Tragédia no RS pode afetar favoritismo de prefeito de Porto Alegre na corrida pela reeleição


Sebastião Melo liderou todas as pesquisas de intenção de voto antes da enchente; debate sobre prevenção a desastres e reconstrução da cidade pode mudar quadro da disputa na capital gaúcha

Por Luccas Lucena
Atualização:

A tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul terá impacto sobre a corrida eleitoral deste ano. Os pré-candidatos à Prefeitura de Porto Alegre evitam jogar nas costas do prefeito, Sebastião Melo (MDB), a responsabilidade pela tragédia, mas pesquisa divulgada no início do mês revelou que 64% dos brasileiros consideram que gestores municipais têm “muita responsabilidade” sobre o tipo de desastre que atingiu o Sul do País. Esse fator tem potencial para abalar a campanha pela reeleição de Melo.

Especialistas apontam que, além do volume incomum de chuva, parte dos estragos registrados em Porto Alegre reflete problemas de ordem estrutural, como rompimento de barragens, transbordamento de diques de proteção e a incapacidade de bombas de sucção de realizarem todo o trabalho de escoamento da água que invadiu ruas e avenidas da cidade. O sistema antienchente da capital gaúcha chegou ao limite, e uma das consequências dessa limitação foi o refluxo de água pelos bueiros que também intensificaram os alagamentos das vias.

continua após a publicidade
Debate sobre a prevenção às enchentes em Porto Alegre deve dominar eleições na capital gaúcha Foto: Alex Rocha/PMPA

O consultor eleitoral e analista político Wilson Pedroso disse que ter de se explicar à população pelas falhas estruturais de Porto Alegre será um dos desafios para Melo, pré-candidato à reeleição que tem entre 40% e 42% das intenções de voto, segundo a última pesquisa RealTime Big Data, divulgada no começo de abril, antes portanto do evento climático. “Sebastião Melo tinha boa aprovação do mandato e vinha sendo apontado como favorito para a reeleição. Agora, ele terá os desafios de explicar à população porque o sistema antienchentes não funcionou de forma adequada e de apresentar soluções rápidas para que a capital tenha as áreas alagadas recuperadas”.

Pedroso considera “natural” a cobrança da população em relação aos gestores públicos em um desastre como esse, conforme aponta a pesquisa da Quaest divulgado no início de maio. “A tragédia provocada pelos temporais e alagamentos no estado do Rio Grande do Sul vai impactar diretamente a vida da população. As famílias vitimadas terão de encontrar meios para se reerguer e as cidades terão de ser reconstruídas dentro uma economia enfraquecida, com previsão de queda do PIB para o estado. Neste cenário, é natural que a população cobre soluções dos gestores públicos, especialmente em um ano eleitoral”.

continua após a publicidade

“A pesquisa Genial/Quaest nos mostra que 64% dos cidadãos brasileiros consideram que as prefeituras têm ‘muita responsabilidade’ sobre o desastre. Mas é importante destacar que pesquisas de opinião são como uma fotografia, refletem o exato momento em que são realizadas. Diante de uma situação tão atípica, com o desastre ambiental ainda em curso, pessoas desabrigadas, famílias enlutadas e enorme comoção do país, ainda não é possível avaliar exatamente como o eleitor deverá se comportar em outubro. É preciso aguardar passar o período crítico para que tenhamos condições de fazer previsões eleitorais e análises políticas mais aprofundadas”, analisa.

Em quatro cenários testados para as eleições em Porto Alegre, aparece em segundo lugar a deputada federal Maria do Rosário (PT), que tem entre 22% e 26% das intenções de voto, seguida pela deputada estadual Luciana Genro (PSOL), com 7%, a deputada federal Any Ortiz (Cidadania) e a ex-deputada estadual Juliana Brizola (PDT), com 5% cada, e, por fim, Comandante Nádia (PP) com 4%, e o deputado estadual Thiago Duarte (União) com 2%.

