Tarcísio no PL anima partido, mas não é bem visto por presidente da Alesp, que almeja vice em 2026


André do Prado nega intenção eleitoral e diz que ter governador de São Paulo no partido é ‘grande honra’; ‘Estadão’ apurou que eventual troca não acontecerá no curto prazo

Por Pedro Augusto Figueiredo
Atualização:

A ida do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para o PL empolga a cúpula do partido, mas uma liderança tem dito nos bastidores que não vê sentido na movimentação do governador. André do Prado (PL), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), considera que o chefe do Executivo deveria permanecer no Republicanos.

Segundo duas fontes ouvidas pelo Estadão, Prado não costuma explicitar os motivos pelos quais é contrário à troca, mas a avaliação é que ele almeja ser o candidato a vice de Tarcísio ao governo de São Paulo em 2026. Com o governador no PL, as chances do presidente do Legislativo paulista seriam praticamente nulas por significar uma chapa pura.

Oficialmente, André do Prado diz que as informações não procedem. “A vinda do governador Tarcísio de Freitas para o nosso Partido Liberal seria uma grande honra e jamais houve comentário contrário a esse respeito”, disse o presidente da Alesp por meio de sua assessoria de imprensa. “Nunca houve qualquer pretensão a esse cargo”, continuou sobre a possibilidade de ser candidato a vice-governador.

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André do Prado e Tarcísio de Freitas durante visita do governador à Alesp no ano passado Foto: Bruna Sampaio/Alesp

Embora 2026 ainda esteja distante, aliados de Tarcísio no PL já projetam uma disputa entre o bolsonarismo e o atual secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), desafeto de Jair Bolsonaro (PL), pela posição de vice. Atualmente, o posto é ocupado pelo ex-prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth (PSD), correligionário do secretário.

O cargo ganhará importância na próxima eleição porque seu ocupante é visto como forte candidato a suceder o governador, que não poderia disputar um novo mandato em 2030. Tarcísio costuma dizer nos bastidores que é o candidato que escolhe sua chapa e que assim fez há dois anos.

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A despeito disso, o governador foi o principal articulador para convencer o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), a aceitar o coronel da reserva Ricardo Mello Araújo (PL) como vice, uma indicação de Bolsonaro.

André do Prado está no seu quarto mandato como deputado estadual e foi prefeito e vereador em Guararema, na Grande São Paulo. Aliado de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, está no partido há mais de 30 anos. Ele é visto pelos pares na Alesp como alguém pragmático, que chegou à sigla muito antes de Bolsonaro e não adere totalmente à ala ideológica que acompanha o ex-presidente.

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Na eleição de 2022, por exemplo, Prado apoiou o ex-governador Rodrigo Garcia, então no PSDB, em vez de Tarcísio. De acordo com deputados, o presidente da Alesp e o governador têm se aproximado, mas a relação é predominantemente política. “O André segura as pontas, pauta o que o governador precisa e faz bem o trabalho de base”, disse um parlamentar ao Estadão sob condição de anonimato. Uma das missões do presidente da Alesp é levar ao governador insatisfações demandas dos deputados, para que o governador não seja surpreendido, o que o faz ter a confiança de Tarcísio

Este mesmo deputado pondera que a ida de Tarcísio para o PL tem potencial para desequilibrar a divisão do poder no Estado. Atualmente, o Republicanos comanda o Executivo, o PSD tem parte das secretarias e o PL a maior bancada e a presidência do Legislativo estadual. “Nenhum partido domina o Estado hoje. Está equilibrado”, afirmou.

O Estadão apurou que o governador não tem intenção de deixar o Republicanos no curto prazo. Mesmo a pressão de Jair Bolsonaro em torno de uma mudança, feita em fevereiro quando havia um temor real de prisão do ex-presidente em seu entorno, arrefeceu, e as insatisfações de Tarcísio com sua legenda atual foram superadas. Assim, qualquer debate sobre uma eventual saída não deve se dar no curto prazo.

