Uma avaliação dos nossos riscos

Opinião|O espírito de acomodação


É muita coisa que Lula pretende conciliar em pouco tempo

Por William Waack

O homem parece um pouco mais cansado, mas o velho espírito de acomodação do presidente Lula continua o mesmo. Apesar de muito mais exigido e já de início do terceiro mandato confrontado com a escassa paciência de imensa parte do público em aguardar resultados.

“Quando é que eles saem de lá?”, esbravejou Lula em seu novo/velho gabinete no Planalto ao saber que, passadas 48 horas de início de seu governo, acampamentos de bolsonaristas perduravam em áreas militares diante de quartéis do Exército.

Lula participou da cerimônia de posse de Alckmin como ministro da Indústria e Comércio nesta quarta-feira, 4. Foto: Wilton Junior/Estadão
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Foi necessário acomodar o “espírito de pacificação” de seu ministro da Defesa, que qualificou os protestos nos quartéis de democráticos (e achou melhor esperar que eles acabem sozinhos), com o espírito de punição do ministro da Justiça.

Além de influentes vozes da advocacia no entorno do presidente, que já queriam a cabeça do recém-empossado ministro da Defesa. Tido como excessivamente pacificador, tinha conversado com Bolsonaro sobre a nomeação dos comandantes militares do governo Lula.

Esse é um episódio menor se comparado à dificuldade de acalmar o nervosismo de agentes econômicos diante dos fatos da realidade política. É óbvio ululante que Lula desautorizou seu ministro da Fazenda na questão da desoneração dos combustíveis, embora tivesse tentado uma acomodação: prorroga a desoneração por 60 dias para a gasolina, mantém por um ano para o diesel.

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O critério político que prevaleceu para a tomada desse tipo de decisão é o mesmo desde sempre. Trata-se de fazer o que for preciso para proteger popularidade no curtíssimo prazo, e aguardar o desenrolar dos fatos para ver como se fará para a próxima acomodação. Ocorre que o tempo assim comprado é preocupantemente pequeno, e cada vez maior o desafio de acomodar.

Na questão da desoneração (temporária?) da gasolina, Lula precisa se acomodar com a ministra do Meio Ambiente, para a qual renúncias fiscais em favor de combustíveis fósseis são contradição insuportável com pautas verdes. Como a guerra da Ucrânia está obrigando também governos europeus a protelar a transição energética, talvez Marina Silva aceite sem grandes percalços a acomodação.

O governo está prometendo para breve como vai acomodar a necessidade de aumentar gastos sociais com a necessidade de controlar gastos públicos. Promete em breve a reforma tributária, até aqui não lograda devido basicamente ao fracasso político de sucessivos governos em conseguir equilibrar a complexidade de interesses antagônicos envolvidos na questão.

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Já que para Lula é disso que se trata, haja capacidade de acomodação.

O homem parece um pouco mais cansado, mas o velho espírito de acomodação do presidente Lula continua o mesmo. Apesar de muito mais exigido e já de início do terceiro mandato confrontado com a escassa paciência de imensa parte do público em aguardar resultados.

“Quando é que eles saem de lá?”, esbravejou Lula em seu novo/velho gabinete no Planalto ao saber que, passadas 48 horas de início de seu governo, acampamentos de bolsonaristas perduravam em áreas militares diante de quartéis do Exército.

Lula participou da cerimônia de posse de Alckmin como ministro da Indústria e Comércio nesta quarta-feira, 4. Foto: Wilton Junior/Estadão

Foi necessário acomodar o “espírito de pacificação” de seu ministro da Defesa, que qualificou os protestos nos quartéis de democráticos (e achou melhor esperar que eles acabem sozinhos), com o espírito de punição do ministro da Justiça.

Além de influentes vozes da advocacia no entorno do presidente, que já queriam a cabeça do recém-empossado ministro da Defesa. Tido como excessivamente pacificador, tinha conversado com Bolsonaro sobre a nomeação dos comandantes militares do governo Lula.

Esse é um episódio menor se comparado à dificuldade de acalmar o nervosismo de agentes econômicos diante dos fatos da realidade política. É óbvio ululante que Lula desautorizou seu ministro da Fazenda na questão da desoneração dos combustíveis, embora tivesse tentado uma acomodação: prorroga a desoneração por 60 dias para a gasolina, mantém por um ano para o diesel.

O critério político que prevaleceu para a tomada desse tipo de decisão é o mesmo desde sempre. Trata-se de fazer o que for preciso para proteger popularidade no curtíssimo prazo, e aguardar o desenrolar dos fatos para ver como se fará para a próxima acomodação. Ocorre que o tempo assim comprado é preocupantemente pequeno, e cada vez maior o desafio de acomodar.

Na questão da desoneração (temporária?) da gasolina, Lula precisa se acomodar com a ministra do Meio Ambiente, para a qual renúncias fiscais em favor de combustíveis fósseis são contradição insuportável com pautas verdes. Como a guerra da Ucrânia está obrigando também governos europeus a protelar a transição energética, talvez Marina Silva aceite sem grandes percalços a acomodação.

O governo está prometendo para breve como vai acomodar a necessidade de aumentar gastos sociais com a necessidade de controlar gastos públicos. Promete em breve a reforma tributária, até aqui não lograda devido basicamente ao fracasso político de sucessivos governos em conseguir equilibrar a complexidade de interesses antagônicos envolvidos na questão.

