Vítimas da Inquisição são menos do que se pensa, diz Igreja


Por Agencia Estado

O Vaticano apresentou, hoje, conclusões de pesquisadores afirmando que as vítimas das torturas e das fogueiras da Inquisição, durante séculos, foram muito menos do que se imagina popularmente. O papa João Paulo II elogiou a pesquisa, relembrando que, em 2000, a igreja pediu perdeu pelos ?erros cometidos a serviço da verdade através de recurso a métodos não evangélicos?. ?Na opinião do público, a imagem da Inquisição representa quase o símbolo ... do escândalo?, o pontífice escreveu em uma carta sobre a pesquisa. ?Em que grau essa imagem é fiel à realidade?? Durante a celebração do milênio da Igreja Católica, em 2000, João Paulo pediu perdão pelos pecados que os católicos cometeram em nome de sua fé através dos séculos, incluindo os abusos da Inquisição, uma perseguição sistemática levada a cabo para defender a ortodoxia da doutrina. Católicos suspeitos de heresia, bruxas e todos considerados de fé dúbia, incluindo muçulmanos e judeus, que haviam se convertido ao catolicismo, foram os alvos. Em uma entrevista coletiva à imprensa para apresentar um livro de 783 páginas contendo as descobertas, o alto clero e pesquisadores envolvidos no projeto afirmaram que estatísticas e outros dados demolem os velhos clichês sobre a Inquisição. ?O recurso à tortura e a sentença de morte não eram tão freqüentes como se acredita?, afirmou Agostino Borromeo, um professor de história das religião católica e outras confissões cristãs na Universidade Sapienza, de Roma. Mas, para muito acadêmicos, essas conclusões têm valor limitado. ?As descobertas do Vaticano são interessantes, mas não podem desculpar o trabalho da Inquisição, que aterrorizou e levou milhares à expulsão de seus lares?, argumenta David Rosen, diretor internacional de assuntos interreligiosos do American Jewish Committee. Borromeo, que supervisionou o volume, disse que, enquanto houve cerca de 125.000 julgamentos por suspeição de heresia na Espanha, os pesquisadores descobriram que apenas cerca de 1% dos acusados foi executado. Em Portugal, 5,7% de mais de 13.000 julgamentos diante da tribunais eclesiásticos, no século 17 e início do 17, foram condenados à morte. Em muitos casos, as cortes ordenaram que manequins fossem queimados, quando o condenado escapava à captura. Muitas das execuções, durante os séculos atingidos pela Inquisição, foram determinadas por tribunais não católicos, incluindo a caça às bruxas em países protestantes, segundo Borromeo. O estúdio desenvolveu-se de uma conferência sobre a Inquisição, de 1998, no Vaticano, reunindo cerca de 50 historiadores e outros especialistas, inclusive não católicos, da Europa e América do Norte. ?Antes de pedir perdão, é necessário ter um conhecimento preciso dos fatos?, escreveu o papa em sua carta, expressando uma ?grande apreciação? pela pesquisa. Ele disse que seu pedido de perdão de 2000 ?foi válido tanto para os dramas ligados à Inquisição como para as lacunas de memória que lhes são conseqüência.? Um historiador do Holocausto da Universidade de Toronto, Michael Marrus, especula se a promoção das descobertas, feita pelo Vaticano hoje, não refletiria as opiniões dos que, na hierarquia da Igreja, não dividem com o papa a paixão pelos pedidos de desculpa. Deixando de lado o que ele chama ?jogo de números? das estatísticas da Inquisição, Marrus diz: ?Enquanto o papa é um grande promotor de pedidos de perdão, nem todos na cúria e, certamente, nem todos na cúpula da Igreja estão tão dispostos a isso.? Entre os que a Inquisição perseguiu está o grande cientista Galileu, que foi ?reabilitado? pelo Vaticano durante o papado de João Paulo. Teresa d?Ávila e Inácio de Loyola, destinados a tornarem-se santos, foram investigados de heresia. Entre os alvos dos inquisidores estavam os valdenses, membros de uma seita protestante, que foi declarada herética no século 12. ?Se houve mais ou menos casos (de morte na fogueira), não importa. O que é importante é que não se diz ?Eu estou certo e você, errado, e eu vou queimá-lo?, diz Thomas Noffke, um americano, pastor valdense em Roma, onde, em 1560, à sombra do Vaticano, um pregador valdense foi enforcado e queimado. João Paulo disse que os teólogos devem ter em mente ?a mentalidade dominante em determinada época.? Borromeo nega que o Vaticano estivesse planejando reduzir os erros da Inquisição. ?Não quero dizer que a Inquisição fosse uma instituição ética?, disse na entrevista. ?Isto não muda a natureza do problema ? pessoas foram traídas por suas convicções religiosas. Mas, para os historiadores, números têm um significado.? O cardeal Georges Cottier, um teólogo do Vaticano próximo ao papa, reforçou a necessidade de analisar os fatos antes de fazer julgamentos sobre um período da história. ?Não se pode pedir perdão por ações que não estão aqui?, disse. Mas um dos presentes à conferência de 1998, o professor italiano da história da renascença na Universidade de Siena, Carlo Ginzburg, tem suas dúvidas sobre usar estatísticas para chegar-se a um julgamento sobre o período. ?Em muitos casos, não temos a evidência, a evidência perdeu-se?, disse.

