Torres antecipou férias mesmo alertado para violência e invasão de prédios, dizem relatórios


Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal preparou relatório no dia 6 de janeiro que citava a possibilidade de prédios dos Três Poderes serem invadidos por indivíduos armados

Por Weslley Galzo e Daniel Haidar
Atualização:

BRASÍLIA - Relatórios obtidos pelo Estadão atestam que Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no 8 de janeiro, antecipou suas férias para o dia 6 de janeiro, mesmo depois de receber alertas por escrito de seus subordinados na pasta e, posteriormente, informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para o risco de violência nos atos em Brasília.

Os relatórios alertavam ainda para preparativos de invasões a prédios públicos com a participação de indivíduos armados que se enquadram na categoria de Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs).

Esses relatórios foram enviados pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) aos parlamentares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques golpistas do dia 8 de janeiro. Torres presta depoimento nesta terça-feira, 08, à comissão, em Brasília.

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TORRES BRASÍLIA DF 08.08.2023 ANDERSON TORRES/DEPOIMENTO CPMI 8 DE JANEIRO POLÍTICA E - O ex-secretário de segurança pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL), Anderson Torres (Foto) presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) do 8 de janeiro, na manhã desta terça-feira (08), no Senado Federal em Brasília. FOTO: WILTON JUNIOR / ESTADÃO Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) leu trechos do material ao interrogar Torres na CPMI na sessão desta terça-feira. O ex-secretário alegou que viajou na noite do dia 6 de janeiro sem ler o documento feito por seus subordinados na Subsecretaria de Inteligência da SSP-DF, que citava riscos de “invasão de órgãos públicos” e de “bloqueios em distribuidoras de combustíveis”.

“Este documento, deputado, ele foi transmitido para o gabinete do secretário e eu já tinha saído da Secretaria”, alegou Torres em depoimento à CPMI. “Quando eu viajei, não havia informação de inteligência”, acrescentou.

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O deputado rebateu e disse que o gabinete de Torres recebeu esse relatório na tarde do dia 6 de janeiro. O ex-secretário tinha alegado que viajou de férias para os Estados Unidos, com sua família, na noite do dia 6 de janeiro. Ele admitiu que viajou de forma antecipada, porque suas férias só estavam marcadas para o dia 9 de janeiro.

O relatório da equipe de Torres tinha destacado as ameaças, articuladas em grupos de WhatsApp e redes sociais, de invadir prédios públicos e bloquear distribuidoras de combustíveis para “sitiar Brasília” com a ajuda de indivíduos armados que, em tese, teriam porte de arma garantido por serem CACs.

“Assinala-se ainda grupo de mensagem, no qual os integrantes seriam pessoas conhecidas por CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) e com postagens sobre ‘sitiar Brasília’ e que denotam a intenção de prática de atos de violência no dia 08JAN23″, diz o relatório enviado para Torres por sua equipe na Subsecretaria de Inteligência da SSP-DF.

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A pasta de Torres também recebeu alertas de agências de inteligência para as ameaças de grupos golpistas que falavam em “tomada de poder”. A Abin, por sua vez, alertou na manhã do dia 8 de Janeiro sobre o crescimento das convocações de manifestantes para o ato golpista realizado naquele dia.

Os alertas recebidos pela SSP-DF foram reunidos pela pasta depois do dia 8 de janeiro e enviados para o ex-interventor federal Ricardo Cappelli, que encaminhou o material ao Tribunal de Contas da União (TCU). A Corte de Contas apura a atuação de agentes públicos no dia 8 de Janeiro.

“O gabinete do Secretário de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal e a Subsecretaria de Operações Integradas - SOPI/SSPDF receberam o Relatório de Inteligência n. 06, elaborado e difundido no dia 06 de janeiro de 2023″, diz documento enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.

BRASÍLIA - Relatórios obtidos pelo Estadão atestam que Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no 8 de janeiro, antecipou suas férias para o dia 6 de janeiro, mesmo depois de receber alertas por escrito de seus subordinados na pasta e, posteriormente, informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para o risco de violência nos atos em Brasília.

Os relatórios alertavam ainda para preparativos de invasões a prédios públicos com a participação de indivíduos armados que se enquadram na categoria de Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs).

Esses relatórios foram enviados pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) aos parlamentares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques golpistas do dia 8 de janeiro. Torres presta depoimento nesta terça-feira, 08, à comissão, em Brasília.

