Análise e bastidores de política e economia

Eleitor solteiro procura


Joaquim Barbosa deu pinta de ser um pretendente para o eleitor solteiro casar

Por Vera Magalhães
Atualização:

Para além de cruzamentos, cenários e estratificações, o quadro geral pintado pela pesquisa Datafolha – a primeira após a retirada de Lula do páreo – mostra um eleitorado ainda à procura de um candidato para chamar de seu.

A superpopulação de postulantes nanicos lembra aqueles reality shows de namoro em que mocinhas casadoiras recebem ofertas de dúzias de pretendentes para os quais dão de ombros, entediadas.

Os poucos que conseguem angariar um punhado de votos ainda não dão pinta de que vão ser “o” ou “a” escolhido(a). O que parece faltar na plêiade de candidatos são os atributos buscados por esse eleitor-noiva que já passou por tantos relacionamentos frustrantes e que acabaram mal que está mais cético desta vez.

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Fernando Henrique Cardoso diz que Geraldo Alckmin é maratonista, por isso crescerá mais adiante. Ele e a maioria dos partidos parecem raciocinar segundo os cânones que ditaram as campanhas até aqui: estrutura partidária e alianças amplas garantiriam muito tempo de TV e, automaticamente, passagem ao segundo turno.

O PT, por sua vez, retarda a estratégia eleitoral baseado na crença de que Lula será capaz de realizar, mesmo preso, o milagre da transferência de votos que operou com Dilma Rousseff.

Será que esses mandamentos das campanhas continuam válidos em 2018, pós-Lava Jato? Me parece que candidatos e partidos subestimam o efeito que a operação terá sobre a decisão de voto. Comparar a situação de hoje com a de 2006, quando Lula se reelegeu a despeito do mensalão, é outro erro. Ali a economia ia de vento em popa, o então presidente escapou de ser tragado pelo furacão e o que se tinha era um esquema bem menos abrangente que o revelado agora. Mais: não havia ninguém condenado ou preso nem figuras com o peso simbólico de um Sérgio Moro do outro lado.

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Agora os grandes nomes de quase todos os partidos estão implicados em maior ou menor grau. Eleitores que ostentaram nas redes sociais a camiseta “a culpa não é minha, votei no Aécio” na época do impeachment de Dilma se sentem cornos dos tucanos. Por que essas pessoas vão aceitar noivar com Geraldo Alckmin? Não basta ao ex-governador de São Paulo costurar uma aliança de 20 siglas igualmente rejeitadas pelos eleitores e se apresentar com o discurso monocórdio com o qual se consagrou como um fenômeno paulista.

O eleitor vai querer saber até que grau ele está implicado nas revelações da Odebrecht – e, de novo, é auto-ilusão achar que empurrar o assunto para a Justiça Eleitoral vai tirá-lo da pauta.

Mais que em eleições passadas, o eleitor traído vai querer dos candidatos compromissos claros com o combate à corrupção e à impunidade.

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E vão pesar os atributos pessoais dos noivos. É isso que parece fazer com que Jair Bolsonaro, Marina Silva e Joaquim Barbosa se destaquem um pouco na paisagem dos nanicos. Cada um a seu modo, reúnem características que dão “match” com esse eleitorado à procura do parceiro ideal.

A entrada de Barbosa no páreo assusta todos os demais porque o ex-presidente do STF parece ter engenhocas no cinto do Batman que são só suas: o fato de ser novo na política mesmo não sendo estranho ao “mecanismo”, por já ter presidido um dos Poderes da República; um currículo efetivo de combate à corrupção; uma trajetória de ascensão pelo mérito, apesar das adversidades; o enfrentamento do preconceito e a “coragem” como traço de personalidade.

Não à toa, Marina passou a semana falando mais que nos últimos quatro anos, Bolsonaro se incomodou e Alckmin rifou Aécio sem dó. Barbosa deu pinta de ser um pretendente para o eleitor exigente casar. Com chance de agradar “noivas” à esquerda e à direita. Resta saber se a química inicial vai virar amor.