Nas redes sociais dos candidatos, todos eles aparecem ajudando a população com doações e serviço voluntário. Maria do Rosário disse apenas em uma publicação que a tragédia poderia ter sido evitada, mas evitou criticar o prefeito diretamente neste momento. A outra candidata da oposição, Luciana Genro, relembrou e criticou a iniciativa antiga do prefeito Sebastião Melo e do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que queriam derrubar parte do muro do cais Mauá, uma das proteções contra as cheias do Guaíba. Os outros candidatos não criticam o prefeito e nem o governo estadual.

continua após a publicidade
Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre Foto: Alex Rocha/PMPA

Pedroso considera que a entrega dos recursos de apoio às cidade e a condução do prefeito sobre a tragédia serão determinantes para o processo eleitoral. “Dois fatores serão decisivos para a evolução do humor do eleitorado durante o processo eleitoral em Porto Alegre, assim como nos demais municípios atingidos pelos alagamentos. O primeiro deles é a celeridade na chegada dos recursos para apoio às cidades, incluindo-se tanto as transferências federais para as obras de infraestrutura, quanto o dinheiro das doações recebidas pelo Estado, que serão destinadas ao auxílio emergencial das vítimas. O segundo ponto fundamental é como os prefeitos estão realizando a condução da tragédia e, principalmente, como atuarão para reerguer suas cidades”.

As obras para recuperar a cidade também serão relevantes para o prefeito mostrar liderança. Se exagerar, porém, pode ser acusado de fazer uso político da tragédia, analisa o consultor. “A forma e o tempo em que as obras serão realizadas vão ser determinantes para que a boa avaliação do prefeito se confirme após o desastre. Se por um lado Sebastião Melo terá a chance de mostrar liderança e força de gestão na condução dos trabalhos, por outro, ele terá de ter cuidado para não ser acusado de fazer uso político da tragédia e da dor das famílias vítimas dos alagamentos”.

continua após a publicidade

Veja os pré-candidatos à Prefeitura de Porto Alegre:

  • Sebastião Melo (MDB), atual prefeito
  • Maria do Rosário (PT), deputada federal
  • Luciana Genro (PSOL), deputada estadual
  • Any Ortiz (Cidadania), deputada federal
  • Juliana Brizola (PDT), ex-deputada estadual
  • Comandante Nádia (PL), vereadora
  • Thiago Duarte (União), deputado estadual

A tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul terá impacto sobre a corrida eleitoral deste ano. Os pré-candidatos à Prefeitura de Porto Alegre evitam jogar nas costas do prefeito, Sebastião Melo (MDB), a responsabilidade pela tragédia, mas pesquisa divulgada no início do mês revelou que 64% dos brasileiros consideram que gestores municipais têm “muita responsabilidade” sobre o tipo de desastre que atingiu o Sul do País. Esse fator tem potencial para abalar a campanha pela reeleição de Melo.

Especialistas apontam que, além do volume incomum de chuva, parte dos estragos registrados em Porto Alegre reflete problemas de ordem estrutural, como rompimento de barragens, transbordamento de diques de proteção e a incapacidade de bombas de sucção de realizarem todo o trabalho de escoamento da água que invadiu ruas e avenidas da cidade. O sistema antienchente da capital gaúcha chegou ao limite, e uma das consequências dessa limitação foi o refluxo de água pelos bueiros que também intensificaram os alagamentos das vias.

Debate sobre a prevenção às enchentes em Porto Alegre deve dominar eleições na capital gaúcha Foto: Alex Rocha/PMPA

O consultor eleitoral e analista político Wilson Pedroso disse que ter de se explicar à população pelas falhas estruturais de Porto Alegre será um dos desafios para Melo, pré-candidato à reeleição que tem entre 40% e 42% das intenções de voto, segundo a última pesquisa RealTime Big Data, divulgada no começo de abril, antes portanto do evento climático. “Sebastião Melo tinha boa aprovação do mandato e vinha sendo apontado como favorito para a reeleição. Agora, ele terá os desafios de explicar à população porque o sistema antienchentes não funcionou de forma adequada e de apresentar soluções rápidas para que a capital tenha as áreas alagadas recuperadas”.

Pedroso considera “natural” a cobrança da população em relação aos gestores públicos em um desastre como esse, conforme aponta a pesquisa da Quaest divulgado no início de maio. “A tragédia provocada pelos temporais e alagamentos no estado do Rio Grande do Sul vai impactar diretamente a vida da população. As famílias vitimadas terão de encontrar meios para se reerguer e as cidades terão de ser reconstruídas dentro uma economia enfraquecida, com previsão de queda do PIB para o estado. Neste cenário, é natural que a população cobre soluções dos gestores públicos, especialmente em um ano eleitoral”.

