Tarcísio terá de negociar cláusula antiprivatização da Sabesp com prefeitos em ano eleitoral


Contratos com principais municípios paulistas têm regra contra venda automática da companhia; Câmara Municipal de São Paulo já fala em elevar participação nos lucros

Por Adriana Ferraz e Gustavo Queiroz
Atualização:

Uma cláusula antiprivatização existente nos principais contratos firmados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) com municípios paulistas dá poder a prefeitos para negociar com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em ano eleitoral, retornos financeiros maiores em troca de aval para a venda da empresa. Aprovada pelas Câmaras Municipais de cidades como Guarulhos, São Bernardo do Campo, Santo André, Taboão da Serra e Santos, além da capital, a condição estabelece que, caso o controle acionário da Sabesp seja transferido à iniciativa privada, o acordo seja anulado e o tema retorne à pauta legislativa.

Além de ter potencial para atrasar o processo, a cláusula contra a privatização automática pode ainda tornar o negócio menos lucrativo para eventuais interessados. Isso porque os porcentuais relativos ao faturamento da Sabesp que cada município tem direito podem ser alterados durante o debate para a fixação das novas regras com a futura proprietária da companhia.

Parlamentares ouvidos pelo Estadão avaliam que os valores milionários de outorga (licença para operar o sistema de água e esgoto nas cidades) serão usados como moeda de troca por prefeitos para angariar o apoio do governador Tarcísio de Freitas nas eleições municipais de 2024. Os estudos de viabilidade econômica, já contratados pelo governo estadual, só devem ficar prontos no ano que vem. A privatização da Sabesp foi uma das principais bandeiras de Tarcísio na eleição do ano passado.

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Governo terá de negociar com municípios para renovar contratos da Sabesp sob comando privado Foto: Nilton Fukuda/Estadão

A negociação direta interessa especialmente a prefeitos que vão tentar a reeleição. É o caso, por exemplo, de Ricardo Nunes (MDB), da capital. Com dificuldades para executar seu plano de governo - até aqui, só cumpriu 13 das 77 metas anunciadas no início da gestão -, Nunes detém o contrato mais alto operado pela Sabesp, principal atrativo para eventuais interessados na compra da companhia.

Os serviços operados em São Paulo representam 45% da receita da companhia. São cerca de R$ 7 bilhões de faturamento por ano, dos quais 7,5% são repassados como outorga para a Prefeitura pela exploração de um serviço, que de acordo com a legislação, é de competência municipal.

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Ao Estadão, o presidente da Câmara, Milton Leite (União), disse que a cidade pode negociar um retorno maior caso Tarcísio leve adiante o projeto de vender o controle da Sabesp. “É claro que tudo vai depender da viabilidade financeira do negócio, mas estou convencido de que a cidade pode negociar um valor maior. Não dá para o governo do Estado receber um outorga enorme e os municípios, não”, afirmou Leite. Segundo o vereador, o tema será tratado em um projeto de lei a ser encaminhado à Casa pelo Executivo.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) fizeram a primeira reunião de trabalho para montar parcerias em janeiro Foto: Governo do Estado de SP/Divulgação

Já Nunes prefere, por enquanto, não falar em aumento da outorga. “Tarcísio falou comigo que a Prefeitura não terá perda. Não discutimos essa questão ainda de elevar a participação da cidade, mas é algo, claro, que colocaremos. Assim que os estudos chegarem vamos sentar e ajustar os interesses da capital”, afirmou. Nunes se diz favorável à privatização caso o negócio antecipe investimentos, reduza a tarifa - promessa de Tarcísio - e assegure uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos.

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O vereador Jair Tatto (PT) afirmou que a oposição a Nunes na Câmara vai se preparar para emperrar a negociação, levando o tema, se necessário, à Justiça. “Nós compreendemos que o Município será prejudicado e, como o prefeito tem uma maioria tranquila para aprovar na Casa, teremos de caminhar para a judicialização”, antecipou.

Riscos

Os decretos assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para alterar o Marco do Saneamento - e que seguem válidos - não impedem a privatização da companhia, mas concedem prazo maior para que municípios se unam em blocos com o objetivo de articular a concessão do serviço de acordo com seus interesses. Se a capital extinguir o contrato com a Sabesp, a cidade pode, em tese, procurar outra empresa para realizar a gestão dos recursos hídricos.

