Os bastidores do Planalto e do Congresso

Análise|Campanha de Nunes no segundo turno é alvo de queda de braço entre bolsonaristas e antigos aliados


Grupo do ex-presidente avalia que prefeito deve partir para a ofensiva contra Boulos, na linha “polícia contra bandido”; núcleo mais próximo do candidato discorda

Por Vera Rosa
Atualização:

A campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo é alvo de uma queda de braço sobre o tom a ser adotado no segundo turno contra o candidato do PSOL, Guilherme Boulos. O grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro pressiona Nunes a ir para a ofensiva contra o adversário sobre temas como segurança e crime organizado. Antigos aliados, porém, querem que o prefeito se concentre em mostrar números sobre “entregas” na cidade.

A divergência não é de hoje, mas ganhou força com a diferença de apenas 25 mil votos entre Nunes e Boulos quando as urnas se abriram.

Bolsonaro, por exemplo, acha que o segundo round da disputa pela Prefeitura deve ser na linha “polícia contra bandido”, mas não fala em público sobre isso. Conversas assim o ex-presidente só tem a portas fechadas com o governador Tarcísio de Freitas e o coronel Mello Araújo (PL), ex-comandante da Rota indicado por ele para vice na chapa de Nunes.

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O prefeito Ricardo Nunes e o ex-presidente Jair Bolsonaro: rede de intrigas na campanha pela reeleição. Foto: Fernando Antunes e Wesley Viana/PL/Divulgação

Desde o primeiro turno, os bolsonaristas ficaram isolados na campanha do prefeito. O grupo mais próximo de Nunes não queria o ex-presidente dando palpite ali. Nos bastidores, não eram poucos os que diziam que o objetivo de Bolsonaro era mandar no pedaço.

Foi por essas e outras que ele resolveu se afastar, deixando como seus olhos e ouvidos no comitê o coronel Mello Araújo. É justamente por esse distanciamento que Bolsonaro agora é criticado até mesmo por apoiadores de carteirinha, como o pastor Silas Malafaia.

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O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), acha que Bolsonaro cometeu erros no primeiro turno ao não se engajar em campanhas de candidatos de outros partidos. Ciro atribuiu esses tropeços aos radicais que vivem bajulando o ex-presidente.

Ministro da Casa Civil na gestão de Bolsonaro, o senador concorda com o antigo chefe, no entanto, quando ele diz que Nunes precisa adotar um “tom mais incisivo” contra Boulos. Na noite de domingo, 6, ao comemorar a passagem para o segundo turno, o candidato do PSOL associou o prefeito ao crime organizado, ao tráfico de drogas e à violência doméstica. A Justiça Eleitoral mandou Boulos excluir vídeos nas redes sociais com esses trechos do discurso.

O senador Ciro Nogueira afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro errou na campanha porque ouve muitos radicais.  Foto: Pedro França/Agência Senado
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Ciro e Nunes vão se reunir nesta quarta-feira, 9, em São Paulo, para tratar de estratégias do segundo turno. O prefeito tem dúvidas sobre a eficácia de adotar uma linha mais agressiva. Avalia que vestir o figurino “Pablo Marçal”, ainda que sem o estilo vale-tudo do influenciador, pode ser um tiro no pé.

“Ricardo Nunes não precisa atacar ninguém. Ele já ganhou a eleição”, afirmou o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. A história mostra, porém, que quem senta na cadeira antes da hora pode se dar mal.

Um secretário de Nunes disse à Coluna que ele não entrará na “camisa de força” fabricada pelos bolsonaristas. Admitiu, no entanto, que o prefeito vai contrapor a defesa da “saidinha”, como ficaram conhecidas as saídas temporárias de presos, ao “aumento das penas para criminosos”.

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O benefício da “saidinha” foi extinto por deputados e senadores, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se opôs à proibição e barrou o trecho do projeto que tratava do assunto. O Congresso, então, derrubou o veto de Lula.

