Os bastidores do Planalto e do Congresso

Ministros de Lula trocam cotoveladas em público


AGU planeja acionar presidente do Ibama na Comissão de Ética Pública; Casa Civil trava queda de braço com Haddad e segurança de Janja ainda é alvo de divergências

Por Vera Rosa
Atualização:

Enquanto todos os holofotes estão voltados para a dança das cadeiras no primeiro escalão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros de várias pastas até agora “imexíveis” dão cotoveladas entre si, nos bastidores. Sob o slogan “União e Reconstrução”, o governo Lula tem, na prática, várias frentes de batalha.

A Advocacia-Geral da União (AGU), por exemplo, estuda acionar a Comissão de Ética Pública contra o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. Motivo: há duas semanas, Agostinho fez uma comparação considerada desrespeitosa pela AGU ao usar de ironia para dizer que não existia “acordo” em licenciamento ambiental por se tratar de decisão técnica. “Não é Casas Bahia”, provocou ele.

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, é alvo de reclamações da AGU Foto: Wilton Junior / Estadão
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A briga sobre o pedido da Petrobras para explorar petróleo na foz do rio Amazonas opõe a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o Ibama, de um lado, ao titular de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de outro. Jorge Messias, que comanda a AGU, propôs uma Câmara de Conciliação para resolver o imbróglio, mas Marina e Agostinho rejeitaram a oferta. Messias chamou a posição da dupla de “negacionismo jurídico”.

Na outra ponta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta reduzir o movimento contra o déficit zero a um “fogo amigo”. Haddad sabe, porém, que o chefe da Casa Civil, Rui Costa, liderou uma rebelião que pregava déficit de 0,5% a 0,75% do PIB em 2024. A ideia teve o apoio explícito de Esther Dweck (Gestão) e velado de Simone Tebet (Planejamento). Não foi só: a portas fechadas, outros auxiliares de Lula garantiram ser “impossível” o déficit zero, principalmente em um ano eleitoral.

A avaliação no Palácio do Planalto é a de que essa meta, enviada ao Congresso no projeto de Orçamento, jamais poderá sair do papel porque provocará um imenso bloqueio de recursos, com potencial para levar o governo à ruína política.

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Diante dessa fratura exposta, o comando do PT age para jogar cascas de banana no caminho de Haddad ao mesmo tempo em que o Centrão aproveita a confusão para cobrar mais caro e exigir mais espaço na equipe, com pastas de orçamento turbinado.

O embate também é grande entre os ministérios da Justiça, da Defesa, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), as Forças Armadas e a Polícia Federal. Além disso, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, não quer saber de militares à sua volta para protegê-la.

O ministro da Defesa, José Múcio, e o titular da Justiça, Flávio Dino, divergem, por sua vez, sobre assuntos que vão da tentativa de golpe em 8 de janeiro à conveniência de ter militares em postos de destaque na Esplanada. Dino é contra e Múcio, a favor. Depois de muitas idas e vindas, a proposta a ser enviada ao Congresso barra agora somente a participação de militares da ativa nas eleições.

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“Fui voto vencido, fazer o quê? Uma hora se perde mesmo. Nem em um casamento você concorda sempre”, amenizou Dino. “Nós somos amigos. Mas Exército e PF é outra coisa”, admitiu Múcio, às vésperas do 7 de Setembro.

Dia desses, irritado, Lula perguntou a um ministro: “Quem inventou esse slogan ‘União e Reconstrução’?” Pior de tudo é que o marqueteiro Sidonio Palmeira, responsável pela campanha do PT, jura que foi o próprio presidente.

Enquanto todos os holofotes estão voltados para a dança das cadeiras no primeiro escalão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros de várias pastas até agora “imexíveis” dão cotoveladas entre si, nos bastidores. Sob o slogan “União e Reconstrução”, o governo Lula tem, na prática, várias frentes de batalha.

A Advocacia-Geral da União (AGU), por exemplo, estuda acionar a Comissão de Ética Pública contra o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. Motivo: há duas semanas, Agostinho fez uma comparação considerada desrespeitosa pela AGU ao usar de ironia para dizer que não existia “acordo” em licenciamento ambiental por se tratar de decisão técnica. “Não é Casas Bahia”, provocou ele.

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, é alvo de reclamações da AGU Foto: Wilton Junior / Estadão

A briga sobre o pedido da Petrobras para explorar petróleo na foz do rio Amazonas opõe a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o Ibama, de um lado, ao titular de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de outro. Jorge Messias, que comanda a AGU, propôs uma Câmara de Conciliação para resolver o imbróglio, mas Marina e Agostinho rejeitaram a oferta. Messias chamou a posição da dupla de “negacionismo jurídico”.

Na outra ponta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta reduzir o movimento contra o déficit zero a um “fogo amigo”. Haddad sabe, porém, que o chefe da Casa Civil, Rui Costa, liderou uma rebelião que pregava déficit de 0,5% a 0,75% do PIB em 2024. A ideia teve o apoio explícito de Esther Dweck (Gestão) e velado de Simone Tebet (Planejamento). Não foi só: a portas fechadas, outros auxiliares de Lula garantiram ser “impossível” o déficit zero, principalmente em um ano eleitoral.