TORRES BRASÍLIA DF 08.08.2023 ANDERSON TORRES/DEPOIMENTO CPMI 8 DE JANEIRO POLÍTICA E - O ex-secretário de segurança pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL), Anderson Torres (Foto) presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) do 8 de janeiro, na manhã desta terça-feira (08), no Senado Federal em Brasília. FOTO: WILTON JUNIOR / ESTADÃO Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) leu trechos do material ao interrogar Torres na CPMI na sessão desta terça-feira. O ex-secretário alegou que viajou na noite do dia 6 de janeiro sem ler o documento feito por seus subordinados na Subsecretaria de Inteligência da SSP-DF, que citava riscos de “invasão de órgãos públicos” e de “bloqueios em distribuidoras de combustíveis”.

“Este documento, deputado, ele foi transmitido para o gabinete do secretário e eu já tinha saído da Secretaria”, alegou Torres em depoimento à CPMI. “Quando eu viajei, não havia informação de inteligência”, acrescentou.

O deputado rebateu e disse que o gabinete de Torres recebeu esse relatório na tarde do dia 6 de janeiro. O ex-secretário tinha alegado que viajou de férias para os Estados Unidos, com sua família, na noite do dia 6 de janeiro. Ele admitiu que viajou de forma antecipada, porque suas férias só estavam marcadas para o dia 9 de janeiro.

O relatório da equipe de Torres tinha destacado as ameaças, articuladas em grupos de WhatsApp e redes sociais, de invadir prédios públicos e bloquear distribuidoras de combustíveis para “sitiar Brasília” com a ajuda de indivíduos armados que, em tese, teriam porte de arma garantido por serem CACs.

“Assinala-se ainda grupo de mensagem, no qual os integrantes seriam pessoas conhecidas por CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) e com postagens sobre ‘sitiar Brasília’ e que denotam a intenção de prática de atos de violência no dia 08JAN23″, diz o relatório enviado para Torres por sua equipe na Subsecretaria de Inteligência da SSP-DF.

A pasta de Torres também recebeu alertas de agências de inteligência para as ameaças de grupos golpistas que falavam em “tomada de poder”. A Abin, por sua vez, alertou na manhã do dia 8 de Janeiro sobre o crescimento das convocações de manifestantes para o ato golpista realizado naquele dia.

Os alertas recebidos pela SSP-DF foram reunidos pela pasta depois do dia 8 de janeiro e enviados para o ex-interventor federal Ricardo Cappelli, que encaminhou o material ao Tribunal de Contas da União (TCU). A Corte de Contas apura a atuação de agentes públicos no dia 8 de Janeiro.

“O gabinete do Secretário de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal e a Subsecretaria de Operações Integradas - SOPI/SSPDF receberam o Relatório de Inteligência n. 06, elaborado e difundido no dia 06 de janeiro de 2023″, diz documento enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.

BRASÍLIA - Relatórios obtidos pelo Estadão atestam que Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no 8 de janeiro, antecipou suas férias para o dia 6 de janeiro, mesmo depois de receber alertas por escrito de seus subordinados na pasta e, posteriormente, informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para o risco de violência nos atos em Brasília.

Os relatórios alertavam ainda para preparativos de invasões a prédios públicos com a participação de indivíduos armados que se enquadram na categoria de Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs).

Esses relatórios foram enviados pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) aos parlamentares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques golpistas do dia 8 de janeiro. Torres presta depoimento nesta terça-feira, 08, à comissão, em Brasília.

TORRES BRASÍLIA DF 08.08.2023 ANDERSON TORRES/DEPOIMENTO CPMI 8 DE JANEIRO POLÍTICA E - O ex-secretário de segurança pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL), Anderson Torres (Foto) presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) do 8 de janeiro, na manhã desta terça-feira (08), no Senado Federal em Brasília. FOTO: WILTON JUNIOR / ESTADÃO Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) leu trechos do material ao interrogar Torres na CPMI na sessão desta terça-feira. O ex-secretário alegou que viajou na noite do dia 6 de janeiro sem ler o documento feito por seus subordinados na Subsecretaria de Inteligência da SSP-DF, que citava riscos de “invasão de órgãos públicos” e de “bloqueios em distribuidoras de combustíveis”.

“Este documento, deputado, ele foi transmitido para o gabinete do secretário e eu já tinha saído da Secretaria”, alegou Torres em depoimento à CPMI. “Quando eu viajei, não havia informação de inteligência”, acrescentou.

