro da Infraestrutura no primeiro ano de mandato do chefe do Executivo, mas buscou se manter distante da chamada “ala ideológica” do governo - ao menos antes de se projetar como potencial afilhado político do chefe do Executivo para disputar as eleições 2022.

Durante a campanha ao Palácio dos Bandeirantes, o ex-ministro se descrevia como alguém de perfil técnico. Contudo, levantou bandeiras ideológicas para atrair o eleitorado mais conservador, defensor de Bolsonaro. Em busca desse contingente, criticou a obrigatoriedade da vacinação contra covid, fez acenos à polícia militar, atacando o uso de câmeras nos uniformes, e se posicionou como uma figura conservadora, destacando seu perfil de católico praticante. Também acompanhou o presidente em motociatas e na Marcha para Jesus em São Paulo.

Ao mesmo tempo, embora tenha criticado a obrigatoriedade da vacinação, não deixou de se vacinar nem à própria família. Também evitou seguir o exemplo do “padrinho” no que diz respeito à contestação do processo eleitoral eletrônico e negou que tivesse a intenção, por exemplo, de fazer uma auditoria paralela das urnas em São Paulo, diferentemente do que fez o PL de Bolsonaro a nível nacional.

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Durante a campanha, em especial no segundo turno, as propagandas de Tarcísio e Bolsonaro andaram sempre “casadas”, reproduzindo temas com linguagem similar, como na área da segurança pública e combate à corrupção, na tentativa de vincular o PT aos escândalos da Lava Jato e do mensalão.

Tarcísio acompanha Jair Bolsonaro em motociata na zona norte de São Paulo - 1/10/2022. Foto: Felipe Rau/Estadão

Trajetória

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Após ser eleito, Tarcísio afirmou que deve sua vitória a Bolsonaro. De fato, ele não teria sido candidato sem o aval do presidente, além de ter projetado sua campanha no palanque bolsonarista de São Paulo, ao lado do senador eleito Astronauta Marcos Pontes (PL). O chefe do Executivo também usou entrevistas e aparições públicas para elogiá-lo, antes e durante a campanha. Citou o nome do ex-ministro em sua entrevista ao Jornal Nacional, em agosto, e em várias de suas lives semanais. Até o processo de filiação de Tarcísio ao Republicanos passou pela formação da coligação em torno de Bolsonaro, que tentou a reeleição filiado ao PL e com apoio do Republicanos e do PP.

Tarcísio de Freitas foi eleito para o governo de São Paulo com o apoio do presidente Jair Bolsonaro.  

Em entrevistas, Tarcísio costumava fazer ponderações sobre as posições adotadas pelo presidente. Não contestou Bolsonaro sobre ataques às urnas eletrônicas, mas disse confiar no sistema eleitoral; não tirou a razão de seu superior em criticar ministros do Judiciário, mas afirmou ser contra a tensão entre os Poderes; em sabatina do Estadão/FAAP, prometeu cumprir a legislação sobre aborto em São Paulo, um dos temas mais espinhosos para a gestão federal.

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Tarcísio é egresso dos governos de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). Foi nomeado para a cúpula do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) durante a gestão petista, após passar três anos como servidor concursado da Controladoria-Geral da União (CGU). Com Temer, chegou à Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), no anexo 2 do Palácio do Planalto.

Foi na gestão de Bolsonaro que ele alcançou o maior posto. Tarcísio foi muito elogiado pelo presidente durante sua passagem pela Infraestrutura, e retribuiu, por exemplo, chamando o chefe de “fenômeno” e dizendo que ele tem o “dom da liderança”. Ambos são formados pela Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro. O ex-ministro afirmou, em 2020, que o estilo de Bolsonaro era melhor do que os de Dilma e Temer, e elogiou sua gestão diante da pandemia.

Quando se refere a “bolsonarista raiz” como a ala mais ideológica de apoiadores de Bolsonaro e que se projetou na política “colada” ao atual presidente, Tarcísio busca se distinguir de figuras como as deputadas Carla Zambelli e Bia Kicis, que também usaram as redes sociais com destaque para se apresentar à sociedade, o que ele, de fato, nunca explorou com o mesmo empenho.