O Vaticano apresentou, hoje, conclusões de pesquisadores afirmando que as vítimas das torturas e das fogueiras da Inquisição, durante séculos, foram muito menos do que se imagina popularmente. O papa João Paulo II elogiou a pesquisa, relembrando que, em 2000, a igreja pediu perdeu pelos ?erros cometidos a serviço da verdade através de recurso a métodos não evangélicos?. ?Na opinião do público, a imagem da Inquisição representa quase o símbolo ... do escândalo?, o pontífice escreveu em uma carta sobre a pesquisa. ?Em que grau essa imagem é fiel à realidade?? Durante a celebração do milênio da Igreja Católica, em 2000, João Paulo pediu perdão pelos pecados que os católicos cometeram em nome de sua fé através dos séculos, incluindo os abusos da Inquisição, uma perseguição sistemática levada a cabo para defender a ortodoxia da doutrina. Católicos suspeitos de heresia, bruxas e todos considerados de fé dúbia, incluindo muçulmanos e judeus, que haviam se convertido ao catolicismo, foram os alvos. Em uma entrevista coletiva à imprensa para apresentar um livro de 783 páginas contendo as descobertas, o alto clero e pesquisadores envolvidos no projeto afirmaram que estatísticas e outros dados demolem os velhos clichês sobre a Inquisição. ?O recurso à tortura e a sentença de morte não eram tão freqüentes como se acredita?, afirmou Agostino Borromeo, um professor de história das religião católica e outras confissões cristãs na Universidade Sapienza, de Roma. Mas, para muito acadêmicos, essas conclusões têm valor limitado. ?As descobertas do Vaticano são interessantes, mas não podem desculpar o trabalho da Inquisição, que aterrorizou e levou milhares à expulsão de seus lares?, argumenta David Rosen, diretor internacional de assuntos interreligiosos do American Jewish Committee. Borromeo, que supervisionou o volume, disse que, enquanto houve cerca de 125.000 julgamentos por suspeição de heresia na Espanha, os pesquisadores descobriram que apenas cerca de 1% dos acusados foi executado. Em Portugal, 5,7% de mais de 13.000 julgamentos diante da tribunais eclesiásticos, no século 17 e início do 17, foram condenados à morte. Em muitos casos, as cortes ordenaram que manequins fossem queimados, quando o condenado escapava à captura. Muitas das execuções, durante os séculos atingidos pela Inquisição, foram determinadas por tribunais não católicos, incluindo a caça às bruxas em países protestantes, segundo Borromeo. O estúdio desenvolveu-se de uma conferência sobre a Inquisição, de 1998, no Vaticano, reunindo cerca de 50 historiadores e outros especialistas, inclusive não católicos, da Europa e América do Norte. ?Antes de pedir perdão, é necessário ter um conhecimento preciso dos fatos?, escreveu o papa em sua carta, expressando uma ?grande apreciação? pela pesquisa. Ele disse que seu pedido de perdão de 2000 ?foi válido tanto para os dramas ligados à Inquisição como para as lacunas de memória que lhes são conseqüência.? Um historiador do Holocausto da Universidade de Toronto, Michael Marrus, especula se a promoção das descobertas, feita pelo Vaticano hoje, não refletiria as opiniões dos que, na hierarquia da Igreja, não dividem com o papa a paixão pelos pedidos de desculpa. Deixando de lado o que ele chama ?jogo de números? das estatísticas da Inquisição, Marrus diz: ?Enquanto o papa é um grande promotor de pedidos de perdão, nem todos na cúria e, certamente, nem todos na cúpula da Igreja estão tão dispostos a isso.? Entre os que a Inquisição perseguiu está o grande cientista Galileu, que foi ?reabilitado? pelo Vaticano durante o papado de João Paulo. Teresa d?