Trunfo de Lula na campanha, Simone é pressionada pelo PT para abrir mão de Desenvolvimento Social


Senadora indica a aliados de Lula que prefere ficar fora da Esplanada a ocupar “cargo decorativo”

Por Beatriz Bulla
Atualização:

BRASÍLIA – O empenho da senadora Simone Tebet (MDB) no segundo turno da campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva fez o presidente eleito e dirigentes do PT dizerem que ela teria o espaço que quisesse em um futuro governo. Um mês e meio depois da vitória, Lula e Simone ainda não conversaram e a ausência da senadora na primeira leva de ministros anunciados, na semana passada, chamou a atenção.

Simone é pressionada por integrantes do PT a abrir mão da preferência pelo Ministério do Desenvolvimento Social, que abriga o Bolsa Família, bandeira do governo Lula. Ela tem indicado, porém, que não aceitará um “cargo decorativo”.

O PT quer ocupar 12 ministérios em uma Esplanada que pode ter 35 pastas. Entre as posições exigidas pelo PT estão a Educação e o Desenvolvimento Social, área cobiçada por Simone. Durante a campanha, a senadora afirmou que não condicionou seu apoio a Lula a um cargo na Esplanada. Agora, ela tem sinalizado à cúpula petista que prefere ficar fora do governo a ocupar um ministério de menor relevância como “prêmio de consolação”.

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Simone e Lula ainda não conversaram sobre a montagem do novo ministério Foto: Alex Silva/Estadão – 07/10/2022

A interlocutores de Lula, Simone diz que só faz sentido integrar um governo com o qual não tem completa afinidade política se for em uma posição onde tenha voz. A situação terá de ser arbitrada pelo presidente eleito, que decidirá se desagrada ao PT ou se perde Simone no seu futuro governo. A perspectiva de não ter a senadora na Esplanada preocupa parte dos petistas, para quem a ausência da emedebista será lida como uma desconstrução do arco de aliança que apoiou Lula na eleição. Por isso, o nome dela é avaliado para outras posições.

A aproximação com Simone por parte da chapa de Lula começou logo após o primeiro turno, em busca do apoio público da terceira colocada nas eleições. A senadora e Lula se reuniram na quarta-feira subsequente ao primeiro turno, dia em que ela anunciou seu apoio ao petista. A participação na campanha não ficou limitada à declaração de voto. Simone se engajou na campanha virtual e de rua e foi um trunfo do petista no segundo turno.

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A presença da senadora nos atos pró-Lula passou a ser usada com a intenção de vender a ideia de que o então candidato do PT tinha conquistado uma frente ampla de apoio. Ela também se tornou uma rara voz crítica na campanha de Lula e uma ativista no convencimento de indecisos, em eventos com empresários, CEOs, banqueiros e também de eleitores de classe média do Sudeste.

Após o segundo turno, Simone foi convidada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin para integrar o governo de transição, quando optou pela participação no grupo técnico de Desenvolvimento Social.

A escolha levou em conta o fato de a área da Educação, preferência da senadora, já possuir uma profusão de nomes “ministeriáveis”. A definição sobre a Educação, no entanto, também esbarra na exigência do PT por determinadas áreas do novo governo. Mais cotada para a pasta e com apoio dos nomes do setor, a governadora do Ceará Izolda Cela era a favorita para assumir o posto. O PT, no entanto, resiste ao nome de Izolda, que não é filiada ao partido, e o Ministério pode ficar com o ex-governador Camilo Santana (PT-CE), senador eleito.

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A demora em definir a posição de Simone estreita as alternativas para posicionar a senadora na Esplanada. Aliados indicam que ela aceitaria ocupar uma das cadeiras do time econômico, como o Ministério da Indústria e Comércio, mas não houve sinalização do novo governo sobre essa possibilidade. Nesta quarta-feira, 14, Lula convidou Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para o cargo.

Petistas já sondaram a possibilidade de encaixar Simone em outros ministérios de expressão, como o da Agricultura ou o Meio Ambiente. No caso da Agricultura, apesar da ligação com a área e de ter o berço político no Mato Grosso do Sul, pesa contra a senadora o fato de ela defender uma agenda de agronegócio sustentável que, em determinadas discussões, desagrada à maior parte dos representantes do setor.