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Para evitar o risco de perder o contrato com a Prefeitura de São Paulo, pessoas próximas ao governador afirmam que o Palácio dos Bandeirantes pretende priorizar a negociação com a capital para depois replicar o acordo com os demais municípios. Em função disso, Nunes tem sido procurado por prefeitos para unificar o discurso. A principal meta é conseguir manter - ou, de preferência, elevar - os repasses feitos atualmente pela Sabesp como outorga.

“O valor da empresa é dado pelo número de contratos que ela tem. Saneamento não é avaliar quanto vale a rede, mas o quanto ela vai faturar em função dos contratos. E quem assina o contrato de concessão é o município. Se há uma venda da empresa, os municípios têm que avalizar essa venda e têm que ser consultados”, defende o secretário-executivo do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Mário Reali, que é ex-deputado e ex-prefeito de Diadema pelo PT.

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Atualmente, dos 375 municípios operados pela Sabesp no Estado, 58 deles preveem retorno financeiro por meio de repasses feitos pela companhia de até 4% do valor obtido com a tarifa - São Paulo é o único que recebe porcentagem maior. Nessa lista está Guarulhos, que tem o segundo maior contrato com a Sabesp e investimentos acordados em R$ 3,3 bilhões.

“Se a privatização não alterar os prazos contratuais, se os investimentos forem mantidos, se os índices de universalização continuarem subindo e a satisfação popular seguir boa, não vamos criar óbice. Mas, se for algo que pode deixar dúvida quanto a execução de todas as metas, vamos querer discutir e até mesmo executar essa cláusula”, afirmou o prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa, o Guti, que é do PSD, um dos partidos que compõem a base de Tarcísio.

Guti confirmou que tem conversado com Nunes para, ao menos, assegurarem as condições atuais. “É óbvio que Guarulhos não vai abrir mão destes 4%”, disse. Os contratos firmados pelos Municípios com a Sabesp têm prazos de até 30 anos.

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Adesão

A necessidade de convencimento dos prefeitos é minimizada por Tarcísio. Em abril, o governador declarou que os municípios participarão dos resultados da empresa e que isso funcionaria como um incentivo à adesão das prefeituras. “Quando os municípios participam dos resultados, traz incentivo para aquele prefeito aderir à privatização”, disse, em evento do Brazil Investment Forum.

Segundo Tarcísio, o projeto de privatização só será enviado à Assembleia Legislativa de São Paulo se os estudos comprovarem que o negócio tem capacidade para reduzir a tarifa e para antecipar as metas de universalização dos serviços de água e esgoto para 2030. Mas as Câmaras Municipais também podem obstruir e atrasar o processo. Municípios como Itatinga e Botucatu já se mostraram contrários à transferência do controle acionário. Em Franca, uma moção de repúdio à privatização foi aprovada na Câmara Municipal.

A proposta também sofre resistência entre entidades de funcionários. O representante dos empregados no Conselho de Administração da Sabesp, Ronaldo Coppa, diz que o processo mais difícil será a compra da outorga dos municípios. “O governo vai precisar renegociar município por município. Como a concessão é municipal, considerada um patrimônio, não adianta só negociar com o prefeito, vai ter que passar pelas Câmaras Municipais”, disse.

Uma cláusula antiprivatização existente nos principais contratos firmados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) com municípios paulistas dá poder a prefeitos para negociar com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em ano eleitoral, retornos financeiros maiores em troca de aval para a venda da empresa. Aprovada pelas Câmaras Municipais de cidades como Guarulhos, São Bernardo do Campo, Santo André, Taboão da Serra e Santos, além da capital, a condição estabelece que, caso o controle acionário da Sabesp seja transferido à iniciativa privada, o acordo seja anulado e o tema retorne à pauta legislativa.

Além de ter potencial para atrasar o processo, a cláusula contra a privatização automática pode ainda tornar o negócio menos lucrativo para eventuais interessados. Isso porque os porcentuais relativos ao faturamento da Sabesp que cada município tem direito podem ser alterados durante o debate para a fixação das novas regras com a futura proprietária da companhia.

Parlamentares ouvidos pelo Estadão avaliam que os valores milionários de outorga (licença para operar o sistema de água e esgoto nas cidades) serão usados como moeda de troca por prefeitos para angariar o apoio do governador Tarcísio de Freitas nas eleições municipais de 2024. Os estudos de viabilidade econômica, já contratados pelo governo estadual, só devem ficar prontos no ano que vem. A privatização da Sabesp foi uma das principais bandeiras de Tarcísio na eleição do ano passado.

