Os bastidores do Planalto e do Congresso

Bolsonaro guarda ódio na geladeira contra Pacheco após ver aproximação do antigo aliado com Lula


Presidente ‘cancela’ quem se aproxima de rival e, se for reeleito, não quer apoiar recondução do mineiro ao Senado

Por Vera Rosa
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro planeja uma “vingança” contra Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Aborrecido com os salamaleques do presidente do Senado na direção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante almoço entre eles e uma comitiva da campanha petista, nesta quarta-feira, 13, Bolsonaro agora guarda o ódio na geladeira para não estragar.

Em conversas reservadas com mais de um aliado, o presidente já disse que, se for reeleito, não apoiará a recondução de Pacheco ao comando do Senado. Além disso, ele tem enfrentado problemas com Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), padrinho do senador mineiro.

A desconfiança não vem de hoje, mas é cada vez mais explicitada por Bolsonaro, que, nos últimos dias, não se cansa de elogiar Arthur Lira (Progressistas-AL). E não poderia ser diferente: o líder do Centrão, que dirige a Câmara com mão de ferro, deu “de presente” ao Planalto a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sob medida para permitir gastos de R$ 41,2 bilhões em benefícios sociais, a cinco meses e meio das eleições.

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Encontro entre Lula e Pacheco deixou Bolsonaro irritado. Foto: Wilton Junior/Estadão

Antes mesmo de se filiar ao PL, Bolsonaro apoiou a eleição de Pacheco à presidência do Senado, no ano passado, mas acha que, de lá para cá, o antigo aliado só tem “piscado” para Lula. Por isso, na sua cabeça, ele precisa ser “cancelado”, assim como todos que se aproximam do candidato do PT ao Planalto. No início deste mês, por exemplo, Bolsonaro desmarcou uma reunião com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. Fez isso ao saber que Sousa se encontraria com Lula.

Pacheco sabe que pode enfrentar chumbo grosso do Palácio do Planalto, mas parece não ligar, mesmo porque tem autonomia em seu “quadrado” até na condução de importante fatia do orçamento secreto. A portas fechadas, ele prevê que Lula será vitorioso e, como bom mineiro, faz articulações políticas em silêncio para obter o apoio do petista em seu projeto de mais um mandato à frente do Senado, a partir de fevereiro de 2023. Mas há outro plano em curso: Pacheco também está de olho em uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) e depende do próximo presidente para esta nomeação.

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Quem for eleito para ocupar o Planalto terá direito de indicar os substitutos dos ministros do STF Ricardo Lewandowski e Rosa Weber, que vão se aposentar em maio e outubro de 2023, respectivamente. Lewandowski é também um dos nomes citados hoje nas fileiras do PT para possível ministro da Justiça, caso Lula vença a disputa.

Durante o encontro na residência oficial do Senado, o ex-presidente deixou claro que trabalha pela adesão do PSD de Pacheco à sua candidatura, ainda no primeiro turno. Lula faz de tudo para vencer na primeira etapa do confronto, sob o argumento de que empurrar a eleição para a segunda rodada representa risco de ruptura institucional, diante das ameaças de Bolsonaro. O ex-presidente também se movimenta para desarmar palanques da terceira via nos Estados, principalmente do MDB, que lançou a pré-candidatura da senadora Simone Tebet ao Planalto, mas está dividido.

Em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, o PSD de Gilberto Kassab fechou acordo com Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome de Bolsonaro para o Palácio dos Bandeirantes. A aliança, no entanto, não impede um acordo com Lula mais adiante. Em Minas Gerais, o PT se uniu ao ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) na campanha pelo governo e tirou o seu candidato ao Senado para contemplar Alexandre Silveira, que também é do PSD e amigo de Pacheco.

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“Na disputa nacional, está consolidada a tendência de o PSD caminhar para a neutralidade”, disse Kassab ao Estadão, numa referência à eleição para a Presidência. Na prática, esta foi saída encontrada por ele para contornar o racha na sigla, uma vez que parte dos diretórios estaduais defende Bolsonaro, outra quer Lula e o restante prefere ser liberado para apoiar quem bem entender. À noite, Kassab informou ao partido que “no momento apropriado” compartilhará sua preferência pessoal para a corrida ao Planalto. Nem precisava: todos sabem que é Lula.

Desconfiado, Bolsonaro tem ouvido agora de seus apoiadores que Tarcísio de Freitas age para escondê-lo na campanha. O comitê bolsonarista avalia que é preciso tomar cuidado com Kassab, pois o PSD conseguiu emplacar Felício Ramuth como vice na chapa de Tarcísio sem oferecer “contrapartida” ao presidente. A teoria de que tudo não passa de uma conspiração para favorecer Lula no fim do jogo corre solta no quartel-general de Bolsonaro. Mas nem Pacheco nem Kassab se importam com o ódio na geladeira do Planalto.