Ávila e Inácio de Loyola, destinados a tornarem-se santos, foram investigados de heresia. Entre os alvos dos inquisidores estavam os valdenses, membros de uma seita protestante, que foi declarada herética no século 12. ?Se houve mais ou menos casos (de morte na fogueira), não importa. O que é importante é que não se diz ?Eu estou certo e você, errado, e eu vou queimá-lo?, diz Thomas Noffke, um americano, pastor valdense em Roma, onde, em 1560, à sombra do Vaticano, um pregador valdense foi enforcado e queimado. João Paulo disse que os teólogos devem ter em mente ?a mentalidade dominante em determinada época.? Borromeo nega que o Vaticano estivesse planejando reduzir os erros da Inquisição. ?Não quero dizer que a Inquisição fosse uma instituição ética?, disse na entrevista. ?Isto não muda a natureza do problema ? pessoas foram traídas por suas convicções religiosas. Mas, para os historiadores, números têm um significado.? O cardeal Georges Cottier, um teólogo do Vaticano próximo ao papa, reforçou a necessidade de analisar os fatos antes de fazer julgamentos sobre um período da história. ?Não se pode pedir perdão por ações que não estão aqui?, disse. Mas um dos presentes à conferência de 1998, o professor italiano da história da renascença na Universidade de Siena, Carlo Ginzburg, tem suas dúvidas sobre usar estatísticas para chegar-se a um julgamento sobre o período. ?Em muitos casos, não temos a evidência, a evidência perdeu-se?, disse.

O Vaticano apresentou, hoje, conclusões de pesquisadores afirmando que as vítimas das torturas e das fogueiras da Inquisição, durante séculos, foram muito menos do que se imagina popularmente. O papa João Paulo II elogiou a pesquisa, relembrando que, em 2000, a igreja pediu perdeu pelos ?erros cometidos a serviço da verdade através de recurso a métodos não evangélicos?. ?Na opinião do público, a imagem da Inquisição representa quase o símbolo ... do escândalo?, o pontífice escreveu em uma carta sobre a pesquisa. ?Em que grau essa imagem é fiel à realidade?? Durante a celebração do milênio da Igreja Católica, em 2000, João Paulo pediu perdão pelos pecados que os católicos cometeram em nome de sua fé através dos séculos, incluindo os abusos da Inquisição, uma perseguição sistemática levada a cabo para defender a ortodoxia da doutrina. Católicos suspeitos de heresia, bruxas e todos considerados de fé dúbia, incluindo muçulmanos e judeus, que haviam se convertido ao catolicismo, foram os alvos. Em uma entrevista coletiva à imprensa para apresentar um livro de 783 páginas contendo as descobertas, o alto clero e pesquisadores envolvidos no projeto afirmaram que estatísticas e outros dados demolem os velhos clichês sobre a Inquisição. ?O recurso à tortura e a sentença de morte não eram tão freqüentes como se acredita?, afirmou Agostino Borromeo, um professor de história das religião católica e outras confissões cristãs na Universidade Sapienza, de Roma. Mas, para muito acadêmicos, essas conclusões têm valor limitado. ?As descobertas do Vaticano são interessantes, mas não podem desculpar o trabalho da Inquisição, que aterrorizou e levou milhares à expulsão de seus lares?, argumenta David Rosen, diretor internacional de assuntos interreligiosos do American Jewish Committee. Borromeo, que supervisionou o volume, disse que, enquanto houve cerca de 125.000 julgamentos por suspeição de heresia na Espanha, os pesquisadores descobriram que apenas cerca de 1% dos acusados foi executado. Em Portugal, 5,7% de mais de 13.000 julgamentos diante da tribunais eclesiásticos, no século 17 e início do 17, foram condenados à morte. Em muitos casos, as cortes ordenaram que manequins fossem queimados, quando o condenado escapava à captura. Muitas das execuções, durante os séculos atingidos pela Inquisição, foram determinadas por tribunais não católicos, incluindo a caça às bruxas em países protestantes, segundo Borromeo. O estúdio desenvolveu-se de uma conferência sobre a Inquisição, de 1998, no Vaticano, reunindo