Temer diz que manutenção do sigilo das delações é decisão do STF e 'não dará palpite'


Presidente considerou 'correta' decisão da presidente do Supremo, a ministra Cármen Lúcia, de homologar as 77 delações da Odebrecht

Por Carla Araujo e e Pedro Romero
O presidente Michel Temer em Serra Talhada (PE) Foto: Divulgação/Beto Barata/PR

SERRA TALHADA e FLORESTA (PE) - O presidente Michel Temer (PMDB) considerou “correta” a decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, de homologar as 77 delações da Odebrecht. “Acho que a presidente Cármen Lúcia, que até tinha pré-anunciado sua decisão para hoje ou amanhã, fez o que deveria fazer. E nesse sentido fez corretamente”, disse. Em outras ocasiões, Michel Temer tinha afirmado que a homologação das delações, antes da escolha do novo ministro do STF, poderia atrapalhar as ações do governo e a economia do País.

Em Serra Talhada, o presidente Michel Temer disse que não pode "dar palpite" sobre a decisão da presidente do STF, a ministra Cármen Lúcia. "Ela manteve o sigilo e essa é uma decisão do Judiciário, eu não posso dar palpite em delação", afirmou.

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O presidente Michel Temer disse que não pode "dar palpite" sobre a decisão da presidente do STF, Cármen Lúcia, de homologar as 77 delações da Odebrecht e manter o sigilo sobre as mesmas

Questionado se não temia vazamentos seletivos e de que forma eles poderiam prejudicar o seu governo, Temer disse "eu não sei". "De vez em quando sai um ou outro, mas eu confesso que estando lá no Supremo eu duvido que haja vazamento", afirmou, destacando que conhece "a seriedade, a competência, a extraordinária capacidade administrativa e judicial da presidente Cármen Lucia". "Tenho certeza de que vazamento não haverá", reforçou.

Cercado de ministros pernambucanos, o presidente não respondeu sobre o impacto do possível envolvimento de auxiliares nas delações e se isso afetaria a reforma ministerial.

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Ao ser indagado sobre as eleições no Congresso nesta semana e a possibilidade de rachas, principalmente na Câmara, onde há dois candidatos da base na disputa, Temer afirmou que não está participando da eleição nem da Câmara nem do Senado, "exatamente para evitar qualquer racha da base". "Tenho certeza de que não haverá racha. Os deputados e senadores têm uma responsabilidade extraordinária, consciência da responsabilidade, seja qual for o resultado não haverá racha", disse nesta segunda-feira.

Temer participou da inauguração do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertão-PE) de Serra Talhada, em Pernambuco. Antes, esteve em Floresta, onde autorizou a ligação de trechos de estações de bombeamento do Projeto de Integração do São Francisco e fez a assinatura da Ordem de Serviço para elaboração do Projeto do Ramal do Agreste Pernambucano.

"Presidente nordestino". Em sua terceira passagem pelo Nordeste, Temer voltou a cometer uma gafe durante discurso, ao dizer que quando preparou o orçamento para a educação este ano aumentou os recursos "em 10 bilhões de cruzeiros".

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Em suas outras passagens pelo Nordeste, Temer disse que vinha para "combater mentiras" e mostrar que a região é "prioridade de seu governo". No fim do ano passado, as declarações de Temer foram ainda mais enfáticas e ele afirmou que gostaria de ser "o maior presidente nordestino que passou pelo Brasil", declaração que repetiu durante o evento em Floresta.

No início de seu discurso em Serra Talhada, um pequeno grupo de estudantes "ensaiou" gritos de "Fora Temer", mas silenciou assim que o presidente começou a falar.

A obra do novo campus do instituto foi iniciada em 2014, ainda na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff. Durante seu discurso, o prefeito petista de Serra Talhada, Luciano Duque, fez questão de agradecer a ex-presidente Dilma e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela obra e pelos investimentos na região. Durante a citação dos antecessores de Temer, os petistas foram bastante aplaudidos pela plateia, de cerca de 600 pessoas. O prefeito fez agradecimentos também a Temer e publicamente cobrou a liberação de recursos para o hospital regional e para o combate à seca. "Tendo em nós parceiros de primeira ordem para gerar qualidade de vida para o nosso povo", afirmou Duque.

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Temer chegou ao local pouco antes das 11 horas (horário local) e fez uma visita pelas instalações. Apesar da inauguração do novo campus, a infraestrutura no local ainda é bastante precária e não há, por exemplo, sinal de telefone na região. De acordo com o MEC, estão sendo feitos contatos com as operadoras de telefone para a colocação de uma torre. Também há problemas com sinal de internet que, segundo a assessoria do MEC, até o início das aulas, na próxima quinta-feira, 2, será estabelecido.

