Os bastidores do Planalto e do Congresso

Pesquisa mostra Lula e PT ‘sub judice’


De olho nas eleições de 2024, cúpula petista cobra do governo programa para classe média

Por Vera Rosa
Atualização:

Uma pesquisa qualitativa encomendada pela cúpula do PT acendeu o sinal amarelo no Palácio do Planalto, às vésperas de o governo Lula completar cem dias. A sondagem constatou que eleitores de classe média, evangélicos e empreendedores se consideram “esquecidos” pelo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por sua terceira gestão. Além disso, mostrou que o PT tem perdido força em cidades do interior e até em capitais, dando lugar a siglas do Centrão, próximas a Jair Bolsonaro.

O resultado jogou luz sobre recentes levantamentos feitos pelo Planalto e serviu para guiar a propaganda do PT, que está no ar. O maior interesse da pesquisa, produzida para captar sentimentos e hábitos de eleitores, recaiu sobre o público “nem Lula nem Bolsonaro”, com potencial de ser conquistado. A conclusão foi a de que não há divergências inconciliáveis nesse grupo, mas Lula e o PT estão “sub judice”.

Os escândalos de corrupção pesam até hoje sobre a imagem do partido, embora em menor grau. O problema para o governo é que eleitores “não polarizados”, com perfil “em disputa”, avaliam que o PT se “burocratizou”, tem “discurso dissociado da prática” e não oferece propostas para o novo mundo do trabalho. Há também desconfiança na capacidade do presidente de fazer entregas e críticas ao “vale-tudo” da aliança com o Centrão.

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Eleitores de classe média, evangélicos e empreendedores se consideram “esquecidos” pelo partido do presidente Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

“Esse setor que não votou em nós e continua refratário representa 40% do eleitorado”, disse o deputado Jilmar Tatto (SP), secretário de Comunicação do PT. “Que política o governo vai ter para contemplar essas pessoas? Vamos abrir diálogo com a equipe econômica porque precisamos nos preparar para as eleições de 2024 e 2026.”

Embora Lula tenha enquadrado a direção do PT para segurar o bombardeio na direção da âncora fiscal apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, será difícil conter as pressões por gastos em 2024, ano de disputas municipais.

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De 2012 para cá, o partido perdeu 71% de suas prefeituras. Tinha 637 e hoje administra 183. Agora, uma ala se rebela contra a diretriz de não lançar candidatos próprios em São Paulo, Rio e Minas, o chamado “Triângulo das Bermudas”, com os maiores colégios eleitorais. Para piorar, a pesquisa apontou mais um obstáculo: abaixo de Lula há um vale de desconhecidos no PT.

O diagnóstico foi feito em grupos de discussão formados por homens e mulheres de 25 a 45 anos, de todas as regiões do País, e com renda per capita de R$ 539,99 a R$ 4.601,88, em meados de fevereiro. Os grupos continham três perfis: no primeiro estavam os que se identificam com Lula e com o PT; no segundo, os “não polarizados” ou neutros; e, no terceiro, os antipetistas. Apesar das diferenças ideológicas, o desencanto com a política bateu à porta de todos. Foi amplo, geral e irrestrito.

Uma pesquisa qualitativa encomendada pela cúpula do PT acendeu o sinal amarelo no Palácio do Planalto, às vésperas de o governo Lula completar cem dias. A sondagem constatou que eleitores de classe média, evangélicos e empreendedores se consideram “esquecidos” pelo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por sua terceira gestão. Além disso, mostrou que o PT tem perdido força em cidades do interior e até em capitais, dando lugar a siglas do Centrão, próximas a Jair Bolsonaro.

O resultado jogou luz sobre recentes levantamentos feitos pelo Planalto e serviu para guiar a propaganda do PT, que está no ar. O maior interesse da pesquisa, produzida para captar sentimentos e hábitos de eleitores, recaiu sobre o público “nem Lula nem Bolsonaro”, com potencial de ser conquistado. A conclusão foi a de que não há divergências inconciliáveis nesse grupo, mas Lula e o PT estão “sub judice”.

Os escândalos de corrupção pesam até hoje sobre a imagem do partido, embora em menor grau. O problema para o governo é que eleitores “não polarizados”, com perfil “em disputa”, avaliam que o PT se “burocratizou”, tem “discurso dissociado da prática” e não oferece propostas para o novo mundo do trabalho. Há também desconfiança na capacidade do presidente de fazer entregas e críticas ao “vale-tudo” da aliança com o Centrão.