O deputado rebateu e disse que o gabinete de Torres recebeu esse relatório na tarde do dia 6 de janeiro. O ex-secretário tinha alegado que viajou de férias para os Estados Unidos, com sua família, na noite do dia 6 de janeiro. Ele admitiu que viajou de forma antecipada, porque suas férias só estavam marcadas para o dia 9 de janeiro.

O relatório da equipe de Torres tinha destacado as ameaças, articuladas em grupos de WhatsApp e redes sociais, de invadir prédios públicos e bloquear distribuidoras de combustíveis para “sitiar Brasília” com a ajuda de indivíduos armados que, em tese, teriam porte de arma garantido por serem CACs.

“Assinala-se ainda grupo de mensagem, no qual os integrantes seriam pessoas conhecidas por CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) e com postagens sobre ‘sitiar Brasília’ e que denotam a intenção de prática de atos de violência no dia 08JAN23″, diz o relatório enviado para Torres por sua equipe na Subsecretaria de Inteligência da SSP-DF.

A pasta de Torres também recebeu alertas de agências de inteligência para as ameaças de grupos golpistas que falavam em “tomada de poder”. A Abin, por sua vez, alertou na manhã do dia 8 de Janeiro sobre o crescimento das convocações de manifestantes para o ato golpista realizado naquele dia.

Os alertas recebidos pela SSP-DF foram reunidos pela pasta depois do dia 8 de janeiro e enviados para o ex-interventor federal Ricardo Cappelli, que encaminhou o material ao Tribunal de Contas da União (TCU). A Corte de Contas apura a atuação de agentes públicos no dia 8 de Janeiro.

“O gabinete do Secretário de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal e a Subsecretaria de Operações Integradas - SOPI/SSPDF receberam o Relatório de Inteligência n. 06, elaborado e difundido no dia 06 de janeiro de 2023″, diz documento enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.

BRASÍLIA - Relatórios obtidos pelo Estadão atestam que Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no 8 de janeiro, antecipou suas férias para o dia 6 de janeiro, mesmo depois de receber alertas por escrito de seus subordinados na pasta e, posteriormente, informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para o risco de violência nos atos em Brasília.

Os relatórios alertavam ainda para preparativos de invasões a prédios públicos com a participação de indivíduos armados que se enquadram na categoria de Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs).

Esses relatórios foram enviados pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) aos parlamentares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques golpistas do dia 8 de janeiro. Torres presta depoimento nesta terça-feira, 08, à comissão, em Brasília.

TORRES BRASÍLIA DF 08.08.2023 ANDERSON TORRES/DEPOIMENTO CPMI 8 DE JANEIRO POLÍTICA E - O ex-secretário de segurança pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL), Anderson Torres (Foto) presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) do 8 de janeiro, na manhã desta terça-feira (08), no Senado Federal em Brasília. FOTO: WILTON JUNIOR / ESTADÃO Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) leu trechos do material ao interrogar Torres na CPMI na sessão desta terça-feira. O ex-secretário alegou que viajou na noite do dia 6 de janeiro sem ler o documento feito por seus subordinados na Subsecretaria de Inteligência da SSP-DF, que citava riscos de “invasão de órgãos públicos” e de “bloqueios em distribuidoras de combustíveis”.

“Este documento, deputado, ele foi transmitido para o gabinete do secretário e eu já tinha saído da Secretaria”, alegou Torres em depoimento à CPMI. “Quando eu viajei, não havia informação de inteligência”, acrescentou.

O deputado rebateu e disse que o gabinete de Torres recebeu esse relatório na tarde do dia 6 de janeiro. O ex-secretário tinha alegado que viajou de férias para os Estados Unidos, com sua família, na noite do dia 6 de janeiro. Ele admitiu que viajou de forma antecipada, porque suas férias só estavam marcadas para o dia 9 de janeiro.

O relatório da equipe de Torres tinha destacado as ameaças, articuladas em grupos de WhatsApp e redes sociais, de invadir prédios públicos e bloquear distribuidoras de combustíveis para “sitiar Brasília” com a ajuda de indivíduos armados que, em tese, teriam porte de arma garantido por serem CACs.

“Assinala-se ainda grupo de mensagem, no qual os integrantes seriam pessoas conhecidas por CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) e com postagens sobre ‘sitiar Brasília’ e que denotam a intenção de prática de atos de violência no dia 08JAN23″, diz o relatório enviado para Torres por sua equipe na Subsecretaria de Inteligência da SSP-DF.