Governo terá de negociar com municípios para renovar contratos da Sabesp sob comando privado Foto: Nilton Fukuda/Estadão

A negociação direta interessa especialmente a prefeitos que vão tentar a reeleição. É o caso, por exemplo, de Ricardo Nunes (MDB), da capital. Com dificuldades para executar seu plano de governo - até aqui, só cumpriu 13 das 77 metas anunciadas no início da gestão -, Nunes detém o contrato mais alto operado pela Sabesp, principal atrativo para eventuais interessados na compra da companhia.

Os serviços operados em São Paulo representam 45% da receita da companhia. São cerca de R$ 7 bilhões de faturamento por ano, dos quais 7,5% são repassados como outorga para a Prefeitura pela exploração de um serviço, que de acordo com a legislação, é de competência municipal.

Ao Estadão, o presidente da Câmara, Milton Leite (União), disse que a cidade pode negociar um retorno maior caso Tarcísio leve adiante o projeto de vender o controle da Sabesp. “É claro que tudo vai depender da viabilidade financeira do negócio, mas estou convencido de que a cidade pode negociar um valor maior. Não dá para o governo do Estado receber um outorga enorme e os municípios, não”, afirmou Leite. Segundo o vereador, o tema será tratado em um projeto de lei a ser encaminhado à Casa pelo Executivo.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) fizeram a primeira reunião de trabalho para montar parcerias em janeiro Foto: Governo do Estado de SP/Divulgação

Já Nunes prefere, por enquanto, não falar em aumento da outorga. “Tarcísio falou comigo que a Prefeitura não terá perda. Não discutimos essa questão ainda de elevar a participação da cidade, mas é algo, claro, que colocaremos. Assim que os estudos chegarem vamos sentar e ajustar os interesses da capital”, afirmou. Nunes se diz favorável à privatização caso o negócio antecipe investimentos, reduza a tarifa - promessa de Tarcísio - e assegure uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos.

O vereador Jair Tatto (PT) afirmou que a oposição a Nunes na Câmara vai se preparar para emperrar a negociação, levando o tema, se necessário, à Justiça. “Nós compreendemos que o Município será prejudicado e, como o prefeito tem uma maioria tranquila para aprovar na Casa, teremos de caminhar para a judicialização”, antecipou.

Riscos

Os decretos assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para alterar o Marco do Saneamento - e que seguem válidos - não impedem a privatização da companhia, mas concedem prazo maior para que municípios se unam em blocos com o objetivo de articular a concessão do serviço de acordo com seus interesses. Se a capital extinguir o contrato com a Sabesp, a cidade pode, em tese, procurar outra empresa para realizar a gestão dos recursos hídricos.

Para evitar o risco de perder o contrato com a Prefeitura de São Paulo, pessoas próximas ao governador afirmam que o Palácio dos Bandeirantes pretende priorizar a negociação com a capital para depois replicar o acordo com os demais municípios. Em função disso, Nunes tem sido procurado por prefeitos para unificar o discurso. A principal meta é conseguir manter - ou, de preferência, elevar - os repasses feitos atualmente pela Sabesp como outorga.

“O valor da empresa é dado pelo número de contratos que ela tem. Saneamento não é avaliar quanto vale a rede, mas o quanto ela vai faturar em função dos contratos. E quem assina o contrato de concessão é o município. Se há uma venda da empresa, os municípios têm que avalizar essa venda e têm que ser consultados”, defende o secretário-executivo do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Mário Reali, que é ex-deputado e ex-prefeito de Diadema pelo PT.

Atualmente, dos 375 municípios operados pela Sabesp no Estado, 58 deles preveem retorno financeiro por meio de repasses feitos pela companhia de até 4% do valor obtido com a tarifa - São Paulo é o único que recebe porcentagem maior. Nessa lista está Guarulhos, que tem o segundo maior contrato com a Sabesp e investimentos acordados em R$ 3,3 bilhões.

“Se a privatização não alterar os prazos contratuais, se os investimentos forem mantidos, se os índices de universalização continuarem subindo e a satisfação popular seguir boa, não vamos criar óbice. Mas, se for algo que pode deixar dúvida quanto a execução de todas as metas, vamos querer discutir e até mesmo executar essa cláusula”, afirmou o prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa, o Guti, que é do PSD, um dos partidos que compõem a base de Tarcísio.

Guti confirmou que tem conversado com Nunes para, ao menos, assegurarem as condições atuais. “É óbvio que Guarulhos não vai abrir mão destes 4%”, disse. Os contratos firmados pelos Municípios com a Sabesp têm prazos de até 30 anos.

