Veja como votou cada ministro sobre decisão de Dino para restringir emendas


Ministros Alexandre de Moraes, André Mendonça, Cristiano Zanin, Edson Fachin e Dias Toffoli registraram seus votos no plenário virtual acompanhando o relator, Flávio Dino

Por Karina Ferreira

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para manter a suspensão das emendas impositivas até que o Congresso dê transparência aos repasses. A votação foi aberta nesta sexta-feira, 16, em plenário virtual, em sessão extraordinária que terá duração de 24 horas.

Os ministros André Mendonça, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli e Edson Fachin já votaram para confirmar a liminar, formando um placar de 6 a 0, com votos que acompanham o do relator do processo, ministro Flávio Dino. Os magistrados registram os votos na plataforma online sem debate presencial ou por videoconferência. Veja como votou cada um deles até agora.

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Flávio Dino, relator do processo

  • Como votou: Defendeu a manutenção de sua decisão liminar
O ministro Flavio Dino, relator do processo, votou pela manutenção de sua decisão liminar, que suspende as emendas impositivas.  Foto: Andressa Anholete/STF
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O relator argumenta que é necessário observar os critérios técnicos de eficiência, transparência e rastreabilidade na execução de emendas ao Orçamento, e que a impositividade delas não pode ser absoluta. Segundo o ministro, o Legislativo tem o direito de participar do processo orçamentário, mas o Poder Executivo tem o dever de garantir que a execução siga as diretrizes constitucionais e legais.

Para isso, ele defende diálogo entre os Poderes e uma série de critérios técnicos para a que as emendas sejam utilizadas, como apresentação prévia de planos de trabalho, efetiva entrega de bens e serviços à sociedade, entre outros.

Em seu voto, Dino chegou a citar o mito do voo de Ícaro ao justificar a suspensão das emendas impositivas. “O governo moderado, no plano institucional, é a realização da máxima filosófica ‘nada em excesso’, consagrada pela doutrina do meio-termo, amplamente estudada pelos gregos. Lembremos que Ícaro, ao não voar adequadamente entre o mar e o sol, excedeu-se e se aproximou muito deste último, resultando na queima da cera das suas asas e na sua morte. Em outras palavras, o método ‘quero, posso, mando’ destrói as instituições, em face da ausência de moderação, sobrepujada por excesso”, escreveu.

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O ministro também destacou que há reuniões previstas entre representantes do STF, do Congresso e do Executivo em “busca de solução constitucional e de consenso, que reverencie o princípio da harmonia entre os Poderes”.

André Mendonça

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  • Como votou: Acompanhou o relator
O ministro André Mendonça acompanhou o relator. Foto: Wilton Junior/Estadão

O ministro André Mendonça registrou um voto escrito no plenário virtual e que, apesar de acompanhar o relator, adota um tom mais “conciliatório”, destacando a importância do diálogo institucional e buscando uma “solução que, com o máximo de consenso possível, reverencie o princípio da harmonia entre os Poderes”.

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Ao votar com o relator, Mendonça defendeu a necessidade de continuidade das políticas públicas realizadas com as emendas e a boa governança, considerando que a tutela de urgência poderá ser reavaliada após a realização dos “diálogos institucionais”.

A indicação se refere às reuniões da comissão técnica montada por Dino para o integral cumprimento da decisão do STF que derrubou o orçamento secreto e proibiu qualquer prática similar. A missão do grupo é centralizar os dados sobre as emendas, após o Congresso e o Executivo relatarem “limitações” nas informações que dispõem sobre os repasses.

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Edson Fachin

  • Como votou: Acompanhou o relator
Ministro Edson Fachin acompanhou o voto do relator. Foto: Gustavo Moreno/STF.

O ministro Edson Fachin não escreveu suas próprias considerações, apenas registrou seu voto acompanhando o relator da ação.