Escolhido candidato e eleito com o apoio crucial do presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta segunda-feira, 5, que nunca foi um “bolsonarista raiz”. O futuro gestor da máquina paulista foi nomeado ministro da Infraestrutura no primeiro ano de mandato do chefe do Executivo, mas buscou se manter distante da chamada “ala ideológica” do governo - ao menos antes de se projetar como potencial afilhado político do chefe do Executivo para disputar as eleições 2022.

Durante a campanha ao Palácio dos Bandeirantes, o ex-ministro se descrevia como alguém de perfil técnico. Contudo, levantou bandeiras ideológicas para atrair o eleitorado mais conservador, defensor de Bolsonaro. Em busca desse contingente, criticou a obrigatoriedade da vacinação contra covid, fez acenos à polícia militar, atacando o uso de câmeras nos uniformes, e se posicionou como uma figura conservadora, destacando seu perfil de católico praticante. Também acompanhou o presidente em motociatas e na Marcha para Jesus em São Paulo.

Ao mesmo tempo, embora tenha criticado a obrigatoriedade da vacinação, não deixou de se vacinar nem à própria família. Também evitou seguir o exemplo do “padrinho” no que diz respeito à contestação do processo eleitoral eletrônico e negou que tivesse a intenção, por exemplo, de fazer uma auditoria paralela das urnas em São Paulo, diferentemente do que fez o PL de Bolsonaro a nível nacional.

Durante a campanha, em especial no segundo turno, as propagandas de Tarcísio e Bolsonaro andaram sempre “casadas”, reproduzindo temas com linguagem similar, como na área da segurança pública e combate à corrupção, na tentativa de vincular o PT aos escândalos da Lava Jato e do mensalão.

Tarcísio acompanha Jair Bolsonaro em motociata na zona norte de São Paulo - 1/10/2022. Foto: Felipe Rau/Estadão

Trajetória

Após ser eleito, Tarcísio afirmou que deve sua vitória a Bolsonaro. De fato, ele não teria sido candidato sem o aval do presidente, além de ter projetado sua campanha no palanque bolsonarista de São Paulo, ao lado do senador eleito Astronauta Marcos Pontes (PL). O chefe do Executivo também usou entrevistas e aparições públicas para elogiá-lo, antes e durante a campanha. Citou o nome do ex-ministro em sua entrevista ao Jornal Nacional, em agosto, e em várias de suas lives semanais. Até o processo de filiação de Tarcísio ao Republicanos passou pela formação da coligação em torno de Bolsonaro, que tentou a reeleição filiado ao PL e com apoio do Republicanos e do PP.

Tarcísio de Freitas foi eleito para o governo de São Paulo com o apoio do presidente Jair Bolsonaro.  

Em entrevistas, Tarcísio costumava fazer ponderações sobre as posições adotadas pelo presidente. Não contestou Bolsonaro sobre ataques às urnas eletrônicas, mas disse confiar no sistema eleitoral; não tirou a razão de seu superior em criticar ministros do Judiciário, mas afirmou ser contra a tensão entre os Poderes; em sabatina do Estadão/FAAP, prometeu cumprir a legislação sobre aborto em São Paulo, um dos temas mais espinhosos para a gestão federal.

Tarcísio é egresso dos governos de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). Foi nomeado para a cúpula do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) durante a gestão petista, após passar três anos como servidor concursado da Controladoria-Geral da União (CGU). Com Temer, chegou à Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), no anexo 2 do Palácio do Planalto.

Foi na gestão de Bolsonaro que ele alcançou o maior posto. Tarcísio foi muito elogiado pelo presidente durante sua passagem pela Infraestrutura, e retribuiu, por exemplo, chamando o chefe de “fenômeno” e dizendo que ele tem o “dom da liderança”. Ambos são formados pela Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro. O ex-ministro afirmou, em 2020, que o estilo de Bolsonaro era melhor do que os de Dilma e Temer, e elogiou sua gestão diante da pandemia.

Quando se refere a “bolsonarista raiz” como a ala mais ideológica de apoiadores de Bolsonaro e que se projetou na política “colada” ao atual presidente, Tarcísio busca se distinguir de figuras como as deputadas Carla Zambelli e Bia Kicis, que também usaram as redes sociais com destaque para se apresentar à sociedade, o que ele, de fato, nunca explorou com o mesmo empenho.