“A pesquisa Genial/Quaest nos mostra que 64% dos cidadãos brasileiros consideram que as prefeituras têm ‘muita responsabilidade’ sobre o desastre. Mas é importante destacar que pesquisas de opinião são como uma fotografia, refletem o exato momento em que são realizadas. Diante de uma situação tão atípica, com o desastre ambiental ainda em curso, pessoas desabrigadas, famílias enlutadas e enorme comoção do país, ainda não é possível avaliar exatamente como o eleitor deverá se comportar em outubro. É preciso aguardar passar o período crítico para que tenhamos condições de fazer previsões eleitorais e análises políticas mais aprofundadas”, analisa.

Em quatro cenários testados para as eleições em Porto Alegre, aparece em segundo lugar a deputada federal Maria do Rosário (PT), que tem entre 22% e 26% das intenções de voto, seguida pela deputada estadual Luciana Genro (PSOL), com 7%, a deputada federal Any Ortiz (Cidadania) e a ex-deputada estadual Juliana Brizola (PDT), com 5% cada, e, por fim, Comandante Nádia (PP) com 4%, e o deputado estadual Thiago Duarte (União) com 2%.

Nas redes sociais dos candidatos, todos eles aparecem ajudando a população com doações e serviço voluntário. Maria do Rosário disse apenas em uma publicação que a tragédia poderia ter sido evitada, mas evitou criticar o prefeito diretamente neste momento. A outra candidata da oposição, Luciana Genro, relembrou e criticou a iniciativa antiga do prefeito Sebastião Melo e do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que queriam derrubar parte do muro do cais Mauá, uma das proteções contra as cheias do Guaíba. Os outros candidatos não criticam o prefeito e nem o governo estadual.

Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre Foto: Alex Rocha/PMPA

Pedroso considera que a entrega dos recursos de apoio às cidade e a condução do prefeito sobre a tragédia serão determinantes para o processo eleitoral. “Dois fatores serão decisivos para a evolução do humor do eleitorado durante o processo eleitoral em Porto Alegre, assim como nos demais municípios atingidos pelos alagamentos. O primeiro deles é a celeridade na chegada dos recursos para apoio às cidades, incluindo-se tanto as transferências federais para as obras de infraestrutura, quanto o dinheiro das doações recebidas pelo Estado, que serão destinadas ao auxílio emergencial das vítimas. O segundo ponto fundamental é como os prefeitos estão realizando a condução da tragédia e, principalmente, como atuarão para reerguer suas cidades”.

As obras para recuperar a cidade também serão relevantes para o prefeito mostrar liderança. Se exagerar, porém, pode ser acusado de fazer uso político da tragédia, analisa o consultor. “A forma e o tempo em que as obras serão realizadas vão ser determinantes para que a boa avaliação do prefeito se confirme após o desastre. Se por um lado Sebastião Melo terá a chance de mostrar liderança e força de gestão na condução dos trabalhos, por outro, ele terá de ter cuidado para não ser acusado de fazer uso político da tragédia e da dor das famílias vítimas dos alagamentos”.

Veja os pré-candidatos à Prefeitura de Porto Alegre:

  • Sebastião Melo (MDB), atual prefeito
  • Maria do Rosário (PT), deputada federal
  • Luciana Genro (PSOL), deputada estadual
  • Any Ortiz (Cidadania), deputada federal
  • Juliana Brizola (PDT), ex-deputada estadual
  • Comandante Nádia (PL), vereadora
  • Thiago Duarte (União), deputado estadual

A tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul terá impacto sobre a corrida eleitoral deste ano. Os pré-candidatos à Prefeitura de Porto Alegre evitam jogar nas costas do prefeito, Sebastião Melo (MDB), a responsabilidade pela tragédia, mas pesquisa divulgada no início do mês revelou que 64% dos brasileiros consideram que gestores municipais têm “muita responsabilidade” sobre o tipo de desastre que atingiu o Sul do País. Esse fator tem potencial para abalar a campanha pela reeleição de Melo.