Cristiano Zanin

  • Como votou: Acompanhou o relator
O ministro Cristiano Zanin acompanhou o voto do relator. Foto: Antonio Augusto/STF

Cristiano Zanin também não apresentou um voto separado, acompanhando a manifestação de Flávio Dino.

Alexandre de Moraes

  • Como votou: Acompanhou o relator
O ministro Alexandre de Moraes acompanhou o voto do relator. Foto: Rosinei Coutinho/STF

O ministro Alexandre de Moraes não registrou uma manifestação, apenas declarando que acompanha o relator do caso.

Dias Toffoli

  • Como votou: Acompanhou o relator
O ministro Dias Toffoli acompanhou o voto do relator. Foto: Andressa Anholete/STF

O ministro Dias Toffoli concordou com o relator no que diz respeito ao referendo da medida cautelar, mas aproveitou para antecipar sua posição sobre o mérito da ação. Em seu voto, Toffoli defendeu a constitucionalidade das emendas de relator, desde que essas respeitem dois princípios fundamentais: o da transparência e o do alinhamento com os objetivos constitucionais.

O magistrado opinou que os Poderes Executivo e Legislativo devem, juntos, estabelecer critérios claros para a aplicação dos recursos, considerando indicadores populacionais e socioeconômicos. Além disso, o ministro sugeriu um limite claro de transferência de recursos para cada município, garantindo assim o princípio da isonomia no tratamento dos municípios.

“Para assegurar o pacto federativo e a isonomia no tratamento dos entes municipais, o conjunto de transferências discricionárias destinadas a cada município não pode ultrapassar, em cada exercício, o limite correspondente a 50% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) recebido pela localidade”, escreveu em seu voto.

Dino determinou à Controladoria Geral da União (CGU) que auditasse os municípios que mais receberam emendas parlamentares, por habitante, nos anos de 2020 a 2023. Cruzando dados orçamentários e do Censo de 2022, o Estadão chegou à lista de municípios que deverão ser analisados pela CGU.

Concentradas em Roraima, no Amapá e em Tocantins, as cidades são base eleitoral do ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP); do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro; e dos senadores Mecias de Jesus (Republicanos-RR) e Chico Rodrigues (PSB-RR), entre outros.

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para manter a suspensão das emendas impositivas até que o Congresso dê transparência aos repasses. A votação foi aberta nesta sexta-feira, 16, em plenário virtual, em sessão extraordinária que terá duração de 24 horas.

Os ministros André Mendonça, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli e Edson Fachin já votaram para confirmar a liminar, formando um placar de 6 a 0, com votos que acompanham o do relator do processo, ministro Flávio Dino. Os magistrados registram os votos na plataforma online sem debate presencial ou por videoconferência. Veja como votou cada um deles até agora.

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Flávio Dino, relator do processo

  • Como votou: Defendeu a manutenção de sua decisão liminar
O ministro Flavio Dino, relator do processo, votou pela manutenção de sua decisão liminar, que suspende as emendas impositivas.  Foto: Andressa Anholete/STF

O relator argumenta que é necessário observar os critérios técnicos de eficiência, transparência e rastreabilidade na execução de emendas ao Orçamento, e que a impositividade delas não pode ser absoluta. Segundo o ministro, o Legislativo tem o direito de participar do processo orçamentário, mas o Poder Executivo tem o dever de garantir que a execução siga as diretrizes constitucionais e legais.

Para isso, ele defende diálogo entre os Poderes e uma série de critérios técnicos para a que as emendas sejam utilizadas, como apresentação prévia de planos de trabalho, efetiva entrega de bens e serviços à sociedade, entre outros.