Já que para Lula é disso que se trata, haja capacidade de acomodação.

O homem parece um pouco mais cansado, mas o velho espírito de acomodação do presidente Lula continua o mesmo. Apesar de muito mais exigido e já de início do terceiro mandato confrontado com a escassa paciência de imensa parte do público em aguardar resultados.

“Quando é que eles saem de lá?”, esbravejou Lula em seu novo/velho gabinete no Planalto ao saber que, passadas 48 horas de início de seu governo, acampamentos de bolsonaristas perduravam em áreas militares diante de quartéis do Exército.

Lula participou da cerimônia de posse de Alckmin como ministro da Indústria e Comércio nesta quarta-feira, 4. Foto: Wilton Junior/Estadão

Foi necessário acomodar o “espírito de pacificação” de seu ministro da Defesa, que qualificou os protestos nos quartéis de democráticos (e achou melhor esperar que eles acabem sozinhos), com o espírito de punição do ministro da Justiça.

Além de influentes vozes da advocacia no entorno do presidente, que já queriam a cabeça do recém-empossado ministro da Defesa. Tido como excessivamente pacificador, tinha conversado com Bolsonaro sobre a nomeação dos comandantes militares do governo Lula.

Esse é um episódio menor se comparado à dificuldade de acalmar o nervosismo de agentes econômicos diante dos fatos da realidade política. É óbvio ululante que Lula desautorizou seu ministro da Fazenda na questão da desoneração dos combustíveis, embora tivesse tentado uma acomodação: prorroga a desoneração por 60 dias para a gasolina, mantém por um ano para o diesel.

O critério político que prevaleceu para a tomada desse tipo de decisão é o mesmo desde sempre. Trata-se de fazer o que for preciso para proteger popularidade no curtíssimo prazo, e aguardar o desenrolar dos fatos para ver como se fará para a próxima acomodação. Ocorre que o tempo assim comprado é preocupantemente pequeno, e cada vez maior o desafio de acomodar.

Na questão da desoneração (temporária?) da gasolina, Lula precisa se acomodar com a ministra do Meio Ambiente, para a qual renúncias fiscais em favor de combustíveis fósseis são contradição insuportável com pautas verdes. Como a guerra da Ucrânia está obrigando também governos europeus a protelar a transição energética, talvez Marina Silva aceite sem grandes percalços a acomodação.

O governo está prometendo para breve como vai acomodar a necessidade de aumentar gastos sociais com a necessidade de controlar gastos públicos. Promete em breve a reforma tributária, até aqui não lograda devido basicamente ao fracasso político de sucessivos governos em conseguir equilibrar a complexidade de interesses antagônicos envolvidos na questão.

Já que para Lula é disso que se trata, haja capacidade de acomodação.

O homem parece um pouco mais cansado, mas o velho espírito de acomodação do presidente Lula continua o mesmo. Apesar de muito mais exigido e já de início do terceiro mandato confrontado com a escassa paciência de imensa parte do público em aguardar resultados.

“Quando é que eles saem de lá?”, esbravejou Lula em seu novo/velho gabinete no Planalto ao saber que, passadas 48 horas de início de seu governo, acampamentos de bolsonaristas perduravam em áreas militares diante de quartéis do Exército.

Lula participou da cerimônia de posse de Alckmin como ministro da Indústria e Comércio nesta quarta-feira, 4. Foto: Wilton Junior/Estadão

Foi necessário acomodar o “espírito de pacificação” de seu ministro da Defesa, que qualificou os protestos nos quartéis de democráticos (e achou melhor esperar que eles acabem sozinhos), com o espírito de punição do ministro da Justiça.

Além de influentes vozes da advocacia no entorno do presidente, que já queriam a cabeça do recém-empossado ministro da Defesa. Tido como excessivamente pacificador, tinha conversado com Bolsonaro sobre a nomeação dos comandantes militares do governo Lula.

Esse é um episódio menor se comparado à dificuldade de acalmar o nervosismo de agentes econômicos diante dos fatos da realidade política. É óbvio ululante que Lula desautorizou seu ministro da Fazenda na questão da desoneração dos combustíveis, embora tivesse tentado uma acomodação: prorroga a desoneração por 60 dias para a gasolina, mantém por um ano para o diesel.

O critério político que prevaleceu para a tomada desse tipo de decisão é o mesmo desde sempre. Trata-se de fazer o que for preciso para proteger popularidade no curtíssimo prazo, e aguardar o desenrolar dos fatos para ver como se fará para a próxima acomodação. Ocorre que o tempo assim comprado é preocupantemente pequeno, e cada vez maior o desafio de acomodar.

Na questão da desoneração (temporária?) da gasolina, Lula precisa se acomodar com a ministra do Meio Ambiente, para a qual renúncias fiscais em favor de combustíveis fósseis são contradição insuportável com pautas verdes. Como a guerra da Ucrânia está obrigando também governos europeus a protelar a transição energética, talvez Marina Silva aceite sem grandes percalços a acomodação.

O governo está prometendo para breve como vai acomodar a necessidade de aumentar gastos sociais com a necessidade de controlar gastos públicos. Promete em breve a reforma tributária, até aqui não lograda devido basicamente ao fracasso político de sucessivos governos em conseguir equilibrar a complexidade de interesses antagônicos envolvidos na questão.

Já que para Lula é disso que se trata, haja capacidade de acomodação.

Opinião por William Waack

Jornalista e apresentador do programa WW, da CNN

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