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A pasta do Meio Ambiente, por outro lado, é considerada reservada para a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), com quem Simone tem bom relacionamento. A senadora disse a integrantes do novo governo que não aceita “atropelar” Marina.

Negociações

A indicação da senadora para um ministério esbarra nas negociações partidárias sobre o espaço no futuro governo. O MDB, partido de Simone, quer que a senadora seja considerada “cota pessoal” de Lula no desenho da Esplanada e pleiteia outros dois ministérios, um para contemplar a bancada da Câmara e outra, do Senado. Parlamentares do partido se reunirão com Simone nesta quarta-feira, 14, em um jantar em Brasília.

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Aliados de Lula afirmam que o presidente eleito só começará a falar com ministeriáveis da “cota” dos partidos após a aprovação da PEC da Transição pela Câmara dos Deputados. Isso porque o presidente eleito não quer perder moedas de troca na negociação com os congressistas para aprovação do texto.

BRASÍLIA – O empenho da senadora Simone Tebet (MDB) no segundo turno da campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva fez o presidente eleito e dirigentes do PT dizerem que ela teria o espaço que quisesse em um futuro governo. Um mês e meio depois da vitória, Lula e Simone ainda não conversaram e a ausência da senadora na primeira leva de ministros anunciados, na semana passada, chamou a atenção.

Simone é pressionada por integrantes do PT a abrir mão da preferência pelo Ministério do Desenvolvimento Social, que abriga o Bolsa Família, bandeira do governo Lula. Ela tem indicado, porém, que não aceitará um “cargo decorativo”.

O PT quer ocupar 12 ministérios em uma Esplanada que pode ter 35 pastas. Entre as posições exigidas pelo PT estão a Educação e o Desenvolvimento Social, área cobiçada por Simone. Durante a campanha, a senadora afirmou que não condicionou seu apoio a Lula a um cargo na Esplanada. Agora, ela tem sinalizado à cúpula petista que prefere ficar fora do governo a ocupar um ministério de menor relevância como “prêmio de consolação”.

Simone e Lula ainda não conversaram sobre a montagem do novo ministério Foto: Alex Silva/Estadão – 07/10/2022

A interlocutores de Lula, Simone diz que só faz sentido integrar um governo com o qual não tem completa afinidade política se for em uma posição onde tenha voz. A situação terá de ser arbitrada pelo presidente eleito, que decidirá se desagrada ao PT ou se perde Simone no seu futuro governo. A perspectiva de não ter a senadora na Esplanada preocupa parte dos petistas, para quem a ausência da emedebista será lida como uma desconstrução do arco de aliança que apoiou Lula na eleição. Por isso, o nome dela é avaliado para outras posições.

A aproximação com Simone por parte da chapa de Lula começou logo após o primeiro turno, em busca do apoio público da terceira colocada nas eleições. A senadora e Lula se reuniram na quarta-feira subsequente ao primeiro turno, dia em que ela anunciou seu apoio ao petista. A participação na campanha não ficou limitada à declaração de voto. Simone se engajou na campanha virtual e de rua e foi um trunfo do petista no segundo turno.

A presença da senadora nos atos pró-Lula passou a ser usada com a intenção de vender a ideia de que o então candidato do PT tinha conquistado uma frente ampla de apoio. Ela também se tornou uma rara voz crítica na campanha de Lula e uma ativista no convencimento de indecisos, em eventos com empresários, CEOs, banqueiros e também de eleitores de classe média do Sudeste.

Após o segundo turno, Simone foi convidada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin para integrar o governo de transição, quando optou pela participação no grupo técnico de Desenvolvimento Social.

A escolha levou em conta o fato de a área da Educação, preferência da senadora, já possuir uma profusão de nomes “ministeriáveis”. A definição sobre a Educação, no entanto, também esbarra na exigência do PT por determinadas áreas do novo governo. Mais cotada para a pasta e com apoio dos nomes do setor, a governadora do Ceará Izolda Cela era a favorita para assumir o posto. O PT, no entanto, resiste ao nome de Izolda, que não é filiada ao partido, e o Ministério pode ficar com o ex-governador Camilo Santana (PT-CE), senador eleito.