Escolhido candidato e eleito com o apoio crucial do presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta segunda-feira, 5, que nunca foi um “bolsonarista raiz”. O futuro gestor da máquina paulista foi nomeado ministro da Infraestrutura no primeiro ano de mandato do chefe do Executivo, mas buscou se manter distante da chamada “ala ideológica” do governo - ao menos antes de se projetar como potencial afilhado político do chefe do Executivo para disputar as eleições 2022.

Durante a campanha ao Palácio dos Bandeirantes, o ex-ministro se descrevia como alguém de perfil técnico. Contudo, levantou bandeiras ideológicas para atrair o eleitorado mais conservador, defensor de Bolsonaro. Em busca desse contingente, criticou a obrigatoriedade da vacinação contra covid, fez acenos à polícia militar, atacando o uso de câmeras nos uniformes, e se posicionou como uma figura conservadora, destacando seu perfil de católico praticante. Também acompanhou o presidente em motociatas e na Marcha para Jesus em São Paulo.

Ao mesmo tempo, embora tenha criticado a obrigatoriedade da vacinação, não deixou de se vacinar nem à própria família. Também evitou seguir o exemplo do “padrinho” no que diz respeito à contestação do processo eleitoral eletrônico e negou que tivesse a intenção, por exemplo, de fazer uma auditoria paralela das urnas em São Paulo, diferentemente do que fez o PL de Bolsonaro a nível nacional.

Durante a campanha, em especial no segundo turno, as propagandas de Tarcísio e Bolsonaro andaram sempre “casadas”, reproduzindo temas com linguagem similar, como na área da segurança pública e combate à corrupção, na tentativa de vincular o PT aos escândalos da Lava Jato e do mensalão.

Tarcísio acompanha Jair Bolsonaro em motociata na zona norte de São Paulo - 1/10/2022. Foto: Felipe Rau/Estadão

Trajetória

Após ser eleito, Tarcísio afirmou que deve sua vitória a Bolsonaro. De fato, ele não teria sido candidato sem o aval do presidente, além de ter projetado sua campanha no palanque bolsonarista de São Paulo, ao lado do senador eleito Astronauta Marcos Pontes (PL). O chefe do Executivo também usou entrevistas e aparições públicas para elogiá-lo, antes e durante a campanha. Citou o nome do ex-ministro em sua entrevista ao Jornal Nacional, em agosto, e em várias de suas lives semanais. Até o processo de filiação de Tarcísio ao Republicanos passou pela formação da coligação em torno de Bolsonaro, que tentou a reeleição filiado ao PL e com apoio do Republicanos e do PP.

Tarcísio de Freitas foi eleito para o governo de São Paulo com o apoio do presidente Jair Bolsonaro.  

Em entrevistas, Tarcísio costumava fazer ponderações sobre as posições adotadas pelo presidente. Não contestou Bolsonaro sobre ataques às urnas eletrônicas, mas disse confiar no sistema eleitoral; não tirou a razão de seu superior em criticar ministros do Judiciário, mas afirmou ser contra a tensão entre os Poderes; em sabatina do Estadão/FAAP, prometeu cumprir a legislação sobre aborto em São Paulo, um dos temas mais espinhosos para a gestão federal.

Tarcísio é egresso dos governos de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). Foi nomeado para a cúpula do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) durante a gestão petista, após passar três anos como servidor concursado da Controladoria-Geral da União (CGU). Com Temer, chegou à Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), no anexo 2 do Palácio do Planalto.

Foi na gestão de Bolsonaro que ele alcançou o maior posto. Tarcísio foi muito elogiado pelo presidente durante sua passagem pela Infraestrutura, e retribuiu, por exemplo, chamando o chefe de “fenômeno” e dizendo que ele tem o “dom da liderança”. Ambos são formados pela Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro. O ex-ministro afirmou, em 2020, que o estilo de Bolsonaro era melhor do que os de Dilma e Temer, e elogiou sua gestão diante da pandemia.

Quando se refere a “bolsonarista raiz” como a ala mais ideológica de apoiadores de Bolsonaro e que se projetou na política “colada” ao atual presidente, Tarcísio busca se distinguir de figuras como as deputadas Carla Zambelli e Bia Kicis, que também usaram as redes sociais com destaque para se apresentar à sociedade, o que ele, de fato, nunca explorou com o mesmo empenho.