A avaliação no Palácio do Planalto é a de que essa meta, enviada ao Congresso no projeto de Orçamento, jamais poderá sair do papel porque provocará um imenso bloqueio de recursos, com potencial para levar o governo à ruína política.

Diante dessa fratura exposta, o comando do PT age para jogar cascas de banana no caminho de Haddad ao mesmo tempo em que o Centrão aproveita a confusão para cobrar mais caro e exigir mais espaço na equipe, com pastas de orçamento turbinado.

O embate também é grande entre os ministérios da Justiça, da Defesa, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), as Forças Armadas e a Polícia Federal. Além disso, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, não quer saber de militares à sua volta para protegê-la.

O ministro da Defesa, José Múcio, e o titular da Justiça, Flávio Dino, divergem, por sua vez, sobre assuntos que vão da tentativa de golpe em 8 de janeiro à conveniência de ter militares em postos de destaque na Esplanada. Dino é contra e Múcio, a favor. Depois de muitas idas e vindas, a proposta a ser enviada ao Congresso barra agora somente a participação de militares da ativa nas eleições.

“Fui voto vencido, fazer o quê? Uma hora se perde mesmo. Nem em um casamento você concorda sempre”, amenizou Dino. “Nós somos amigos. Mas Exército e PF é outra coisa”, admitiu Múcio, às vésperas do 7 de Setembro.

Dia desses, irritado, Lula perguntou a um ministro: “Quem inventou esse slogan ‘União e Reconstrução’?” Pior de tudo é que o marqueteiro Sidonio Palmeira, responsável pela campanha do PT, jura que foi o próprio presidente.

Enquanto todos os holofotes estão voltados para a dança das cadeiras no primeiro escalão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros de várias pastas até agora “imexíveis” dão cotoveladas entre si, nos bastidores. Sob o slogan “União e Reconstrução”, o governo Lula tem, na prática, várias frentes de batalha.

A Advocacia-Geral da União (AGU), por exemplo, estuda acionar a Comissão de Ética Pública contra o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. Motivo: há duas semanas, Agostinho fez uma comparação considerada desrespeitosa pela AGU ao usar de ironia para dizer que não existia “acordo” em licenciamento ambiental por se tratar de decisão técnica. “Não é Casas Bahia”, provocou ele.

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, é alvo de reclamações da AGU Foto: Wilton Junior / Estadão

A briga sobre o pedido da Petrobras para explorar petróleo na foz do rio Amazonas opõe a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o Ibama, de um lado, ao titular de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de outro. Jorge Messias, que comanda a AGU, propôs uma Câmara de Conciliação para resolver o imbróglio, mas Marina e Agostinho rejeitaram a oferta. Messias chamou a posição da dupla de “negacionismo jurídico”.

Na outra ponta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta reduzir o movimento contra o déficit zero a um “fogo amigo”. Haddad sabe, porém, que o chefe da Casa Civil, Rui Costa, liderou uma rebelião que pregava déficit de 0,5% a 0,75% do PIB em 2024. A ideia teve o apoio explícito de Esther Dweck (Gestão) e velado de Simone Tebet (Planejamento). Não foi só: a portas fechadas, outros auxiliares de Lula garantiram ser “impossível” o déficit zero, principalmente em um ano eleitoral.

A avaliação no Palácio do Planalto é a de que essa meta, enviada ao Congresso no projeto de Orçamento, jamais poderá sair do papel porque provocará um imenso bloqueio de recursos, com potencial para levar o governo à ruína política.

Diante dessa fratura exposta, o comando do PT age para jogar cascas de banana no caminho de Haddad ao mesmo tempo em que o Centrão aproveita a confusão para cobrar mais caro e exigir mais espaço na equipe, com pastas de orçamento turbinado.

O embate também é grande entre os ministérios da Justiça, da Defesa, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), as Forças Armadas e a Polícia Federal. Além disso, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, não quer saber de militares à sua volta para protegê-la.

O ministro da Defesa, José Múcio, e o titular da Justiça, Flávio Dino, divergem, por sua vez, sobre assuntos que vão da tentativa de golpe em 8 de janeiro à conveniência de ter militares em postos de destaque na Esplanada. Dino é contra e Múcio, a favor. Depois de muitas idas e vindas, a proposta a ser enviada ao Congresso barra agora somente a participação de militares da ativa nas eleições.

“Fui voto vencido, fazer o quê? Uma hora se perde mesmo. Nem em um casamento você concorda sempre”, amenizou Dino. “Nós somos amigos. Mas Exército e PF é outra coisa”, admitiu Múcio, às vésperas do 7 de Setembro.

Dia desses, irritado, Lula perguntou a um ministro: “Quem inventou esse slogan ‘União e Reconstrução’?” Pior de tudo é que o marqueteiro Sidonio Palmeira, responsável pela campanha do PT, jura que foi o próprio presidente.

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