Protesto. Um grupo de pouco mais de 100 pessoas fez um protesto em frente ao Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertão-PE) de Serra Talhada. De acordo com o vereador Sinézio Rodrigues (PT), o ato só não reuniu mais pessoas por conta do "aparato de segurança do presidente". "Tivemos que andar 5 km a pé e isso fez com que várias pessoas desistissem dado o calor que estamos passando", afirmou o vereador, que calculou que o ato reuniu até 500 pessoas. 

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Um grupo fez um protesto em frente ao Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertão-PE) de Serra Talhada, em Pernambuco, onde o presidente Michel Temer participou de uma cerimônia

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Além do vereador, estavam no protesto representantes do MST e do Levante Popular da Juventude. O grupo é contra o governo Temer e diz que a cidade não pode apoiar o "golpe". "Viemos protestar de forma pacífica para mostrar que não aceitamos a visita do golpista em nossa cidade", disse o vereador. "Até porque o IFSertão foi construído no governo Dilma e Temer veio aqui apenas colocar a placa, nenhuma contribuição ele deu", completou. 

Investimentos. O investimento total do governo federal no novo campus foi R$ 11,7 milhões. O campus possui 5.577,37m² de área construída, com 12 salas de aula com capacidade total para atender 1.030 alunos, com infraestrutura de quadra poliesportiva, refeitório, biblioteca, auditório, anfiteatro e laboratórios.

Ao lado do ministro da Educação, Mendonça Filho, Temer anunciou ainda a liberação de R$ 2,147 milhões para o campus. De acordo com o MEC, a verba será destinada à aquisição de equipamentos para tecnologia da informação e para aquisição de mobiliário para copa, cozinha e área de convivência; além de um ônibus e uma caminhonete.

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O campus do IFSertão-PE funcionava anteriormente em uma sede provisória cedida pela prefeitura. O instituto oferece cursos técnicos de refrigeração e climatização e técnico de logística. De acordo com o MEC, com campus definitivo a previsão é que sejam criados pelo menos dois novos cursos. Neste caso, estão programados cursos superiores de engenharia civil e licenciatura em física.

A pasta comandada por Mendonça Filho, que é natural de Pernambuco, afirma que entre maio de 2016 - quando Temer chegou ao poder ainda interino - e dezembro do ano passado, os investimentos em obras nos Institutos Federais de Pernambuco aumentaram quase 11 vezes em relação aos primeiros meses de 2016. Na gestão de Mendonça, conforme dados do MEC, foram investidos R$ 39,6 milhões ante R$ 3,64 milhões de janeiro a maio do ano passado.

Em seu discurso, Mendonça anunciou a liberação por parte do governo federal de R$ 1,3 bilhão para nove Estados para que as prefeituras possam pagar a complementação do Fundeb. Segundo o ministro, os recursos serão liberados até dezembro de 2017.

Além de Mendonça, participam da cerimônia os demais ministros pernambucanos: Bruno Araújo (Cidades), Raul Jungmann (Defesa) e Fernando Bezerra Filho (Minas e Energia). Também estão na inauguração o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).

O presidente Michel Temer em Serra Talhada (PE) Foto: Divulgação/Beto Barata/PR

SERRA TALHADA e FLORESTA (PE) - O presidente Michel Temer (PMDB) considerou “correta” a decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, de homologar as 77 delações da Odebrecht. “Acho que a presidente Cármen Lúcia, que até tinha pré-anunciado sua decisão para hoje ou amanhã, fez o que deveria fazer. E nesse sentido fez corretamente”, disse. Em outras ocasiões, Michel Temer tinha afirmado que a homologação das delações, antes da escolha do novo ministro do STF, poderia atrapalhar as ações do governo e a economia do País.

Em Serra Talhada, o presidente Michel Temer disse que não pode "dar palpite" sobre a decisão da presidente do STF, a ministra Cármen Lúcia. "Ela manteve o sigilo e essa é uma decisão do Judiciário, eu não posso dar palpite em delação", afirmou.

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Questionado se não temia vazamentos seletivos e de que forma eles poderiam prejudicar o seu governo, Temer disse "eu não sei". "De vez em quando sai um ou outro, mas eu confesso que estando lá no Supremo eu duvido que haja vazamento", afirmou, destacando que conhece "a seriedade, a competência, a extraordinária capacidade administrativa e judicial da presidente Cármen Lucia". "Tenho certeza de que vazamento não haverá", reforçou.