Em seu voto, Dino chegou a citar o mito do voo de Ícaro ao justificar a suspensão das emendas impositivas. “O governo moderado, no plano institucional, é a realização da máxima filosófica ‘nada em excesso’, consagrada pela doutrina do meio-termo, amplamente estudada pelos gregos. Lembremos que Ícaro, ao não voar adequadamente entre o mar e o sol, excedeu-se e se aproximou muito deste último, resultando na queima da cera das suas asas e na sua morte. Em outras palavras, o método ‘quero, posso, mando’ destrói as instituições, em face da ausência de moderação, sobrepujada por excesso”, escreveu.

O ministro também destacou que há reuniões previstas entre representantes do STF, do Congresso e do Executivo em “busca de solução constitucional e de consenso, que reverencie o princípio da harmonia entre os Poderes”.

André Mendonça

  • Como votou: Acompanhou o relator
O ministro André Mendonça acompanhou o relator. Foto: Wilton Junior/Estadão

O ministro André Mendonça registrou um voto escrito no plenário virtual e que, apesar de acompanhar o relator, adota um tom mais “conciliatório”, destacando a importância do diálogo institucional e buscando uma “solução que, com o máximo de consenso possível, reverencie o princípio da harmonia entre os Poderes”.

Ao votar com o relator, Mendonça defendeu a necessidade de continuidade das políticas públicas realizadas com as emendas e a boa governança, considerando que a tutela de urgência poderá ser reavaliada após a realização dos “diálogos institucionais”.

A indicação se refere às reuniões da comissão técnica montada por Dino para o integral cumprimento da decisão do STF que derrubou o orçamento secreto e proibiu qualquer prática similar. A missão do grupo é centralizar os dados sobre as emendas, após o Congresso e o Executivo relatarem “limitações” nas informações que dispõem sobre os repasses.

Edson Fachin

  • Como votou: Acompanhou o relator
Ministro Edson Fachin acompanhou o voto do relator. Foto: Gustavo Moreno/STF.

O ministro Edson Fachin não escreveu suas próprias considerações, apenas registrou seu voto acompanhando o relator da ação.

Cristiano Zanin

  • Como votou: Acompanhou o relator
O ministro Cristiano Zanin acompanhou o voto do relator. Foto: Antonio Augusto/STF

Cristiano Zanin também não apresentou um voto separado, acompanhando a manifestação de Flávio Dino.

Alexandre de Moraes

  • Como votou: Acompanhou o relator
O ministro Alexandre de Moraes acompanhou o voto do relator. Foto: Rosinei Coutinho/STF

O ministro Alexandre de Moraes não registrou uma manifestação, apenas declarando que acompanha o relator do caso.

Dias Toffoli

  • Como votou: Acompanhou o relator
O ministro Dias Toffoli acompanhou o voto do relator. Foto: Andressa Anholete/STF

O ministro Dias Toffoli concordou com o relator no que diz respeito ao referendo da medida cautelar, mas aproveitou para antecipar sua posição sobre o mérito da ação. Em seu voto, Toffoli defendeu a constitucionalidade das emendas de relator, desde que essas respeitem dois princípios fundamentais: o da transparência e o do alinhamento com os objetivos constitucionais.

O magistrado opinou que os Poderes Executivo e Legislativo devem, juntos, estabelecer critérios claros para a aplicação dos recursos, considerando indicadores populacionais e socioeconômicos. Além disso, o ministro sugeriu um limite claro de transferência de recursos para cada município, garantindo assim o princípio da isonomia no tratamento dos municípios.

“Para assegurar o pacto federativo e a isonomia no tratamento dos entes municipais, o conjunto de transferências discricionárias destinadas a cada município não pode ultrapassar, em cada exercício, o limite correspondente a 50% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) recebido pela localidade”, escreveu em seu voto.

Dino determinou à Controladoria Geral da União (CGU) que auditasse os municípios que mais receberam emendas parlamentares, por habitante, nos anos de 2020 a 2023. Cruzando dados orçamentários e do Censo de 2022, o Estadão chegou à lista de municípios que deverão ser analisados pela CGU.