Especialistas apontam que, além do volume incomum de chuva, parte dos estragos registrados em Porto Alegre reflete problemas de ordem estrutural, como rompimento de barragens, transbordamento de diques de proteção e a incapacidade de bombas de sucção de realizarem todo o trabalho de escoamento da água que invadiu ruas e avenidas da cidade. O sistema antienchente da capital gaúcha chegou ao limite, e uma das consequências dessa limitação foi o refluxo de água pelos bueiros que também intensificaram os alagamentos das vias.

Debate sobre a prevenção às enchentes em Porto Alegre deve dominar eleições na capital gaúcha Foto: Alex Rocha/PMPA

O consultor eleitoral e analista político Wilson Pedroso disse que ter de se explicar à população pelas falhas estruturais de Porto Alegre será um dos desafios para Melo, pré-candidato à reeleição que tem entre 40% e 42% das intenções de voto, segundo a última pesquisa RealTime Big Data, divulgada no começo de abril, antes portanto do evento climático. “Sebastião Melo tinha boa aprovação do mandato e vinha sendo apontado como favorito para a reeleição. Agora, ele terá os desafios de explicar à população porque o sistema antienchentes não funcionou de forma adequada e de apresentar soluções rápidas para que a capital tenha as áreas alagadas recuperadas”.

Pedroso considera “natural” a cobrança da população em relação aos gestores públicos em um desastre como esse, conforme aponta a pesquisa da Quaest divulgado no início de maio. “A tragédia provocada pelos temporais e alagamentos no estado do Rio Grande do Sul vai impactar diretamente a vida da população. As famílias vitimadas terão de encontrar meios para se reerguer e as cidades terão de ser reconstruídas dentro uma economia enfraquecida, com previsão de queda do PIB para o estado. Neste cenário, é natural que a população cobre soluções dos gestores públicos, especialmente em um ano eleitoral”.

“A pesquisa Genial/Quaest nos mostra que 64% dos cidadãos brasileiros consideram que as prefeituras têm ‘muita responsabilidade’ sobre o desastre. Mas é importante destacar que pesquisas de opinião são como uma fotografia, refletem o exato momento em que são realizadas. Diante de uma situação tão atípica, com o desastre ambiental ainda em curso, pessoas desabrigadas, famílias enlutadas e enorme comoção do país, ainda não é possível avaliar exatamente como o eleitor deverá se comportar em outubro. É preciso aguardar passar o período crítico para que tenhamos condições de fazer previsões eleitorais e análises políticas mais aprofundadas”, analisa.

Em quatro cenários testados para as eleições em Porto Alegre, aparece em segundo lugar a deputada federal Maria do Rosário (PT), que tem entre 22% e 26% das intenções de voto, seguida pela deputada estadual Luciana Genro (PSOL), com 7%, a deputada federal Any Ortiz (Cidadania) e a ex-deputada estadual Juliana Brizola (PDT), com 5% cada, e, por fim, Comandante Nádia (PP) com 4%, e o deputado estadual Thiago Duarte (União) com 2%.

Nas redes sociais dos candidatos, todos eles aparecem ajudando a população com doações e serviço voluntário. Maria do Rosário disse apenas em uma publicação que a tragédia poderia ter sido evitada, mas evitou criticar o prefeito diretamente neste momento. A outra candidata da oposição, Luciana Genro, relembrou e criticou a iniciativa antiga do prefeito Sebastião Melo e do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que queriam derrubar parte do muro do cais Mauá, uma das proteções contra as cheias do Guaíba. Os outros candidatos não criticam o prefeito e nem o governo estadual.

Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre Foto: Alex Rocha/PMPA

Pedroso considera que a entrega dos recursos de apoio às cidade e a condução do prefeito sobre a tragédia serão determinantes para o processo eleitoral. “Dois fatores serão decisivos para a evolução do humor do eleitorado durante o processo eleitoral em Porto Alegre, assim como nos demais municípios atingidos pelos alagamentos. O primeiro deles é a celeridade na chegada dos recursos para apoio às cidades, incluindo-se tanto as transferências federais para as obras de infraestrutura, quanto o dinheiro das doações recebidas pelo Estado, que serão destinadas ao auxílio emergencial das vítimas. O segundo ponto fundamental é como os prefeitos estão realizando a condução da tragédia e, principalmente, como atuarão para reerguer suas cidades”.