A demora em definir a posição de Simone estreita as alternativas para posicionar a senadora na Esplanada. Aliados indicam que ela aceitaria ocupar uma das cadeiras do time econômico, como o Ministério da Indústria e Comércio, mas não houve sinalização do novo governo sobre essa possibilidade. Nesta quarta-feira, 14, Lula convidou Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para o cargo.

Petistas já sondaram a possibilidade de encaixar Simone em outros ministérios de expressão, como o da Agricultura ou o Meio Ambiente. No caso da Agricultura, apesar da ligação com a área e de ter o berço político no Mato Grosso do Sul, pesa contra a senadora o fato de ela defender uma agenda de agronegócio sustentável que, em determinadas discussões, desagrada à maior parte dos representantes do setor.

A pasta do Meio Ambiente, por outro lado, é considerada reservada para a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), com quem Simone tem bom relacionamento. A senadora disse a integrantes do novo governo que não aceita “atropelar” Marina.

Negociações

A indicação da senadora para um ministério esbarra nas negociações partidárias sobre o espaço no futuro governo. O MDB, partido de Simone, quer que a senadora seja considerada “cota pessoal” de Lula no desenho da Esplanada e pleiteia outros dois ministérios, um para contemplar a bancada da Câmara e outra, do Senado. Parlamentares do partido se reunirão com Simone nesta quarta-feira, 14, em um jantar em Brasília.

Aliados de Lula afirmam que o presidente eleito só começará a falar com ministeriáveis da “cota” dos partidos após a aprovação da PEC da Transição pela Câmara dos Deputados. Isso porque o presidente eleito não quer perder moedas de troca na negociação com os congressistas para aprovação do texto.

BRASÍLIA – O empenho da senadora Simone Tebet (MDB) no segundo turno da campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva fez o presidente eleito e dirigentes do PT dizerem que ela teria o espaço que quisesse em um futuro governo. Um mês e meio depois da vitória, Lula e Simone ainda não conversaram e a ausência da senadora na primeira leva de ministros anunciados, na semana passada, chamou a atenção.

Simone é pressionada por integrantes do PT a abrir mão da preferência pelo Ministério do Desenvolvimento Social, que abriga o Bolsa Família, bandeira do governo Lula. Ela tem indicado, porém, que não aceitará um “cargo decorativo”.

O PT quer ocupar 12 ministérios em uma Esplanada que pode ter 35 pastas. Entre as posições exigidas pelo PT estão a Educação e o Desenvolvimento Social, área cobiçada por Simone. Durante a campanha, a senadora afirmou que não condicionou seu apoio a Lula a um cargo na Esplanada. Agora, ela tem sinalizado à cúpula petista que prefere ficar fora do governo a ocupar um ministério de menor relevância como “prêmio de consolação”.

Simone e Lula ainda não conversaram sobre a montagem do novo ministério Foto: Alex Silva/Estadão – 07/10/2022

A interlocutores de Lula, Simone diz que só faz sentido integrar um governo com o qual não tem completa afinidade política se for em uma posição onde tenha voz. A situação terá de ser arbitrada pelo presidente eleito, que decidirá se desagrada ao PT ou se perde Simone no seu futuro governo. A perspectiva de não ter a senadora na Esplanada preocupa parte dos petistas, para quem a ausência da emedebista será lida como uma desconstrução do arco de aliança que apoiou Lula na eleição. Por isso, o nome dela é avaliado para outras posições.

A aproximação com Simone por parte da chapa de Lula começou logo após o primeiro turno, em busca do apoio público da terceira colocada nas eleições. A senadora e Lula se reuniram na quarta-feira subsequente ao primeiro turno, dia em que ela anunciou seu apoio ao petista. A participação na campanha não ficou limitada à declaração de voto. Simone se engajou na campanha virtual e de rua e foi um trunfo do petista no segundo turno.