Escolhido candidato e eleito com o apoio crucial do presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta segunda-feira, 5, que nunca foi um “bolsonarista raiz”. O futuro gestor da máquina paulista foi nomeado ministro da Infraestrutura no primeiro ano de mandato do chefe do Executivo, mas buscou se manter distante da chamada “ala ideológica” do governo - ao menos antes de se projetar como potencial afilhado político do chefe do Executivo para disputar as eleições 2022.

Durante a campanha ao Palácio dos Bandeirantes, o ex-ministro se descrevia como alguém de perfil técnico. Contudo, levantou bandeiras ideológicas para atrair o eleitorado mais conservador, defensor de Bolsonaro. Em busca desse contingente, criticou a obrigatoriedade da vacinação contra covid, fez acenos à polícia militar, atacando o uso de câmeras nos uniformes, e se posicionou como uma figura conservadora, destacando seu perfil de católico praticante. Também acompanhou o presidente em motociatas e na Marcha para Jesus em São Paulo.

Ao mesmo tempo, embora tenha criticado a obrigatoriedade da vacinação, não deixou de se vacinar nem à própria família. Também evitou seguir o exemplo do “padrinho” no que diz respeito à contestação do processo eleitoral eletrônico e negou que tivesse a intenção, por exemplo, de fazer uma auditoria paralela das urnas em São Paulo, diferentemente do que fez o PL de Bolsonaro a nível nacional.

Durante a campanha, em especial no segundo turno, as propagandas de Tarcísio e Bolsonaro andaram sempre “casadas”, reproduzindo temas com linguagem similar, como na área da segurança pública e combate à corrupção, na tentativa de vincular o PT aos escândalos da Lava Jato e do mensalão.

Tarcísio acompanha Jair Bolsonaro em motociata na zona norte de São Paulo - 1/10/2022. Foto: Felipe Rau/Estadão

Trajetória

Após ser eleito, Tarcísio afirmou que deve sua vitória a Bolsonaro. De fato, ele não teria sido candidato sem o aval do presidente, além de ter projetado sua campanha no palanque bolsonarista de São Paulo, ao lado do senador eleito Astronauta Marcos Pontes (PL). O chefe do Executivo também usou entrevistas e aparições públicas para elogiá-lo, antes e durante a campanha. Citou o nome do ex-ministro em sua entrevista ao Jornal Nacional, em agosto, e em várias de suas lives semanais. Até o processo de filiação de Tarcísio ao Republicanos passou pela formação da coligação em torno de Bolsonaro, que tentou a reeleição filiado ao PL e com apoio do Republicanos e do PP.

Tarcísio de Freitas foi eleito para o governo de São Paulo com o apoio do presidente Jair Bolsonaro.  

Em entrevistas, Tarcísio costumava fazer ponderações sobre as posições adotadas pelo presidente. Não contestou Bolsonaro sobre ataques às urnas eletrônicas, mas disse confiar no sistema eleitoral; não tirou a razão de seu superior em criticar ministros do Judiciário, mas afirmou ser contra a tensão entre os Poderes; em sabatina do Estadão/FAAP, prometeu cumprir a legislação sobre aborto em São Paulo, um dos temas mais espinhosos para a gestão federal.

Tarcísio é egresso dos governos de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). Foi nomeado para a cúpula do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) durante a gestão petista, após passar três anos como servidor concursado da Controladoria-Geral da União (CGU). Com Temer, chegou à Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), no anexo 2 do Palácio do Planalto.

Foi na gestão de Bolsonaro que ele alcançou o maior posto. Tarcísio foi muito elogiado pelo presidente durante sua passagem pela Infraestrutura, e retribuiu, por exemplo, chamando o chefe de “fenômeno” e dizendo que ele tem o “dom da liderança”. Ambos são formados pela Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro. O ex-ministro afirmou, em 2020, que o estilo de Bolsonaro era melhor do que os de Dilma e Temer, e elogiou sua gestão diante da pandemia.

Quando se refere a “bolsonarista raiz” como a ala mais ideológica de apoiadores de Bolsonaro e que se projetou na política “colada” ao atual presidente, Tarcísio busca se distinguir de figuras como as deputadas Carla Zambelli e Bia Kicis, que também usaram as redes sociais com destaque para se apresentar à sociedade, o que ele, de fato, nunca explorou com o mesmo empenho.

