O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), vai renunciar ao mandato de deputado em dezembro, antes do dia 17, quando será diplomado vice-presidente do País. No lugar de Temer, assume o primeiro vice-presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). Caso Temer renunciasse até 30 de novembro, a Câmara teria de realizar novas eleições para preencher o cargo.Marco Maia é um dos petistas interessados em assumir o comando da Casa a partir de 1º de fevereiro do próximo ano, quando tomam posse os parlamentares eleitos em outubro deste ano para cumprir o mandato até 2015. Além de Maia, os petistas Arlindo Chinaglia (SP) e Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara, também querem o cargo.O acordo do PT com o PMDB para revezarem o comando da Casa nos dois períodos - biênio 2011/2013 e biênio 2013/2015 - está esbarrando no Senado. A bancada do PT quer a garantia de que a divisão vai valer também para o Senado. Petistas ponderam que o partido, o maior da Câmara, vai abrir mão da presidência da Casa no segundo biênio, mas querem a mesma troca de comando no Senado. Os senadores do PMDB formam a maior bancada e reivindicam a presidência da Casa. O PMDB, no entanto, não quer incluir o Senado no acordo.O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), também candidato a presidir a Casa, reafirmou que o Senado está fora do acordo, porque o maior partido comanda a Casa. "Ou se aceita a regra ou vai para o confronto", disse Henrique Alves. Neste biênio, o senador Tião Viana (PT-AC) disputou a eleição com o senador José Sarney (PMDB-AP), mas acabou derrotado. Na Câmara, interlocutores do PMDB já admitem que um deputado do PT deverá assumir a presidência da Casa no primeiro biênio, deixando o segundo período para um deputado do PMDB, ou seja, para Henrique Alves.Em 2002, o então presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB/MG), renunciou ao cargo depois de eleito governador de Minas Gerais. Com a saída de Aécio, o então vice-presidente da Casa, deputado Efraim Moraes (DEM/PB), assumiu o mandato tampão de dois meses.