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Felício Ramuth (PSD) é o atual vice-governador de São Paulo - FOTO DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO Foto: DANIEL TEIXEIRA

Atualmente, a Constituição Paulista estipula mandato de dois anos para a Mesa Diretora da Alesp e proíbe reeleição na eleição seguinte. O jornal Folha de S. Paulo publicou em abril que aliados de Prado articulam a apresentação de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para liberar uma reeleição.

À época, o deputado não se manifestou, mas agora confirmou ao Estadão os planos sobre a PEC. “A medida visa apenas adequar a legislação estadual às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite apenas uma reeleição na atual legislatura ou na legislatura subsequente”, declarou André do Prado.

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A decisão do STF foi tomada em ações que questionavam a permissão para integrantes das Mesas Diretoras dos Legislativos estaduais se reelegerem sucessivamente para os mesmos cargos.

Mesmo aqueles que reconhecem que André do Prado está “na fila” para ser vice de Tarcíiso em 2026, citam o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), e o deputado federal Ricardo Salles (PL) como possíveis vices mais alinhados ao bolsonarismo em contraponto a Valdemar.

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O chefe do Legislativo paulista empregou um irmão do ex-presidente, Renato Bolsonaro, em seu gabinete por três anos e o exonerou após uma reportagem do SBT em 2016 apontar que Renato era funcionário fantasma. À época, André do Prado negou a acusação e disse que o irmão de Bolsonaro atuava como coordenador político em municípios do Vale do Ribeira. O Ministério Público estadual arquivou o inquérito em 2017 após concluir que não havia provas suficientes para considerar que Renato Bolsonaro era funcionário fantasma.

Nota na íntegra de André do Prado

“As informações passadas não procedem. Pelo contrário. A vinda do governador Tarcísio de Freitas para o nosso Partido Liberal seria uma grande honra e jamais houve comentário contrário a esse respeito.

Sobre a questão de uma candidatura como vice-governador, nunca houve qualquer conversa a esse respeito, até porque o foco atual é o trabalho na presidência da Assembleia Legislativa. Nunca houve qualquer pretensão a esse cargo.

A respeito da Proposta de Emenda à Constituição, a medida visa apenas adequar a legislação estadual às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite apenas uma reeleição na atual legislatura ou na legislatura subsequente.

Atenciosamente

Deputado André do Prado

Presidente da Assembleia Legislativa de SP”

A ida do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para o PL empolga a cúpula do partido, mas uma liderança tem dito nos bastidores que não vê sentido na movimentação do governador. André do Prado (PL), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), considera que o chefe do Executivo deveria permanecer no Republicanos.

Segundo duas fontes ouvidas pelo Estadão, Prado não costuma explicitar os motivos pelos quais é contrário à troca, mas a avaliação é que ele almeja ser o candidato a vice de Tarcísio ao governo de São Paulo em 2026. Com o governador no PL, as chances do presidente do Legislativo paulista seriam praticamente nulas por significar uma chapa pura.

Oficialmente, André do Prado diz que as informações não procedem. “A vinda do governador Tarcísio de Freitas para o nosso Partido Liberal seria uma grande honra e jamais houve comentário contrário a esse respeito”, disse o presidente da Alesp por meio de sua assessoria de imprensa. “Nunca houve qualquer pretensão a esse cargo”, continuou sobre a possibilidade de ser candidato a vice-governador.

André do Prado e Tarcísio de Freitas durante visita do governador à Alesp no ano passado Foto: Bruna Sampaio/Alesp

Embora 2026 ainda esteja distante, aliados de Tarcísio no PL já projetam uma disputa entre o bolsonarismo e o atual secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), desafeto de Jair Bolsonaro (PL), pela posição de vice. Atualmente, o posto é ocupado pelo ex-prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth (PSD), correligionário do secretário.

O cargo ganhará importância na próxima eleição porque seu ocupante é visto como forte candidato a suceder o governador, que não poderia disputar um novo mandato em 2030. Tarcísio costuma dizer nos bastidores que é o candidato que escolhe sua chapa e que assim fez há dois anos.

