Uma avaliação dos nossos riscos

Opinião|Lula não conseguiu ainda criar uma visão de futuro


Refúgio no passado tem impedido presidente de enxergar transformações de enorme relevância para o sucesso ou fracasso de seu governo

Por William Waack

Lula não parece perceber que se refugiar no passado tem sido prejudicial para ele mesmo. Justo quando tem de enfrentar desgastes de popularidade que aumentam dificuldades políticas – ampliadas pela demissão do amigo do peito de Lula que era o chefe do GSI, que apareceu parecendo acolher invasores do palácio que devia proteger.   

Com ou sem esse episódio, o desgaste é típico para qualquer governo em início de mandato, mas, por instinto ou falta de melhores ideias, Lula parece acreditar que sua melhor chance de resistir ao inevitável (a diminuição inicial do capital político) é o apego ao passado. E, diga-se de passagem, o general defenestrado vem do longínquo passado de Lula, ainda do primeiro mandato.               

A ideia de promover crescimento, via gastos públicos, vem lá de trás. É o pressuposto básico que ele impôs ao desenho do arcabouço fiscal, que é um retrato do seu arcabouço mental.       

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Desenho do arcabouço fiscal é retrato do arcabouço mental de Lula. Foto: Wilton Junior/Estadão

A “visão” de Lula está amparada num dado empírico: a sociedade não “valida” cortes de gastos. Ela está apegada ao consenso de que os gastos precisam sempre subir – afirmar que não há mais capacidade de financiá-los é conversa de neoliberal.               

Vem também lá de trás a noção de que “movimentos sociais” ou “de base” dão a fundamental sustentação política de seu governo. O mais recente símbolo é a inclusão do chefão do MST no verdadeiro séquito imperial que visitou recentemente a China, algo “natural” para alguém, como Lula, que regrediu rumo à falsa (e velha) dicotomia entre agricultura familiar e agroindústria.

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Assim como está profundamente enraizada no passado a ideia de que a ordem internacional é “injusta” para os pobres (o Sul), pois é imposta por uma potência imperialista rica (os Estados Unidos). Que diz defender “democracia” quando defende apenas seus próprios interesses.               

É o refúgio no passado que tem impedido Lula de enxergar transformações de enorme relevância para o sucesso ou fracasso de seu governo. Ao contrário do que disseram a Lula, o País chegou, sim, ao limite da capacidade de financiar crescimento real de gastos públicos.               

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Ao contrário do que ele acredita, sua base de sustentação depende de uma variada segmentação de eleitores sobretudo nas regiões mais prósperas do País – na qual fatores como religião, valores como empreendedorismo e indignação com corrupção têm mais peso do que os antigos movimentos sindicais ou “sociais”.               

E, em oposição ao que ele pensa, o grave risco de segurança para a ordem internacional não está na predominância dos Estados Unidos e países ocidentais mas, sim, no “revisionismo” dela por parte de autocracias fundamentalmente opostas a princípios de um universo de valores do qual o Brasil faz parte.       

Para destravar a economia, garantir sustentação política sólida e explorar as oportunidades que surgem para o Brasil lá fora, Lula precisaria de uma visão de futuro. Mas ele tem preferido mergulhar no passado.

Lula não parece perceber que se refugiar no passado tem sido prejudicial para ele mesmo. Justo quando tem de enfrentar desgastes de popularidade que aumentam dificuldades políticas – ampliadas pela demissão do amigo do peito de Lula que era o chefe do GSI, que apareceu parecendo acolher invasores do palácio que devia proteger.   

Com ou sem esse episódio, o desgaste é típico para qualquer governo em início de mandato, mas, por instinto ou falta de melhores ideias, Lula parece acreditar que sua melhor chance de resistir ao inevitável (a diminuição inicial do capital político) é o apego ao passado. E, diga-se de passagem, o general defenestrado vem do longínquo passado de Lula, ainda do primeiro mandato.               

A ideia de promover crescimento, via gastos públicos, vem lá de trás. É o pressuposto básico que ele impôs ao desenho do arcabouço fiscal, que é um retrato do seu arcabouço mental.       

Desenho do arcabouço fiscal é retrato do arcabouço mental de Lula. Foto: Wilton Junior/Estadão

A “visão” de Lula está amparada num dado empírico: a sociedade não “valida” cortes de gastos. Ela está apegada ao consenso de que os gastos precisam sempre subir – afirmar que não há mais capacidade de financiá-los é conversa de neoliberal.               

Vem também lá de trás a noção de que “movimentos sociais” ou “de base” dão a fundamental sustentação política de seu governo. O mais recente símbolo é a inclusão do chefão do MST no verdadeiro séquito imperial que visitou recentemente a China, algo “natural” para alguém, como Lula, que regrediu rumo à falsa (e velha) dicotomia entre agricultura familiar e agroindústria.

Assim como está profundamente enraizada no passado a ideia de que a ordem internacional é “injusta” para os pobres (o Sul), pois é imposta por uma potência imperialista rica (os Estados Unidos). Que diz defender “democracia” quando defende apenas seus próprios interesses.               

