Uma avaliação dos nossos riscos

Opinião|Não há escolhas fáceis para o governo Lula


Está evidenciado mais uma vez que a gestão atual corre atrás dos fatos e a discussão sobre a PEC que prevê o fim da escala 6x1 é mais um exemplo disso

Por William Waack

A tramitação da PEC que prevê o fim da escala 6x1 é apenas o mais recente exemplo de como o governo Lula 3 corre atrás dos fatos, dentro e fora do País.

No caso da redução da jornada de trabalho é patente a tentação no Planalto de surfar o impacto nas redes sociais com a promessa de fácil ganho eleitoral mais adiante. Mas corre atrás do fato muito sério da estagnação da produtividade no Brasil em relação às economias mais avançadas. Coisa chata de tratar que dá pouca visualização nas redes.

Há dois outros fatos de enorme relevância arrastando o governo para uma óbvia situação perigosa. O primeiro é a constatação de que despesas continuam subindo acima das receitas. Fato que decisões do atual governo agravaram e aprofundaram a armadilha fiscal. As energias políticas se concentram na luta pelas migalhas de despesas discricionárias no orçamento.

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Governo Lula tem sofrido para acompanhar os fatos ao seu redor Foto: Wilton Júnior/Estadão

O espaço de manobra vai sendo consumido em “puxadinhos” na tentativa – até aqui frustrada – de compensar via cortes de gastos pontuais a desconfiança dos agentes econômicos na capacidade do governo de equilibrar as contas. O que inclui comprar uma briga séria com os comandantes militares, que acreditavam que estava “combinado” que não se mexeria no sistema de previdência deles.

O segundo fato relevante foi perversamente revelado nessa mini crise para apontar quem é o mais malvado causador de déficits dos sistemas de previdência. Ficou mais uma vez exposta a necessidade de dolorosa reforma da Previdência, cuja situação piorou com a política lulista de valorização do salário mínimo e o fechamento (exaustivamente apontado) da janela demográfica.

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Observando esse grande quadro não é difícil perceber a complexidade da relação entre esses vários elementos: baixa produtividade, sistema de pensões e aposentadorias insustentável, demografia piorando e intratável disputa política pela alocação de recursos via orçamento público. Tudo muito sério, mas causa pouca espuma em redes sociais.

Para completar veio agora o tsunami do resultado da eleição presidencial americana, obrigando o governo brasileiro a correr atrás dos acontecimentos (no que não está sozinho, aliás). A vitória de Trump promete tornar mais desafiador o cenário para economias emergentes em geral e a do Brasil em especial: juros altos, dólar caro, inflação e acirramento de protecionismo e guerras comerciais.

Do lado político, Trump esvaziou dois palcos com os quais o governo Lula 3 contava em termos de projeção internacional: o do G-20 e o da COP-30. Tornou a geopolítica ainda menos previsível, e mais delicada para o Brasil a busca de equilíbrio entre China e Estados Unidos. Haja fôlego para se correr tanto assim.

A tramitação da PEC que prevê o fim da escala 6x1 é apenas o mais recente exemplo de como o governo Lula 3 corre atrás dos fatos, dentro e fora do País.

No caso da redução da jornada de trabalho é patente a tentação no Planalto de surfar o impacto nas redes sociais com a promessa de fácil ganho eleitoral mais adiante. Mas corre atrás do fato muito sério da estagnação da produtividade no Brasil em relação às economias mais avançadas. Coisa chata de tratar que dá pouca visualização nas redes.

Há dois outros fatos de enorme relevância arrastando o governo para uma óbvia situação perigosa. O primeiro é a constatação de que despesas continuam subindo acima das receitas. Fato que decisões do atual governo agravaram e aprofundaram a armadilha fiscal. As energias políticas se concentram na luta pelas migalhas de despesas discricionárias no orçamento.

Governo Lula tem sofrido para acompanhar os fatos ao seu redor Foto: Wilton Júnior/Estadão

O espaço de manobra vai sendo consumido em “puxadinhos” na tentativa – até aqui frustrada – de compensar via cortes de gastos pontuais a desconfiança dos agentes econômicos na capacidade do governo de equilibrar as contas. O que inclui comprar uma briga séria com os comandantes militares, que acreditavam que estava “combinado” que não se mexeria no sistema de previdência deles.

O segundo fato relevante foi perversamente revelado nessa mini crise para apontar quem é o mais malvado causador de déficits dos sistemas de previdência. Ficou mais uma vez exposta a necessidade de dolorosa reforma da Previdência, cuja situação piorou com a política lulista de valorização do salário mínimo e o fechamento (exaustivamente apontado) da janela demográfica.

Observando esse grande quadro não é difícil perceber a complexidade da relação entre esses vários elementos: baixa produtividade, sistema de pensões e aposentadorias insustentável, demografia piorando e intratável disputa política pela alocação de recursos via orçamento público. Tudo muito sério, mas causa pouca espuma em redes sociais.

Para completar veio agora o tsunami do resultado da eleição presidencial americana, obrigando o governo brasileiro a correr atrás dos acontecimentos (no que não está sozinho, aliás). A vitória de Trump promete tornar mais desafiador o cenário para economias emergentes em geral e a do Brasil em especial: juros altos, dólar caro, inflação e acirramento de protecionismo e guerras comerciais.

Do lado político, Trump esvaziou dois palcos com os quais o governo Lula 3 contava em termos de projeção internacional: o do G-20 e o da COP-30. Tornou a geopolítica ainda menos previsível, e mais delicada para o Brasil a busca de equilíbrio entre China e Estados Unidos. Haja fôlego para se correr tanto assim.