Adesão

A necessidade de convencimento dos prefeitos é minimizada por Tarcísio. Em abril, o governador declarou que os municípios participarão dos resultados da empresa e que isso funcionaria como um incentivo à adesão das prefeituras. “Quando os municípios participam dos resultados, traz incentivo para aquele prefeito aderir à privatização”, disse, em evento do Brazil Investment Forum.

Segundo Tarcísio, o projeto de privatização só será enviado à Assembleia Legislativa de São Paulo se os estudos comprovarem que o negócio tem capacidade para reduzir a tarifa e para antecipar as metas de universalização dos serviços de água e esgoto para 2030. Mas as Câmaras Municipais também podem obstruir e atrasar o processo. Municípios como Itatinga e Botucatu já se mostraram contrários à transferência do controle acionário. Em Franca, uma moção de repúdio à privatização foi aprovada na Câmara Municipal.

A proposta também sofre resistência entre entidades de funcionários. O representante dos empregados no Conselho de Administração da Sabesp, Ronaldo Coppa, diz que o processo mais difícil será a compra da outorga dos municípios. “O governo vai precisar renegociar município por município. Como a concessão é municipal, considerada um patrimônio, não adianta só negociar com o prefeito, vai ter que passar pelas Câmaras Municipais”, disse.

Uma cláusula antiprivatização existente nos principais contratos firmados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) com municípios paulistas dá poder a prefeitos para negociar com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em ano eleitoral, retornos financeiros maiores em troca de aval para a venda da empresa. Aprovada pelas Câmaras Municipais de cidades como Guarulhos, São Bernardo do Campo, Santo André, Taboão da Serra e Santos, além da capital, a condição estabelece que, caso o controle acionário da Sabesp seja transferido à iniciativa privada, o acordo seja anulado e o tema retorne à pauta legislativa.

Além de ter potencial para atrasar o processo, a cláusula contra a privatização automática pode ainda tornar o negócio menos lucrativo para eventuais interessados. Isso porque os porcentuais relativos ao faturamento da Sabesp que cada município tem direito podem ser alterados durante o debate para a fixação das novas regras com a futura proprietária da companhia.

Parlamentares ouvidos pelo Estadão avaliam que os valores milionários de outorga (licença para operar o sistema de água e esgoto nas cidades) serão usados como moeda de troca por prefeitos para angariar o apoio do governador Tarcísio de Freitas nas eleições municipais de 2024. Os estudos de viabilidade econômica, já contratados pelo governo estadual, só devem ficar prontos no ano que vem. A privatização da Sabesp foi uma das principais bandeiras de Tarcísio na eleição do ano passado.

Governo terá de negociar com municípios para renovar contratos da Sabesp sob comando privado Foto: Nilton Fukuda/Estadão

A negociação direta interessa especialmente a prefeitos que vão tentar a reeleição. É o caso, por exemplo, de Ricardo Nunes (MDB), da capital. Com dificuldades para executar seu plano de governo - até aqui, só cumpriu 13 das 77 metas anunciadas no início da gestão -, Nunes detém o contrato mais alto operado pela Sabesp, principal atrativo para eventuais interessados na compra da companhia.

Os serviços operados em São Paulo representam 45% da receita da companhia. São cerca de R$ 7 bilhões de faturamento por ano, dos quais 7,5% são repassados como outorga para a Prefeitura pela exploração de um serviço, que de acordo com a legislação, é de competência municipal.

Ao Estadão, o presidente da Câmara, Milton Leite (União), disse que a cidade pode negociar um retorno maior caso Tarcísio leve adiante o projeto de vender o controle da Sabesp. “É claro que tudo vai depender da viabilidade financeira do negócio, mas estou convencido de que a cidade pode negociar um valor maior. Não dá para o governo do Estado receber um outorga enorme e os municípios, não”, afirmou Leite. Segundo o vereador, o tema será tratado em um projeto de lei a ser encaminhado à Casa pelo Executivo.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) fizeram a primeira reunião de trabalho para montar parcerias em janeiro Foto: Governo do Estado de SP/Divulgação

Já Nunes prefere, por enquanto, não falar em aumento da outorga. “Tarcísio falou comigo que a Prefeitura não terá perda. Não discutimos essa questão ainda de elevar a participação da cidade, mas é algo, claro, que colocaremos. Assim que os estudos chegarem vamos sentar e ajustar os interesses da capital”, afirmou. Nunes se diz favorável à privatização caso o negócio antecipe investimentos, reduza a tarifa - promessa de Tarcísio - e assegure uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos.

O vereador Jair Tatto (PT) afirmou que a oposição a Nunes na Câmara vai se preparar para emperrar a negociação, levando o tema, se necessário, à Justiça. “Nós compreendemos que o Município será prejudicado e, como o prefeito tem uma maioria tranquila para aprovar na Casa, teremos de caminhar para a judicialização”, antecipou.