A despeito disso, o governador foi o principal articulador para convencer o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), a aceitar o coronel da reserva Ricardo Mello Araújo (PL) como vice, uma indicação de Bolsonaro.

André do Prado está no seu quarto mandato como deputado estadual e foi prefeito e vereador em Guararema, na Grande São Paulo. Aliado de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, está no partido há mais de 30 anos. Ele é visto pelos pares na Alesp como alguém pragmático, que chegou à sigla muito antes de Bolsonaro e não adere totalmente à ala ideológica que acompanha o ex-presidente.

Na eleição de 2022, por exemplo, Prado apoiou o ex-governador Rodrigo Garcia, então no PSDB, em vez de Tarcísio. De acordo com deputados, o presidente da Alesp e o governador têm se aproximado, mas a relação é predominantemente política. “O André segura as pontas, pauta o que o governador precisa e faz bem o trabalho de base”, disse um parlamentar ao Estadão sob condição de anonimato. Uma das missões do presidente da Alesp é levar ao governador insatisfações demandas dos deputados, para que o governador não seja surpreendido, o que o faz ter a confiança de Tarcísio

Este mesmo deputado pondera que a ida de Tarcísio para o PL tem potencial para desequilibrar a divisão do poder no Estado. Atualmente, o Republicanos comanda o Executivo, o PSD tem parte das secretarias e o PL a maior bancada e a presidência do Legislativo estadual. “Nenhum partido domina o Estado hoje. Está equilibrado”, afirmou.

O Estadão apurou que o governador não tem intenção de deixar o Republicanos no curto prazo. Mesmo a pressão de Jair Bolsonaro em torno de uma mudança, feita em fevereiro quando havia um temor real de prisão do ex-presidente em seu entorno, arrefeceu, e as insatisfações de Tarcísio com sua legenda atual foram superadas. Assim, qualquer debate sobre uma eventual saída não deve se dar no curto prazo.

Felício Ramuth (PSD) é o atual vice-governador de São Paulo - FOTO DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO Foto: DANIEL TEIXEIRA

Atualmente, a Constituição Paulista estipula mandato de dois anos para a Mesa Diretora da Alesp e proíbe reeleição na eleição seguinte. O jornal Folha de S. Paulo publicou em abril que aliados de Prado articulam a apresentação de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para liberar uma reeleição.

À época, o deputado não se manifestou, mas agora confirmou ao Estadão os planos sobre a PEC. “A medida visa apenas adequar a legislação estadual às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite apenas uma reeleição na atual legislatura ou na legislatura subsequente”, declarou André do Prado.

A decisão do STF foi tomada em ações que questionavam a permissão para integrantes das Mesas Diretoras dos Legislativos estaduais se reelegerem sucessivamente para os mesmos cargos.

Mesmo aqueles que reconhecem que André do Prado está “na fila” para ser vice de Tarcíiso em 2026, citam o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), e o deputado federal Ricardo Salles (PL) como possíveis vices mais alinhados ao bolsonarismo em contraponto a Valdemar.

O chefe do Legislativo paulista empregou um irmão do ex-presidente, Renato Bolsonaro, em seu gabinete por três anos e o exonerou após uma reportagem do SBT em 2016 apontar que Renato era funcionário fantasma. À época, André do Prado negou a acusação e disse que o irmão de Bolsonaro atuava como coordenador político em municípios do Vale do Ribeira. O Ministério Público estadual arquivou o inquérito em 2017 após concluir que não havia provas suficientes para considerar que Renato Bolsonaro era funcionário fantasma.

Nota na íntegra de André do Prado

“As informações passadas não procedem. Pelo contrário. A vinda do governador Tarcísio de Freitas para o nosso Partido Liberal seria uma grande honra e jamais houve comentário contrário a esse respeito.

Sobre a questão de uma candidatura como vice-governador, nunca houve qualquer conversa a esse respeito, até porque o foco atual é o trabalho na presidência da Assembleia Legislativa. Nunca houve qualquer pretensão a esse cargo.