O presidente Jair Bolsonaro planeja uma “vingança” contra Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Aborrecido com os salamaleques do presidente do Senado na direção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante almoço entre eles e uma comitiva da campanha petista, nesta quarta-feira, 13, Bolsonaro agora guarda o ódio na geladeira para não estragar.

Em conversas reservadas com mais de um aliado, o presidente já disse que, se for reeleito, não apoiará a recondução de Pacheco ao comando do Senado. Além disso, ele tem enfrentado problemas com Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), padrinho do senador mineiro.

A desconfiança não vem de hoje, mas é cada vez mais explicitada por Bolsonaro, que, nos últimos dias, não se cansa de elogiar Arthur Lira (Progressistas-AL). E não poderia ser diferente: o líder do Centrão, que dirige a Câmara com mão de ferro, deu “de presente” ao Planalto a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sob medida para permitir gastos de R$ 41,2 bilhões em benefícios sociais, a cinco meses e meio das eleições.

Encontro entre Lula e Pacheco deixou Bolsonaro irritado. Foto: Wilton Junior/Estadão

Antes mesmo de se filiar ao PL, Bolsonaro apoiou a eleição de Pacheco à presidência do Senado, no ano passado, mas acha que, de lá para cá, o antigo aliado só tem “piscado” para Lula. Por isso, na sua cabeça, ele precisa ser “cancelado”, assim como todos que se aproximam do candidato do PT ao Planalto. No início deste mês, por exemplo, Bolsonaro desmarcou uma reunião com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. Fez isso ao saber que Sousa se encontraria com Lula.

Pacheco sabe que pode enfrentar chumbo grosso do Palácio do Planalto, mas parece não ligar, mesmo porque tem autonomia em seu “quadrado” até na condução de importante fatia do orçamento secreto. A portas fechadas, ele prevê que Lula será vitorioso e, como bom mineiro, faz articulações políticas em silêncio para obter o apoio do petista em seu projeto de mais um mandato à frente do Senado, a partir de fevereiro de 2023. Mas há outro plano em curso: Pacheco também está de olho em uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) e depende do próximo presidente para esta nomeação.

Quem for eleito para ocupar o Planalto terá direito de indicar os substitutos dos ministros do STF Ricardo Lewandowski e Rosa Weber, que vão se aposentar em maio e outubro de 2023, respectivamente. Lewandowski é também um dos nomes citados hoje nas fileiras do PT para possível ministro da Justiça, caso Lula vença a disputa.

Durante o encontro na residência oficial do Senado, o ex-presidente deixou claro que trabalha pela adesão do PSD de Pacheco à sua candidatura, ainda no primeiro turno. Lula faz de tudo para vencer na primeira etapa do confronto, sob o argumento de que empurrar a eleição para a segunda rodada representa risco de ruptura institucional, diante das ameaças de Bolsonaro. O ex-presidente também se movimenta para desarmar palanques da terceira via nos Estados, principalmente do MDB, que lançou a pré-candidatura da senadora Simone Tebet ao Planalto, mas está dividido.

Em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, o PSD de Gilberto Kassab fechou acordo com Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome de Bolsonaro para o Palácio dos Bandeirantes. A aliança, no entanto, não impede um acordo com Lula mais adiante. Em Minas Gerais, o PT se uniu ao ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) na campanha pelo governo e tirou o seu candidato ao Senado para contemplar Alexandre Silveira, que também é do PSD e amigo de Pacheco.

“Na disputa nacional, está consolidada a tendência de o PSD caminhar para a neutralidade”, disse Kassab ao Estadão, numa referência à eleição para a Presidência. Na prática, esta foi saída encontrada por ele para contornar o racha na sigla, uma vez que parte dos diretórios estaduais defende Bolsonaro, outra quer Lula e o restante prefere ser liberado para apoiar quem bem entender. À noite, Kassab informou ao partido que “no momento apropriado” compartilhará sua preferência pessoal para a corrida ao Planalto. Nem precisava: todos sabem que é Lula.

Desconfiado, Bolsonaro tem ouvido agora de seus apoiadores que Tarcísio de Freitas age para escondê-lo na campanha. O comitê bolsonarista avalia que é preciso tomar cuidado com Kassab, pois o PSD conseguiu emplacar Felício Ramuth como vice na chapa de Tarcísio sem oferecer “contrapartida” ao presidente. A teoria de que tudo não passa de uma conspiração para favorecer Lula no fim do jogo corre solta no quartel-general de Bolsonaro. Mas nem Pacheco nem Kassab se importam com o ódio na geladeira do Planalto.