Riscos

Os decretos assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para alterar o Marco do Saneamento - e que seguem válidos - não impedem a privatização da companhia, mas concedem prazo maior para que municípios se unam em blocos com o objetivo de articular a concessão do serviço de acordo com seus interesses. Se a capital extinguir o contrato com a Sabesp, a cidade pode, em tese, procurar outra empresa para realizar a gestão dos recursos hídricos.

Para evitar o risco de perder o contrato com a Prefeitura de São Paulo, pessoas próximas ao governador afirmam que o Palácio dos Bandeirantes pretende priorizar a negociação com a capital para depois replicar o acordo com os demais municípios. Em função disso, Nunes tem sido procurado por prefeitos para unificar o discurso. A principal meta é conseguir manter - ou, de preferência, elevar - os repasses feitos atualmente pela Sabesp como outorga.

“O valor da empresa é dado pelo número de contratos que ela tem. Saneamento não é avaliar quanto vale a rede, mas o quanto ela vai faturar em função dos contratos. E quem assina o contrato de concessão é o município. Se há uma venda da empresa, os municípios têm que avalizar essa venda e têm que ser consultados”, defende o secretário-executivo do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Mário Reali, que é ex-deputado e ex-prefeito de Diadema pelo PT.

Atualmente, dos 375 municípios operados pela Sabesp no Estado, 58 deles preveem retorno financeiro por meio de repasses feitos pela companhia de até 4% do valor obtido com a tarifa - São Paulo é o único que recebe porcentagem maior. Nessa lista está Guarulhos, que tem o segundo maior contrato com a Sabesp e investimentos acordados em R$ 3,3 bilhões.

“Se a privatização não alterar os prazos contratuais, se os investimentos forem mantidos, se os índices de universalização continuarem subindo e a satisfação popular seguir boa, não vamos criar óbice. Mas, se for algo que pode deixar dúvida quanto a execução de todas as metas, vamos querer discutir e até mesmo executar essa cláusula”, afirmou o prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa, o Guti, que é do PSD, um dos partidos que compõem a base de Tarcísio.

Guti confirmou que tem conversado com Nunes para, ao menos, assegurarem as condições atuais. “É óbvio que Guarulhos não vai abrir mão destes 4%”, disse. Os contratos firmados pelos Municípios com a Sabesp têm prazos de até 30 anos.

Adesão

A necessidade de convencimento dos prefeitos é minimizada por Tarcísio. Em abril, o governador declarou que os municípios participarão dos resultados da empresa e que isso funcionaria como um incentivo à adesão das prefeituras. “Quando os municípios participam dos resultados, traz incentivo para aquele prefeito aderir à privatização”, disse, em evento do Brazil Investment Forum.

Segundo Tarcísio, o projeto de privatização só será enviado à Assembleia Legislativa de São Paulo se os estudos comprovarem que o negócio tem capacidade para reduzir a tarifa e para antecipar as metas de universalização dos serviços de água e esgoto para 2030. Mas as Câmaras Municipais também podem obstruir e atrasar o processo. Municípios como Itatinga e Botucatu já se mostraram contrários à transferência do controle acionário. Em Franca, uma moção de repúdio à privatização foi aprovada na Câmara Municipal.

A proposta também sofre resistência entre entidades de funcionários. O representante dos empregados no Conselho de Administração da Sabesp, Ronaldo Coppa, diz que o processo mais difícil será a compra da outorga dos municípios. “O governo vai precisar renegociar município por município. Como a concessão é municipal, considerada um patrimônio, não adianta só negociar com o prefeito, vai ter que passar pelas Câmaras Municipais”, disse.

Uma cláusula antiprivatização existente nos principais contratos firmados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) com municípios paulistas dá poder a prefeitos para negociar com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em ano eleitoral, retornos financeiros maiores em troca de aval para a venda da empresa. Aprovada pelas Câmaras Municipais de cidades como Guarulhos, São Bernardo do Campo, Santo André, Taboão da Serra e Santos, além da capital, a condição estabelece que, caso o controle acionário da Sabesp seja transferido à iniciativa privada, o acordo seja anulado e o tema retorne à pauta legislativa.

Além de ter potencial para atrasar o processo, a cláusula contra a privatização automática pode ainda tornar o negócio menos lucrativo para eventuais interessados. Isso porque os porcentuais relativos ao faturamento da Sabesp que cada município tem direito podem ser alterados durante o debate para a fixação das novas regras com a futura proprietária da companhia.