A presença da senadora nos atos pró-Lula passou a ser usada com a intenção de vender a ideia de que o então candidato do PT tinha conquistado uma frente ampla de apoio. Ela também se tornou uma rara voz crítica na campanha de Lula e uma ativista no convencimento de indecisos, em eventos com empresários, CEOs, banqueiros e também de eleitores de classe média do Sudeste.

Após o segundo turno, Simone foi convidada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin para integrar o governo de transição, quando optou pela participação no grupo técnico de Desenvolvimento Social.

A escolha levou em conta o fato de a área da Educação, preferência da senadora, já possuir uma profusão de nomes “ministeriáveis”. A definição sobre a Educação, no entanto, também esbarra na exigência do PT por determinadas áreas do novo governo. Mais cotada para a pasta e com apoio dos nomes do setor, a governadora do Ceará Izolda Cela era a favorita para assumir o posto. O PT, no entanto, resiste ao nome de Izolda, que não é filiada ao partido, e o Ministério pode ficar com o ex-governador Camilo Santana (PT-CE), senador eleito.

A demora em definir a posição de Simone estreita as alternativas para posicionar a senadora na Esplanada. Aliados indicam que ela aceitaria ocupar uma das cadeiras do time econômico, como o Ministério da Indústria e Comércio, mas não houve sinalização do novo governo sobre essa possibilidade. Nesta quarta-feira, 14, Lula convidou Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para o cargo.

Petistas já sondaram a possibilidade de encaixar Simone em outros ministérios de expressão, como o da Agricultura ou o Meio Ambiente. No caso da Agricultura, apesar da ligação com a área e de ter o berço político no Mato Grosso do Sul, pesa contra a senadora o fato de ela defender uma agenda de agronegócio sustentável que, em determinadas discussões, desagrada à maior parte dos representantes do setor.

A pasta do Meio Ambiente, por outro lado, é considerada reservada para a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), com quem Simone tem bom relacionamento. A senadora disse a integrantes do novo governo que não aceita “atropelar” Marina.

Negociações

A indicação da senadora para um ministério esbarra nas negociações partidárias sobre o espaço no futuro governo. O MDB, partido de Simone, quer que a senadora seja considerada “cota pessoal” de Lula no desenho da Esplanada e pleiteia outros dois ministérios, um para contemplar a bancada da Câmara e outra, do Senado. Parlamentares do partido se reunirão com Simone nesta quarta-feira, 14, em um jantar em Brasília.

Aliados de Lula afirmam que o presidente eleito só começará a falar com ministeriáveis da “cota” dos partidos após a aprovação da PEC da Transição pela Câmara dos Deputados. Isso porque o presidente eleito não quer perder moedas de troca na negociação com os congressistas para aprovação do texto.

BRASÍLIA – O empenho da senadora Simone Tebet (MDB) no segundo turno da campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva fez o presidente eleito e dirigentes do PT dizerem que ela teria o espaço que quisesse em um futuro governo. Um mês e meio depois da vitória, Lula e Simone ainda não conversaram e a ausência da senadora na primeira leva de ministros anunciados, na semana passada, chamou a atenção.

Simone é pressionada por integrantes do PT a abrir mão da preferência pelo Ministério do Desenvolvimento Social, que abriga o Bolsa Família, bandeira do governo Lula. Ela tem indicado, porém, que não aceitará um “cargo decorativo”.

O PT quer ocupar 12 ministérios em uma Esplanada que pode ter 35 pastas. Entre as posições exigidas pelo PT estão a Educação e o Desenvolvimento Social, área cobiçada por Simone. Durante a campanha, a senadora afirmou que não condicionou seu apoio a Lula a um cargo na Esplanada. Agora, ela tem sinalizado à cúpula petista que prefere ficar fora do governo a ocupar um ministério de menor relevância como “prêmio de consolação”.

Simone e Lula ainda não conversaram sobre a montagem do novo ministério Foto: Alex Silva/Estadão – 07/10/2022

A interlocutores de Lula, Simone diz que só faz sentido integrar um governo com o qual não tem completa afinidade política se for em uma posição onde tenha voz. A situação terá de ser arbitrada pelo presidente eleito, que decidirá se desagrada ao PT ou se perde Simone no seu futuro governo. A perspectiva de não ter a senadora na Esplanada preocupa parte dos petistas, para quem a ausência da emedebista será lida como uma desconstrução do arco de aliança que apoiou Lula na eleição. Por isso, o nome dela é avaliado para outras posições.