A respeito da Proposta de Emenda à Constituição, a medida visa apenas adequar a legislação estadual às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite apenas uma reeleição na atual legislatura ou na legislatura subsequente.

Atenciosamente

Deputado André do Prado

Presidente da Assembleia Legislativa de SP”

A ida do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para o PL empolga a cúpula do partido, mas uma liderança tem dito nos bastidores que não vê sentido na movimentação do governador. André do Prado (PL), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), considera que o chefe do Executivo deveria permanecer no Republicanos.

Segundo duas fontes ouvidas pelo Estadão, Prado não costuma explicitar os motivos pelos quais é contrário à troca, mas a avaliação é que ele almeja ser o candidato a vice de Tarcísio ao governo de São Paulo em 2026. Com o governador no PL, as chances do presidente do Legislativo paulista seriam praticamente nulas por significar uma chapa pura.

Oficialmente, André do Prado diz que as informações não procedem. “A vinda do governador Tarcísio de Freitas para o nosso Partido Liberal seria uma grande honra e jamais houve comentário contrário a esse respeito”, disse o presidente da Alesp por meio de sua assessoria de imprensa. “Nunca houve qualquer pretensão a esse cargo”, continuou sobre a possibilidade de ser candidato a vice-governador.

André do Prado e Tarcísio de Freitas durante visita do governador à Alesp no ano passado Foto: Bruna Sampaio/Alesp

Embora 2026 ainda esteja distante, aliados de Tarcísio no PL já projetam uma disputa entre o bolsonarismo e o atual secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), desafeto de Jair Bolsonaro (PL), pela posição de vice. Atualmente, o posto é ocupado pelo ex-prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth (PSD), correligionário do secretário.

O cargo ganhará importância na próxima eleição porque seu ocupante é visto como forte candidato a suceder o governador, que não poderia disputar um novo mandato em 2030. Tarcísio costuma dizer nos bastidores que é o candidato que escolhe sua chapa e que assim fez há dois anos.

A despeito disso, o governador foi o principal articulador para convencer o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), a aceitar o coronel da reserva Ricardo Mello Araújo (PL) como vice, uma indicação de Bolsonaro.

André do Prado está no seu quarto mandato como deputado estadual e foi prefeito e vereador em Guararema, na Grande São Paulo. Aliado de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, está no partido há mais de 30 anos. Ele é visto pelos pares na Alesp como alguém pragmático, que chegou à sigla muito antes de Bolsonaro e não adere totalmente à ala ideológica que acompanha o ex-presidente.

Na eleição de 2022, por exemplo, Prado apoiou o ex-governador Rodrigo Garcia, então no PSDB, em vez de Tarcísio. De acordo com deputados, o presidente da Alesp e o governador têm se aproximado, mas a relação é predominantemente política. “O André segura as pontas, pauta o que o governador precisa e faz bem o trabalho de base”, disse um parlamentar ao Estadão sob condição de anonimato. Uma das missões do presidente da Alesp é levar ao governador insatisfações demandas dos deputados, para que o governador não seja surpreendido, o que o faz ter a confiança de Tarcísio

Este mesmo deputado pondera que a ida de Tarcísio para o PL tem potencial para desequilibrar a divisão do poder no Estado. Atualmente, o Republicanos comanda o Executivo, o PSD tem parte das secretarias e o PL a maior bancada e a presidência do Legislativo estadual. “Nenhum partido domina o Estado hoje. Está equilibrado”, afirmou.

O Estadão apurou que o governador não tem intenção de deixar o Republicanos no curto prazo. Mesmo a pressão de Jair Bolsonaro em torno de uma mudança, feita em fevereiro quando havia um temor real de prisão do ex-presidente em seu entorno, arrefeceu, e as insatisfações de Tarcísio com sua legenda atual foram superadas. Assim, qualquer debate sobre uma eventual saída não deve se dar no curto prazo.

Felício Ramuth (PSD) é o atual vice-governador de São Paulo - FOTO DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO Foto: DANIEL TEIXEIRA

Atualmente, a Constituição Paulista estipula mandato de dois anos para a Mesa Diretora da Alesp e proíbe reeleição na eleição seguinte. O jornal Folha de S. Paulo publicou em abril que aliados de Prado articulam a apresentação de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para liberar uma reeleição.