cerca de 50 historiadores e outros especialistas, inclusive não católicos, da Europa e América do Norte. ?Antes de pedir perdão, é necessário ter um conhecimento preciso dos fatos?, escreveu o papa em sua carta, expressando uma ?grande apreciação? pela pesquisa. Ele disse que seu pedido de perdão de 2000 ?foi válido tanto para os dramas ligados à Inquisição como para as lacunas de memória que lhes são conseqüência.? Um historiador do Holocausto da Universidade de Toronto, Michael Marrus, especula se a promoção das descobertas, feita pelo Vaticano hoje, não refletiria as opiniões dos que, na hierarquia da Igreja, não dividem com o papa a paixão pelos pedidos de desculpa. Deixando de lado o que ele chama ?jogo de números? das estatísticas da Inquisição, Marrus diz: ?Enquanto o papa é um grande promotor de pedidos de perdão, nem todos na cúria e, certamente, nem todos na cúpula da Igreja estão tão dispostos a isso.? Entre os que a Inquisição perseguiu está o grande cientista Galileu, que foi ?reabilitado? pelo Vaticano durante o papado de João Paulo. Teresa d?Ávila e Inácio de Loyola, destinados a tornarem-se santos, foram investigados de heresia. Entre os alvos dos inquisidores estavam os valdenses, membros de uma seita protestante, que foi declarada herética no século 12. ?Se houve mais ou menos casos (de morte na fogueira), não importa. O que é importante é que não se diz ?Eu estou certo e você, errado, e eu vou queimá-lo?, diz Thomas Noffke, um americano, pastor valdense em Roma, onde, em 1560, à sombra do Vaticano, um pregador valdense foi enforcado e queimado. João Paulo disse que os teólogos devem ter em mente ?a mentalidade dominante em determinada época.? Borromeo nega que o Vaticano estivesse planejando reduzir os erros da Inquisição. ?Não quero dizer que a Inquisição fosse uma instituição ética?, disse na entrevista. ?Isto não muda a natureza do problema ? pessoas foram traídas por suas convicções religiosas. Mas, para os historiadores, números têm um significado.? O cardeal Georges Cottier, um teólogo do Vaticano próximo ao papa, reforçou a necessidade de analisar os fatos antes de fazer julgamentos sobre um período da história. ?Não se pode pedir perdão por ações que não estão aqui?, disse. Mas um dos presentes à conferência de 1998, o professor italiano da história da renascença na Universidade de Siena, Carlo Ginzburg, tem suas dúvidas sobre usar estatísticas para chegar-se a um julgamento sobre o período. ?Em muitos casos, não temos a evidência, a evidência perdeu-se?, disse.

O Vaticano apresentou, hoje, conclusões de pesquisadores afirmando que as vítimas das torturas e das fogueiras da Inquisição, durante séculos, foram muito menos do que se imagina popularmente. O papa João Paulo II elogiou a pesquisa, relembrando que, em 2000, a igreja pediu perdeu pelos ?erros cometidos a serviço da verdade através de recurso a métodos não evangélicos?. ?Na opinião do público, a imagem da Inquisição representa quase o símbolo ... do escândalo?, o pontífice escreveu em uma carta sobre a pesquisa. ?Em que grau essa imagem é fiel à realidade?? Durante a celebração do milênio da Igreja Católica, em 2000, João Paulo pediu perdão pelos pecados que os católicos cometeram em nome de sua fé através dos séculos, incluindo os abusos da Inquisição, uma perseguição sistemática levada a cabo para defender a ortodoxia da doutrina. Católicos suspeitos de heresia, bruxas e todos considerados de fé dúbia, incluindo muçulmanos e judeus, que haviam se convertido ao catolicismo, foram os alvos. Em uma entrevista coletiva à imprensa para apresentar um livro de 783 páginas contendo as descobertas, o alto clero e pesquisadores envolvidos no projeto afirmaram que estatísticas e outros dados demolem os velhos clichês sobre a Inquisição. ?O recurso à tortura