A estratégia da campanha de Tabata Amaral (PSB) de veicular conteúdos mais críticos e combativos em suas redes sociais nas últimas semanas, especialmente contra o candidato Pablo Marçal (PRTB), tem gerado efeitos positivos para sua candidatura, ao impactar positivamente o público feminino conservador e mostrar aos eleitores a gravidade das denúncias contra o ex-coach. Os resultados fazem parte de uma pesquisa interna encomendada pelo PSB para avaliar como os vídeos veiculados no perfil da candidata foram recebidos pelo eleitorado.
A pesquisa, obtida pelo Estadão, mostrou que a nova estratégia conseguiu tanto captar a atenção dos eleitores para os casos que ligam o ex-coach ao crime organizado quanto mudar a percepção de determinados públicos em relação ao nome da candidata.
Entre as mulheres, especialmente as mais conservadoras, por exemplo, houve boa receptividade aos conteúdos publicados - surpreendendo, em certa medida, a própria equipe de Tabata. O grupo, que geralmente vota em nomes mais à direita, sentiu-se representado, considerando que os vídeos mostram uma candidata com um perfil mais combativo e afirmando que “é isso que esperamos de uma candidata mulher.”
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Os eleitores também consideraram os vídeos “didáticos”, com o uso de reportagens de diferentes veículos de imprensa nas peças de campanha. Este ponto foi visto como um aspecto que deu mais credibilidade ao conteúdo, de acordo com a pesquisa.
Outro destaque do levantamento é que, inicialmente, esperava-se certa rejeição a Tabata, já que criticar outros candidatos geralmente leva o eleitorado adversário a “atacar” quem faz os comentários negativos. No entanto, os vídeos geraram um efeito diferente para Tabata, com os resultados mostrando que a percepção é de uma candidata corajosa, com “força para ocupar o cargo de prefeita”.
Aliados de Tabata afirmam ainda que os vídeos geraram um efeito secundário, ao mobilizar os demais candidatos contra Marçal. Como mostrou o Estadão, a percepção da equipe de Tabata era de que o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), e Guilherme Boulos (PSOL) estavam adotando uma postura que evitava o confronto direto com o ex-coach devido a estratégia política. Agora, no entanto, ambos começaram a adotar uma atitude de combate direto em relação a Marçal. A mudança de rota é atribuída ao engajamento gerado pela estratégia da candidata.