À época, o deputado não se manifestou, mas agora confirmou ao Estadão os planos sobre a PEC. “A medida visa apenas adequar a legislação estadual às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite apenas uma reeleição na atual legislatura ou na legislatura subsequente”, declarou André do Prado.

A decisão do STF foi tomada em ações que questionavam a permissão para integrantes das Mesas Diretoras dos Legislativos estaduais se reelegerem sucessivamente para os mesmos cargos.

Mesmo aqueles que reconhecem que André do Prado está “na fila” para ser vice de Tarcíiso em 2026, citam o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), e o deputado federal Ricardo Salles (PL) como possíveis vices mais alinhados ao bolsonarismo em contraponto a Valdemar.

O chefe do Legislativo paulista empregou um irmão do ex-presidente, Renato Bolsonaro, em seu gabinete por três anos e o exonerou após uma reportagem do SBT em 2016 apontar que Renato era funcionário fantasma. À época, André do Prado negou a acusação e disse que o irmão de Bolsonaro atuava como coordenador político em municípios do Vale do Ribeira. O Ministério Público estadual arquivou o inquérito em 2017 após concluir que não havia provas suficientes para considerar que Renato Bolsonaro era funcionário fantasma.

Nota na íntegra de André do Prado

“As informações passadas não procedem. Pelo contrário. A vinda do governador Tarcísio de Freitas para o nosso Partido Liberal seria uma grande honra e jamais houve comentário contrário a esse respeito.

Sobre a questão de uma candidatura como vice-governador, nunca houve qualquer conversa a esse respeito, até porque o foco atual é o trabalho na presidência da Assembleia Legislativa. Nunca houve qualquer pretensão a esse cargo.

A respeito da Proposta de Emenda à Constituição, a medida visa apenas adequar a legislação estadual às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite apenas uma reeleição na atual legislatura ou na legislatura subsequente.

Atenciosamente

Deputado André do Prado

Presidente da Assembleia Legislativa de SP”

A ida do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para o PL empolga a cúpula do partido, mas uma liderança tem dito nos bastidores que não vê sentido na movimentação do governador. André do Prado (PL), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), considera que o chefe do Executivo deveria permanecer no Republicanos.

Segundo duas fontes ouvidas pelo Estadão, Prado não costuma explicitar os motivos pelos quais é contrário à troca, mas a avaliação é que ele almeja ser o candidato a vice de Tarcísio ao governo de São Paulo em 2026. Com o governador no PL, as chances do presidente do Legislativo paulista seriam praticamente nulas por significar uma chapa pura.

Oficialmente, André do Prado diz que as informações não procedem. “A vinda do governador Tarcísio de Freitas para o nosso Partido Liberal seria uma grande honra e jamais houve comentário contrário a esse respeito”, disse o presidente da Alesp por meio de sua assessoria de imprensa. “Nunca houve qualquer pretensão a esse cargo”, continuou sobre a possibilidade de ser candidato a vice-governador.

André do Prado e Tarcísio de Freitas durante visita do governador à Alesp no ano passado Foto: Bruna Sampaio/Alesp

Embora 2026 ainda esteja distante, aliados de Tarcísio no PL já projetam uma disputa entre o bolsonarismo e o atual secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), desafeto de Jair Bolsonaro (PL), pela posição de vice. Atualmente, o posto é ocupado pelo ex-prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth (PSD), correligionário do secretário.

O cargo ganhará importância na próxima eleição porque seu ocupante é visto como forte candidato a suceder o governador, que não poderia disputar um novo mandato em 2030. Tarcísio costuma dizer nos bastidores que é o candidato que escolhe sua chapa e que assim fez há dois anos.

A despeito disso, o governador foi o principal articulador para convencer o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), a aceitar o coronel da reserva Ricardo Mello Araújo (PL) como vice, uma indicação de Bolsonaro.