O presidente Jair Bolsonaro planeja uma “vingança” contra Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Aborrecido com os salamaleques do presidente do Senado na direção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante almoço entre eles e uma comitiva da campanha petista, nesta quarta-feira, 13, Bolsonaro agora guarda o ódio na geladeira para não estragar.

Em conversas reservadas com mais de um aliado, o presidente já disse que, se for reeleito, não apoiará a recondução de Pacheco ao comando do Senado. Além disso, ele tem enfrentado problemas com Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), padrinho do senador mineiro.

A desconfiança não vem de hoje, mas é cada vez mais explicitada por Bolsonaro, que, nos últimos dias, não se cansa de elogiar Arthur Lira (Progressistas-AL). E não poderia ser diferente: o líder do Centrão, que dirige a Câmara com mão de ferro, deu “de presente” ao Planalto a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sob medida para permitir gastos de R$ 41,2 bilhões em benefícios sociais, a cinco meses e meio das eleições.

Encontro entre Lula e Pacheco deixou Bolsonaro irritado. Foto: Wilton Junior/Estadão

Antes mesmo de se filiar ao PL, Bolsonaro apoiou a eleição de Pacheco à presidência do Senado, no ano passado, mas acha que, de lá para cá, o antigo aliado só tem “piscado” para Lula. Por isso, na sua cabeça, ele precisa ser “cancelado”, assim como todos que se aproximam do candidato do PT ao Planalto. No início deste mês, por exemplo, Bolsonaro desmarcou uma reunião com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. Fez isso ao saber que Sousa se encontraria com Lula.

Pacheco sabe que pode enfrentar chumbo grosso do Palácio do Planalto, mas parece não ligar, mesmo porque tem autonomia em seu “quadrado” até na condução de importante fatia do orçamento secreto. A portas fechadas, ele prevê que Lula será vitorioso e, como bom mineiro, faz articulações políticas em silêncio para obter o apoio do petista em seu projeto de mais um mandato à frente do Senado, a partir de fevereiro de 2023. Mas há outro plano em curso: Pacheco também está de olho em uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) e depende do próximo presidente para esta nomeação.

Quem for eleito para ocupar o Planalto terá direito de indicar os substitutos dos ministros do STF Ricardo Lewandowski e Rosa Weber, que vão se aposentar em maio e outubro de 2023, respectivamente. Lewandowski é também um dos nomes citados hoje nas fileiras do PT para possível ministro da Justiça, caso Lula vença a disputa.

Durante o encontro na residência oficial do Senado, o ex-presidente deixou claro que trabalha pela adesão do PSD de Pacheco à sua candidatura, ainda no primeiro turno. Lula faz de tudo para vencer na primeira etapa do confronto, sob o argumento de que empurrar a eleição para a segunda rodada representa risco de ruptura institucional, diante das ameaças de Bolsonaro. O ex-presidente também se movimenta para desarmar palanques da terceira via nos Estados, principalmente do MDB, que lançou a pré-candidatura da senadora Simone Tebet ao Planalto, mas está dividido.

Em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, o PSD de Gilberto Kassab fechou acordo com Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome de Bolsonaro para o Palácio dos Bandeirantes. A aliança, no entanto, não impede um acordo com Lula mais adiante. Em Minas Gerais, o PT se uniu ao ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) na campanha pelo governo e tirou o seu candidato ao Senado para contemplar Alexandre Silveira, que também é do PSD e amigo de Pacheco.

“Na disputa nacional, está consolidada a tendência de o PSD caminhar para a neutralidade”, disse Kassab ao Estadão, numa referência à eleição para a Presidência. Na prática, esta foi saída encontrada por ele para contornar o racha na sigla, uma vez que parte dos diretórios estaduais defende Bolsonaro, outra quer Lula e o restante prefere ser liberado para apoiar quem bem entender. À noite, Kassab informou ao partido que “no momento apropriado” compartilhará sua preferência pessoal para a corrida ao Planalto. Nem precisava: todos sabem que é Lula.

Desconfiado, Bolsonaro tem ouvido agora de seus apoiadores que Tarcísio de Freitas age para escondê-lo na campanha. O comitê bolsonarista avalia que é preciso tomar cuidado com Kassab, pois o PSD conseguiu emplacar Felício Ramuth como vice na chapa de Tarcísio sem oferecer “contrapartida” ao presidente. A teoria de que tudo não passa de uma conspiração para favorecer Lula no fim do jogo corre solta no quartel-general de Bolsonaro. Mas nem Pacheco nem Kassab se importam com o ódio na geladeira do Planalto.

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