Cercado de ministros pernambucanos, o presidente não respondeu sobre o impacto do possível envolvimento de auxiliares nas delações e se isso afetaria a reforma ministerial.

Ao ser indagado sobre as eleições no Congresso nesta semana e a possibilidade de rachas, principalmente na Câmara, onde há dois candidatos da base na disputa, Temer afirmou que não está participando da eleição nem da Câmara nem do Senado, "exatamente para evitar qualquer racha da base". "Tenho certeza de que não haverá racha. Os deputados e senadores têm uma responsabilidade extraordinária, consciência da responsabilidade, seja qual for o resultado não haverá racha", disse nesta segunda-feira.

Temer participou da inauguração do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertão-PE) de Serra Talhada, em Pernambuco. Antes, esteve em Floresta, onde autorizou a ligação de trechos de estações de bombeamento do Projeto de Integração do São Francisco e fez a assinatura da Ordem de Serviço para elaboração do Projeto do Ramal do Agreste Pernambucano.

"Presidente nordestino". Em sua terceira passagem pelo Nordeste, Temer voltou a cometer uma gafe durante discurso, ao dizer que quando preparou o orçamento para a educação este ano aumentou os recursos "em 10 bilhões de cruzeiros".

Em suas outras passagens pelo Nordeste, Temer disse que vinha para "combater mentiras" e mostrar que a região é "prioridade de seu governo". No fim do ano passado, as declarações de Temer foram ainda mais enfáticas e ele afirmou que gostaria de ser "o maior presidente nordestino que passou pelo Brasil", declaração que repetiu durante o evento em Floresta.

No início de seu discurso em Serra Talhada, um pequeno grupo de estudantes "ensaiou" gritos de "Fora Temer", mas silenciou assim que o presidente começou a falar.

A obra do novo campus do instituto foi iniciada em 2014, ainda na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff. Durante seu discurso, o prefeito petista de Serra Talhada, Luciano Duque, fez questão de agradecer a ex-presidente Dilma e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela obra e pelos investimentos na região. Durante a citação dos antecessores de Temer, os petistas foram bastante aplaudidos pela plateia, de cerca de 600 pessoas. O prefeito fez agradecimentos também a Temer e publicamente cobrou a liberação de recursos para o hospital regional e para o combate à seca. "Tendo em nós parceiros de primeira ordem para gerar qualidade de vida para o nosso povo", afirmou Duque.

Temer chegou ao local pouco antes das 11 horas (horário local) e fez uma visita pelas instalações. Apesar da inauguração do novo campus, a infraestrutura no local ainda é bastante precária e não há, por exemplo, sinal de telefone na região. De acordo com o MEC, estão sendo feitos contatos com as operadoras de telefone para a colocação de uma torre. Também há problemas com sinal de internet que, segundo a assessoria do MEC, até o início das aulas, na próxima quinta-feira, 2, será estabelecido.

Protesto. Um grupo de pouco mais de 100 pessoas fez um protesto em frente ao Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertão-PE) de Serra Talhada. De acordo com o vereador Sinézio Rodrigues (PT), o ato só não reuniu mais pessoas por conta do "aparato de segurança do presidente". "Tivemos que andar 5 km a pé e isso fez com que várias pessoas desistissem dado o calor que estamos passando", afirmou o vereador, que calculou que o ato reuniu até 500 pessoas. 

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Além do vereador, estavam no protesto representantes do MST e do Levante Popular da Juventude. O grupo é contra o governo Temer e diz que a cidade não pode apoiar o "golpe". "Viemos protestar de forma pacífica para mostrar que não aceitamos a visita do golpista em nossa cidade", disse o vereador. "Até porque o IFSertão foi construído no governo Dilma e Temer veio aqui apenas colocar a placa, nenhuma contribuição ele deu", completou. 

Investimentos. O investimento total do governo federal no novo campus foi R$ 11,7 milhões. O campus possui 5.577,37m² de área construída, com 12 salas de aula com capacidade total para atender 1.030 alunos, com infraestrutura de quadra poliesportiva, refeitório, biblioteca, auditório, anfiteatro e laboratórios.

Ao lado do ministro da Educação, Mendonça Filho, Temer anunciou ainda a liberação de R$ 2,147 milhões para o campus. De acordo com o MEC, a verba será destinada à aquisição de equipamentos para tecnologia da informação e para aquisição de mobiliário para copa, cozinha e área de convivência; além de um ônibus e uma caminhonete.

