Último capítulo da CPI teve novos pedidos de indiciamento, recuo e seguiu script esperado


A divergência – a inclusão do governador do Amazonas no texto final – foi solucionada ainda na madrugada e, com isso, o placar de 7 votos a 4 estava dado

Por Vinícius Valfré

BRASÍLIA – Quem comeu o bacalhau servido na véspera pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AL), reclamou que o prato estava mais salgado do que de costume. Mas o sal que sobrou no jantar oferecido ao G-7, grupo majoritário da CPI – durante o encontro que serviu para alinhavar os derradeiros ajustes no relatório –, acabou faltando no último capítulo da comissão, nesta terça-feira, 26.

A única reviravolta foi a tentativa de inclusão de um pedido de indiciamento contra o senador Luiz Carlos Heinze (Progressistas-RS). Provocado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), reagiu à insistência de Heinze com informações enviesadas sobre remédios sem eficácia contra o coronavírus, somadas a críticas ao G-7. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco – que se filia nesta quarta-feira, 27, ao PSD – e outros senadores reclamaram da medida. Vieira voltou atrás, pediu para retirar Heinze da lista de indiciados e Renan acolheu o pedido.

Senadores fizeram um minuto de silêncio no fim da sessão desta terça-feira, 26. Foto: Dida Sampaio/Estadão
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A sessão da CPI que aprovou o relatório com as conclusões de seis meses de trabalho foi longa e monótona. Titulares, suplentes e até não integrantes da comissão se revezavam ao microfone para resumir o que vinham defendendo. Era a última oportunidade de engrossar críticas ou de fincar os pés na defesa do governo Jair Bolsonaro para a grande audiência atraída pela TV Senado.

A baixa expectativa por surpresas deixou o plenário da CPI esvaziado. Os senadores compareciam conforme o avanço da ordem de inscritos para discursar. Nos corredores, uma movimentação tímida, bem menor do que a registrada nos dias de alguns dos interrogatórios mais esperados.

“Hoje é só o relatório final. O que tinha que ser feito já foi feito antes. Esse é o momento em que quem tem voto vota”, afirmou o senador Marcos Rogério (DEM-RO), principal defensor do governo na comissão.

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Impasse. A última sessão da CPI, a de número 69, teve apenas um impasse. A divergência, porém, foi solucionada ainda na madrugada e, com isso, o placar de 7 votos a 4 estava dado. A dúvida dizia respeito à posição do senador Eduardo Braga (MDB-AM). Titular da CPI, o amazonense exigia a inclusão do governador de seu Estado, Wilson Lima (PSC), na lista de sugestões de indiciamentos. Braga já foi governador do Amazonas e será novamente candidato ao cargo, em 2022.

O caos na saúde do Amazonas durante a pandemia estava citado no requerimento que criou a CPI, mas a investigação e o indiciamento de governadores não entraram no foco dos senadores. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o inquérito parlamentar não poderia avançar sobre gestões estaduais. “Havia um impeditivo técnico”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI.

Além disso, Wilson Lima é aliado político de Aziz, que resistia à inclusão. O presidente da comissão recuou após várias subidas e descidas do elevador do prédio funcional onde mora, na Asa Sul, em Brasília. Ao lado do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA) saía do quarto andar, onde mora, subia para o apartamento de Aziz, no sexto, e descia ao de Braga, no segundo. 

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O grupo de WhatsApp dos membros da CPI carrega uma homenagem aos decanos da comissão: “Filhos de Otto e Tasso”. A articulação dos dois manteve a unidade política do grupo principal. Eles convenceram o relator a incluir o governador e, com isso, garantiram os sete votos. Sem Eduardo Braga, o texto também seria aprovado, mas por um placar mais apertado, de seis a cinco.

Embora seja um dos alvos da CPI, Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) compareceu somente na hora de se manifestar. Em sessões anteriores, o filho “01” do presidente surgia esporadicamente para confrontar depoentes e defender o governo. Não repetiu o tom da live em que se defendeu do pedido de indiciamento chamando Renan de “vagabundo”. Criticou o político alagoano com moderação. Enquanto Flávio discursava, o relator respondia a mensagens no celular.