É o refúgio no passado que tem impedido Lula de enxergar transformações de enorme relevância para o sucesso ou fracasso de seu governo. Ao contrário do que disseram a Lula, o País chegou, sim, ao limite da capacidade de financiar crescimento real de gastos públicos.               

Ao contrário do que ele acredita, sua base de sustentação depende de uma variada segmentação de eleitores sobretudo nas regiões mais prósperas do País – na qual fatores como religião, valores como empreendedorismo e indignação com corrupção têm mais peso do que os antigos movimentos sindicais ou “sociais”.               

E, em oposição ao que ele pensa, o grave risco de segurança para a ordem internacional não está na predominância dos Estados Unidos e países ocidentais mas, sim, no “revisionismo” dela por parte de autocracias fundamentalmente opostas a princípios de um universo de valores do qual o Brasil faz parte.       

Para destravar a economia, garantir sustentação política sólida e explorar as oportunidades que surgem para o Brasil lá fora, Lula precisaria de uma visão de futuro. Mas ele tem preferido mergulhar no passado.

Lula não parece perceber que se refugiar no passado tem sido prejudicial para ele mesmo. Justo quando tem de enfrentar desgastes de popularidade que aumentam dificuldades políticas – ampliadas pela demissão do amigo do peito de Lula que era o chefe do GSI, que apareceu parecendo acolher invasores do palácio que devia proteger.   

Com ou sem esse episódio, o desgaste é típico para qualquer governo em início de mandato, mas, por instinto ou falta de melhores ideias, Lula parece acreditar que sua melhor chance de resistir ao inevitável (a diminuição inicial do capital político) é o apego ao passado. E, diga-se de passagem, o general defenestrado vem do longínquo passado de Lula, ainda do primeiro mandato.               

A ideia de promover crescimento, via gastos públicos, vem lá de trás. É o pressuposto básico que ele impôs ao desenho do arcabouço fiscal, que é um retrato do seu arcabouço mental.       

Desenho do arcabouço fiscal é retrato do arcabouço mental de Lula. Foto: Wilton Junior/Estadão

A “visão” de Lula está amparada num dado empírico: a sociedade não “valida” cortes de gastos. Ela está apegada ao consenso de que os gastos precisam sempre subir – afirmar que não há mais capacidade de financiá-los é conversa de neoliberal.               

Vem também lá de trás a noção de que “movimentos sociais” ou “de base” dão a fundamental sustentação política de seu governo. O mais recente símbolo é a inclusão do chefão do MST no verdadeiro séquito imperial que visitou recentemente a China, algo “natural” para alguém, como Lula, que regrediu rumo à falsa (e velha) dicotomia entre agricultura familiar e agroindústria.

Assim como está profundamente enraizada no passado a ideia de que a ordem internacional é “injusta” para os pobres (o Sul), pois é imposta por uma potência imperialista rica (os Estados Unidos). Que diz defender “democracia” quando defende apenas seus próprios interesses.               

É o refúgio no passado que tem impedido Lula de enxergar transformações de enorme relevância para o sucesso ou fracasso de seu governo. Ao contrário do que disseram a Lula, o País chegou, sim, ao limite da capacidade de financiar crescimento real de gastos públicos.               

Ao contrário do que ele acredita, sua base de sustentação depende de uma variada segmentação de eleitores sobretudo nas regiões mais prósperas do País – na qual fatores como religião, valores como empreendedorismo e indignação com corrupção têm mais peso do que os antigos movimentos sindicais ou “sociais”.               

E, em oposição ao que ele pensa, o grave risco de segurança para a ordem internacional não está na predominância dos Estados Unidos e países ocidentais mas, sim, no “revisionismo” dela por parte de autocracias fundamentalmente opostas a princípios de um universo de valores do qual o Brasil faz parte.       

Para destravar a economia, garantir sustentação política sólida e explorar as oportunidades que surgem para o Brasil lá fora, Lula precisaria de uma visão de futuro. Mas ele tem preferido mergulhar no passado.

Lula não parece perceber que se refugiar no passado tem sido prejudicial para ele mesmo. Justo quando tem de enfrentar desgastes de popularidade que aumentam dificuldades políticas – ampliadas pela demissão do amigo do peito de Lula que era o chefe do GSI, que apareceu parecendo acolher invasores do palácio que devia proteger.   

Com ou sem esse episódio, o desgaste é típico para qualquer governo em início de mandato, mas, por instinto ou falta de melhores ideias, Lula parece acreditar que sua melhor chance de resistir ao inevitável (a diminuição inicial do capital político) é o apego ao passado. E, diga-se de passagem, o general defenestrado vem do longínquo passado de Lula, ainda do primeiro mandato.               

A ideia de promover crescimento, via gastos públicos, vem lá de trás. É o pressuposto básico que ele impôs ao desenho do arcabouço fiscal, que é um retrato do seu arcabouço mental.       