O campus do IFSertão-PE funcionava anteriormente em uma sede provisória cedida pela prefeitura. O instituto oferece cursos técnicos de refrigeração e climatização e técnico de logística. De acordo com o MEC, com campus definitivo a previsão é que sejam criados pelo menos dois novos cursos. Neste caso, estão programados cursos superiores de engenharia civil e licenciatura em física.

A pasta comandada por Mendonça Filho, que é natural de Pernambuco, afirma que entre maio de 2016 - quando Temer chegou ao poder ainda interino - e dezembro do ano passado, os investimentos em obras nos Institutos Federais de Pernambuco aumentaram quase 11 vezes em relação aos primeiros meses de 2016. Na gestão de Mendonça, conforme dados do MEC, foram investidos R$ 39,6 milhões ante R$ 3,64 milhões de janeiro a maio do ano passado.

Em seu discurso, Mendonça anunciou a liberação por parte do governo federal de R$ 1,3 bilhão para nove Estados para que as prefeituras possam pagar a complementação do Fundeb. Segundo o ministro, os recursos serão liberados até dezembro de 2017.

Além de Mendonça, participam da cerimônia os demais ministros pernambucanos: Bruno Araújo (Cidades), Raul Jungmann (Defesa) e Fernando Bezerra Filho (Minas e Energia). Também estão na inauguração o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).

O presidente Michel Temer em Serra Talhada (PE) Foto: Divulgação/Beto Barata/PR

SERRA TALHADA e FLORESTA (PE) - O presidente Michel Temer (PMDB) considerou “correta” a decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, de homologar as 77 delações da Odebrecht. “Acho que a presidente Cármen Lúcia, que até tinha pré-anunciado sua decisão para hoje ou amanhã, fez o que deveria fazer. E nesse sentido fez corretamente”, disse. Em outras ocasiões, Michel Temer tinha afirmado que a homologação das delações, antes da escolha do novo ministro do STF, poderia atrapalhar as ações do governo e a economia do País.

Em Serra Talhada, o presidente Michel Temer disse que não pode "dar palpite" sobre a decisão da presidente do STF, a ministra Cármen Lúcia. "Ela manteve o sigilo e essa é uma decisão do Judiciário, eu não posso dar palpite em delação", afirmou.

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O presidente Michel Temer disse que não pode "dar palpite" sobre a decisão da presidente do STF, Cármen Lúcia, de homologar as 77 delações da Odebrecht e manter o sigilo sobre as mesmas

Questionado se não temia vazamentos seletivos e de que forma eles poderiam prejudicar o seu governo, Temer disse "eu não sei". "De vez em quando sai um ou outro, mas eu confesso que estando lá no Supremo eu duvido que haja vazamento", afirmou, destacando que conhece "a seriedade, a competência, a extraordinária capacidade administrativa e judicial da presidente Cármen Lucia". "Tenho certeza de que vazamento não haverá", reforçou.

Cercado de ministros pernambucanos, o presidente não respondeu sobre o impacto do possível envolvimento de auxiliares nas delações e se isso afetaria a reforma ministerial.

Ao ser indagado sobre as eleições no Congresso nesta semana e a possibilidade de rachas, principalmente na Câmara, onde há dois candidatos da base na disputa, Temer afirmou que não está participando da eleição nem da Câmara nem do Senado, "exatamente para evitar qualquer racha da base". "Tenho certeza de que não haverá racha. Os deputados e senadores têm uma responsabilidade extraordinária, consciência da responsabilidade, seja qual for o resultado não haverá racha", disse nesta segunda-feira.

Temer participou da inauguração do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertão-PE) de Serra Talhada, em Pernambuco. Antes, esteve em Floresta, onde autorizou a ligação de trechos de estações de bombeamento do Projeto de Integração do São Francisco e fez a assinatura da Ordem de Serviço para elaboração do Projeto do Ramal do Agreste Pernambucano.

"Presidente nordestino". Em sua terceira passagem pelo Nordeste, Temer voltou a cometer uma gafe durante discurso, ao dizer que quando preparou o orçamento para a educação este ano aumentou os recursos "em 10 bilhões de cruzeiros".

Em suas outras passagens pelo Nordeste, Temer disse que vinha para "combater mentiras" e mostrar que a região é "prioridade de seu governo". No fim do ano passado, as declarações de Temer foram ainda mais enfáticas e ele afirmou que gostaria de ser "o maior presidente nordestino que passou pelo Brasil", declaração que repetiu durante o evento em Floresta.