“Essa CPI não investigou fatos para chegar aos acusados. Escolheu os acusados. Vimos alguns senadores subindo nos caixões das mais de 600 mil vítimas para fazer politicagem barata”, disse o primogênito de Bolsonaro.

BRASÍLIA – Quem comeu o bacalhau servido na véspera pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AL), reclamou que o prato estava mais salgado do que de costume. Mas o sal que sobrou no jantar oferecido ao G-7, grupo majoritário da CPI – durante o encontro que serviu para alinhavar os derradeiros ajustes no relatório –, acabou faltando no último capítulo da comissão, nesta terça-feira, 26.

A única reviravolta foi a tentativa de inclusão de um pedido de indiciamento contra o senador Luiz Carlos Heinze (Progressistas-RS). Provocado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), reagiu à insistência de Heinze com informações enviesadas sobre remédios sem eficácia contra o coronavírus, somadas a críticas ao G-7. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco – que se filia nesta quarta-feira, 27, ao PSD – e outros senadores reclamaram da medida. Vieira voltou atrás, pediu para retirar Heinze da lista de indiciados e Renan acolheu o pedido.

Senadores fizeram um minuto de silêncio no fim da sessão desta terça-feira, 26. Foto: Dida Sampaio/Estadão

A sessão da CPI que aprovou o relatório com as conclusões de seis meses de trabalho foi longa e monótona. Titulares, suplentes e até não integrantes da comissão se revezavam ao microfone para resumir o que vinham defendendo. Era a última oportunidade de engrossar críticas ou de fincar os pés na defesa do governo Jair Bolsonaro para a grande audiência atraída pela TV Senado.

A baixa expectativa por surpresas deixou o plenário da CPI esvaziado. Os senadores compareciam conforme o avanço da ordem de inscritos para discursar. Nos corredores, uma movimentação tímida, bem menor do que a registrada nos dias de alguns dos interrogatórios mais esperados.

“Hoje é só o relatório final. O que tinha que ser feito já foi feito antes. Esse é o momento em que quem tem voto vota”, afirmou o senador Marcos Rogério (DEM-RO), principal defensor do governo na comissão.

Impasse. A última sessão da CPI, a de número 69, teve apenas um impasse. A divergência, porém, foi solucionada ainda na madrugada e, com isso, o placar de 7 votos a 4 estava dado. A dúvida dizia respeito à posição do senador Eduardo Braga (MDB-AM). Titular da CPI, o amazonense exigia a inclusão do governador de seu Estado, Wilson Lima (PSC), na lista de sugestões de indiciamentos. Braga já foi governador do Amazonas e será novamente candidato ao cargo, em 2022.

O caos na saúde do Amazonas durante a pandemia estava citado no requerimento que criou a CPI, mas a investigação e o indiciamento de governadores não entraram no foco dos senadores. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o inquérito parlamentar não poderia avançar sobre gestões estaduais. “Havia um impeditivo técnico”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI.

Além disso, Wilson Lima é aliado político de Aziz, que resistia à inclusão. O presidente da comissão recuou após várias subidas e descidas do elevador do prédio funcional onde mora, na Asa Sul, em Brasília. Ao lado do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA) saía do quarto andar, onde mora, subia para o apartamento de Aziz, no sexto, e descia ao de Braga, no segundo. 

O grupo de WhatsApp dos membros da CPI carrega uma homenagem aos decanos da comissão: “Filhos de Otto e Tasso”. A articulação dos dois manteve a unidade política do grupo principal. Eles convenceram o relator a incluir o governador e, com isso, garantiram os sete votos. Sem Eduardo Braga, o texto também seria aprovado, mas por um placar mais apertado, de seis a cinco.

Embora seja um dos alvos da CPI, Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) compareceu somente na hora de se manifestar. Em sessões anteriores, o filho “01” do presidente surgia esporadicamente para confrontar depoentes e defender o governo. Não repetiu o tom da live em que se defendeu do pedido de indiciamento chamando Renan de “vagabundo”. Criticou o político alagoano com moderação. Enquanto Flávio discursava, o relator respondia a mensagens no celular.

