O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou um recurso do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e manteve a decisão de permitir a desfiliação de 14 deputados estaduais da sigla que são ligados ao senador Cid Gomes (PSB-CE).
O grupo, eleito em 2022, não poderia deixar a sigla sem autorização judicial por risco de perderem seus mandatos. Por essa razão, ingressaram com um pedido de desfiliação alegando justa causa em dezembro passado, o que foi reconhecido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) em abril.
O diretório pedetista entrou com recurso no TSE na tentativa de evitar a debandada. Porém, a relatora do caso na Corte entendeu que a disputa entre os irmãos Gomes era “motivo suficiente para ruptura do vínculo partidário”.
Entre os deputados que fizeram o pedido estão Lia Gomes, irmã de Cid e Ciro, e Romeu Aldigueri, líder do governo de Elmano de Freitas (PT) e que disputará a presidência da Assembleia Legislativa do Ceará. A expectativa é que todos migrem para o PSB, mesmo partido de Cid.
O caso é mais um capítulo na disputa entre Cid e seu irmão Ciro Gomes, que começou em 2022, durante o processo de de escolha do candidato ao governo do Ceará.
Enquanto o senador defendia a candidatura da então governadora Izolda Cela, que foi vice do atual ministro da Educação, Camilo Santana, de 2015 até 2022, quando ele deixou o cargo para concorrer a uma vaga ao Senado, Ciro apoiava o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio.
O PT, sigla de Santana, apoiava a campanha da então governadora, natural candidata à reeleição, mas a ala cirista conseguiu que Cláudio saísse candidato. Em retaliação, os petistas lançaram Elmano, que venceu o pleito, enquanto o candidato de Ciro sequer chegou ao segundo turno.
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O fato marcou o rompimento da união de 16 anos entre PT e PDT no Estado, que durou 16 anos, e a debandada de integrantes da legenda de Leonel Brizola para se unirem ao PSB, entre eles a ex-governadora e o senador, além de outros 40 prefeitos.