Parlamentares ouvidos pelo Estadão avaliam que os valores milionários de outorga (licença para operar o sistema de água e esgoto nas cidades) serão usados como moeda de troca por prefeitos para angariar o apoio do governador Tarcísio de Freitas nas eleições municipais de 2024. Os estudos de viabilidade econômica, já contratados pelo governo estadual, só devem ficar prontos no ano que vem. A privatização da Sabesp foi uma das principais bandeiras de Tarcísio na eleição do ano passado.

Governo terá de negociar com municípios para renovar contratos da Sabesp sob comando privado Foto: Nilton Fukuda/Estadão

A negociação direta interessa especialmente a prefeitos que vão tentar a reeleição. É o caso, por exemplo, de Ricardo Nunes (MDB), da capital. Com dificuldades para executar seu plano de governo - até aqui, só cumpriu 13 das 77 metas anunciadas no início da gestão -, Nunes detém o contrato mais alto operado pela Sabesp, principal atrativo para eventuais interessados na compra da companhia.

Os serviços operados em São Paulo representam 45% da receita da companhia. São cerca de R$ 7 bilhões de faturamento por ano, dos quais 7,5% são repassados como outorga para a Prefeitura pela exploração de um serviço, que de acordo com a legislação, é de competência municipal.

Ao Estadão, o presidente da Câmara, Milton Leite (União), disse que a cidade pode negociar um retorno maior caso Tarcísio leve adiante o projeto de vender o controle da Sabesp. “É claro que tudo vai depender da viabilidade financeira do negócio, mas estou convencido de que a cidade pode negociar um valor maior. Não dá para o governo do Estado receber um outorga enorme e os municípios, não”, afirmou Leite. Segundo o vereador, o tema será tratado em um projeto de lei a ser encaminhado à Casa pelo Executivo.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) fizeram a primeira reunião de trabalho para montar parcerias em janeiro Foto: Governo do Estado de SP/Divulgação

Já Nunes prefere, por enquanto, não falar em aumento da outorga. “Tarcísio falou comigo que a Prefeitura não terá perda. Não discutimos essa questão ainda de elevar a participação da cidade, mas é algo, claro, que colocaremos. Assim que os estudos chegarem vamos sentar e ajustar os interesses da capital”, afirmou. Nunes se diz favorável à privatização caso o negócio antecipe investimentos, reduza a tarifa - promessa de Tarcísio - e assegure uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos.

O vereador Jair Tatto (PT) afirmou que a oposição a Nunes na Câmara vai se preparar para emperrar a negociação, levando o tema, se necessário, à Justiça. “Nós compreendemos que o Município será prejudicado e, como o prefeito tem uma maioria tranquila para aprovar na Casa, teremos de caminhar para a judicialização”, antecipou.

Riscos

Os decretos assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para alterar o Marco do Saneamento - e que seguem válidos - não impedem a privatização da companhia, mas concedem prazo maior para que municípios se unam em blocos com o objetivo de articular a concessão do serviço de acordo com seus interesses. Se a capital extinguir o contrato com a Sabesp, a cidade pode, em tese, procurar outra empresa para realizar a gestão dos recursos hídricos.

Para evitar o risco de perder o contrato com a Prefeitura de São Paulo, pessoas próximas ao governador afirmam que o Palácio dos Bandeirantes pretende priorizar a negociação com a capital para depois replicar o acordo com os demais municípios. Em função disso, Nunes tem sido procurado por prefeitos para unificar o discurso. A principal meta é conseguir manter - ou, de preferência, elevar - os repasses feitos atualmente pela Sabesp como outorga.

“O valor da empresa é dado pelo número de contratos que ela tem. Saneamento não é avaliar quanto vale a rede, mas o quanto ela vai faturar em função dos contratos. E quem assina o contrato de concessão é o município. Se há uma venda da empresa, os municípios têm que avalizar essa venda e têm que ser consultados”, defende o secretário-executivo do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Mário Reali, que é ex-deputado e ex-prefeito de Diadema pelo PT.

Atualmente, dos 375 municípios operados pela Sabesp no Estado, 58 deles preveem retorno financeiro por meio de repasses feitos pela companhia de até 4% do valor obtido com a tarifa - São Paulo é o único que recebe porcentagem maior. Nessa lista está Guarulhos, que tem o segundo maior contrato com a Sabesp e investimentos acordados em R$ 3,3 bilhões.