Concentradas em Roraima, no Amapá e em Tocantins, as cidades são base eleitoral do ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP); do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro; e dos senadores Mecias de Jesus (Republicanos-RR) e Chico Rodrigues (PSB-RR), entre outros.

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para manter a suspensão das emendas impositivas até que o Congresso dê transparência aos repasses. A votação foi aberta nesta sexta-feira, 16, em plenário virtual, em sessão extraordinária que terá duração de 24 horas.

Os ministros André Mendonça, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli e Edson Fachin já votaram para confirmar a liminar, formando um placar de 6 a 0, com votos que acompanham o do relator do processo, ministro Flávio Dino. Os magistrados registram os votos na plataforma online sem debate presencial ou por videoconferência. Veja como votou cada um deles até agora.

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Flávio Dino, relator do processo

  • Como votou: Defendeu a manutenção de sua decisão liminar
O ministro Flavio Dino, relator do processo, votou pela manutenção de sua decisão liminar, que suspende as emendas impositivas.  Foto: Andressa Anholete/STF

O relator argumenta que é necessário observar os critérios técnicos de eficiência, transparência e rastreabilidade na execução de emendas ao Orçamento, e que a impositividade delas não pode ser absoluta. Segundo o ministro, o Legislativo tem o direito de participar do processo orçamentário, mas o Poder Executivo tem o dever de garantir que a execução siga as diretrizes constitucionais e legais.

Para isso, ele defende diálogo entre os Poderes e uma série de critérios técnicos para a que as emendas sejam utilizadas, como apresentação prévia de planos de trabalho, efetiva entrega de bens e serviços à sociedade, entre outros.

Em seu voto, Dino chegou a citar o mito do voo de Ícaro ao justificar a suspensão das emendas impositivas. “O governo moderado, no plano institucional, é a realização da máxima filosófica ‘nada em excesso’, consagrada pela doutrina do meio-termo, amplamente estudada pelos gregos. Lembremos que Ícaro, ao não voar adequadamente entre o mar e o sol, excedeu-se e se aproximou muito deste último, resultando na queima da cera das suas asas e na sua morte. Em outras palavras, o método ‘quero, posso, mando’ destrói as instituições, em face da ausência de moderação, sobrepujada por excesso”, escreveu.

O ministro também destacou que há reuniões previstas entre representantes do STF, do Congresso e do Executivo em “busca de solução constitucional e de consenso, que reverencie o princípio da harmonia entre os Poderes”.

André Mendonça

  • Como votou: Acompanhou o relator
O ministro André Mendonça acompanhou o relator. Foto: Wilton Junior/Estadão

O ministro André Mendonça registrou um voto escrito no plenário virtual e que, apesar de acompanhar o relator, adota um tom mais “conciliatório”, destacando a importância do diálogo institucional e buscando uma “solução que, com o máximo de consenso possível, reverencie o princípio da harmonia entre os Poderes”.

Ao votar com o relator, Mendonça defendeu a necessidade de continuidade das políticas públicas realizadas com as emendas e a boa governança, considerando que a tutela de urgência poderá ser reavaliada após a realização dos “diálogos institucionais”.

A indicação se refere às reuniões da comissão técnica montada por Dino para o integral cumprimento da decisão do STF que derrubou o orçamento secreto e proibiu qualquer prática similar. A missão do grupo é centralizar os dados sobre as emendas, após o Congresso e o Executivo relatarem “limitações” nas informações que dispõem sobre os repasses.

Edson Fachin

  • Como votou: Acompanhou o relator
Ministro Edson Fachin acompanhou o voto do relator. Foto: Gustavo Moreno/STF.

O ministro Edson Fachin não escreveu suas próprias considerações, apenas registrou seu voto acompanhando o relator da ação.

Cristiano Zanin

  • Como votou: Acompanhou o relator
O ministro Cristiano Zanin acompanhou o voto do relator. Foto: Antonio Augusto/STF

Cristiano Zanin também não apresentou um voto separado, acompanhando a manifestação de Flávio Dino.