As obras para recuperar a cidade também serão relevantes para o prefeito mostrar liderança. Se exagerar, porém, pode ser acusado de fazer uso político da tragédia, analisa o consultor. “A forma e o tempo em que as obras serão realizadas vão ser determinantes para que a boa avaliação do prefeito se confirme após o desastre. Se por um lado Sebastião Melo terá a chance de mostrar liderança e força de gestão na condução dos trabalhos, por outro, ele terá de ter cuidado para não ser acusado de fazer uso político da tragédia e da dor das famílias vítimas dos alagamentos”.

Veja os pré-candidatos à Prefeitura de Porto Alegre:

  • Sebastião Melo (MDB), atual prefeito
  • Maria do Rosário (PT), deputada federal
  • Luciana Genro (PSOL), deputada estadual
  • Any Ortiz (Cidadania), deputada federal
  • Juliana Brizola (PDT), ex-deputada estadual
  • Comandante Nádia (PL), vereadora
  • Thiago Duarte (União), deputado estadual

A tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul terá impacto sobre a corrida eleitoral deste ano. Os pré-candidatos à Prefeitura de Porto Alegre evitam jogar nas costas do prefeito, Sebastião Melo (MDB), a responsabilidade pela tragédia, mas pesquisa divulgada no início do mês revelou que 64% dos brasileiros consideram que gestores municipais têm “muita responsabilidade” sobre o tipo de desastre que atingiu o Sul do País. Esse fator tem potencial para abalar a campanha pela reeleição de Melo.

Especialistas apontam que, além do volume incomum de chuva, parte dos estragos registrados em Porto Alegre reflete problemas de ordem estrutural, como rompimento de barragens, transbordamento de diques de proteção e a incapacidade de bombas de sucção de realizarem todo o trabalho de escoamento da água que invadiu ruas e avenidas da cidade. O sistema antienchente da capital gaúcha chegou ao limite, e uma das consequências dessa limitação foi o refluxo de água pelos bueiros que também intensificaram os alagamentos das vias.

Debate sobre a prevenção às enchentes em Porto Alegre deve dominar eleições na capital gaúcha Foto: Alex Rocha/PMPA

O consultor eleitoral e analista político Wilson Pedroso disse que ter de se explicar à população pelas falhas estruturais de Porto Alegre será um dos desafios para Melo, pré-candidato à reeleição que tem entre 40% e 42% das intenções de voto, segundo a última pesquisa RealTime Big Data, divulgada no começo de abril, antes portanto do evento climático. “Sebastião Melo tinha boa aprovação do mandato e vinha sendo apontado como favorito para a reeleição. Agora, ele terá os desafios de explicar à população porque o sistema antienchentes não funcionou de forma adequada e de apresentar soluções rápidas para que a capital tenha as áreas alagadas recuperadas”.

Pedroso considera “natural” a cobrança da população em relação aos gestores públicos em um desastre como esse, conforme aponta a pesquisa da Quaest divulgado no início de maio. “A tragédia provocada pelos temporais e alagamentos no estado do Rio Grande do Sul vai impactar diretamente a vida da população. As famílias vitimadas terão de encontrar meios para se reerguer e as cidades terão de ser reconstruídas dentro uma economia enfraquecida, com previsão de queda do PIB para o estado. Neste cenário, é natural que a população cobre soluções dos gestores públicos, especialmente em um ano eleitoral”.

“A pesquisa Genial/Quaest nos mostra que 64% dos cidadãos brasileiros consideram que as prefeituras têm ‘muita responsabilidade’ sobre o desastre. Mas é importante destacar que pesquisas de opinião são como uma fotografia, refletem o exato momento em que são realizadas. Diante de uma situação tão atípica, com o desastre ambiental ainda em curso, pessoas desabrigadas, famílias enlutadas e enorme comoção do país, ainda não é possível avaliar exatamente como o eleitor deverá se comportar em outubro. É preciso aguardar passar o período crítico para que tenhamos condições de fazer previsões eleitorais e análises políticas mais aprofundadas”, analisa.