A aproximação com Simone por parte da chapa de Lula começou logo após o primeiro turno, em busca do apoio público da terceira colocada nas eleições. A senadora e Lula se reuniram na quarta-feira subsequente ao primeiro turno, dia em que ela anunciou seu apoio ao petista. A participação na campanha não ficou limitada à declaração de voto. Simone se engajou na campanha virtual e de rua e foi um trunfo do petista no segundo turno.

A presença da senadora nos atos pró-Lula passou a ser usada com a intenção de vender a ideia de que o então candidato do PT tinha conquistado uma frente ampla de apoio. Ela também se tornou uma rara voz crítica na campanha de Lula e uma ativista no convencimento de indecisos, em eventos com empresários, CEOs, banqueiros e também de eleitores de classe média do Sudeste.

Após o segundo turno, Simone foi convidada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin para integrar o governo de transição, quando optou pela participação no grupo técnico de Desenvolvimento Social.

A escolha levou em conta o fato de a área da Educação, preferência da senadora, já possuir uma profusão de nomes “ministeriáveis”. A definição sobre a Educação, no entanto, também esbarra na exigência do PT por determinadas áreas do novo governo. Mais cotada para a pasta e com apoio dos nomes do setor, a governadora do Ceará Izolda Cela era a favorita para assumir o posto. O PT, no entanto, resiste ao nome de Izolda, que não é filiada ao partido, e o Ministério pode ficar com o ex-governador Camilo Santana (PT-CE), senador eleito.

A demora em definir a posição de Simone estreita as alternativas para posicionar a senadora na Esplanada. Aliados indicam que ela aceitaria ocupar uma das cadeiras do time econômico, como o Ministério da Indústria e Comércio, mas não houve sinalização do novo governo sobre essa possibilidade. Nesta quarta-feira, 14, Lula convidou Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para o cargo.

Petistas já sondaram a possibilidade de encaixar Simone em outros ministérios de expressão, como o da Agricultura ou o Meio Ambiente. No caso da Agricultura, apesar da ligação com a área e de ter o berço político no Mato Grosso do Sul, pesa contra a senadora o fato de ela defender uma agenda de agronegócio sustentável que, em determinadas discussões, desagrada à maior parte dos representantes do setor.

A pasta do Meio Ambiente, por outro lado, é considerada reservada para a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), com quem Simone tem bom relacionamento. A senadora disse a integrantes do novo governo que não aceita “atropelar” Marina.

Negociações

A indicação da senadora para um ministério esbarra nas negociações partidárias sobre o espaço no futuro governo. O MDB, partido de Simone, quer que a senadora seja considerada “cota pessoal” de Lula no desenho da Esplanada e pleiteia outros dois ministérios, um para contemplar a bancada da Câmara e outra, do Senado. Parlamentares do partido se reunirão com Simone nesta quarta-feira, 14, em um jantar em Brasília.

Aliados de Lula afirmam que o presidente eleito só começará a falar com ministeriáveis da “cota” dos partidos após a aprovação da PEC da Transição pela Câmara dos Deputados. Isso porque o presidente eleito não quer perder moedas de troca na negociação com os congressistas para aprovação do texto.

BRASÍLIA – O empenho da senadora Simone Tebet (MDB) no segundo turno da campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva fez o presidente eleito e dirigentes do PT dizerem que ela teria o espaço que quisesse em um futuro governo. Um mês e meio depois da vitória, Lula e Simone ainda não conversaram e a ausência da senadora na primeira leva de ministros anunciados, na semana passada, chamou a atenção.

Simone é pressionada por integrantes do PT a abrir mão da preferência pelo Ministério do Desenvolvimento Social, que abriga o Bolsa Família, bandeira do governo Lula. Ela tem indicado, porém, que não aceitará um “cargo decorativo”.