Alexandre de Moraes

  • Como votou: Acompanhou o relator
O ministro Alexandre de Moraes acompanhou o voto do relator. Foto: Rosinei Coutinho/STF

O ministro Alexandre de Moraes não registrou uma manifestação, apenas declarando que acompanha o relator do caso.

Dias Toffoli

  • Como votou: Acompanhou o relator
O ministro Dias Toffoli acompanhou o voto do relator. Foto: Andressa Anholete/STF

O ministro Dias Toffoli concordou com o relator no que diz respeito ao referendo da medida cautelar, mas aproveitou para antecipar sua posição sobre o mérito da ação. Em seu voto, Toffoli defendeu a constitucionalidade das emendas de relator, desde que essas respeitem dois princípios fundamentais: o da transparência e o do alinhamento com os objetivos constitucionais.

O magistrado opinou que os Poderes Executivo e Legislativo devem, juntos, estabelecer critérios claros para a aplicação dos recursos, considerando indicadores populacionais e socioeconômicos. Além disso, o ministro sugeriu um limite claro de transferência de recursos para cada município, garantindo assim o princípio da isonomia no tratamento dos municípios.

“Para assegurar o pacto federativo e a isonomia no tratamento dos entes municipais, o conjunto de transferências discricionárias destinadas a cada município não pode ultrapassar, em cada exercício, o limite correspondente a 50% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) recebido pela localidade”, escreveu em seu voto.

Dino determinou à Controladoria Geral da União (CGU) que auditasse os municípios que mais receberam emendas parlamentares, por habitante, nos anos de 2020 a 2023. Cruzando dados orçamentários e do Censo de 2022, o Estadão chegou à lista de municípios que deverão ser analisados pela CGU.

Concentradas em Roraima, no Amapá e em Tocantins, as cidades são base eleitoral do ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP); do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro; e dos senadores Mecias de Jesus (Republicanos-RR) e Chico Rodrigues (PSB-RR), entre outros.

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para manter a suspensão das emendas impositivas até que o Congresso dê transparência aos repasses. A votação foi aberta nesta sexta-feira, 16, em plenário virtual, em sessão extraordinária que terá duração de 24 horas.

Os ministros André Mendonça, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli e Edson Fachin já votaram para confirmar a liminar, formando um placar de 6 a 0, com votos que acompanham o do relator do processo, ministro Flávio Dino. Os magistrados registram os votos na plataforma online sem debate presencial ou por videoconferência. Veja como votou cada um deles até agora.

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Flávio Dino, relator do processo

  • Como votou: Defendeu a manutenção de sua decisão liminar
O ministro Flavio Dino, relator do processo, votou pela manutenção de sua decisão liminar, que suspende as emendas impositivas.  Foto: Andressa Anholete/STF

O relator argumenta que é necessário observar os critérios técnicos de eficiência, transparência e rastreabilidade na execução de emendas ao Orçamento, e que a impositividade delas não pode ser absoluta. Segundo o ministro, o Legislativo tem o direito de participar do processo orçamentário, mas o Poder Executivo tem o dever de garantir que a execução siga as diretrizes constitucionais e legais.

Para isso, ele defende diálogo entre os Poderes e uma série de critérios técnicos para a que as emendas sejam utilizadas, como apresentação prévia de planos de trabalho, efetiva entrega de bens e serviços à sociedade, entre outros.

Em seu voto, Dino chegou a citar o mito do voo de Ícaro ao justificar a suspensão das emendas impositivas. “O governo moderado, no plano institucional, é a realização da máxima filosófica ‘nada em excesso’, consagrada pela doutrina do meio-termo, amplamente estudada pelos gregos. Lembremos que Ícaro, ao não voar adequadamente entre o mar e o sol, excedeu-se e se aproximou muito deste último, resultando na queima da cera das suas asas e na sua morte. Em outras palavras, o método ‘quero, posso, mando’ destrói as instituições, em face da ausência de moderação, sobrepujada por excesso”, escreveu.

