Fundador do PSDB deixa partido após divergência por apoio a Nunes: ‘Continuo tucano raiz’


O agora ex-tucano divergiu do apoio a Ricardo Nunes; o PSDB lamentou a saída

Por Vinícius Novais
Atualização:

Um dos fundadores do PSDB, o “tucano raiz”, Tião Farias deixou o partido. A carta de desfiliação foi enviada ao presidente da legenda em São Paulo, José Anibal, nesta segunda-feira, 4. Em mensagem a colegas, Tião escreveu que deixa o partido mas continua “tucano raiz”. Procurado, o PSDB disse que lamenta a saída.

Segundo Farias, a saída da legenda é resultado dos “rumos atuais e as escolhas da direção”. O apoio tucano a Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno das eleições municipais é um exemplo disso. “Decisão de apoiar o atual prefeito, sem consultar adequadamente as instâncias locais, me faz pensar que vamos ‘dormir com o inimigo’ e, no caso do padrinho dele, para usar uma analogia clássica, vamos chocar o ‘ovo da serpente’”, escreveu Farias em referência a Bolsonaro.

Dirigentes do PSDB têm tido que lidar com defecções em diversas partes do Brasil Foto: Kiko Scartezini/PSDB
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O ex-presidente Jair Bolsonaro apoiou Nunes e essa aproximação com um candidato apoiado pela extrema-direita incomodou o fundador da legenda. “Nunca apoiamos candidatos associados ao malufismo/bolsonarismo. A coerência histórica, neste caso, seria a neutralidade, pois estaria mais alinhada com nossos princípios e evitaria contradições com o que o partido defendeu ao longo dos anos”, argumentou.

Ainda sobre o apoio a Nunes, Tião Farias se incomodou com a decisão ter sido tomada sem a consulta ao diretório paulista da legenda. “É claro que a direção do partido tem o direito de se posicionar, mas nada justifica deixar de comunicar previamente o nosso presidente municipal – um gesto básico de consideração política”, explicou.

“Suas ações e discursos revelam traços de um projeto fascista e golpista, algo que contraria frontalmente o nosso manifesto de fundação de 1988, que deixa claro nosso compromisso primordial com a defesa da democracia contra qualquer tentativa de retrocesso autoritário” considerou sobre Bolsonaro.

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Para o agora ex-tucano, apoiar a esquerda nas eleições não desviaria a legenda de suas tradições. “Nós já apoiamos Lula em um segundo turno presidencial e também Marta Suplicy em uma eleição municipal. Ou seja, se o objetivo era marcar uma distinção, essa narrativa não reflete a nossa trajetória”.

Farias reiterou que fica satisfeito com o partido que construiu. “Mantenho a certeza de que nosso trabalho valeu a pena e o legado de nossas realizações ficará para sempre”, escreveu.

Ao Estadão, Benedito Mascarenhas, secretário-geral do diretório municipal de São Paulo do PSDB, lamentou a saída, mas respeitou a decisão. “Ele já vinha com algum descontentamento com a forma que o partido está sendo conduzido, principalmente ao nível nacional”, disse. Para Mascarenhas, Tião seria uma peça-chave na reconstrução do partido. “Com certeza ele vai continuar com o coração tucano, mas não vamos ter a figura dele, a pessoa dele, a liderança que ele exerce junto a nós nesse momento.”

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Por outro lado, Farias disse ao Estadão que sua saída não afeta o futuro do partido, mas teme que a legenda mude de espectro ideológico. “O que me preocupa é o rumo que o PSDB tem tomado. O partido, que nasceu como uma força de centro-esquerda, fez uma guinada para a direita nos últimos anos. Espero sinceramente que não se aproxime de movimentos de ultradireita, que têm tendências golpistas e viés fascista, pois isso seria uma traição aos princípios democráticos e progressistas que marcaram sua fundação e uma afronta aos seus fundadores, principalmente aos que já partiram”, disse.

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Um dos fundadores do PSDB, o “tucano raiz”, Tião Farias deixou o partido. A carta de desfiliação foi enviada ao presidente da legenda em São Paulo, José Anibal, nesta segunda-feira, 4. Em mensagem a colegas, Tião escreveu que deixa o partido mas continua “tucano raiz”. Procurado, o PSDB disse que lamenta a saída.

Segundo Farias, a saída da legenda é resultado dos “rumos atuais e as escolhas da direção”. O apoio tucano a Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno das eleições municipais é um exemplo disso. “Decisão de apoiar o atual prefeito, sem consultar adequadamente as instâncias locais, me faz pensar que vamos ‘dormir com o inimigo’ e, no caso do padrinho dele, para usar uma analogia clássica, vamos chocar o ‘ovo da serpente’”, escreveu Farias em referência a Bolsonaro.

Dirigentes do PSDB têm tido que lidar com defecções em diversas partes do Brasil Foto: Kiko Scartezini/PSDB

O ex-presidente Jair Bolsonaro apoiou Nunes e essa aproximação com um candidato apoiado pela extrema-direita incomodou o fundador da legenda. “Nunca apoiamos candidatos associados ao malufismo/bolsonarismo. A coerência histórica, neste caso, seria a neutralidade, pois estaria mais alinhada com nossos princípios e evitaria contradições com o que o partido defendeu ao longo dos anos”, argumentou.

Ainda sobre o apoio a Nunes, Tião Farias se incomodou com a decisão ter sido tomada sem a consulta ao diretório paulista da legenda. “É claro que a direção do partido tem o direito de se posicionar, mas nada justifica deixar de comunicar previamente o nosso presidente municipal – um gesto básico de consideração política”, explicou.