O PT quer ocupar 12 ministérios em uma Esplanada que pode ter 35 pastas. Entre as posições exigidas pelo PT estão a Educação e o Desenvolvimento Social, área cobiçada por Simone. Durante a campanha, a senadora afirmou que não condicionou seu apoio a Lula a um cargo na Esplanada. Agora, ela tem sinalizado à cúpula petista que prefere ficar fora do governo a ocupar um ministério de menor relevância como “prêmio de consolação”.

Simone e Lula ainda não conversaram sobre a montagem do novo ministério Foto: Alex Silva/Estadão – 07/10/2022

A interlocutores de Lula, Simone diz que só faz sentido integrar um governo com o qual não tem completa afinidade política se for em uma posição onde tenha voz. A situação terá de ser arbitrada pelo presidente eleito, que decidirá se desagrada ao PT ou se perde Simone no seu futuro governo. A perspectiva de não ter a senadora na Esplanada preocupa parte dos petistas, para quem a ausência da emedebista será lida como uma desconstrução do arco de aliança que apoiou Lula na eleição. Por isso, o nome dela é avaliado para outras posições.

A aproximação com Simone por parte da chapa de Lula começou logo após o primeiro turno, em busca do apoio público da terceira colocada nas eleições. A senadora e Lula se reuniram na quarta-feira subsequente ao primeiro turno, dia em que ela anunciou seu apoio ao petista. A participação na campanha não ficou limitada à declaração de voto. Simone se engajou na campanha virtual e de rua e foi um trunfo do petista no segundo turno.

A presença da senadora nos atos pró-Lula passou a ser usada com a intenção de vender a ideia de que o então candidato do PT tinha conquistado uma frente ampla de apoio. Ela também se tornou uma rara voz crítica na campanha de Lula e uma ativista no convencimento de indecisos, em eventos com empresários, CEOs, banqueiros e também de eleitores de classe média do Sudeste.

Após o segundo turno, Simone foi convidada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin para integrar o governo de transição, quando optou pela participação no grupo técnico de Desenvolvimento Social.

A escolha levou em conta o fato de a área da Educação, preferência da senadora, já possuir uma profusão de nomes “ministeriáveis”. A definição sobre a Educação, no entanto, também esbarra na exigência do PT por determinadas áreas do novo governo. Mais cotada para a pasta e com apoio dos nomes do setor, a governadora do Ceará Izolda Cela era a favorita para assumir o posto. O PT, no entanto, resiste ao nome de Izolda, que não é filiada ao partido, e o Ministério pode ficar com o ex-governador Camilo Santana (PT-CE), senador eleito.

A demora em definir a posição de Simone estreita as alternativas para posicionar a senadora na Esplanada. Aliados indicam que ela aceitaria ocupar uma das cadeiras do time econômico, como o Ministério da Indústria e Comércio, mas não houve sinalização do novo governo sobre essa possibilidade. Nesta quarta-feira, 14, Lula convidou Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para o cargo.

Petistas já sondaram a possibilidade de encaixar Simone em outros ministérios de expressão, como o da Agricultura ou o Meio Ambiente. No caso da Agricultura, apesar da ligação com a área e de ter o berço político no Mato Grosso do Sul, pesa contra a senadora o fato de ela defender uma agenda de agronegócio sustentável que, em determinadas discussões, desagrada à maior parte dos representantes do setor.

A pasta do Meio Ambiente, por outro lado, é considerada reservada para a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), com quem Simone tem bom relacionamento. A senadora disse a integrantes do novo governo que não aceita “atropelar” Marina.

Negociações

A indicação da senadora para um ministério esbarra nas negociações partidárias sobre o espaço no futuro governo. O MDB, partido de Simone, quer que a senadora seja considerada “cota pessoal” de Lula no desenho da Esplanada e pleiteia outros dois ministérios, um para contemplar a bancada da Câmara e outra, do Senado. Parlamentares do partido se reunirão com Simone nesta quarta-feira, 14, em um jantar em Brasília.

Aliados de Lula afirmam que o presidente eleito só começará a falar com ministeriáveis da “cota” dos partidos após a aprovação da PEC da Transição pela Câmara dos Deputados. Isso porque o presidente eleito não quer perder moedas de troca na negociação com os congressistas para aprovação do texto.

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