“Essa CPI não investigou fatos para chegar aos acusados. Escolheu os acusados. Vimos alguns senadores subindo nos caixões das mais de 600 mil vítimas para fazer politicagem barata”, disse o primogênito de Bolsonaro.

BRASÍLIA – Quem comeu o bacalhau servido na véspera pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AL), reclamou que o prato estava mais salgado do que de costume. Mas o sal que sobrou no jantar oferecido ao G-7, grupo majoritário da CPI – durante o encontro que serviu para alinhavar os derradeiros ajustes no relatório –, acabou faltando no último capítulo da comissão, nesta terça-feira, 26.

A única reviravolta foi a tentativa de inclusão de um pedido de indiciamento contra o senador Luiz Carlos Heinze (Progressistas-RS). Provocado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), reagiu à insistência de Heinze com informações enviesadas sobre remédios sem eficácia contra o coronavírus, somadas a críticas ao G-7. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco – que se filia nesta quarta-feira, 27, ao PSD – e outros senadores reclamaram da medida. Vieira voltou atrás, pediu para retirar Heinze da lista de indiciados e Renan acolheu o pedido.

Senadores fizeram um minuto de silêncio no fim da sessão desta terça-feira, 26. Foto: Dida Sampaio/Estadão

A sessão da CPI que aprovou o relatório com as conclusões de seis meses de trabalho foi longa e monótona. Titulares, suplentes e até não integrantes da comissão se revezavam ao microfone para resumir o que vinham defendendo. Era a última oportunidade de engrossar críticas ou de fincar os pés na defesa do governo Jair Bolsonaro para a grande audiência atraída pela TV Senado.

A baixa expectativa por surpresas deixou o plenário da CPI esvaziado. Os senadores compareciam conforme o avanço da ordem de inscritos para discursar. Nos corredores, uma movimentação tímida, bem menor do que a registrada nos dias de alguns dos interrogatórios mais esperados.

“Hoje é só o relatório final. O que tinha que ser feito já foi feito antes. Esse é o momento em que quem tem voto vota”, afirmou o senador Marcos Rogério (DEM-RO), principal defensor do governo na comissão.

Impasse. A última sessão da CPI, a de número 69, teve apenas um impasse. A divergência, porém, foi solucionada ainda na madrugada e, com isso, o placar de 7 votos a 4 estava dado. A dúvida dizia respeito à posição do senador Eduardo Braga (MDB-AM). Titular da CPI, o amazonense exigia a inclusão do governador de seu Estado, Wilson Lima (PSC), na lista de sugestões de indiciamentos. Braga já foi governador do Amazonas e será novamente candidato ao cargo, em 2022.

O caos na saúde do Amazonas durante a pandemia estava citado no requerimento que criou a CPI, mas a investigação e o indiciamento de governadores não entraram no foco dos senadores. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o inquérito parlamentar não poderia avançar sobre gestões estaduais. “Havia um impeditivo técnico”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI.

Além disso, Wilson Lima é aliado político de Aziz, que resistia à inclusão. O presidente da comissão recuou após várias subidas e descidas do elevador do prédio funcional onde mora, na Asa Sul, em Brasília. Ao lado do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA) saía do quarto andar, onde mora, subia para o apartamento de Aziz, no sexto, e descia ao de Braga, no segundo. 

O grupo de WhatsApp dos membros da CPI carrega uma homenagem aos decanos da comissão: “Filhos de Otto e Tasso”. A articulação dos dois manteve a unidade política do grupo principal. Eles convenceram o relator a incluir o governador e, com isso, garantiram os sete votos. Sem Eduardo Braga, o texto também seria aprovado, mas por um placar mais apertado, de seis a cinco.

Embora seja um dos alvos da CPI, Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) compareceu somente na hora de se manifestar. Em sessões anteriores, o filho “01” do presidente surgia esporadicamente para confrontar depoentes e defender o governo. Não repetiu o tom da live em que se defendeu do pedido de indiciamento chamando Renan de “vagabundo”. Criticou o político alagoano com moderação. Enquanto Flávio discursava, o relator respondia a mensagens no celular.

“Essa CPI não investigou fatos para chegar aos acusados. Escolheu os acusados. Vimos alguns senadores subindo nos caixões das mais de 600 mil vítimas para fazer politicagem barata”, disse o primogênito de Bolsonaro.