A tramitação da PEC que prevê o fim da escala 6x1 é apenas o mais recente exemplo de como o governo Lula 3 corre atrás dos fatos, dentro e fora do País.

No caso da redução da jornada de trabalho é patente a tentação no Planalto de surfar o impacto nas redes sociais com a promessa de fácil ganho eleitoral mais adiante. Mas corre atrás do fato muito sério da estagnação da produtividade no Brasil em relação às economias mais avançadas. Coisa chata de tratar que dá pouca visualização nas redes.

Há dois outros fatos de enorme relevância arrastando o governo para uma óbvia situação perigosa. O primeiro é a constatação de que despesas continuam subindo acima das receitas. Fato que decisões do atual governo agravaram e aprofundaram a armadilha fiscal. As energias políticas se concentram na luta pelas migalhas de despesas discricionárias no orçamento.

Governo Lula tem sofrido para acompanhar os fatos ao seu redor Foto: Wilton Júnior/Estadão

O espaço de manobra vai sendo consumido em “puxadinhos” na tentativa – até aqui frustrada – de compensar via cortes de gastos pontuais a desconfiança dos agentes econômicos na capacidade do governo de equilibrar as contas. O que inclui comprar uma briga séria com os comandantes militares, que acreditavam que estava “combinado” que não se mexeria no sistema de previdência deles.

O segundo fato relevante foi perversamente revelado nessa mini crise para apontar quem é o mais malvado causador de déficits dos sistemas de previdência. Ficou mais uma vez exposta a necessidade de dolorosa reforma da Previdência, cuja situação piorou com a política lulista de valorização do salário mínimo e o fechamento (exaustivamente apontado) da janela demográfica.

Observando esse grande quadro não é difícil perceber a complexidade da relação entre esses vários elementos: baixa produtividade, sistema de pensões e aposentadorias insustentável, demografia piorando e intratável disputa política pela alocação de recursos via orçamento público. Tudo muito sério, mas causa pouca espuma em redes sociais.

Para completar veio agora o tsunami do resultado da eleição presidencial americana, obrigando o governo brasileiro a correr atrás dos acontecimentos (no que não está sozinho, aliás). A vitória de Trump promete tornar mais desafiador o cenário para economias emergentes em geral e a do Brasil em especial: juros altos, dólar caro, inflação e acirramento de protecionismo e guerras comerciais.

Do lado político, Trump esvaziou dois palcos com os quais o governo Lula 3 contava em termos de projeção internacional: o do G-20 e o da COP-30. Tornou a geopolítica ainda menos previsível, e mais delicada para o Brasil a busca de equilíbrio entre China e Estados Unidos. Haja fôlego para se correr tanto assim.

A tramitação da PEC que prevê o fim da escala 6x1 é apenas o mais recente exemplo de como o governo Lula 3 corre atrás dos fatos, dentro e fora do País.

No caso da redução da jornada de trabalho é patente a tentação no Planalto de surfar o impacto nas redes sociais com a promessa de fácil ganho eleitoral mais adiante. Mas corre atrás do fato muito sério da estagnação da produtividade no Brasil em relação às economias mais avançadas. Coisa chata de tratar que dá pouca visualização nas redes.

Há dois outros fatos de enorme relevância arrastando o governo para uma óbvia situação perigosa. O primeiro é a constatação de que despesas continuam subindo acima das receitas. Fato que decisões do atual governo agravaram e aprofundaram a armadilha fiscal. As energias políticas se concentram na luta pelas migalhas de despesas discricionárias no orçamento.

Governo Lula tem sofrido para acompanhar os fatos ao seu redor Foto: Wilton Júnior/Estadão

O espaço de manobra vai sendo consumido em “puxadinhos” na tentativa – até aqui frustrada – de compensar via cortes de gastos pontuais a desconfiança dos agentes econômicos na capacidade do governo de equilibrar as contas. O que inclui comprar uma briga séria com os comandantes militares, que acreditavam que estava “combinado” que não se mexeria no sistema de previdência deles.

O segundo fato relevante foi perversamente revelado nessa mini crise para apontar quem é o mais malvado causador de déficits dos sistemas de previdência. Ficou mais uma vez exposta a necessidade de dolorosa reforma da Previdência, cuja situação piorou com a política lulista de valorização do salário mínimo e o fechamento (exaustivamente apontado) da janela demográfica.

Observando esse grande quadro não é difícil perceber a complexidade da relação entre esses vários elementos: baixa produtividade, sistema de pensões e aposentadorias insustentável, demografia piorando e intratável disputa política pela alocação de recursos via orçamento público. Tudo muito sério, mas causa pouca espuma em redes sociais.

Para completar veio agora o tsunami do resultado da eleição presidencial americana, obrigando o governo brasileiro a correr atrás dos acontecimentos (no que não está sozinho, aliás). A vitória de Trump promete tornar mais desafiador o cenário para economias emergentes em geral e a do Brasil em especial: juros altos, dólar caro, inflação e acirramento de protecionismo e guerras comerciais.

Do lado político, Trump esvaziou dois palcos com os quais o governo Lula 3 contava em termos de projeção internacional: o do G-20 e o da COP-30. Tornou a geopolítica ainda menos previsível, e mais delicada para o Brasil a busca de equilíbrio entre China e Estados Unidos. Haja fôlego para se correr tanto assim.

Opinião por William Waack

Jornalista e apresentador do programa WW, da CNN

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