Para além de cruzamentos, cenários e estratificações, o quadro geral pintado pela pesquisa Datafolha – a primeira após a retirada de Lula do páreo – mostra um eleitorado ainda à procura de um candidato para chamar de seu.

A superpopulação de postulantes nanicos lembra aqueles reality shows de namoro em que mocinhas casadoiras recebem ofertas de dúzias de pretendentes para os quais dão de ombros, entediadas.

Os poucos que conseguem angariar um punhado de votos ainda não dão pinta de que vão ser “o” ou “a” escolhido(a). O que parece faltar na plêiade de candidatos são os atributos buscados por esse eleitor-noiva que já passou por tantos relacionamentos frustrantes e que acabaram mal que está mais cético desta vez.

Fernando Henrique Cardoso diz que Geraldo Alckmin é maratonista, por isso crescerá mais adiante. Ele e a maioria dos partidos parecem raciocinar segundo os cânones que ditaram as campanhas até aqui: estrutura partidária e alianças amplas garantiriam muito tempo de TV e, automaticamente, passagem ao segundo turno.

O PT, por sua vez, retarda a estratégia eleitoral baseado na crença de que Lula será capaz de realizar, mesmo preso, o milagre da transferência de votos que operou com Dilma Rousseff.

Será que esses mandamentos das campanhas continuam válidos em 2018, pós-Lava Jato? Me parece que candidatos e partidos subestimam o efeito que a operação terá sobre a decisão de voto. Comparar a situação de hoje com a de 2006, quando Lula se reelegeu a despeito do mensalão, é outro erro. Ali a economia ia de vento em popa, o então presidente escapou de ser tragado pelo furacão e o que se tinha era um esquema bem menos abrangente que o revelado agora. Mais: não havia ninguém condenado ou preso nem figuras com o peso simbólico de um Sérgio Moro do outro lado.

Agora os grandes nomes de quase todos os partidos estão implicados em maior ou menor grau. Eleitores que ostentaram nas redes sociais a camiseta “a culpa não é minha, votei no Aécio” na época do impeachment de Dilma se sentem cornos dos tucanos. Por que essas pessoas vão aceitar noivar com Geraldo Alckmin? Não basta ao ex-governador de São Paulo costurar uma aliança de 20 siglas igualmente rejeitadas pelos eleitores e se apresentar com o discurso monocórdio com o qual se consagrou como um fenômeno paulista.

O eleitor vai querer saber até que grau ele está implicado nas revelações da Odebrecht – e, de novo, é auto-ilusão achar que empurrar o assunto para a Justiça Eleitoral vai tirá-lo da pauta.

Mais que em eleições passadas, o eleitor traído vai querer dos candidatos compromissos claros com o combate à corrupção e à impunidade.

E vão pesar os atributos pessoais dos noivos. É isso que parece fazer com que Jair Bolsonaro, Marina Silva e Joaquim Barbosa se destaquem um pouco na paisagem dos nanicos. Cada um a seu modo, reúnem características que dão “match” com esse eleitorado à procura do parceiro ideal.

A entrada de Barbosa no páreo assusta todos os demais porque o ex-presidente do STF parece ter engenhocas no cinto do Batman que são só suas: o fato de ser novo na política mesmo não sendo estranho ao “mecanismo”, por já ter presidido um dos Poderes da República; um currículo efetivo de combate à corrupção; uma trajetória de ascensão pelo mérito, apesar das adversidades; o enfrentamento do preconceito e a “coragem” como traço de personalidade.

Não à toa, Marina passou a semana falando mais que nos últimos quatro anos, Bolsonaro se incomodou e Alckmin rifou Aécio sem dó. Barbosa deu pinta de ser um pretendente para o eleitor exigente casar. Com chance de agradar “noivas” à esquerda e à direita. Resta saber se a química inicial vai virar amor.