e a sentença de morte não eram tão freqüentes como se acredita?, afirmou Agostino Borromeo, um professor de história das religião católica e outras confissões cristãs na Universidade Sapienza, de Roma. Mas, para muito acadêmicos, essas conclusões têm valor limitado. ?As descobertas do Vaticano são interessantes, mas não podem desculpar o trabalho da Inquisição, que aterrorizou e levou milhares à expulsão de seus lares?, argumenta David Rosen, diretor internacional de assuntos interreligiosos do American Jewish Committee. Borromeo, que supervisionou o volume, disse que, enquanto houve cerca de 125.000 julgamentos por suspeição de heresia na Espanha, os pesquisadores descobriram que apenas cerca de 1% dos acusados foi executado. Em Portugal, 5,7% de mais de 13.000 julgamentos diante da tribunais eclesiásticos, no século 17 e início do 17, foram condenados à morte. Em muitos casos, as cortes ordenaram que manequins fossem queimados, quando o condenado escapava à captura. Muitas das execuções, durante os séculos atingidos pela Inquisição, foram determinadas por tribunais não católicos, incluindo a caça às bruxas em países protestantes, segundo Borromeo. O estúdio desenvolveu-se de uma conferência sobre a Inquisição, de 1998, no Vaticano, reunindo cerca de 50 historiadores e outros especialistas, inclusive não católicos, da Europa e América do Norte. ?Antes de pedir perdão, é necessário ter um conhecimento preciso dos fatos?, escreveu o papa em sua carta, expressando uma ?grande apreciação? pela pesquisa. Ele disse que seu pedido de perdão de 2000 ?foi válido tanto para os dramas ligados à Inquisição como para as lacunas de memória que lhes são conseqüência.? Um historiador do Holocausto da Universidade de Toronto, Michael Marrus, especula se a promoção das descobertas, feita pelo Vaticano hoje, não refletiria as opiniões dos que, na hierarquia da Igreja, não dividem com o papa a paixão pelos pedidos de desculpa. Deixando de lado o que ele chama ?jogo de números? das estatísticas da Inquisição, Marrus diz: ?Enquanto o papa é um grande promotor de pedidos de perdão, nem todos na cúria e, certamente, nem todos na cúpula da Igreja estão tão dispostos a isso.? Entre os que a Inquisição perseguiu está o grande cientista Galileu, que foi ?reabilitado? pelo Vaticano durante o papado de João Paulo. Teresa d?Ávila e Inácio de Loyola, destinados a tornarem-se santos, foram investigados de heresia. Entre os alvos dos inquisidores estavam os valdenses, membros de uma seita protestante, que foi declarada herética no século 12. ?Se houve mais ou menos casos (de morte na fogueira), não importa. O que é importante é que não se diz ?Eu estou certo e você, errado, e eu vou queimá-lo?, diz Thomas Noffke, um americano, pastor valdense em Roma, onde, em 1560, à sombra do Vaticano, um pregador valdense foi enforcado e queimado. João Paulo disse que os teólogos devem ter em mente ?a mentalidade dominante em determinada época.? Borromeo nega que o Vaticano estivesse planejando reduzir os erros da Inquisição. ?Não quero dizer que a Inquisição fosse uma instituição ética?, disse na entrevista. ?Isto não muda a natureza do problema ? pessoas foram traídas por suas convicções religiosas. Mas, para os historiadores, números têm um significado.? O cardeal Georges Cottier, um teólogo do Vaticano próximo ao papa, reforçou a necessidade de analisar os fatos antes de fazer julgamentos sobre um período da história. ?Não se pode pedir perdão por ações que não estão aqui?, disse. Mas um dos presentes à conferência de 1998, o professor italiano da história da renascença na Universidade de Siena, Carlo Ginzburg, tem suas dúvidas sobre usar estatísticas para chegar-se a um julgamento sobre o período. ?Em muitos casos, não temos a evidência, a evidência perdeu-se?, disse.