BRASÍLIA – Quem comeu o bacalhau servido na véspera pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AL), reclamou que o prato estava mais salgado do que de costume. Mas o sal que sobrou no jantar oferecido ao G-7, grupo majoritário da CPI – durante o encontro que serviu para alinhavar os derradeiros ajustes no relatório –, acabou faltando no último capítulo da comissão, nesta terça-feira, 26.

A única reviravolta foi a tentativa de inclusão de um pedido de indiciamento contra o senador Luiz Carlos Heinze (Progressistas-RS). Provocado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), reagiu à insistência de Heinze com informações enviesadas sobre remédios sem eficácia contra o coronavírus, somadas a críticas ao G-7. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco – que se filia nesta quarta-feira, 27, ao PSD – e outros senadores reclamaram da medida. Vieira voltou atrás, pediu para retirar Heinze da lista de indiciados e Renan acolheu o pedido.

Senadores fizeram um minuto de silêncio no fim da sessão desta terça-feira, 26. Foto: Dida Sampaio/Estadão

A sessão da CPI que aprovou o relatório com as conclusões de seis meses de trabalho foi longa e monótona. Titulares, suplentes e até não integrantes da comissão se revezavam ao microfone para resumir o que vinham defendendo. Era a última oportunidade de engrossar críticas ou de fincar os pés na defesa do governo Jair Bolsonaro para a grande audiência atraída pela TV Senado.

A baixa expectativa por surpresas deixou o plenário da CPI esvaziado. Os senadores compareciam conforme o avanço da ordem de inscritos para discursar. Nos corredores, uma movimentação tímida, bem menor do que a registrada nos dias de alguns dos interrogatórios mais esperados.

“Hoje é só o relatório final. O que tinha que ser feito já foi feito antes. Esse é o momento em que quem tem voto vota”, afirmou o senador Marcos Rogério (DEM-RO), principal defensor do governo na comissão.

Impasse. A última sessão da CPI, a de número 69, teve apenas um impasse. A divergência, porém, foi solucionada ainda na madrugada e, com isso, o placar de 7 votos a 4 estava dado. A dúvida dizia respeito à posição do senador Eduardo Braga (MDB-AM). Titular da CPI, o amazonense exigia a inclusão do governador de seu Estado, Wilson Lima (PSC), na lista de sugestões de indiciamentos. Braga já foi governador do Amazonas e será novamente candidato ao cargo, em 2022.

O caos na saúde do Amazonas durante a pandemia estava citado no requerimento que criou a CPI, mas a investigação e o indiciamento de governadores não entraram no foco dos senadores. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o inquérito parlamentar não poderia avançar sobre gestões estaduais. “Havia um impeditivo técnico”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI.

Além disso, Wilson Lima é aliado político de Aziz, que resistia à inclusão. O presidente da comissão recuou após várias subidas e descidas do elevador do prédio funcional onde mora, na Asa Sul, em Brasília. Ao lado do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA) saía do quarto andar, onde mora, subia para o apartamento de Aziz, no sexto, e descia ao de Braga, no segundo. 

O grupo de WhatsApp dos membros da CPI carrega uma homenagem aos decanos da comissão: “Filhos de Otto e Tasso”. A articulação dos dois manteve a unidade política do grupo principal. Eles convenceram o relator a incluir o governador e, com isso, garantiram os sete votos. Sem Eduardo Braga, o texto também seria aprovado, mas por um placar mais apertado, de seis a cinco.

Embora seja um dos alvos da CPI, Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) compareceu somente na hora de se manifestar. Em sessões anteriores, o filho “01” do presidente surgia esporadicamente para confrontar depoentes e defender o governo. Não repetiu o tom da live em que se defendeu do pedido de indiciamento chamando Renan de “vagabundo”. Criticou o político alagoano com moderação. Enquanto Flávio discursava, o relator respondia a mensagens no celular.

“Essa CPI não investigou fatos para chegar aos acusados. Escolheu os acusados. Vimos alguns senadores subindo nos caixões das mais de 600 mil vítimas para fazer politicagem barata”, disse o primogênito de Bolsonaro.