Escolhido candidato e eleito com o apoio crucial do presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta segunda-feira, 5, que nunca foi um “bolsonarista raiz”. O futuro gestor da máquina paulista foi nomeado ministro da Infraestrutura no primeiro ano de mandato do chefe do Executivo, mas buscou se manter distante da chamada “ala ideológica” do governo - ao menos antes de se projetar como potencial afilhado político do chefe do Executivo para disputar as eleições 2022.

Durante a campanha ao Palácio dos Bandeirantes, o ex-ministro se descrevia como alguém de perfil técnico. Contudo, levantou bandeiras ideológicas para atrair o eleitorado mais conservador, defensor de Bolsonaro. Em busca desse contingente, criticou a obrigatoriedade da vacinação contra covid, fez acenos à polícia militar, atacando o uso de câmeras nos uniformes, e se posicionou como uma figura conservadora, destacando seu perfil de católico praticante. Também acompanhou o presidente em motociatas e na Marcha para Jesus em São Paulo.

Ao mesmo tempo, embora tenha criticado a obrigatoriedade da vacinação, não deixou de se vacinar nem à própria família. Também evitou seguir o exemplo do “padrinho” no que diz respeito à contestação do processo eleitoral eletrônico e negou que tivesse a intenção, por exemplo, de fazer uma auditoria paralela das urnas em São Paulo, diferentemente do que fez o PL de Bolsonaro a nível nacional.

Durante a campanha, em especial no segundo turno, as propagandas de Tarcísio e Bolsonaro andaram sempre “casadas”, reproduzindo temas com linguagem similar, como na área da segurança pública e combate à corrupção, na tentativa de vincular o PT aos escândalos da Lava Jato e do mensalão.

Tarcísio acompanha Jair Bolsonaro em motociata na zona norte de São Paulo - 1/10/2022. Foto: Felipe Rau/Estadão

Trajetória

Após ser eleito, Tarcísio afirmou que deve sua vitória a Bolsonaro. De fato, ele não teria sido candidato sem o aval do presidente, além de ter projetado sua campanha no palanque bolsonarista de São Paulo, ao lado do senador eleito Astronauta Marcos Pontes (PL). O chefe do Executivo também usou entrevistas e aparições públicas para elogiá-lo, antes e durante a campanha. Citou o nome do ex-ministro em sua entrevista ao Jornal Nacional, em agosto, e em várias de suas lives semanais. Até o processo de filiação de Tarcísio ao Republicanos passou pela formação da coligação em torno de Bolsonaro, que tentou a reeleição filiado ao PL e com apoio do Republicanos e do PP.

Tarcísio de Freitas foi eleito para o governo de São Paulo com o apoio do presidente Jair Bolsonaro.  

Em entrevistas, Tarcísio costumava fazer ponderações sobre as posições adotadas pelo presidente. Não contestou Bolsonaro sobre ataques às urnas eletrônicas, mas disse confiar no sistema eleitoral; não tirou a razão de seu superior em criticar ministros do Judiciário, mas afirmou ser contra a tensão entre os Poderes; em sabatina do Estadão/FAAP, prometeu cumprir a legislação sobre aborto em São Paulo, um dos temas mais espinhosos para a gestão federal.

Tarcísio é egresso dos governos de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). Foi nomeado para a cúpula do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) durante a gestão petista, após passar três anos como servidor concursado da Controladoria-Geral da União (CGU). Com Temer, chegou à Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), no anexo 2 do Palácio do Planalto.

Foi na gestão de Bolsonaro que ele alcançou o maior posto. Tarcísio foi muito elogiado pelo presidente durante sua passagem pela Infraestrutura, e retribuiu, por exemplo, chamando o chefe de “fenômeno” e dizendo que ele tem o “dom da liderança”. Ambos são formados pela Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro. O ex-ministro afirmou, em 2020, que o estilo de Bolsonaro era melhor do que os de Dilma e Temer, e elogiou sua gestão diante da pandemia.

Quando se refere a “bolsonarista raiz” como a ala mais ideológica de apoiadores de Bolsonaro e que se projetou na política “colada” ao atual presidente, Tarcísio busca se distinguir de figuras como as deputadas Carla Zambelli e Bia Kicis, que também usaram as redes sociais com destaque para se apresentar à sociedade, o que ele, de fato, nunca explorou com o mesmo empenho.

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