Eleitores de classe média, evangélicos e empreendedores se consideram “esquecidos” pelo partido do presidente Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

“Esse setor que não votou em nós e continua refratário representa 40% do eleitorado”, disse o deputado Jilmar Tatto (SP), secretário de Comunicação do PT. “Que política o governo vai ter para contemplar essas pessoas? Vamos abrir diálogo com a equipe econômica porque precisamos nos preparar para as eleições de 2024 e 2026.”

Embora Lula tenha enquadrado a direção do PT para segurar o bombardeio na direção da âncora fiscal apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, será difícil conter as pressões por gastos em 2024, ano de disputas municipais.

De 2012 para cá, o partido perdeu 71% de suas prefeituras. Tinha 637 e hoje administra 183. Agora, uma ala se rebela contra a diretriz de não lançar candidatos próprios em São Paulo, Rio e Minas, o chamado “Triângulo das Bermudas”, com os maiores colégios eleitorais. Para piorar, a pesquisa apontou mais um obstáculo: abaixo de Lula há um vale de desconhecidos no PT.

O diagnóstico foi feito em grupos de discussão formados por homens e mulheres de 25 a 45 anos, de todas as regiões do País, e com renda per capita de R$ 539,99 a R$ 4.601,88, em meados de fevereiro. Os grupos continham três perfis: no primeiro estavam os que se identificam com Lula e com o PT; no segundo, os “não polarizados” ou neutros; e, no terceiro, os antipetistas. Apesar das diferenças ideológicas, o desencanto com a política bateu à porta de todos. Foi amplo, geral e irrestrito.

Uma pesquisa qualitativa encomendada pela cúpula do PT acendeu o sinal amarelo no Palácio do Planalto, às vésperas de o governo Lula completar cem dias. A sondagem constatou que eleitores de classe média, evangélicos e empreendedores se consideram “esquecidos” pelo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por sua terceira gestão. Além disso, mostrou que o PT tem perdido força em cidades do interior e até em capitais, dando lugar a siglas do Centrão, próximas a Jair Bolsonaro.

O resultado jogou luz sobre recentes levantamentos feitos pelo Planalto e serviu para guiar a propaganda do PT, que está no ar. O maior interesse da pesquisa, produzida para captar sentimentos e hábitos de eleitores, recaiu sobre o público “nem Lula nem Bolsonaro”, com potencial de ser conquistado. A conclusão foi a de que não há divergências inconciliáveis nesse grupo, mas Lula e o PT estão “sub judice”.

Os escândalos de corrupção pesam até hoje sobre a imagem do partido, embora em menor grau. O problema para o governo é que eleitores “não polarizados”, com perfil “em disputa”, avaliam que o PT se “burocratizou”, tem “discurso dissociado da prática” e não oferece propostas para o novo mundo do trabalho. Há também desconfiança na capacidade do presidente de fazer entregas e críticas ao “vale-tudo” da aliança com o Centrão.

Eleitores de classe média, evangélicos e empreendedores se consideram “esquecidos” pelo partido do presidente Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

“Esse setor que não votou em nós e continua refratário representa 40% do eleitorado”, disse o deputado Jilmar Tatto (SP), secretário de Comunicação do PT. “Que política o governo vai ter para contemplar essas pessoas? Vamos abrir diálogo com a equipe econômica porque precisamos nos preparar para as eleições de 2024 e 2026.”

Embora Lula tenha enquadrado a direção do PT para segurar o bombardeio na direção da âncora fiscal apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, será difícil conter as pressões por gastos em 2024, ano de disputas municipais.

De 2012 para cá, o partido perdeu 71% de suas prefeituras. Tinha 637 e hoje administra 183. Agora, uma ala se rebela contra a diretriz de não lançar candidatos próprios em São Paulo, Rio e Minas, o chamado “Triângulo das Bermudas”, com os maiores colégios eleitorais. Para piorar, a pesquisa apontou mais um obstáculo: abaixo de Lula há um vale de desconhecidos no PT.

O diagnóstico foi feito em grupos de discussão formados por homens e mulheres de 25 a 45 anos, de todas as regiões do País, e com renda per capita de R$ 539,99 a R$ 4.601,88, em meados de fevereiro. Os grupos continham três perfis: no primeiro estavam os que se identificam com Lula e com o PT; no segundo, os “não polarizados” ou neutros; e, no terceiro, os antipetistas. Apesar das diferenças ideológicas, o desencanto com a política bateu à porta de todos. Foi amplo, geral e irrestrito.

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