Assim como no debate presidencial do fim da semana passada, o encontro entre os candidatos ao Palácio do Planalto realizado pela Globo nesta quinta-feira, 29, teve a corrupção como o principal tema. Dados do Monitor de Redes do Estadão exibem que 28% dos comentários sobre os presidenciáveis falaram do assunto.
A pauta de costumes aparece na segunda menção, com 19,4% de citações dos usuários e economia fecha o pódio com 11,3% das menções. Foram mais de 918 mil comentários sobre o debate ao longo das duas primeiras horas.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o candidato à reeleição pelo PL, Jair Bolsonaro, polarizaram a discussão no Twitter, Facebook e Instagram. O petista liderou o índice com 358,2 mil menções a ele ante 268,8 mil menções do chefe do Executivo.
Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) vêm logo atrás, com 101 mil e 78,2 mil menções, respectivamente.
Padre Kelmon domina buscas no Google
No Google, porém, o resultado é diferente. O candidato Padre Kelmon (PTB) liderou com ampla vantagem em procuras no site em relação a todos os demais candidatos durante a maior parte do debate. Os brasileiros se perguntaram, principalmente, quem era ele, se ele era mesmo padre e procuraram por memes sobre o presidenciável.
Ao procurar sobre Lula no Google, usuários procuraram saber mais sobre o entrevero entre o petista e o Padre Kelmon durante o debate. Os dois trocaram ofensas em determinado momento do debate e precisaram ser interrompidos pelo mediador, William Bonner.
Brasileiros também procuraram saber sobre Celso Daniel, mencionado por Bolsonaro em sua primeira pergunta no debate, direcionada a Simone Tebet, quando ele acusou o ex-presidente de ter sido o mandante do assassinato do ex-prefeito de Santo André. A campanha de Lula antecipou o movimento e pagou por anúncios falando em "fake news" sobre o caso quando alguém realiza uma procura no Google.
Os decretos de sigilo de 100 anos impostos por Bolsonaro monopolizaram as principais pesquisas sobre o presidente na plataforma. Todas as seis principais pesquisas envolvem o tema. Em seguida, aparecem menções sobre o chefe do Executivo e Padre Kelmon. Ao longo de todo o debate, candidatos apontaram o religioso como um "laranja" do incumbente.
Uma das principais buscas sobre o debate foi por memes. Assim como no debate anterior, as frases de Soraya Thronicke (União Brasil) geraram piadas na internet. A internet reagiu ao momento em que ela chamou Padre Kelmon de "padre de festa junina".
"Como padre de festa junina, quero dizer que o Kelmon não nos representa", escreveu o comediante Yuri Marçal no Twitter.
A #DebateNaGlobo liderou, ao longo de todas as três horas de debate, com 1,1 milhão de tuítes.
Lula é o candidato mais mencionado na internet; D'Avila tem a maior média de menções negativas
Relatório da Quaest captou 204 milhões de menções feitas por usuários nas redes entre às 17h até 01h30. Lula foi o candidato mais mencionado (40%), um ponto acima de Bolsonaro (39%). Eles são seguidos por Ciro (12%), Kelmon (5%), Tebet (2%), Soraya (1%) e D'Avila (1%). O levantamento envolve Facebook, Instagram, Twitter, sites e blogs.
Felipe D'Avila (Novo) foi o candidato com a maior média de menções negativas (67,2%) ao longo de todo o debate. Padre Kelmon (64%) e Soraya (56,8%) completam o pódio e são seguidos por Lula (56,5%), Tebet (54,8%), Bolsonaro (51%) e Ciro (51%).
Os inúmeros pedidos de respostas no primeiro bloco foram o principal assunto do primeiro bloco, que ajudaram a ofuscar as menções ao assassinato de Celso Daniel e os sigilos de 100 anos impostos por Bolsonaro em temas sensíveis do governo. A lei de cotas e a expressão "padre de festa junina" dominaram o segundo bloco.
O terceiro bloco foi majoritariamente dominado por expressões para definir Padre Kelmon. Usuários usaram, por exemplo, "candidato laranja", "falso padre", "padre fake". Na última parte, a legislação para a cultura, como as leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc, foram os assuntos mais mencionados.