“Suas ações e discursos revelam traços de um projeto fascista e golpista, algo que contraria frontalmente o nosso manifesto de fundação de 1988, que deixa claro nosso compromisso primordial com a defesa da democracia contra qualquer tentativa de retrocesso autoritário” considerou sobre Bolsonaro.

Para o agora ex-tucano, apoiar a esquerda nas eleições não desviaria a legenda de suas tradições. “Nós já apoiamos Lula em um segundo turno presidencial e também Marta Suplicy em uma eleição municipal. Ou seja, se o objetivo era marcar uma distinção, essa narrativa não reflete a nossa trajetória”.

Farias reiterou que fica satisfeito com o partido que construiu. “Mantenho a certeza de que nosso trabalho valeu a pena e o legado de nossas realizações ficará para sempre”, escreveu.

Ao Estadão, Benedito Mascarenhas, secretário-geral do diretório municipal de São Paulo do PSDB, lamentou a saída, mas respeitou a decisão. “Ele já vinha com algum descontentamento com a forma que o partido está sendo conduzido, principalmente ao nível nacional”, disse. Para Mascarenhas, Tião seria uma peça-chave na reconstrução do partido. “Com certeza ele vai continuar com o coração tucano, mas não vamos ter a figura dele, a pessoa dele, a liderança que ele exerce junto a nós nesse momento.”

Por outro lado, Farias disse ao Estadão que sua saída não afeta o futuro do partido, mas teme que a legenda mude de espectro ideológico. “O que me preocupa é o rumo que o PSDB tem tomado. O partido, que nasceu como uma força de centro-esquerda, fez uma guinada para a direita nos últimos anos. Espero sinceramente que não se aproxime de movimentos de ultradireita, que têm tendências golpistas e viés fascista, pois isso seria uma traição aos princípios democráticos e progressistas que marcaram sua fundação e uma afronta aos seus fundadores, principalmente aos que já partiram”, disse.

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Um dos fundadores do PSDB, o “tucano raiz”, Tião Farias deixou o partido. A carta de desfiliação foi enviada ao presidente da legenda em São Paulo, José Anibal, nesta segunda-feira, 4. Em mensagem a colegas, Tião escreveu que deixa o partido mas continua “tucano raiz”. Procurado, o PSDB disse que lamenta a saída.

Segundo Farias, a saída da legenda é resultado dos “rumos atuais e as escolhas da direção”. O apoio tucano a Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno das eleições municipais é um exemplo disso. “Decisão de apoiar o atual prefeito, sem consultar adequadamente as instâncias locais, me faz pensar que vamos ‘dormir com o inimigo’ e, no caso do padrinho dele, para usar uma analogia clássica, vamos chocar o ‘ovo da serpente’”, escreveu Farias em referência a Bolsonaro.

Dirigentes do PSDB têm tido que lidar com defecções em diversas partes do Brasil Foto: Kiko Scartezini/PSDB

O ex-presidente Jair Bolsonaro apoiou Nunes e essa aproximação com um candidato apoiado pela extrema-direita incomodou o fundador da legenda. “Nunca apoiamos candidatos associados ao malufismo/bolsonarismo. A coerência histórica, neste caso, seria a neutralidade, pois estaria mais alinhada com nossos princípios e evitaria contradições com o que o partido defendeu ao longo dos anos”, argumentou.

Ainda sobre o apoio a Nunes, Tião Farias se incomodou com a decisão ter sido tomada sem a consulta ao diretório paulista da legenda. “É claro que a direção do partido tem o direito de se posicionar, mas nada justifica deixar de comunicar previamente o nosso presidente municipal – um gesto básico de consideração política”, explicou.

“Suas ações e discursos revelam traços de um projeto fascista e golpista, algo que contraria frontalmente o nosso manifesto de fundação de 1988, que deixa claro nosso compromisso primordial com a defesa da democracia contra qualquer tentativa de retrocesso autoritário” considerou sobre Bolsonaro.

Para o agora ex-tucano, apoiar a esquerda nas eleições não desviaria a legenda de suas tradições. “Nós já apoiamos Lula em um segundo turno presidencial e também Marta Suplicy em uma eleição municipal. Ou seja, se o objetivo era marcar uma distinção, essa narrativa não reflete a nossa trajetória”.

Farias reiterou que fica satisfeito com o partido que construiu. “Mantenho a certeza de que nosso trabalho valeu a pena e o legado de nossas realizações ficará para sempre”, escreveu.

Ao Estadão, Benedito Mascarenhas, secretário-geral do diretório municipal de São Paulo do PSDB, lamentou a saída, mas respeitou a decisão. “Ele já vinha com algum descontentamento com a forma que o partido está sendo conduzido, principalmente ao nível nacional”, disse. Para Mascarenhas, Tião seria uma peça-chave na reconstrução do partido. “Com certeza ele vai continuar com o coração tucano, mas não vamos ter a figura dele, a pessoa dele, a liderança que ele exerce junto a nós nesse momento.”

Por outro lado, Farias disse ao Estadão que sua saída não afeta o futuro do partido, mas teme que a legenda mude de espectro ideológico. “O que me preocupa é o rumo que o PSDB tem tomado. O partido, que nasceu como uma força de centro-esquerda, fez uma guinada para a direita nos últimos anos. Espero sinceramente que não se aproxime de movimentos de ultradireita, que têm tendências golpistas e viés fascista, pois isso seria uma traição aos princípios democráticos e progressistas que marcaram sua fundação e uma afronta aos seus fundadores, principalmente aos que já partiram”, disse.

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