Para além de cruzamentos, cenários e estratificações, o quadro geral pintado pela pesquisa Datafolha – a primeira após a retirada de Lula do páreo – mostra um eleitorado ainda à procura de um candidato para chamar de seu.

A superpopulação de postulantes nanicos lembra aqueles reality shows de namoro em que mocinhas casadoiras recebem ofertas de dúzias de pretendentes para os quais dão de ombros, entediadas.

Os poucos que conseguem angariar um punhado de votos ainda não dão pinta de que vão ser “o” ou “a” escolhido(a). O que parece faltar na plêiade de candidatos são os atributos buscados por esse eleitor-noiva que já passou por tantos relacionamentos frustrantes e que acabaram mal que está mais cético desta vez.

Fernando Henrique Cardoso diz que Geraldo Alckmin é maratonista, por isso crescerá mais adiante. Ele e a maioria dos partidos parecem raciocinar segundo os cânones que ditaram as campanhas até aqui: estrutura partidária e alianças amplas garantiriam muito tempo de TV e, automaticamente, passagem ao segundo turno.

O PT, por sua vez, retarda a estratégia eleitoral baseado na crença de que Lula será capaz de realizar, mesmo preso, o milagre da transferência de votos que operou com Dilma Rousseff.

Será que esses mandamentos das campanhas continuam válidos em 2018, pós-Lava Jato? Me parece que candidatos e partidos subestimam o efeito que a operação terá sobre a decisão de voto. Comparar a situação de hoje com a de 2006, quando Lula se reelegeu a despeito do mensalão, é outro erro. Ali a economia ia de vento em popa, o então presidente escapou de ser tragado pelo furacão e o que se tinha era um esquema bem menos abrangente que o revelado agora. Mais: não havia ninguém condenado ou preso nem figuras com o peso simbólico de um Sérgio Moro do outro lado.

Agora os grandes nomes de quase todos os partidos estão implicados em maior ou menor grau. Eleitores que ostentaram nas redes sociais a camiseta “a culpa não é minha, votei no Aécio” na época do impeachment de Dilma se sentem cornos dos tucanos. Por que essas pessoas vão aceitar noivar com Geraldo Alckmin? Não basta ao ex-governador de São Paulo costurar uma aliança de 20 siglas igualmente rejeitadas pelos eleitores e se apresentar com o discurso monocórdio com o qual se consagrou como um fenômeno paulista.

O eleitor vai querer saber até que grau ele está implicado nas revelações da Odebrecht – e, de novo, é auto-ilusão achar que empurrar o assunto para a Justiça Eleitoral vai tirá-lo da pauta.

Mais que em eleições passadas, o eleitor traído vai querer dos candidatos compromissos claros com o combate à corrupção e à impunidade.

E vão pesar os atributos pessoais dos noivos. É isso que parece fazer com que Jair Bolsonaro, Marina Silva e Joaquim Barbosa se destaquem um pouco na paisagem dos nanicos. Cada um a seu modo, reúnem características que dão “match” com esse eleitorado à procura do parceiro ideal.

A entrada de Barbosa no páreo assusta todos os demais porque o ex-presidente do STF parece ter engenhocas no cinto do Batman que são só suas: o fato de ser novo na política mesmo não sendo estranho ao “mecanismo”, por já ter presidido um dos Poderes da República; um currículo efetivo de combate à corrupção; uma trajetória de ascensão pelo mérito, apesar das adversidades; o enfrentamento do preconceito e a “coragem” como traço de personalidade.

Não à toa, Marina passou a semana falando mais que nos últimos quatro anos, Bolsonaro se incomodou e Alckmin rifou Aécio sem dó. Barbosa deu pinta de ser um pretendente para o eleitor exigente casar. Com chance de agradar “noivas” à esquerda e à direita. Resta saber se a química inicial vai virar amor.

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