O político alagoano Teotônio Vilela faria 100 anos se estivesse vivo neste domingo. A vida daquele que dizia ver todo mundo do seu próprio tamanho, tal como cachorro de boiadeiro, com coragem de pular no focinho de touro bravo, está retratada no livro Senhor República (Ed. Record), do jornalista Carlos Marchi, lançado na quinta-feira passada em São Paulo e a ser apresentado ao público nesta terça-feira, em Brasília.
O menestrel das Alagoas, título de música composta por Fernando Brant e Milton Nascimento em homenagem a Vilela, aboiou muito gado pelas bandas da Viçosa, sua terra natal, enquanto filho de fazendeiro, antes de se fazer na política.
Foi deputado pela UDN, senador pela Arena, MDB e PMDB. O estudioso do liberalismo clássico fez nome mesmo como defensor de eleições diretas no período da redemocratização do Brasil. “Ele foi um liberal que radicalizou ao extremo, defendendo a democracia representativa e as garantias individuais. Ele foi o grande cultor do pensamento liberal, não Milton Campos (governador de Minas Gerais), não Carlos Lacerda (governador da Guanabara)”, diz Marchi. Se fosse vivo, não aprovaria hoje as reformas em curso no Congresso. “Não. Tenho certeza que ele estaria nas trincheiras, atirando”, completa.
Senhor República Autor: Carlos Marchi Ed.: Record (434 pág.; R$ 62,90)