Em quatro cenários testados para as eleições em Porto Alegre, aparece em segundo lugar a deputada federal Maria do Rosário (PT), que tem entre 22% e 26% das intenções de voto, seguida pela deputada estadual Luciana Genro (PSOL), com 7%, a deputada federal Any Ortiz (Cidadania) e a ex-deputada estadual Juliana Brizola (PDT), com 5% cada, e, por fim, Comandante Nádia (PP) com 4%, e o deputado estadual Thiago Duarte (União) com 2%.

Nas redes sociais dos candidatos, todos eles aparecem ajudando a população com doações e serviço voluntário. Maria do Rosário disse apenas em uma publicação que a tragédia poderia ter sido evitada, mas evitou criticar o prefeito diretamente neste momento. A outra candidata da oposição, Luciana Genro, relembrou e criticou a iniciativa antiga do prefeito Sebastião Melo e do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que queriam derrubar parte do muro do cais Mauá, uma das proteções contra as cheias do Guaíba. Os outros candidatos não criticam o prefeito e nem o governo estadual.

Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre Foto: Alex Rocha/PMPA

Pedroso considera que a entrega dos recursos de apoio às cidade e a condução do prefeito sobre a tragédia serão determinantes para o processo eleitoral. “Dois fatores serão decisivos para a evolução do humor do eleitorado durante o processo eleitoral em Porto Alegre, assim como nos demais municípios atingidos pelos alagamentos. O primeiro deles é a celeridade na chegada dos recursos para apoio às cidades, incluindo-se tanto as transferências federais para as obras de infraestrutura, quanto o dinheiro das doações recebidas pelo Estado, que serão destinadas ao auxílio emergencial das vítimas. O segundo ponto fundamental é como os prefeitos estão realizando a condução da tragédia e, principalmente, como atuarão para reerguer suas cidades”.

As obras para recuperar a cidade também serão relevantes para o prefeito mostrar liderança. Se exagerar, porém, pode ser acusado de fazer uso político da tragédia, analisa o consultor. “A forma e o tempo em que as obras serão realizadas vão ser determinantes para que a boa avaliação do prefeito se confirme após o desastre. Se por um lado Sebastião Melo terá a chance de mostrar liderança e força de gestão na condução dos trabalhos, por outro, ele terá de ter cuidado para não ser acusado de fazer uso político da tragédia e da dor das famílias vítimas dos alagamentos”.

Veja os pré-candidatos à Prefeitura de Porto Alegre:

  • Sebastião Melo (MDB), atual prefeito
  • Maria do Rosário (PT), deputada federal
  • Luciana Genro (PSOL), deputada estadual
  • Any Ortiz (Cidadania), deputada federal
  • Juliana Brizola (PDT), ex-deputada estadual
  • Comandante Nádia (PL), vereadora
  • Thiago Duarte (União), deputado estadual

A tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul terá impacto sobre a corrida eleitoral deste ano. Os pré-candidatos à Prefeitura de Porto Alegre evitam jogar nas costas do prefeito, Sebastião Melo (MDB), a responsabilidade pela tragédia, mas pesquisa divulgada no início do mês revelou que 64% dos brasileiros consideram que gestores municipais têm “muita responsabilidade” sobre o tipo de desastre que atingiu o Sul do País. Esse fator tem potencial para abalar a campanha pela reeleição de Melo.

Especialistas apontam que, além do volume incomum de chuva, parte dos estragos registrados em Porto Alegre reflete problemas de ordem estrutural, como rompimento de barragens, transbordamento de diques de proteção e a incapacidade de bombas de sucção de realizarem todo o trabalho de escoamento da água que invadiu ruas e avenidas da cidade. O sistema antienchente da capital gaúcha chegou ao limite, e uma das consequências dessa limitação foi o refluxo de água pelos bueiros que também intensificaram os alagamentos das vias.

Debate sobre a prevenção às enchentes em Porto Alegre deve dominar eleições na capital gaúcha Foto: Alex Rocha/PMPA

O consultor eleitoral e analista político Wilson Pedroso disse que ter de se explicar à população pelas falhas estruturais de Porto Alegre será um dos desafios para Melo, pré-candidato à reeleição que tem entre 40% e 42% das intenções de voto, segundo a última pesquisa RealTime Big Data, divulgada no começo de abril, antes portanto do evento climático. “Sebastião Melo tinha boa aprovação do mandato e vinha sendo apontado como favorito para a reeleição. Agora, ele terá os desafios de explicar à população porque o sistema antienchentes não funcionou de forma adequada e de apresentar soluções rápidas para que a capital tenha as áreas alagadas recuperadas”.