Desenho do arcabouço fiscal é retrato do arcabouço mental de Lula. Foto: Wilton Junior/Estadão

A “visão” de Lula está amparada num dado empírico: a sociedade não “valida” cortes de gastos. Ela está apegada ao consenso de que os gastos precisam sempre subir – afirmar que não há mais capacidade de financiá-los é conversa de neoliberal.               

Vem também lá de trás a noção de que “movimentos sociais” ou “de base” dão a fundamental sustentação política de seu governo. O mais recente símbolo é a inclusão do chefão do MST no verdadeiro séquito imperial que visitou recentemente a China, algo “natural” para alguém, como Lula, que regrediu rumo à falsa (e velha) dicotomia entre agricultura familiar e agroindústria.

Assim como está profundamente enraizada no passado a ideia de que a ordem internacional é “injusta” para os pobres (o Sul), pois é imposta por uma potência imperialista rica (os Estados Unidos). Que diz defender “democracia” quando defende apenas seus próprios interesses.               

É o refúgio no passado que tem impedido Lula de enxergar transformações de enorme relevância para o sucesso ou fracasso de seu governo. Ao contrário do que disseram a Lula, o País chegou, sim, ao limite da capacidade de financiar crescimento real de gastos públicos.               

Ao contrário do que ele acredita, sua base de sustentação depende de uma variada segmentação de eleitores sobretudo nas regiões mais prósperas do País – na qual fatores como religião, valores como empreendedorismo e indignação com corrupção têm mais peso do que os antigos movimentos sindicais ou “sociais”.               

E, em oposição ao que ele pensa, o grave risco de segurança para a ordem internacional não está na predominância dos Estados Unidos e países ocidentais mas, sim, no “revisionismo” dela por parte de autocracias fundamentalmente opostas a princípios de um universo de valores do qual o Brasil faz parte.       

Para destravar a economia, garantir sustentação política sólida e explorar as oportunidades que surgem para o Brasil lá fora, Lula precisaria de uma visão de futuro. Mas ele tem preferido mergulhar no passado.

Lula não parece perceber que se refugiar no passado tem sido prejudicial para ele mesmo. Justo quando tem de enfrentar desgastes de popularidade que aumentam dificuldades políticas – ampliadas pela demissão do amigo do peito de Lula que era o chefe do GSI, que apareceu parecendo acolher invasores do palácio que devia proteger.   

Com ou sem esse episódio, o desgaste é típico para qualquer governo em início de mandato, mas, por instinto ou falta de melhores ideias, Lula parece acreditar que sua melhor chance de resistir ao inevitável (a diminuição inicial do capital político) é o apego ao passado. E, diga-se de passagem, o general defenestrado vem do longínquo passado de Lula, ainda do primeiro mandato.               

A ideia de promover crescimento, via gastos públicos, vem lá de trás. É o pressuposto básico que ele impôs ao desenho do arcabouço fiscal, que é um retrato do seu arcabouço mental.       

Desenho do arcabouço fiscal é retrato do arcabouço mental de Lula. Foto: Wilton Junior/Estadão

A “visão” de Lula está amparada num dado empírico: a sociedade não “valida” cortes de gastos. Ela está apegada ao consenso de que os gastos precisam sempre subir – afirmar que não há mais capacidade de financiá-los é conversa de neoliberal.               

Vem também lá de trás a noção de que “movimentos sociais” ou “de base” dão a fundamental sustentação política de seu governo. O mais recente símbolo é a inclusão do chefão do MST no verdadeiro séquito imperial que visitou recentemente a China, algo “natural” para alguém, como Lula, que regrediu rumo à falsa (e velha) dicotomia entre agricultura familiar e agroindústria.

Assim como está profundamente enraizada no passado a ideia de que a ordem internacional é “injusta” para os pobres (o Sul), pois é imposta por uma potência imperialista rica (os Estados Unidos). Que diz defender “democracia” quando defende apenas seus próprios interesses.               

É o refúgio no passado que tem impedido Lula de enxergar transformações de enorme relevância para o sucesso ou fracasso de seu governo. Ao contrário do que disseram a Lula, o País chegou, sim, ao limite da capacidade de financiar crescimento real de gastos públicos.               

Ao contrário do que ele acredita, sua base de sustentação depende de uma variada segmentação de eleitores sobretudo nas regiões mais prósperas do País – na qual fatores como religião, valores como empreendedorismo e indignação com corrupção têm mais peso do que os antigos movimentos sindicais ou “sociais”.               

E, em oposição ao que ele pensa, o grave risco de segurança para a ordem internacional não está na predominância dos Estados Unidos e países ocidentais mas, sim, no “revisionismo” dela por parte de autocracias fundamentalmente opostas a princípios de um universo de valores do qual o Brasil faz parte.       

Para destravar a economia, garantir sustentação política sólida e explorar as oportunidades que surgem para o Brasil lá fora, Lula precisaria de uma visão de futuro. Mas ele tem preferido mergulhar no passado.

Opinião por William Waack

Jornalista e apresentador do programa WW, da CNN

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