O Vaticano apresentou, hoje, conclusões de pesquisadores afirmando que as vítimas das torturas e das fogueiras da Inquisição, durante séculos, foram muito menos do que se imagina popularmente. O papa João Paulo II elogiou a pesquisa, relembrando que, em 2000, a igreja pediu perdeu pelos ?erros cometidos a serviço da verdade através de recurso a métodos não evangélicos?. ?Na opinião do público, a imagem da Inquisição representa quase o símbolo ... do escândalo?, o pontífice escreveu em uma carta sobre a pesquisa. ?Em que grau essa imagem é fiel à realidade?? Durante a celebração do milênio da Igreja Católica, em 2000, João Paulo pediu perdão pelos pecados que os católicos cometeram em nome de sua fé através dos séculos, incluindo os abusos da Inquisição, uma perseguição sistemática levada a cabo para defender a ortodoxia da doutrina. Católicos suspeitos de heresia, bruxas e todos considerados de fé dúbia, incluindo muçulmanos e judeus, que haviam se convertido ao catolicismo, foram os alvos. Em uma entrevista coletiva à imprensa para apresentar um livro de 783 páginas contendo as descobertas, o alto clero e pesquisadores envolvidos no projeto afirmaram que estatísticas e outros dados demolem os velhos clichês sobre a Inquisição. ?O recurso à tortura e a sentença de morte não eram tão freqüentes como se acredita?, afirmou Agostino Borromeo, um professor de história das religião católica e outras confissões cristãs na Universidade Sapienza, de Roma. Mas, para muito acadêmicos, essas conclusões têm valor limitado. ?As descobertas do Vaticano são interessantes, mas não podem desculpar o trabalho da Inquisição, que aterrorizou e levou milhares à expulsão de seus lares?, argumenta David Rosen, diretor internacional de assuntos interreligiosos do American Jewish Committee. Borromeo, que supervisionou o volume, disse que, enquanto houve cerca de 125.000 julgamentos por suspeição de heresia na Espanha, os pesquisadores descobriram que apenas cerca de 1% dos acusados foi executado. Em Portugal, 5,7% de mais de 13.000 julgamentos diante da tribunais eclesiásticos, no século 17 e início do 17, foram condenados à morte. Em muitos casos, as cortes ordenaram que manequins fossem queimados, quando o condenado escapava à captura. Muitas das execuções, durante os séculos atingidos pela Inquisição, foram determinadas por tribunais não católicos, incluindo a caça às bruxas em países protestantes, segundo Borromeo. O estúdio desenvolveu-se de uma conferência sobre a Inquisição, de 1998, no Vaticano, reunindo cerca de 50 historiadores e outros especialistas, inclusive não católicos, da Europa e América do Norte. ?Antes de pedir perdão, é necessário ter um conhecimento preciso dos fatos?, escreveu o papa em sua carta, expressando uma ?grande apreciação? pela pesquisa. Ele disse que seu pedido de perdão de 2000 ?foi válido tanto para os dramas ligados à Inquisição como para as lacunas de memória que lhes são conseqüência.? Um historiador do Holocausto da Universidade de Toronto, Michael Marrus, especula se a promoção das descobertas, feita pelo Vaticano hoje, não refletiria as opiniões dos que, na hierarquia da Igreja, não dividem com o papa a paixão pelos pedidos de desculpa. Deixando de lado o que ele chama ?jogo de números? das estatísticas da Inquisição, Marrus diz: ?Enquanto o papa é um grande promotor de pedidos de perdão, nem todos na cúria e, certamente, nem todos na cúpula da Igreja estão tão dispostos a isso.? Entre os que a Inquisição perseguiu está o grande cientista Galileu, que foi ?reabilitado? pelo Vaticano durante o papado de João Paulo. Teresa d?Ávila e Inácio de Loyola, destinados a tornarem-se santos, foram investigados de heresia. Entre os alvos dos inquisidores estavam os valdenses, membros de uma seita protestante, que foi declarada herética no século 12. ?Se houve mais ou menos casos (de morte na fogueira), não importa. O que é importante é que não se diz ?Eu estou certo e você, errado, e eu vou queimá-lo?, diz Thomas Noffke, um americano, pastor valdense em Roma, onde, em 1560, à sombra do Vaticano, um pregador valdense foi enforcado e queimado. João Paulo disse que os teólogos devem ter em mente ?a mentalidade dominante em determinada época.? Borromeo nega que o Vaticano estivesse planejando reduzir os erros da Inquisição. ?Não quero dizer que a Inquisição fosse uma instituição ética?, disse na entrevista. ?Isto não muda a natureza do problema ? pessoas foram traídas por suas convicções religiosas. Mas, para os historiadores, números têm um significado.? O cardeal Georges Cottier, um teólogo do Vaticano próximo ao papa, reforçou a necessidade de analisar os fatos antes de fazer julgamentos sobre um período da história. ?Não se pode pedir perdão por ações que não estão aqui?, disse. Mas um dos presentes à conferência de 1998, o professor italiano da história da renascença na Universidade de Siena, Carlo Ginzburg, tem suas dúvidas sobre usar estatísticas para chegar-se a um julgamento sobre o período. ?Em muitos casos, não temos a evidência, a evidência perdeu-se?, disse.

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