Pedroso considera “natural” a cobrança da população em relação aos gestores públicos em um desastre como esse, conforme aponta a pesquisa da Quaest divulgado no início de maio. “A tragédia provocada pelos temporais e alagamentos no estado do Rio Grande do Sul vai impactar diretamente a vida da população. As famílias vitimadas terão de encontrar meios para se reerguer e as cidades terão de ser reconstruídas dentro uma economia enfraquecida, com previsão de queda do PIB para o estado. Neste cenário, é natural que a população cobre soluções dos gestores públicos, especialmente em um ano eleitoral”.

“A pesquisa Genial/Quaest nos mostra que 64% dos cidadãos brasileiros consideram que as prefeituras têm ‘muita responsabilidade’ sobre o desastre. Mas é importante destacar que pesquisas de opinião são como uma fotografia, refletem o exato momento em que são realizadas. Diante de uma situação tão atípica, com o desastre ambiental ainda em curso, pessoas desabrigadas, famílias enlutadas e enorme comoção do país, ainda não é possível avaliar exatamente como o eleitor deverá se comportar em outubro. É preciso aguardar passar o período crítico para que tenhamos condições de fazer previsões eleitorais e análises políticas mais aprofundadas”, analisa.

Em quatro cenários testados para as eleições em Porto Alegre, aparece em segundo lugar a deputada federal Maria do Rosário (PT), que tem entre 22% e 26% das intenções de voto, seguida pela deputada estadual Luciana Genro (PSOL), com 7%, a deputada federal Any Ortiz (Cidadania) e a ex-deputada estadual Juliana Brizola (PDT), com 5% cada, e, por fim, Comandante Nádia (PP) com 4%, e o deputado estadual Thiago Duarte (União) com 2%.

Nas redes sociais dos candidatos, todos eles aparecem ajudando a população com doações e serviço voluntário. Maria do Rosário disse apenas em uma publicação que a tragédia poderia ter sido evitada, mas evitou criticar o prefeito diretamente neste momento. A outra candidata da oposição, Luciana Genro, relembrou e criticou a iniciativa antiga do prefeito Sebastião Melo e do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que queriam derrubar parte do muro do cais Mauá, uma das proteções contra as cheias do Guaíba. Os outros candidatos não criticam o prefeito e nem o governo estadual.

Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre Foto: Alex Rocha/PMPA

Pedroso considera que a entrega dos recursos de apoio às cidade e a condução do prefeito sobre a tragédia serão determinantes para o processo eleitoral. “Dois fatores serão decisivos para a evolução do humor do eleitorado durante o processo eleitoral em Porto Alegre, assim como nos demais municípios atingidos pelos alagamentos. O primeiro deles é a celeridade na chegada dos recursos para apoio às cidades, incluindo-se tanto as transferências federais para as obras de infraestrutura, quanto o dinheiro das doações recebidas pelo Estado, que serão destinadas ao auxílio emergencial das vítimas. O segundo ponto fundamental é como os prefeitos estão realizando a condução da tragédia e, principalmente, como atuarão para reerguer suas cidades”.

As obras para recuperar a cidade também serão relevantes para o prefeito mostrar liderança. Se exagerar, porém, pode ser acusado de fazer uso político da tragédia, analisa o consultor. “A forma e o tempo em que as obras serão realizadas vão ser determinantes para que a boa avaliação do prefeito se confirme após o desastre. Se por um lado Sebastião Melo terá a chance de mostrar liderança e força de gestão na condução dos trabalhos, por outro, ele terá de ter cuidado para não ser acusado de fazer uso político da tragédia e da dor das famílias vítimas dos alagamentos”.

Veja os pré-candidatos à Prefeitura de Porto Alegre:

  • Sebastião Melo (MDB), atual prefeito
  • Maria do Rosário (PT), deputada federal
  • Luciana Genro (PSOL), deputada estadual
  • Any Ortiz (Cidadania), deputada federal
  • Juliana Brizola (PDT), ex-deputada estadual
  • Comandante Nádia (PL), vereadora
  • Thiago Duarte (União), deputado estadual

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.