Nessa novela em que Boulos acusa Nunes de querer fugir dos debates para não explicar o que fez no verão passado, e o prefeito tenta vincular o adversário à defesa de bandidos, quem perde não é um nem outro candidato. Todos nós sabemos quem é.

A campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo é alvo de uma queda de braço sobre o tom a ser adotado no segundo turno contra o candidato do PSOL, Guilherme Boulos. O grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro pressiona Nunes a ir para a ofensiva contra o adversário sobre temas como segurança e crime organizado. Antigos aliados, porém, querem que o prefeito se concentre em mostrar números sobre “entregas” na cidade.

A divergência não é de hoje, mas ganhou força com a diferença de apenas 25 mil votos entre Nunes e Boulos quando as urnas se abriram.

Bolsonaro, por exemplo, acha que o segundo round da disputa pela Prefeitura deve ser na linha “polícia contra bandido”, mas não fala em público sobre isso. Conversas assim o ex-presidente só tem a portas fechadas com o governador Tarcísio de Freitas e o coronel Mello Araújo (PL), ex-comandante da Rota indicado por ele para vice na chapa de Nunes.

O prefeito Ricardo Nunes e o ex-presidente Jair Bolsonaro: rede de intrigas na campanha pela reeleição. Foto: Fernando Antunes e Wesley Viana/PL/Divulgação

Desde o primeiro turno, os bolsonaristas ficaram isolados na campanha do prefeito. O grupo mais próximo de Nunes não queria o ex-presidente dando palpite ali. Nos bastidores, não eram poucos os que diziam que o objetivo de Bolsonaro era mandar no pedaço.

Foi por essas e outras que ele resolveu se afastar, deixando como seus olhos e ouvidos no comitê o coronel Mello Araújo. É justamente por esse distanciamento que Bolsonaro agora é criticado até mesmo por apoiadores de carteirinha, como o pastor Silas Malafaia.

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), acha que Bolsonaro cometeu erros no primeiro turno ao não se engajar em campanhas de candidatos de outros partidos. Ciro atribuiu esses tropeços aos radicais que vivem bajulando o ex-presidente.

Ministro da Casa Civil na gestão de Bolsonaro, o senador concorda com o antigo chefe, no entanto, quando ele diz que Nunes precisa adotar um “tom mais incisivo” contra Boulos. Na noite de domingo, 6, ao comemorar a passagem para o segundo turno, o candidato do PSOL associou o prefeito ao crime organizado, ao tráfico de drogas e à violência doméstica. A Justiça Eleitoral mandou Boulos excluir vídeos nas redes sociais com esses trechos do discurso.

O senador Ciro Nogueira afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro errou na campanha porque ouve muitos radicais.  Foto: Pedro França/Agência Senado

Ciro e Nunes vão se reunir nesta quarta-feira, 9, em São Paulo, para tratar de estratégias do segundo turno. O prefeito tem dúvidas sobre a eficácia de adotar uma linha mais agressiva. Avalia que vestir o figurino “Pablo Marçal”, ainda que sem o estilo vale-tudo do influenciador, pode ser um tiro no pé.

“Ricardo Nunes não precisa atacar ninguém. Ele já ganhou a eleição”, afirmou o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. A história mostra, porém, que quem senta na cadeira antes da hora pode se dar mal.

Um secretário de Nunes disse à Coluna que ele não entrará na “camisa de força” fabricada pelos bolsonaristas. Admitiu, no entanto, que o prefeito vai contrapor a defesa da “saidinha”, como ficaram conhecidas as saídas temporárias de presos, ao “aumento das penas para criminosos”.

O benefício da “saidinha” foi extinto por deputados e senadores, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se opôs à proibição e barrou o trecho do projeto que tratava do assunto. O Congresso, então, derrubou o veto de Lula.

Nessa novela em que Boulos acusa Nunes de querer fugir dos debates para não explicar o que fez no verão passado, e o prefeito tenta vincular o adversário à defesa de bandidos, quem perde não é um nem outro candidato. Todos nós sabemos quem é.

A campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo é alvo de uma queda de braço sobre o tom a ser adotado no segundo turno contra o candidato do PSOL, Guilherme Boulos. O grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro pressiona Nunes a ir para a ofensiva contra o adversário sobre temas como segurança e crime organizado. Antigos aliados, porém, querem que o prefeito se concentre em mostrar números sobre “entregas” na cidade.

A divergência não é de hoje, mas ganhou força com a diferença de apenas 25 mil votos entre Nunes e Boulos quando as urnas se abriram.

Bolsonaro, por exemplo, acha que o segundo round da disputa pela Prefeitura deve ser na linha “polícia contra bandido”, mas não fala em público sobre isso. Conversas assim o ex-presidente só tem a portas fechadas com o governador Tarcísio de Freitas e o coronel Mello Araújo (PL), ex-comandante da Rota indicado por ele para vice na chapa de Nunes.

O prefeito Ricardo Nunes e o ex-presidente Jair Bolsonaro: rede de intrigas na campanha pela reeleição. Foto: Fernando Antunes e Wesley Viana/PL/Divulgação

Desde o primeiro turno, os bolsonaristas ficaram isolados na campanha do prefeito. O grupo mais próximo de Nunes não queria o ex-presidente dando palpite ali. Nos bastidores, não eram poucos os que diziam que o objetivo de Bolsonaro era mandar no pedaço.

Foi por essas e outras que ele resolveu se afastar, deixando como seus olhos e ouvidos no comitê o coronel Mello Araújo. É justamente por esse distanciamento que Bolsonaro agora é criticado até mesmo por apoiadores de carteirinha, como o pastor Silas Malafaia.

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), acha que Bolsonaro cometeu erros no primeiro turno ao não se engajar em campanhas de candidatos de outros partidos. Ciro atribuiu esses tropeços aos radicais que vivem bajulando o ex-presidente.

Ministro da Casa Civil na gestão de Bolsonaro, o senador concorda com o antigo chefe, no entanto, quando ele diz que Nunes precisa adotar um “tom mais incisivo” contra Boulos. Na noite de domingo, 6, ao comemorar a passagem para o segundo turno, o candidato do PSOL associou o prefeito ao crime organizado, ao tráfico de drogas e à violência doméstica. A Justiça Eleitoral mandou Boulos excluir vídeos nas redes sociais com esses trechos do discurso.

O senador Ciro Nogueira afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro errou na campanha porque ouve muitos radicais.  Foto: Pedro França/Agência Senado

Ciro e Nunes vão se reunir nesta quarta-feira, 9, em São Paulo, para tratar de estratégias do segundo turno. O prefeito tem dúvidas sobre a eficácia de adotar uma linha mais agressiva. Avalia que vestir o figurino “Pablo Marçal”, ainda que sem o estilo vale-tudo do influenciador, pode ser um tiro no pé.

“Ricardo Nunes não precisa atacar ninguém. Ele já ganhou a eleição”, afirmou o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. A história mostra, porém, que quem senta na cadeira antes da hora pode se dar mal.

Um secretário de Nunes disse à Coluna que ele não entrará na “camisa de força” fabricada pelos bolsonaristas. Admitiu, no entanto, que o prefeito vai contrapor a defesa da “saidinha”, como ficaram conhecidas as saídas temporárias de presos, ao “aumento das penas para criminosos”.

O benefício da “saidinha” foi extinto por deputados e senadores, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se opôs à proibição e barrou o trecho do projeto que tratava do assunto. O Congresso, então, derrubou o veto de Lula.

Nessa novela em que Boulos acusa Nunes de querer fugir dos debates para não explicar o que fez no verão passado, e o prefeito tenta vincular o adversário à defesa de bandidos, quem perde não é um nem outro candidato. Todos nós sabemos quem é.

A campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo é alvo de uma queda de braço sobre o tom a ser adotado no segundo turno contra o candidato do PSOL, Guilherme Boulos. O grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro pressiona Nunes a ir para a ofensiva contra o adversário sobre temas como segurança e crime organizado. Antigos aliados, porém, querem que o prefeito se concentre em mostrar números sobre “entregas” na cidade.

A divergência não é de hoje, mas ganhou força com a diferença de apenas 25 mil votos entre Nunes e Boulos quando as urnas se abriram.

Bolsonaro, por exemplo, acha que o segundo round da disputa pela Prefeitura deve ser na linha “polícia contra bandido”, mas não fala em público sobre isso. Conversas assim o ex-presidente só tem a portas fechadas com o governador Tarcísio de Freitas e o coronel Mello Araújo (PL), ex-comandante da Rota indicado por ele para vice na chapa de Nunes.

O prefeito Ricardo Nunes e o ex-presidente Jair Bolsonaro: rede de intrigas na campanha pela reeleição. Foto: Fernando Antunes e Wesley Viana/PL/Divulgação

Desde o primeiro turno, os bolsonaristas ficaram isolados na campanha do prefeito. O grupo mais próximo de Nunes não queria o ex-presidente dando palpite ali. Nos bastidores, não eram poucos os que diziam que o objetivo de Bolsonaro era mandar no pedaço.

Foi por essas e outras que ele resolveu se afastar, deixando como seus olhos e ouvidos no comitê o coronel Mello Araújo. É justamente por esse distanciamento que Bolsonaro agora é criticado até mesmo por apoiadores de carteirinha, como o pastor Silas Malafaia.

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), acha que Bolsonaro cometeu erros no primeiro turno ao não se engajar em campanhas de candidatos de outros partidos. Ciro atribuiu esses tropeços aos radicais que vivem bajulando o ex-presidente.

Ministro da Casa Civil na gestão de Bolsonaro, o senador concorda com o antigo chefe, no entanto, quando ele diz que Nunes precisa adotar um “tom mais incisivo” contra Boulos. Na noite de domingo, 6, ao comemorar a passagem para o segundo turno, o candidato do PSOL associou o prefeito ao crime organizado, ao tráfico de drogas e à violência doméstica. A Justiça Eleitoral mandou Boulos excluir vídeos nas redes sociais com esses trechos do discurso.

O senador Ciro Nogueira afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro errou na campanha porque ouve muitos radicais.  Foto: Pedro França/Agência Senado

Ciro e Nunes vão se reunir nesta quarta-feira, 9, em São Paulo, para tratar de estratégias do segundo turno. O prefeito tem dúvidas sobre a eficácia de adotar uma linha mais agressiva. Avalia que vestir o figurino “Pablo Marçal”, ainda que sem o estilo vale-tudo do influenciador, pode ser um tiro no pé.

“Ricardo Nunes não precisa atacar ninguém. Ele já ganhou a eleição”, afirmou o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. A história mostra, porém, que quem senta na cadeira antes da hora pode se dar mal.

Um secretário de Nunes disse à Coluna que ele não entrará na “camisa de força” fabricada pelos bolsonaristas. Admitiu, no entanto, que o prefeito vai contrapor a defesa da “saidinha”, como ficaram conhecidas as saídas temporárias de presos, ao “aumento das penas para criminosos”.

O benefício da “saidinha” foi extinto por deputados e senadores, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se opôs à proibição e barrou o trecho do projeto que tratava do assunto. O Congresso, então, derrubou o veto de Lula.

Nessa novela em que Boulos acusa Nunes de querer fugir dos debates para não explicar o que fez no verão passado, e o prefeito tenta vincular o adversário à defesa de bandidos, quem perde não é um nem outro candidato. Todos nós sabemos quem é.

Análise por Vera Rosa

Repórter especial do ‘Estadão’. Na Sucursal de Brasília desde 2003, sempre cobrindo Planalto e Congresso. É jornalista formada pela PUC-SP. Escreve às quartas-feiras

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