André do Prado está no seu quarto mandato como deputado estadual e foi prefeito e vereador em Guararema, na Grande São Paulo. Aliado de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, está no partido há mais de 30 anos. Ele é visto pelos pares na Alesp como alguém pragmático, que chegou à sigla muito antes de Bolsonaro e não adere totalmente à ala ideológica que acompanha o ex-presidente.

Na eleição de 2022, por exemplo, Prado apoiou o ex-governador Rodrigo Garcia, então no PSDB, em vez de Tarcísio. De acordo com deputados, o presidente da Alesp e o governador têm se aproximado, mas a relação é predominantemente política. “O André segura as pontas, pauta o que o governador precisa e faz bem o trabalho de base”, disse um parlamentar ao Estadão sob condição de anonimato. Uma das missões do presidente da Alesp é levar ao governador insatisfações demandas dos deputados, para que o governador não seja surpreendido, o que o faz ter a confiança de Tarcísio

Este mesmo deputado pondera que a ida de Tarcísio para o PL tem potencial para desequilibrar a divisão do poder no Estado. Atualmente, o Republicanos comanda o Executivo, o PSD tem parte das secretarias e o PL a maior bancada e a presidência do Legislativo estadual. “Nenhum partido domina o Estado hoje. Está equilibrado”, afirmou.

O Estadão apurou que o governador não tem intenção de deixar o Republicanos no curto prazo. Mesmo a pressão de Jair Bolsonaro em torno de uma mudança, feita em fevereiro quando havia um temor real de prisão do ex-presidente em seu entorno, arrefeceu, e as insatisfações de Tarcísio com sua legenda atual foram superadas. Assim, qualquer debate sobre uma eventual saída não deve se dar no curto prazo.

Felício Ramuth (PSD) é o atual vice-governador de São Paulo - FOTO DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO Foto: DANIEL TEIXEIRA

Atualmente, a Constituição Paulista estipula mandato de dois anos para a Mesa Diretora da Alesp e proíbe reeleição na eleição seguinte. O jornal Folha de S. Paulo publicou em abril que aliados de Prado articulam a apresentação de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para liberar uma reeleição.

À época, o deputado não se manifestou, mas agora confirmou ao Estadão os planos sobre a PEC. “A medida visa apenas adequar a legislação estadual às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite apenas uma reeleição na atual legislatura ou na legislatura subsequente”, declarou André do Prado.

A decisão do STF foi tomada em ações que questionavam a permissão para integrantes das Mesas Diretoras dos Legislativos estaduais se reelegerem sucessivamente para os mesmos cargos.

Mesmo aqueles que reconhecem que André do Prado está “na fila” para ser vice de Tarcíiso em 2026, citam o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), e o deputado federal Ricardo Salles (PL) como possíveis vices mais alinhados ao bolsonarismo em contraponto a Valdemar.

O chefe do Legislativo paulista empregou um irmão do ex-presidente, Renato Bolsonaro, em seu gabinete por três anos e o exonerou após uma reportagem do SBT em 2016 apontar que Renato era funcionário fantasma. À época, André do Prado negou a acusação e disse que o irmão de Bolsonaro atuava como coordenador político em municípios do Vale do Ribeira. O Ministério Público estadual arquivou o inquérito em 2017 após concluir que não havia provas suficientes para considerar que Renato Bolsonaro era funcionário fantasma.

Nota na íntegra de André do Prado

“As informações passadas não procedem. Pelo contrário. A vinda do governador Tarcísio de Freitas para o nosso Partido Liberal seria uma grande honra e jamais houve comentário contrário a esse respeito.

Sobre a questão de uma candidatura como vice-governador, nunca houve qualquer conversa a esse respeito, até porque o foco atual é o trabalho na presidência da Assembleia Legislativa. Nunca houve qualquer pretensão a esse cargo.

A respeito da Proposta de Emenda à Constituição, a medida visa apenas adequar a legislação estadual às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite apenas uma reeleição na atual legislatura ou na legislatura subsequente.

Atenciosamente

Deputado André do Prado

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