Pré-candidato ao governo do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou nesta quarta-feira, 1º, que, se eleito, vê uma “possibilidade” de transferir a sede do Executivo, o Palácio do Bandeirantes, no Morumbi, para o centro da cidade. A proposta, segundo ele, teria efeito direto na recuperação da região e poderia diminuir os índices de violência. O bairro na região da cracolândia já foi sede do governo paulista.
“Se o centro de poder estiver no centro de São Paulo, é uma coisa muito boa”, disse, em referência à possível transferência do Palácio dos Bandeirantes ao bairro do Campos Elísios. “Imagina se isso fosse feito onde hoje é a cracolândia”, ponderou.
Ele foi o último participante de um ciclo de entrevistas com pré-candidatos ao governo de São Paulo promovido pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de São Paulo (Sindhosp).
Para o pré-candidato, a sugestão é transversal às mudanças que propõe para a saúde estadual. Freitas defendeu que o possível uso do espaço urbano impulsionado pela presença da sede do governo poderia aumentar a sensação de segurança na região.
O Palácio dos Bandeirantes se tornou sede do governo em 1964, quando o Estado alocou sua estrutura administrativa ao bairro do Morumbi. Antes, a sede se localizava no Palácio dos Campos Elísios, na Avenida Rio Branco, próximo de onde hoje se concentra a chamada cracolândia, que passou por uma dispersão dos usuários nas últimas semanas.
Segundo o governo de São Paulo, o Palácio dos Bandeirantes possui acervo de artistas como Portinari, Antonio Henrique, Djanira Motta e Silva. A mudança impactaria em trazer toda administração estadual para o centro da Capital.
Chapa
O ex-ministro também disse que o ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) Paulo Skaf é “sempre uma possibilidade” considerada para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes como vice em sua chapa. Skaf também é filiado ao Republicanos.
O ex-ministro da Infraestrutura disse, porém, que uma mulher para o cargo seria “uma ótima pedida” e que só vai definir o nome perto das convenções partidárias, entre julho e agosto. “Alguns fatores ainda podem atuar no sistema, não sabemos que forças políticas podem vir perto de nós”, defendeu.
No mais recente levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado na segunda-feira, 30, Tarcísio aparece empato em segundo lugar nas intenções de voto, com 17,9%, ante 17,7% de Márcio França (PSB). O petista Fernando Haddad lidera com 28,9%.
Na área da Saúde, Tarcísio sustentou que um eventual governo seu focaria em redução de filas, nas áreas de urgência e emergência e na promoção da saúde digital, de modo a reduzir a carga de atendimentos de alta complexidade nas mãos da filantropia. “O SUS é um patrimônio que o Brasil tem, a gente precisa trabalhar mesmo para a universalização e suprir questões financeiras”, disse.
Questionado sobre o novo avanço da pandemia da covid-19 em São Paulo, Freitas argumentou que a vacinação deve ser uma cultura a partir de agora, mas criticou políticas de isolamento social tomadas no início da pandemia. “Temos que ver qual será situação epidemiológica lá na frente”, disse. “(Mas fechar o) comércio não. Já vimos que isso não deu certo, subtraiu emprego, trouxe pobreza”.
Citando outras ações transversais para a saúde, Freitas disse ainda que vê a possibilidade do centro administrativo do Estado ser transferido ao centro de São Paulo como forma de recuperar a região e diminuir os índices de violência. “Se o centro de poder estiver no centro de São Paulo, é uma coisa muito boa”, disse. “Imagina se isso fosse feito onde hoje é a cracolândia.”
Segundo o ex-ministro, o deputado federal Eleuses Paiva (PSD-SP), que é médico, vai sustentar suas propostas de governo na área da saúde.
Sabesp
Na entrevista, o ex-ministro também defendeu a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), mas, diferente de sua posição em fevereiro deste ano, foi menos taxativo e defendeu que a capitalização da empresa “só vale a pena” se houver investimento paralelo em saneamento básico, reuso de água e combater a perda. Antes, o pré-candidato era mais incisivo ao afirmar que privatizaria a estatal, se eleito.
“Quando você pensa na questão financeira, você tem um custo operacional de Sabesp que é sempre maior que o custo regulatório. O acionista está perdendo dinheiro e se o acionista está perdendo dinheiro, você tem dificuldade de financiamento”, afirmou.