No início de seu discurso em Serra Talhada, um pequeno grupo de estudantes "ensaiou" gritos de "Fora Temer", mas silenciou assim que o presidente começou a falar.

A obra do novo campus do instituto foi iniciada em 2014, ainda na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff. Durante seu discurso, o prefeito petista de Serra Talhada, Luciano Duque, fez questão de agradecer a ex-presidente Dilma e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela obra e pelos investimentos na região. Durante a citação dos antecessores de Temer, os petistas foram bastante aplaudidos pela plateia, de cerca de 600 pessoas. O prefeito fez agradecimentos também a Temer e publicamente cobrou a liberação de recursos para o hospital regional e para o combate à seca. "Tendo em nós parceiros de primeira ordem para gerar qualidade de vida para o nosso povo", afirmou Duque.

Temer chegou ao local pouco antes das 11 horas (horário local) e fez uma visita pelas instalações. Apesar da inauguração do novo campus, a infraestrutura no local ainda é bastante precária e não há, por exemplo, sinal de telefone na região. De acordo com o MEC, estão sendo feitos contatos com as operadoras de telefone para a colocação de uma torre. Também há problemas com sinal de internet que, segundo a assessoria do MEC, até o início das aulas, na próxima quinta-feira, 2, será estabelecido.

Protesto. Um grupo de pouco mais de 100 pessoas fez um protesto em frente ao Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertão-PE) de Serra Talhada. De acordo com o vereador Sinézio Rodrigues (PT), o ato só não reuniu mais pessoas por conta do "aparato de segurança do presidente". "Tivemos que andar 5 km a pé e isso fez com que várias pessoas desistissem dado o calor que estamos passando", afirmou o vereador, que calculou que o ato reuniu até 500 pessoas. 

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Um grupo fez um protesto em frente ao Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertão-PE) de Serra Talhada, em Pernambuco, onde o presidente Michel Temer participou de uma cerimônia

Além do vereador, estavam no protesto representantes do MST e do Levante Popular da Juventude. O grupo é contra o governo Temer e diz que a cidade não pode apoiar o "golpe". "Viemos protestar de forma pacífica para mostrar que não aceitamos a visita do golpista em nossa cidade", disse o vereador. "Até porque o IFSertão foi construído no governo Dilma e Temer veio aqui apenas colocar a placa, nenhuma contribuição ele deu", completou. 

Investimentos. O investimento total do governo federal no novo campus foi R$ 11,7 milhões. O campus possui 5.577,37m² de área construída, com 12 salas de aula com capacidade total para atender 1.030 alunos, com infraestrutura de quadra poliesportiva, refeitório, biblioteca, auditório, anfiteatro e laboratórios.

Ao lado do ministro da Educação, Mendonça Filho, Temer anunciou ainda a liberação de R$ 2,147 milhões para o campus. De acordo com o MEC, a verba será destinada à aquisição de equipamentos para tecnologia da informação e para aquisição de mobiliário para copa, cozinha e área de convivência; além de um ônibus e uma caminhonete.

O campus do IFSertão-PE funcionava anteriormente em uma sede provisória cedida pela prefeitura. O instituto oferece cursos técnicos de refrigeração e climatização e técnico de logística. De acordo com o MEC, com campus definitivo a previsão é que sejam criados pelo menos dois novos cursos. Neste caso, estão programados cursos superiores de engenharia civil e licenciatura em física.

A pasta comandada por Mendonça Filho, que é natural de Pernambuco, afirma que entre maio de 2016 - quando Temer chegou ao poder ainda interino - e dezembro do ano passado, os investimentos em obras nos Institutos Federais de Pernambuco aumentaram quase 11 vezes em relação aos primeiros meses de 2016. Na gestão de Mendonça, conforme dados do MEC, foram investidos R$ 39,6 milhões ante R$ 3,64 milhões de janeiro a maio do ano passado.

Em seu discurso, Mendonça anunciou a liberação por parte do governo federal de R$ 1,3 bilhão para nove Estados para que as prefeituras possam pagar a complementação do Fundeb. Segundo o ministro, os recursos serão liberados até dezembro de 2017.

Além de Mendonça, participam da cerimônia os demais ministros pernambucanos: Bruno Araújo (Cidades), Raul Jungmann (Defesa) e Fernando Bezerra Filho (Minas e Energia). Também estão na inauguração o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).

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