A pasta de Torres também recebeu alertas de agências de inteligência para as ameaças de grupos golpistas que falavam em “tomada de poder”. A Abin, por sua vez, alertou na manhã do dia 8 de Janeiro sobre o crescimento das convocações de manifestantes para o ato golpista realizado naquele dia.

Os alertas recebidos pela SSP-DF foram reunidos pela pasta depois do dia 8 de janeiro e enviados para o ex-interventor federal Ricardo Cappelli, que encaminhou o material ao Tribunal de Contas da União (TCU). A Corte de Contas apura a atuação de agentes públicos no dia 8 de Janeiro.

“O gabinete do Secretário de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal e a Subsecretaria de Operações Integradas - SOPI/SSPDF receberam o Relatório de Inteligência n. 06, elaborado e difundido no dia 06 de janeiro de 2023″, diz documento enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.

BRASÍLIA - Relatórios obtidos pelo Estadão atestam que Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no 8 de janeiro, antecipou suas férias para o dia 6 de janeiro, mesmo depois de receber alertas por escrito de seus subordinados na pasta e, posteriormente, informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para o risco de violência nos atos em Brasília.

Os relatórios alertavam ainda para preparativos de invasões a prédios públicos com a participação de indivíduos armados que se enquadram na categoria de Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs).

Esses relatórios foram enviados pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) aos parlamentares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques golpistas do dia 8 de janeiro. Torres presta depoimento nesta terça-feira, 08, à comissão, em Brasília.

TORRES BRASÍLIA DF 08.08.2023 ANDERSON TORRES/DEPOIMENTO CPMI 8 DE JANEIRO POLÍTICA E - O ex-secretário de segurança pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL), Anderson Torres (Foto) presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) do 8 de janeiro, na manhã desta terça-feira (08), no Senado Federal em Brasília. FOTO: WILTON JUNIOR / ESTADÃO Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) leu trechos do material ao interrogar Torres na CPMI na sessão desta terça-feira. O ex-secretário alegou que viajou na noite do dia 6 de janeiro sem ler o documento feito por seus subordinados na Subsecretaria de Inteligência da SSP-DF, que citava riscos de “invasão de órgãos públicos” e de “bloqueios em distribuidoras de combustíveis”.

“Este documento, deputado, ele foi transmitido para o gabinete do secretário e eu já tinha saído da Secretaria”, alegou Torres em depoimento à CPMI. “Quando eu viajei, não havia informação de inteligência”, acrescentou.

O deputado rebateu e disse que o gabinete de Torres recebeu esse relatório na tarde do dia 6 de janeiro. O ex-secretário tinha alegado que viajou de férias para os Estados Unidos, com sua família, na noite do dia 6 de janeiro. Ele admitiu que viajou de forma antecipada, porque suas férias só estavam marcadas para o dia 9 de janeiro.

O relatório da equipe de Torres tinha destacado as ameaças, articuladas em grupos de WhatsApp e redes sociais, de invadir prédios públicos e bloquear distribuidoras de combustíveis para “sitiar Brasília” com a ajuda de indivíduos armados que, em tese, teriam porte de arma garantido por serem CACs.

“Assinala-se ainda grupo de mensagem, no qual os integrantes seriam pessoas conhecidas por CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) e com postagens sobre ‘sitiar Brasília’ e que denotam a intenção de prática de atos de violência no dia 08JAN23″, diz o relatório enviado para Torres por sua equipe na Subsecretaria de Inteligência da SSP-DF.

A pasta de Torres também recebeu alertas de agências de inteligência para as ameaças de grupos golpistas que falavam em “tomada de poder”. A Abin, por sua vez, alertou na manhã do dia 8 de Janeiro sobre o crescimento das convocações de manifestantes para o ato golpista realizado naquele dia.

Os alertas recebidos pela SSP-DF foram reunidos pela pasta depois do dia 8 de janeiro e enviados para o ex-interventor federal Ricardo Cappelli, que encaminhou o material ao Tribunal de Contas da União (TCU). A Corte de Contas apura a atuação de agentes públicos no dia 8 de Janeiro.

“O gabinete do Secretário de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal e a Subsecretaria de Operações Integradas - SOPI/SSPDF receberam o Relatório de Inteligência n. 06, elaborado e difundido no dia 06 de janeiro de 2023″, diz documento enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.

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