O ministro também destacou que há reuniões previstas entre representantes do STF, do Congresso e do Executivo em “busca de solução constitucional e de consenso, que reverencie o princípio da harmonia entre os Poderes”.

André Mendonça

  • Como votou: Acompanhou o relator
O ministro André Mendonça acompanhou o relator. Foto: Wilton Junior/Estadão

O ministro André Mendonça registrou um voto escrito no plenário virtual e que, apesar de acompanhar o relator, adota um tom mais “conciliatório”, destacando a importância do diálogo institucional e buscando uma “solução que, com o máximo de consenso possível, reverencie o princípio da harmonia entre os Poderes”.

Ao votar com o relator, Mendonça defendeu a necessidade de continuidade das políticas públicas realizadas com as emendas e a boa governança, considerando que a tutela de urgência poderá ser reavaliada após a realização dos “diálogos institucionais”.

A indicação se refere às reuniões da comissão técnica montada por Dino para o integral cumprimento da decisão do STF que derrubou o orçamento secreto e proibiu qualquer prática similar. A missão do grupo é centralizar os dados sobre as emendas, após o Congresso e o Executivo relatarem “limitações” nas informações que dispõem sobre os repasses.

Edson Fachin

  • Como votou: Acompanhou o relator
Ministro Edson Fachin acompanhou o voto do relator. Foto: Gustavo Moreno/STF.

O ministro Edson Fachin não escreveu suas próprias considerações, apenas registrou seu voto acompanhando o relator da ação.

Cristiano Zanin

  • Como votou: Acompanhou o relator
O ministro Cristiano Zanin acompanhou o voto do relator. Foto: Antonio Augusto/STF

Cristiano Zanin também não apresentou um voto separado, acompanhando a manifestação de Flávio Dino.

Alexandre de Moraes

  • Como votou: Acompanhou o relator
O ministro Alexandre de Moraes acompanhou o voto do relator. Foto: Rosinei Coutinho/STF

O ministro Alexandre de Moraes não registrou uma manifestação, apenas declarando que acompanha o relator do caso.

Dias Toffoli

  • Como votou: Acompanhou o relator
O ministro Dias Toffoli acompanhou o voto do relator. Foto: Andressa Anholete/STF

O ministro Dias Toffoli concordou com o relator no que diz respeito ao referendo da medida cautelar, mas aproveitou para antecipar sua posição sobre o mérito da ação. Em seu voto, Toffoli defendeu a constitucionalidade das emendas de relator, desde que essas respeitem dois princípios fundamentais: o da transparência e o do alinhamento com os objetivos constitucionais.

O magistrado opinou que os Poderes Executivo e Legislativo devem, juntos, estabelecer critérios claros para a aplicação dos recursos, considerando indicadores populacionais e socioeconômicos. Além disso, o ministro sugeriu um limite claro de transferência de recursos para cada município, garantindo assim o princípio da isonomia no tratamento dos municípios.

“Para assegurar o pacto federativo e a isonomia no tratamento dos entes municipais, o conjunto de transferências discricionárias destinadas a cada município não pode ultrapassar, em cada exercício, o limite correspondente a 50% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) recebido pela localidade”, escreveu em seu voto.

Dino determinou à Controladoria Geral da União (CGU) que auditasse os municípios que mais receberam emendas parlamentares, por habitante, nos anos de 2020 a 2023. Cruzando dados orçamentários e do Censo de 2022, o Estadão chegou à lista de municípios que deverão ser analisados pela CGU.

Concentradas em Roraima, no Amapá e em Tocantins, as cidades são base eleitoral do ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP); do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro; e dos senadores Mecias de Jesus (Republicanos-RR) e Chico Rodrigues (PSB-RR), entre outros.

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