“Se a privatização não alterar os prazos contratuais, se os investimentos forem mantidos, se os índices de universalização continuarem subindo e a satisfação popular seguir boa, não vamos criar óbice. Mas, se for algo que pode deixar dúvida quanto a execução de todas as metas, vamos querer discutir e até mesmo executar essa cláusula”, afirmou o prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa, o Guti, que é do PSD, um dos partidos que compõem a base de Tarcísio.

Guti confirmou que tem conversado com Nunes para, ao menos, assegurarem as condições atuais. “É óbvio que Guarulhos não vai abrir mão destes 4%”, disse. Os contratos firmados pelos Municípios com a Sabesp têm prazos de até 30 anos.

Adesão

A necessidade de convencimento dos prefeitos é minimizada por Tarcísio. Em abril, o governador declarou que os municípios participarão dos resultados da empresa e que isso funcionaria como um incentivo à adesão das prefeituras. “Quando os municípios participam dos resultados, traz incentivo para aquele prefeito aderir à privatização”, disse, em evento do Brazil Investment Forum.

Segundo Tarcísio, o projeto de privatização só será enviado à Assembleia Legislativa de São Paulo se os estudos comprovarem que o negócio tem capacidade para reduzir a tarifa e para antecipar as metas de universalização dos serviços de água e esgoto para 2030. Mas as Câmaras Municipais também podem obstruir e atrasar o processo. Municípios como Itatinga e Botucatu já se mostraram contrários à transferência do controle acionário. Em Franca, uma moção de repúdio à privatização foi aprovada na Câmara Municipal.

A proposta também sofre resistência entre entidades de funcionários. O representante dos empregados no Conselho de Administração da Sabesp, Ronaldo Coppa, diz que o processo mais difícil será a compra da outorga dos municípios. “O governo vai precisar renegociar município por município. Como a concessão é municipal, considerada um patrimônio, não adianta só negociar com o prefeito, vai ter que passar pelas Câmaras Municipais”, disse.

Uma cláusula antiprivatização existente nos principais contratos firmados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) com municípios paulistas dá poder a prefeitos para negociar com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em ano eleitoral, retornos financeiros maiores em troca de aval para a venda da empresa. Aprovada pelas Câmaras Municipais de cidades como Guarulhos, São Bernardo do Campo, Santo André, Taboão da Serra e Santos, além da capital, a condição estabelece que, caso o controle acionário da Sabesp seja transferido à iniciativa privada, o acordo seja anulado e o tema retorne à pauta legislativa.

Além de ter potencial para atrasar o processo, a cláusula contra a privatização automática pode ainda tornar o negócio menos lucrativo para eventuais interessados. Isso porque os porcentuais relativos ao faturamento da Sabesp que cada município tem direito podem ser alterados durante o debate para a fixação das novas regras com a futura proprietária da companhia.

Parlamentares ouvidos pelo Estadão avaliam que os valores milionários de outorga (licença para operar o sistema de água e esgoto nas cidades) serão usados como moeda de troca por prefeitos para angariar o apoio do governador Tarcísio de Freitas nas eleições municipais de 2024. Os estudos de viabilidade econômica, já contratados pelo governo estadual, só devem ficar prontos no ano que vem. A privatização da Sabesp foi uma das principais bandeiras de Tarcísio na eleição do ano passado.

Governo terá de negociar com municípios para renovar contratos da Sabesp sob comando privado Foto: Nilton Fukuda/Estadão

A negociação direta interessa especialmente a prefeitos que vão tentar a reeleição. É o caso, por exemplo, de Ricardo Nunes (MDB), da capital. Com dificuldades para executar seu plano de governo - até aqui, só cumpriu 13 das 77 metas anunciadas no início da gestão -, Nunes detém o contrato mais alto operado pela Sabesp, principal atrativo para eventuais interessados na compra da companhia.

Os serviços operados em São Paulo representam 45% da receita da companhia. São cerca de R$ 7 bilhões de faturamento por ano, dos quais 7,5% são repassados como outorga para a Prefeitura pela exploração de um serviço, que de acordo com a legislação, é de competência municipal.