BRASÍLIA – Quem comeu o bacalhau servido na véspera pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AL), reclamou que o prato estava mais salgado do que de costume. Mas o sal que sobrou no jantar oferecido ao G-7, grupo majoritário da CPI – durante o encontro que serviu para alinhavar os derradeiros ajustes no relatório –, acabou faltando no último capítulo da comissão, nesta terça-feira, 26.

A única reviravolta foi a tentativa de inclusão de um pedido de indiciamento contra o senador Luiz Carlos Heinze (Progressistas-RS). Provocado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), reagiu à insistência de Heinze com informações enviesadas sobre remédios sem eficácia contra o coronavírus, somadas a críticas ao G-7. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco – que se filia nesta quarta-feira, 27, ao PSD – e outros senadores reclamaram da medida. Vieira voltou atrás, pediu para retirar Heinze da lista de indiciados e Renan acolheu o pedido.

Senadores fizeram um minuto de silêncio no fim da sessão desta terça-feira, 26. Foto: Dida Sampaio/Estadão

A sessão da CPI que aprovou o relatório com as conclusões de seis meses de trabalho foi longa e monótona. Titulares, suplentes e até não integrantes da comissão se revezavam ao microfone para resumir o que vinham defendendo. Era a última oportunidade de engrossar críticas ou de fincar os pés na defesa do governo Jair Bolsonaro para a grande audiência atraída pela TV Senado.

A baixa expectativa por surpresas deixou o plenário da CPI esvaziado. Os senadores compareciam conforme o avanço da ordem de inscritos para discursar. Nos corredores, uma movimentação tímida, bem menor do que a registrada nos dias de alguns dos interrogatórios mais esperados.

“Hoje é só o relatório final. O que tinha que ser feito já foi feito antes. Esse é o momento em que quem tem voto vota”, afirmou o senador Marcos Rogério (DEM-RO), principal defensor do governo na comissão.

Impasse. A última sessão da CPI, a de número 69, teve apenas um impasse. A divergência, porém, foi solucionada ainda na madrugada e, com isso, o placar de 7 votos a 4 estava dado. A dúvida dizia respeito à posição do senador Eduardo Braga (MDB-AM). Titular da CPI, o amazonense exigia a inclusão do governador de seu Estado, Wilson Lima (PSC), na lista de sugestões de indiciamentos. Braga já foi governador do Amazonas e será novamente candidato ao cargo, em 2022.

O caos na saúde do Amazonas durante a pandemia estava citado no requerimento que criou a CPI, mas a investigação e o indiciamento de governadores não entraram no foco dos senadores. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o inquérito parlamentar não poderia avançar sobre gestões estaduais. “Havia um impeditivo técnico”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI.

Além disso, Wilson Lima é aliado político de Aziz, que resistia à inclusão. O presidente da comissão recuou após várias subidas e descidas do elevador do prédio funcional onde mora, na Asa Sul, em Brasília. Ao lado do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA) saía do quarto andar, onde mora, subia para o apartamento de Aziz, no sexto, e descia ao de Braga, no segundo. 

O grupo de WhatsApp dos membros da CPI carrega uma homenagem aos decanos da comissão: “Filhos de Otto e Tasso”. A articulação dos dois manteve a unidade política do grupo principal. Eles convenceram o relator a incluir o governador e, com isso, garantiram os sete votos. Sem Eduardo Braga, o texto também seria aprovado, mas por um placar mais apertado, de seis a cinco.

Embora seja um dos alvos da CPI, Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) compareceu somente na hora de se manifestar. Em sessões anteriores, o filho “01” do presidente surgia esporadicamente para confrontar depoentes e defender o governo. Não repetiu o tom da live em que se defendeu do pedido de indiciamento chamando Renan de “vagabundo”. Criticou o político alagoano com moderação. Enquanto Flávio discursava, o relator respondia a mensagens no celular.

“Essa CPI não investigou fatos para chegar aos acusados. Escolheu os acusados. Vimos alguns senadores subindo nos caixões das mais de 600 mil vítimas para fazer politicagem barata”, disse o primogênito de Bolsonaro.

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