Ao Estadão, o presidente da Câmara, Milton Leite (União), disse que a cidade pode negociar um retorno maior caso Tarcísio leve adiante o projeto de vender o controle da Sabesp. “É claro que tudo vai depender da viabilidade financeira do negócio, mas estou convencido de que a cidade pode negociar um valor maior. Não dá para o governo do Estado receber um outorga enorme e os municípios, não”, afirmou Leite. Segundo o vereador, o tema será tratado em um projeto de lei a ser encaminhado à Casa pelo Executivo.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) fizeram a primeira reunião de trabalho para montar parcerias em janeiro Foto: Governo do Estado de SP/Divulgação

Já Nunes prefere, por enquanto, não falar em aumento da outorga. “Tarcísio falou comigo que a Prefeitura não terá perda. Não discutimos essa questão ainda de elevar a participação da cidade, mas é algo, claro, que colocaremos. Assim que os estudos chegarem vamos sentar e ajustar os interesses da capital”, afirmou. Nunes se diz favorável à privatização caso o negócio antecipe investimentos, reduza a tarifa - promessa de Tarcísio - e assegure uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos.

O vereador Jair Tatto (PT) afirmou que a oposição a Nunes na Câmara vai se preparar para emperrar a negociação, levando o tema, se necessário, à Justiça. “Nós compreendemos que o Município será prejudicado e, como o prefeito tem uma maioria tranquila para aprovar na Casa, teremos de caminhar para a judicialização”, antecipou.

Riscos

Os decretos assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para alterar o Marco do Saneamento - e que seguem válidos - não impedem a privatização da companhia, mas concedem prazo maior para que municípios se unam em blocos com o objetivo de articular a concessão do serviço de acordo com seus interesses. Se a capital extinguir o contrato com a Sabesp, a cidade pode, em tese, procurar outra empresa para realizar a gestão dos recursos hídricos.

Para evitar o risco de perder o contrato com a Prefeitura de São Paulo, pessoas próximas ao governador afirmam que o Palácio dos Bandeirantes pretende priorizar a negociação com a capital para depois replicar o acordo com os demais municípios. Em função disso, Nunes tem sido procurado por prefeitos para unificar o discurso. A principal meta é conseguir manter - ou, de preferência, elevar - os repasses feitos atualmente pela Sabesp como outorga.

“O valor da empresa é dado pelo número de contratos que ela tem. Saneamento não é avaliar quanto vale a rede, mas o quanto ela vai faturar em função dos contratos. E quem assina o contrato de concessão é o município. Se há uma venda da empresa, os municípios têm que avalizar essa venda e têm que ser consultados”, defende o secretário-executivo do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Mário Reali, que é ex-deputado e ex-prefeito de Diadema pelo PT.

Atualmente, dos 375 municípios operados pela Sabesp no Estado, 58 deles preveem retorno financeiro por meio de repasses feitos pela companhia de até 4% do valor obtido com a tarifa - São Paulo é o único que recebe porcentagem maior. Nessa lista está Guarulhos, que tem o segundo maior contrato com a Sabesp e investimentos acordados em R$ 3,3 bilhões.

“Se a privatização não alterar os prazos contratuais, se os investimentos forem mantidos, se os índices de universalização continuarem subindo e a satisfação popular seguir boa, não vamos criar óbice. Mas, se for algo que pode deixar dúvida quanto a execução de todas as metas, vamos querer discutir e até mesmo executar essa cláusula”, afirmou o prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa, o Guti, que é do PSD, um dos partidos que compõem a base de Tarcísio.

Guti confirmou que tem conversado com Nunes para, ao menos, assegurarem as condições atuais. “É óbvio que Guarulhos não vai abrir mão destes 4%”, disse. Os contratos firmados pelos Municípios com a Sabesp têm prazos de até 30 anos.

Adesão

A necessidade de convencimento dos prefeitos é minimizada por Tarcísio. Em abril, o governador declarou que os municípios participarão dos resultados da empresa e que isso funcionaria como um incentivo à adesão das prefeituras. “Quando os municípios participam dos resultados, traz incentivo para aquele prefeito aderir à privatização”, disse, em evento do Brazil Investment Forum.

Segundo Tarcísio, o projeto de privatização só será enviado à Assembleia Legislativa de São Paulo se os estudos comprovarem que o negócio tem capacidade para reduzir a tarifa e para antecipar as metas de universalização dos serviços de água e esgoto para 2030. Mas as Câmaras Municipais também podem obstruir e atrasar o processo. Municípios como Itatinga e Botucatu já se mostraram contrários à transferência do controle acionário. Em Franca, uma moção de repúdio à privatização foi aprovada na Câmara Municipal.

A proposta também sofre resistência entre entidades de funcionários. O representante dos empregados no Conselho de Administração da Sabesp, Ronaldo Coppa, diz que o processo mais difícil será a compra da outorga dos municípios. “O governo vai precisar renegociar município por município. Como a concessão é municipal, considerada um patrimônio, não adianta só negociar com o prefeito, vai ter que passar pelas Câmaras Municipais”, disse.

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